ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00100</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Quem vai parir?</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Mariana Ramos da Silva (Universidade do Estado da Bahia); Teresa Leonel Costa (Universidade do Estado da Bahia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;parto; , violência obstétrica; , reportagem; , rádio;, reportagem radiofônica.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho é o registro da produção da série de reportagens radiofônica intitulada  Quem vai parir? , apresentada como Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia. A série apresenta discussões a cerca da assistência ao parto e a violência obstétrica nos hospitais públicos das cidades de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. Ao todo são cinco reportagens que tratam da existência da violência obstétrica, trazendo relatos de casos, o posicionamento dos médicos sobre o sistema público de saúde, algumas caminhos para denunciar as agressões, além de ressaltar as formas de obter um parto respeitoso.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A série de reportagens radiofônicas  Quem vai parir? é o resultado de um ano de pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso. Trata-se de uma produção baseada em entrevistas sobre a violência obstétrica nas cidades de Juazeiro  BA e Petrolina  PE, que procura identificar e tipificar as formas desses abusos, além de mostrar o posicionamento de profissionais da área com relação ao sistema de saúde de uma pesquisa que durou cerca de um ano. Esse trabalho também destaca as maneiras de parto, entre elas o parto humanizado. As identificações com a linguagem radiofônica e o aprendizado adquirido ao longo da formação, contribuíram para produzir um experimento de rádio sobre as agressões que algumas mulheres sofrem na gestação e especificamente no momento do parto. O veículo rádio possibilita o uso de uma linguagem acessível para o maior número de pessoas, e ao mesmo tempo pode despertar uma reflexão sobre a gravidade da institucionalização da violência obstétrica e suas particularidades, possibilitando uma visão jornalística sobre o tema. A série de reportagens foi construída através de depoimentos a partir da proposta de cada pauta, em torno do tema da violência obstétrica, buscando considerar os relatos de mulheres que sofreram algum tipo de agressão e dos profissionais de saúde que trabalham diretamente nessa área. Elementos como, o parto, o parto humanizado, a violência e a violência obstétrica, ajudaram na pesquisa e construção da série de reportagens. Histórias de mulheres que sofreram algum tipo de violência obstétrica são contadas, mostrando a institucionalização dessa violência e dos procedimentos médicos com as gestantes. Por outro lado, procuramos abordar também questões de como as mulheres recorrem a outras formas de parir, como o parto humanizado, para terem as suas vontades respeitadas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Compreender a existência da violência obstétrica a partir de relatos de mulheres que sofreram esse tipo de abuso em hospitais públicos de Juazeiro  BA e Petrolina  PE, que será apresentado numa série de reportagens radiofônicas. Objetivos específicos: Identificar o perfil dos casos de violência obstétrica nas duas cidades; Ouvir os profissionais de saúde para compreender o sistema de trabalho; Refletir sobre a gravidade da institucionalização dessa violência; Mostrar as alternativas de partos que respeitem as mães e os bebês. Este experimento teve como propósito contribuir com o reconhecimento da violência obstétrica no ambiente hospitalar e perante a sociedade, visando colaborar para que esse tipo de agressão seja vista e abolida nas instituições de saúde. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Há algum tempo o parto era realizado em casa por parteiras, mas com a modernidade, a assistência ao parto passou a ser exercida pela medicina, sendo um ato exclusivo do médico. Isso levou há adoção de um modelo institucionalizado da obstetrícia, em que o médico interfere com medicamentos e procedimentos nos corpos das mulheres, muitas vezes sem o seu consentimento (WOLFF, 2014). No Brasil diariamente mulheres são vítimas da violência obstétrica em hospitais e maternidades de todo o país. São profissionais de saúde que colocam essas mulheres em situações humilhantes por meio de agressões físicas e verbais, violando todos os direitos das pacientes. Contudo a violência ainda não é reconhecida nos ambientes hospitalares, nem perante a sociedade e, portanto, não é discutida. Ainda não existem leis específicas que impeçam essas práticas e punam os profissionais de saúde. Assim, a finalidade desse experimento é buscar mulheres que residem em Petrolina-PE e Juazeiro-BA, já sofreram algum tipo de agressão e através desses casos, mostrar como se dá a violência obstétrica. Justifica-se também esta série pela importância de revelar as formas de denúncia e as possibilidades de ter um parto respeitoso e humanizado. A escolha da série de reportagens especiais radiofônicas é justificada pela relevância social do meio, pois a rádio possibilita um diálogo e aproximação com o ouvinte, como ressalta Marshall Mcluhan: o rádio afeta as pessoas, digamos, como que pessoalmente, oferecendo um mundo de comunicação não expressa entre o escritor-locutor e o ouvinte. Este é o aspecto mais imediato do rádio. Uma experiência particular. As profundidades subliminares do rádio estão carregadas daqueles ecos ressoantes das trombetas tribais e dos tambores antigos. Isto é inerente à própria natureza deste meio com seu poder de transformar a psique e a sociedade numa única câmara de eco (2007, p. 336). Por conta dessas características da linguagem radiofônica que proporciona uma espécie de conversa com o ouvinte, estando em vantagem com estratégias como a oralidade, o silêncio, a música e os efeitos sonoros, o rádio é um veiculo que aproxima o cotidiano das pessoas em relação aos outros meios de comunicação. Esses são elementos que permitem a construção de uma cena para o ouvinte, dando uma compreensão rápida e mais completa da notícia, característica fundamental no rádio, já que o ouvinte não pode rever a informação (FREIRE E LOPES, 2015). O rádio nos dá grandes possibilidades, por ser um veículo de distribuição de mensagens ágil e barata. A notícia veiculada na rádio sempre chega primeiro, comparado com outros veículos de comunicação. É nesse meio que o jornalista clássico precisa adquirir flexibilidade. Se adequando a mentalidade radiofônica (PRADO, 1989). A estrutura da informação no rádio tem características mais dinâmicas, como a instantaneidade, a simultaneidade e a rapidez. O meio tem a capacidade de tornar a linguagem mais acessível ao maior número de pessoas, por não precisar de um alto nível de conhecimento para a compreensão da mensagem. Por isso o jornalista precisa apurar a informação e transforma-la da maneira mais clara e simples para ser entendida por todos os ouvintes (PRADO, 1989). No cenário do Vale do São Francisco, especificamente em Petrolina-PE e Juazeiro-BA, o rádio é o veículo de comunicação mais presente no dia a dia da população. Dessa forma, existe a possibilidade da série de reportagens atinja um número maior de pessoas, levando informações sobre a existência da violência obstétrica na região, dando o primeiro passo para que essa violência ganhe destaque e seja coibida. Dessa maneira, a série é relevante por tratar de um tema pouco discutido, principalmente na região, com a pretensão de contribuir socialmente para a visibilidade da violência obstétrica, além de mostrar como ela se caracteriza e, principalmente, sensibilizar as mulheres pela à importância de assumirem o protagonismo no parto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Todas as gravações de entrevistas foram feitas em um celular smartphone da marca Samsung modelo Galaxy S4 Mini, com memória interna de 8GB e memória externa de 32GB, usando o aplicativo do próprio celular,  Gravador de voz . Ao todo foram 5h 04m 32s de sonoras dos entrevistados. O tamanho dos arquivos ficou em torno de 260MB de memória. A gravação da série foi marcada para o dia 05 de maio de 2016, na Emissora Rural AM com os trabalhos técnicos de Joneclesio Silva. O background (BG) de cada reportagem, as vinhetas de transição e toda trilha foi baixada pelo site 4shared . A escolha das trilhas se deu por sugestão da orientadora, em busca de algo relacionado ao regional. Por isso a música  Sertão e Mar (1998) de Sa Grama para a vinheta de abertura. Os BGs foram melodias de músicas como:  Feito pra Acabar (2010) de Marcelo Jeneci,  Nossa Canção (1999) na versão de Vanessa da Mata e  Zeski (2013), uma música instrumental de Tiago Iorc. A decupagem das sonoras foi editando no programa Audacity®, the Free, Cross-Platform Sound Editor para facilitar o trabalho de edição final. Com tudo já devidamente encaminhado, começamos a gravar a série no estúdio da Emissora Rural AM em Petrolina. Após a gravação começamos a edição. A cada erro, repetição de termos ou trechos que não estavam encaixando com a sonora fomos regravando e melhorando. Usamos o programa Sony Sound Forge 11 para a captura do áudio, edição e criação da vinheta. Conseguimos terminar os trabalhos depois três horas e meia. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho seguiu as etapas de produção jornalística, com a realização, primeiramente, das pautas. A proposta inicial foi à construção de cinco reportagens com uma média de duração de cinco minutos, mas ao longo das orientações foi sugerido pela professora Teresa Leonel dar mais voz aos entrevistados, então decidimos por não definir o tempo, deixar mais livre, mas sem ultrapassar 10 minutos por reportagem. A finalidade é entender a violência obstétrica, trazendo relatos de mulheres que passaram por essa agressão e mostrando também o posicionamento dos profissionais da área com relação ao sistema de saúde no Brasil. Procuramos saber se há ações públicas ou judiciais que possam prevenir ou tentar coibir a violência e, por último, mostrar alternativas de partos que respeitam as escolhas da mulher, enquanto parturiente. A pesquisa durou cerca um ano, as entrevistas aconteceram entre março e maio de 2016 que resultaram na série de cinco reportagens: 1ª Reportagem  O que é violência obstétrica?: 06 51 2ª Reportagem  Relato de casos: 09 13 3ª Reportagem  Atual situação do SUS: 06 16 4ª Reportagem  Sofri violência obstétrica, o que fazer?: 05 42 5ª Reportagem:  Humanização do Parto: 09 05 No total de 37 minutos e 10 segundos,  Quem vai parir? ouviu mães, especialistas, profissionais de saúde para desvendar o silêncio da violência obstétrica em Juazeiro-BA e Petrolina-PE. Percorreu os caminhos da denúncia e conversou com mulheres que buscaram uma nova forma de parir seus filhos. A série trata as questões que envolvem os abusos sofridos por mulheres no momento mais especial da vida delas, a hora de ter um filho. A quem interessar a série está disponível na plataforma digital Sound Clound . </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A produção da série  Quem vai parir? trouxe a possibilidade de um trabalho acadêmico feito para além de uma aprovação, mas uma realização pessoal que me proporcionou uma vivencia e reflexão da profissional. Durante a pesquisa e meses indo a campo para as entrevistas, pode-se perceber a importância do tema não apenas para quem pesquisa, mas para as mulheres que sofrem abusos na gestação e no parto e não conseguem reconhecer a existência da violência obstétrica. Além do conhecimento e das perspectivas alcançadas em campo, a produção da série  Quem vai parir? deixou contato com histórias e vivências de mulheres que têm no olhar o medo, carregam dores que foram além do parto. Essas abalam o pesquisador em campo, mas ao mesmo tempo levanta a questão da violência obstétrica para futuras produções acadêmicas e pela possibilidade de muitas mulheres realizarem um parto respeitoso. É necessário ressaltar a importância do veículo rádio para os ouvintes. O meio é muitas vezes pouco discutido na faculdade, deixado de lado, mas o rádio não morreu e parece caminhar para uma renovação de formatos e gêneros sem perder sua essência maior que é a proximidade com o publico ouvinte. A ligação que o veículo tem na vida das pessoas passa de geração em geração.  Quem vai parir? não é o primeiro trabalho que aborda a questão da violência obstétrica na região, porém é o primeiro produto que retrata essas práticas no Sistema Único de Saúde nas cidades de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. Não chegou ao conhecimento outra série ou reportagem radiofônica que aborde essa temática na região. Já a veiculação da série de reportagens radiofônicas  Quem vai parir? serve para informar às mulheres que já pariram e as futuras mães que existe violência obstétrica, que o direito a um atendimento digno e humanizado está garantido em lei, basta conhecer e estar seguras de suas escolhas. Posto isto, acreditamos o trabalho alcançou os propósitos acadêmicos, social, além das expectativas pessoais. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">FREIRE, Marcelo e LOPES, Débora. Linguagem radiofônica e jornalismo. LOGOS 35 Mediações sonoras. Vol.18, Nº 02, 2º semestre 2011. Disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/logos/article/view/2158/1982. Acessado em: 24 de abr 2017.<br><br>McLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem. São Paulo: Cultrix, 2007.<br><br>PRADO, Emílio. A estrutura da informação radiofônica. São Paulo: Summus, 1989.<br><br>WOLFF, Leila. Violência Consentida: Mulheres em trabalho de parto e parto. 138 Saúde Soc. São Paulo, v.17, n.3, p.138-151, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v17n3/14.pdf. Acessado em 10 de abr 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>