ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00329</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO16</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Documentário: Casa de Madeira, Chão de Mangue</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Alessandro Silva (UNIVERSIDADE CEUMA); Paula Lidiane Tavares Barbosa (UNIVERSIDADE CEUMA); Polyana Amorim Chagas (UNIVERSIDADE CEUMA); Ana Beatriz Martins Araujo (UNIVERSIDADE CEUMA); Tulio de Sousa Leite (UNIVERSIDADE CEUMA)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Comunidade Jaracati, Documentário jornalístico, Produção de vídeo, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário  Casa de madeira, Chão de mangue tem como proposta desconstruir a visão pejorativa que a sociedade tem sobre quem mora em palafitas, em especial, na Travessa Santa Tereza, Jaracati (São Luís- MA)e contar como é a vivência na comunidade a partir do relato de seus moradores. Uma das maiores preocupações deste projeto é propor para a sociedade não somente uma discussão sobre a realidade destas pessoas, mas, além disso, fazê-la refletir sobre a importância de propiciar melhorias, não só em parâmetros estruturais, mas sociais também.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Casa de Madeira, Chão de Mangue é uma produção de alunos do curso de Jornalismo da Universidade Ceuma, realizado no período de 2016 a 2017, com o objetivo de retratar a vivência na comunidade do Jaracati a partir de seus moradores. O curta metragem aborda um olhar que não é evidenciado pela mídia local, pois a mesma, ostensivamente, retrata o Jaracati como um lugar violento. Esta imagem é absorvida pela audiência que passa a ver o bairro como um lugar perigoso. Por isso a responsabilidade de se produzir algo, (quando se fala de mídias que trabalham na produção de conteúdo noticioso). Por tais fatores, o Casa de Madeira, Chão de Mangue, buscou entrevistar pessoas que vivem na comunidade, para que falassem sobre suas vivências, as dificuldades e benesses do lugar onde habitam. O vídeo evidencia também trabalhos da "Fundação Projeto Casa" e sua contribuição para a comunidade, destacando a mobilização de outros pólos da sociedade pela melhoria da qualidade de vida naquela comunidade. O documentário apresenta a comunidade do Jaracati com a perspectiva de que as pessoas que ali vivem têm histórias, possuem laços com o local que habitam, além de trabalharem na projeção de um futuro para as crianças. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A partir de uma abordagem documental, pretende-se conhecer a realidade da comunidade da Travessa Santa Teresa no Jaracati e destacar a vivência dos moradores, assim como, a quebra de preconceitos. Propondo minimizar o estigma social que, as pessoas que moram ali, enfrentam em função das mídias de violência que são propagadas. A relação com o espaço propicia uma troca de valores, cultura, conhecimento e, também, a estimulação de melhorias. Tendo as crianças como detentoras dessa visão qualitativa da vida futura. Através de uma visão mais ampla pretende-se ampliar o conhecimento da sociedade em relação a estes indivíduos e estimular o interesse nos mesmos em conhecer e partilhar de momentos de interação com a comunidade. Conhecer histórias de seus moradores e retratá-las, identificando seus motivos de permanência na Travessa Santa Tereza em meio algumas dificuldades ali encontradas, evidenciando momentos entre seus moradores, e assim minimizar a visão pejorativa de uma população que vivencia apenas momentos difíceis. Tornar notório a seleção de moradores com idades e tempo de moradia diferente na comunidade. Produzir um vídeo de acordo com as regras do documentário jornalístico e praticar técnicas de jornalismo apreendidas em sala de aula. Mapear as ações sociais que são realizadas naquele lugar. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Mostrar através de filme documental a vida e a relação dos moradores da Travessa Santa Tereza, propõe uma oportunidade de partilhar com muitas pessoas a vida que estes levam e a interação que comungam com o espaço. Casa de Madeira, Chão de Mangue buscou em vários momentos registrar essa vivência da comunidade. O espaço onde as pessoas estão inseridas presume, em sua maioria, que tipo de valores culturais estes partilham e lhe dá a sensação de pertencimento.  A ideia de pertencer a um lugar ou a um grupo é tão antiga e necessária para o sujeito quanto respirar. É na interação com o outro que o  eu realiza sua existência. O princípio da alteridade só tem razão de existir em relação ao outro. Então o que fazer quando o  eu ocupa um território inexistente aos olhos do outro? (GONÇALVES e NASCIMENTO, 2011, p. 51). Um contingente de pessoas que vivem sobre o mangue e em condições um tanto precárias pressupõe um lugar hostil e sem vida. O retrato que muitos fazem sobre o âmbito destes moradores é algo que de modo repetitivo se partilha entre os que ali não moram. A proposta do documentário não é, em nenhuma instância, uma tentativa de mascarar tal realidade, o que se busca é uma abordagem que tente ilustrar, também, as perspectivas dos moradores e suas relações com o espaço onde vivem que, em sua maioria, demonstram que é possível ser feliz em meio às limitações. Justifica-se, também, a necessidade do documentário como sendo a ferramenta que melhor ilustra o que se propõe enquanto projeto. A forma como cada um relaciona-se com o espaço, culmina, também, na relação que possuem com os que se engajam pela comunidade. É muito comum perceber a troca de afetos entre voluntários e moradores. A construção de sentimento se dá de modo compassado e recíproco. O que nos leva a uma reflexão: por quais motivos pessoas se envolvem em causas de apoio e manutenção de projetos que asseguram uma possibilidade de melhoria de vida desses moradores? Pois ao passo que se investe em projetos tais como: reforço escolar, aconselhamento, pinturas em casas, se investe, também, na permanência dessas pessoas ao local onde estão. Ou seja, se há uma cobrança ou um estigma social que os obriga a saírem destes lugares acreditando ser inabitável, porque ainda há atividades que propiciam uma fixação destes?  [...], acho que quanto mais aceitação e apreço sinto com relação a esse indivíduo, mais estarei criando uma relação que ele poderá utilizar. Por aceitação, quero dizer uma consideração afetuosa por ele enquanto uma pessoa de autovalia incondicional  de valor, independente de sua condição, de seu comportamento ou de seus sentimentos. Significa um respeito e apreço por ele como uma pessoa separada, um desejo de que ele possua seus próprios sentimentos à sua própria maneira. Significa uma aceitação de suas atitudes no momento ou consideração pelas mesmas, independente de quão negativas ou positivas elas sejam, ou de quanto elas possam contradizer outras atitudes que ele sustinha no passado. (ROGERS, 1997). O documentário jornalístico comporta de maneira singular a realidade desses moradores e o espaço em que vivem; oferecendo uma minimização de estigmas, assim como o retrato de outra realidade que é vinculado pela mídia e endossado pelas pessoas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O fator norteador que fizera com que a comunidade de palafitas do bairro do Jaracati fosse alvo de estudo e, posteriormente filme documentário, partiu de uma aula de Antropologia, conduzida pela professora Isanda Canjão, no primeiro período do curso de jornalismo, no ano de 2016. Até então, o desejo de fazer algo dentro da sociedade era latente, mas sem um projeto definido. O planejamento do documentário pode começar com a ideia do documentário. E a ideia do documentário pode começar com um vago impulso em alguma direção (HAMPE, 1997a, p.1). Após a definição do que fazer, no caso o documentário, procurou-se discutir o que seria abordado, o que se pretendia mostrar, quais recursos seriam utilizados, como faríamos para aproximarmo-nos da comunidade. A princípio, definimos que abordaríamos a desigualdade social presente no bairro Jaracati, logo mais, em meio à realidade e depoimento dos moradores, o olhar do documentário foi modificado, e passou a ser embasado no estigma que a comunidade sofre pela mídia local. Ao ponto que se conhecia a comunidade, procurou-se maneiras de se trabalhar com os moradores, contudo, viu-se a necessidade de estabelecer um vínculo afetivo com os mesmos. Através de uma ação social promovida pelos alunos e em parceria com órgãos públicos, foi possível uma aproximação e, somente então, o projeto de filme documentário pôde ser colocado prática. No entendimento de que os recursos audiovisuais comportam de melhor maneira o assunto que será retratado, figura a importância de se produzir um filme documentário de curta metragem.  A tradição do documentário está profundamente enraizada na capacidade de ele nos transmitir uma impressão de autenticidade. E essa é uma impressão forte . (NICHOLS, 2010, pg. 20). Logo após a formação do grupo e divisão das atividades que seriam desempenhadas por cada um, foi estabelecido um cronograma para o desenvolvimento do trabalho. A coleta de dados primários, leituras de artigos e livros, assim como a gravação de áudios e anotações pertinentes que assegurava o registro detalhado das entrevistas que foram realizadas.  O texto da proposta é resultado de uma primeira etapa de pesquisa. Sua função é garantir condições para o aprofundamento dessa pesquisa para que só então possa ser iniciada a etapa de filmagem. Trata-se de um documento que serve apenas aos propósitos da pré-produção e não como um guia para a orientação da filmagem. Não obstante, a escrita da proposta marca também o início de um processo de seleção necessário para ajustar esse conteúdo do mundo ao formato discursivo de um filme . (PUCCINI, 2009, p.180). Após conhecer a comunidade, iniciou-se uma busca pela sua história e seus moradores. Levantou-se a preocupação de quais eventos deveriam ser filmados; quais pessoas seriam entrevistadas, qual cena e em qual ângulo deveríamos colocar.  Boas imagens não aparecem do nada. É preciso planejamento. Você deve estar pronto a reconhecê-las, e o mais importante, esta pronto para filmá-las, quando elas acontecerem. Então você deve selecioná-las e organizá-las para apresentar um argumento visual aos espectadores . (HAMPE, 1997b. p.1) Pré-entrevistas marcam o primeiro contato entre documentarista, ou sua equipe de pesquisadores, e os possíveis participantes do documentário. Após esse período de pré-entrevistas, buscou-se fazer as entrevistas em profundidade. Elas foram realizadas com os moradores da comunidade, seus líderes representantes, e alguns voluntários presentes nas ações sociais realizadas no local. Por entrevista em profundidade entende-se que se trata de uma conversa orientada para um objetivo definida: recolher, por meio do interrogatório do informante, dados para a pesquisa.  As respostas foram dadas de acordo com a subjetividade de cada entrevistado. São úteis tanto para fornecer informações, ou mesmo aprofundar informações já coletadas, como para servir de teste para se avaliar os depoentes como possíveis personagens do filme no que tange ao comportamento de cada um diante da câmera (no caso de pré-entrevistas gravadas em vídeo) e a articulação verbal do entrevistado . (PUCCINI, 2009, p.182). No decorrer das pesquisas, surgiram várias possibilidades a serem abordadas no documentário. E ainda que estabelecendo linhas, definindo como deveria ser abordado o assunto, existia uma oscilação de acontecimentos que derrubavam os roteiros já traçados. Segundo Barry Hampe, durante a produção do roteiro ou  script , como ele irá chamar, é viável seu descarte, acreditando serem os fatos, improváveis.  [...] a produção de um documentário espontâneo sobre algum tipo de comportamento ou sobre algum evento único, não deve haver um  script , no sentido de um roteiro cinematográfico tradicional, porque ninguém sabe o que realmente vai acontecer na hora da filmagem. Escrevendo um documentário espontâneo, a ênfase é na visualização e na organização, não na narração ou no diálogo. Isto é o que eu chamo de  a arte de escrever sem palavras . (HAMPE, p.1, 1997b.) (2016 online). Os roteiros seguiram uma linha variante, tornando a experiência documental dinâmica e inspiradora. À medida que se trabalhava no documentário, novas ideias surgiam, proporcionando assim uma complementação qualitativa no produto. Todos os registros foram captados por uma câmera Cannon SOS Rebel T2i, e por um microfone externo: Lapela. Todo o equipamento utilizado era único e exclusivo dos alunos idealizadores do documentário. A maioria das gravações ocorreu no período da tarde, por se perceber uma iluminação mais adequada para realizar as filmagens, assim como a disponibilidade dos entrevistados.  Mapear e fazer um cuidadoso estudo dos locais de filmagem pode ser útil para prevenir possíveis imprevistos ou problemas técnicos relacionados à iluminação e captação de som, além de fazer com que o documentarista se familiarize mais com o universo abordado . (PUCCINI, 2009, p.183). O produto foi gravado na Travessa Santa Tereza, bairro Jaracati, São Luís-Maranhão, o ambiente foi estudado para que os documentaristas estejam próximos á realidade abordada e as gravações realizadas de acordo com o ambiente. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Após a apropriação dos resultados obtidos em campo, chega enfim o momento de análise, descrição do produto, o que contribuiu para a construção desse projeto enquanto estrutura e aspectos estéticos. A partir da descrição do produto, ficará mais fácil a compreensão da ideia aqui desenvolvida. A imagem de abertura que dá título ao documentário parte de um pensamento que se evidencia na própria realidade dos moradores. O título Casa de Madeira, Chão de Mangue nada mais é, do que a descrição estética e geográfica da imagem que se forma. A madeira por ser a ferramenta crucial para a construção das palafitas posiciona-se acima do mangue, configurando, assim, o nome da produção. Com isso, A madeira da abertura do vídeo, assim como as cores das letras são utilizadas como recursos estéticos que representam um contraste simbólico entre o que aqueles moradores entendem ser sua comunidade e o que a mídia retrata.  Ao analisar a relação fundo/figura em uma imagem, nosso olhar se desloca para a busca de oposições. Assim, em geral a expectativa é de que o elemento representado de alguma forma se destaque em relação ao ambiente em que se insere, e essa busca se concretiza na análise de relações de cor, luz, contraste . (COUTINHO, P. 338, 2015) Na cena inicial, procurou-se estabelecer um nível de cor que representasse a luz do poente, não só pelo fato de os moradores pertencerem a uma cidade marítima, mas para dá suporte estético à cena. Pensou-se em uma narrativa em voz off, com cenas do personagem Dhoseph Guterres caminhando pela comunidade, procurando a partir disso, conduzir o espectador à narrativa do começo ao fim, buscando uma unicidade nos elementos de cena e, também, na voz do personagem.  O propósito da narração é contar ao espectador as coisas que ele precisa saber e que pode não conseguir captar diretamente das imagens . (HAMPE, p. 9, 1997) (2016 online). De modo compassado, aplicou-se a câmera lenta como apelo emocional. Ao longo de todo o vídeo foi inserido caixas de textos, trazendo informações acerca da comunidade. Acreditando, assim, auxiliar na aproximação e integração entre imagens, áudios e textos. Foi pensado em uma descrição de cada personagem com uma edição mais detalhada para que assim as pessoas fixassem cada personagem e pudessem observar a construção de sua história durante todo o vídeo. O posicionamento estático dos personagens ao aparecer às caixas de textos figura esse objetivo da equipe. O som de datilografia que fora inserida através do programa Adobe After Effects, durante a aparição das letras, sugere uma dinâmica de um personagem para o outro, evidenciando, assim, o que se pretendia: uma fixação na memória dos espectadores quanto ao personagem. As técnicas utilizadas para que essa memorização pudesse ser real foi o congelamento da imagem no personagem, nos primeiros segundos, um recorte da imagem, de modo que ele ficasse mais em evidência; a aplicação de máscara escura, opacidade escura e a aparição de caracteres, assim como o som que os mesmos produzem. Toda edição de Casa de Madeira, Chão de Mangue foi realizada através dos programas do Adobe Premiere e Adobe After Effects. As transições seguiram um padrão que pudesse assegurar um acordo entre o produto áudio visual e o público que o assiste, sendo assim especificados como Cross Dissolve e Corte seco. O posicionamento da maioria dos personagens, opcionalmente, foi fixado ao lado direito, para que se seguisse uma linguagem padrão.  O enquadramento indica o recorte feito pelo produtor do registro visual para comunicar sua mensagem, ou em outras palavras indica quanto a imagem mostra da cena representada . (COUTINHO, p. 337, 2015). Os planos que foram utilizados nas imagens foram o Meio Primeiro Plano (o enquadramento faz-se da cintura para cima) e o Primeiro Plano (o enquadramento faz-se do peito para cima). Cabe ressaltar, que o efeito Flare que se evidenciou na cena de apoio que antecede a personagem Ludmila, aconteceu de modo real, sem efeitos de programas. Essa intercalação serviu de passagem de uma cena à outra. As trilhas sonoras de Casa de Madeira, Chão de Mangue, passaram por uma série de modificações, pois o que se tinha em mente como suporte musical das cenas, eram trilhas que imputassem alegria e sentimento de mudança. Estas, por sua vez, foram capturadas através do site Jamendo Music, que conta com um acervo bastante significativo de músicas sem direitos autorais. Foram utilizadas três músicas sendo uma delas posicionada em todo o vídeo; outra em todos os momentos em que o personagem é congelado e os caracteres aparecem e outra no final do vídeo quando os créditos aparecem. O filme exposto através de narrativa, em especial, a presença constante do personagem Dhoseph Guterres, sinaliza um objetivo dos alunos em denotarem a importância do personagem a aquela comunidade. Por isso a montagem da narrativa que se intercala o tempo todo na voz do mesmo. Para o encerramento do vídeo, utilizou-se de uma narrativa em voz off, novamente, e imagens de apoio que figurassem o que a narrativa propunha. Estas cenas, por sua vez, foram colocadas de modo mais lento seguindo uma ordem cronológica com o que já havia sido apresentado. A cena final que mostra o pescador levando o feixe de peixes para casa se relaciona com o pôr do sol, proporcionando um víeis poético, além de incentivar o público a uma contemplação do cenário. Nos créditos foram utilizadas as técnicas de efeito Roll e a finalização com o Cross Dissolve. O filme de curta metragem, não ficcional, traça uma experiência entre alunos, academia e comunidade, tornando uma relação híbrida entre ambos os espaços. Na produção do Casa de Madeira, Chão de Mangue, essa relação culminou na construção não só de um produto audiovisual mas, também, na aproximação entre realidades que podem impulsionar sonhos. No decorrer do vídeo os relatos apresentados pelos moradores demonstram uma amena ruptura de um viés estigmatizado que a mídia transpõe a respeito destes e a relação que os mesmos possuem com espaço. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O Casa de Madeira, Chão de Mangue apresentou parte dos resultados alcançados com o projeto que teve como objetivo observar e acompanhar o cotidiano de moradores de palafitas da comunidade do Jaracati, tendo como pressuposto minimizar a visão que a mídia local veicula sobre tal comunidade, fazendo, assim, com que preconceitos e estigmas sociais que os habitantes da Travessa Santa Tereza enfrentam, sejam amenizados. A estigmatização sofrida pelos moradores será retratada como um elemento de ruptura de uma visão simplista advinda de uma mídia que acaba por imputar seus conceitos e preconceitos sobre estes. A partir dos relatos, pôde perceber-se que se trata de um problema assentado numa escolha noticiosa, onde aquilo que é veiculado pela mídia sobre a comunidade, é retratado, em sua maioria, de forma negativa, e aquilo que os moradores vivenciam está pautado em seus laços afetivos com o meio em que vivem. Assim como a necessidade de melhorias. Com os resultados, infere-se que a comunidade não vivencia, somente, de um quadro de necessidade estruturais, onde, através de um modo empírico, é compartilhado entre as pessoas esse estigma e endossado pela mídia. Tornando aparente um ponto de vista das notícias em relação à comunidade e fortificando que os moradores, de igual modo o local em vivem, possuem outras realidades que precisam ser evidenciadas, também. Casa de Madeira, Chão de Mangue traduz essa realidade, enveredando por caminhos pouco explorados. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">GONÇALVES E NASCIMENTO. Favela, espaço e sujeito: uma relação conflituosa. Disponível em: <http://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2011/05/8-Favela-espa%C3%A7o-e-sujeito-Ipotesi-152.pdf> Acesso em: 07 de mar. 2017. <br><br>HAMPE, Barry. A ideia do documentário. NUPPAG  Núcleo de pesquisa e produção audiovisual em geografia  IGCE  UNESP/ Rio Claro. Tradução: Roberto Braga. 1997. Disponível em <https://cinemagister.wordpress.com/2008/04/19/a-ideia-do-documentari>Acesso em: 30 de março de 2017.a<br><br>HAMPE, Barry.  Escrevendo um documentário. 1997 . NUPPAG  Núcleo de pesquisa e produção audiovisual em geografia  IGCE  UNESP/ Rio Claro. Tradução: Roberto Braga. 2016. Disponível em <https://www.slideshare.net/faellator/escrevendo-um-documentario> Acesso em: 30 de março de 2017b<br><br>NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário. São Paulo: Papirus, 2012.<br><br>PUCCINI, Sérgio. Introdução ao Roteiro de Documentário. Disponível em: <http://www.doc.ubi.pt/06/artigo_sergio_puccini.pdf> Acesso em: 07 de mar. 2017.<br><br>PUCCINI, Sérgio. Documentário e Roteiro de Cinema: da pré Produção à pós  produção. São Paulo: s.n, 2007.<br><br>ROGERS, Carl. Tornar-se Pessoa. São Paulo: Ltda, 1997.<br><br> </td></tr></table></body></html>