ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00531</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Questão de Ordem: reformulação do projeto gráfico-editorial para um jornalismo literário embasado nas relações entre cidade e narrativa</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Elizabeth Caroline de Souza (Universidade Federal da Paraíba); Laianna Maiara Januário Alves (Universidade Federal da Paraíba); Bruna Luiza Cairo do Rego (Universidade Federal da Paraíba); Carlos Alberto Farias de Azevedo Filho (Universidade Federal da Paraíba)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Questão de Ordem (QO), Jornalismo Literário, Espaço Urbano, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O QO é um jornal laboratorial produzido por alunos da disciplina de Oficina de Jornalismo Impresso, orientados pelo professor Carlos Azevedo, do curso de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Desde a suas duas últimas edições do semestre 2016.1, o QO trouxe uma nova configuração gráfico-editorial que aposta no jornalismo literário e na apresentação visual moderna como ferramentas para redefinição dos modelos de jornalismo impresso realizado nas universidades brasileiras. A proposta inovadora foi discutir a relação entre o jornalismo e o espaço local na cidade de João Pessoa a partir da produção de edições especiais levando a equipe do jornal (professor e alunos) para tomar contato com as tensões urbanas e sociais contemporâneas. <br></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Desenvolvido para a disciplina de Oficina de Jornalismo Impresso, o Jornal Questão de Ordem tem uma tradição de quase 30 anos de publicação. O periódico surgiu com o intuito de levar para perto dos alunos as práticas desenvolvidas na produção do jornal impresso. Seu objetivo principal era desenvolver matérias relacionadas à universidade e não para além de seus muros. Mas a partir do ano de 2016, sob a coordenação do professor Carlos Azevedo, houve uma reformulação no conteúdo jornalístico do QO e uma das primeiras mudanças foi ultrapassar os muros da UFPB.<br>O jornalismo é peça indispensável deste processo de integrar a universidade à comunidade, porque, além de informar, assume o papel formativo. (...) Ele deve reportar em suas linhas que o sujeito não é somente coadjuvante, mas faz parte da história. Em verdade, o jornalismo é real e ativo porque, ao mesmo tempo em que reconstitui de forma minuciosa, criteriosa e verídica o fato jornalístico, possibilita ao leitor a enriquecedora e oportuna reflexão. <br>(VIEIRA JÚNIOR, 2002, p. 10).<br>Estabelecendo uma conexão com o que Jorge Pedro Sousa diz  O jornalismo é uma forma de comunicação em sociedade (SOUSA, 2001, p.13), as matérias que agora dão vida ao jornal Questão de Ordem não só relatam o que acontece na universidade, mas passam a penetrar as ruas da cidade de João Pessoa. Apostando em um jornalismo literário, no seu novo formato o Questão de Ordem trouxe para suas páginas a singularidade que envolve a capital paraibana e as histórias de seu povo. <br>O centro de João Pessoa e o bairro do Bancários foram temáticas das duas edições inovadoras do Questão de Ordem que apostou em uma linguagem híbrida entre o jornalismo e a literatura. O jornal não se limitou ao factual, distanciando-se, nesse sentido, dos jornais comerciais que  estão mais orientadas para a cobertura e tratamento do que é pontual e episódico, do que para o que se processa ao longo do tempo , como diz Correia (1997).<br><br><br> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Jornal Laboratorial Questão de Ordem tem como objetivo fomentar a prática dos estudantes do curso de Jornalismo. O QO é desenvolvido na disciplina Jornalismo Impresso do curso de Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Por ser produzido no quarto período da grade curricular do curso, são colocados em exercício os aprendizados adquiridos nas disciplinas introdutórias de Fotojornalismo, Editoração e Programação Visual, Gêneros Jornalísticos e também os conteúdos teóricos para uma escrita correta e responsável como propõe o Código de Ética do Jornalista. <br>Art. 2º [& ] I - A divulgação de informação, precisa e correta, é dever dos meios de comunicação pública, independente da natureza de sua propriedade [& ] Art. 4º - O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação. (CÓDIGO DE ÉTICA DO JORNALISTA BRASILEIRO. 2007, p.1)<br><br>Sentíamos a necessidade em, junto com a reformulação, explorar as mais diversas possibilidades de textos, temas e abordagens. Isto porque, como traz Dirceu (1989),  a importância do órgão laboratorial está, principalmente, em não apenas fazer, mas refletir sobre o fazer. Essa reflexão e essa crítica sobre a prática profissional contribuem para a articulação teoria-prática desenvolvida nos órgãos laboratoriais .<br>As edições foram decididas em conjunto por toda a turma. Na primeira, chamada  No Centro da crise , o objetivo foi de redefinição total do Questão de Ordem, focando <br>o centro da cidade, para que ele fosse realmente melhor conhecido por mais universitários e pessoenses.<br>Já na segunda edição, denominada  Uma cidade chamada Bancários o objetivo maior foi consolidar a mudança, direcionando agora para um bairro bastante conhecido pelo alto número de alunos universitários que moram no local devido sua proximidade à Universidade Federal da Paraíba. <br><br> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A disciplina de Oficina de Jornalismo Impresso dos alunos do curso de Jornalismo da UFPB, do 4º período, teve o objetivo de produzir um jornal que fosse buscar nos bairros pessoenses suas histórias e personagens que contribuem na construção histórica desses locais. De acordo com o teórico José Marques de Melo (1974), o jornal laboratório não deve ser visto como um mero exercício escolar que não ultrapassa as paredes da sala de aula, mas ele deve adquirir uma característica socialmente relevante.<br>O jornal Questão de Ordem foi elaborado justamente com esse recurso de difusão, com o intuito de ser conhecido, de dar voz às pessoas e aos locais onde moram. Veículo que se encontra em crise atualmente, o jornal impresso continua possuindo um significativo papel no mundo da comunicação e à medida que a sociedade evolui é <br>preciso que ele também corresponda a essas mudanças sociais para que ali encontre espaço.<br>Seguindo essa lógica, o Questão de Ordem passou por mudanças que contribuíram na sua divulgação e na interação do leitor com o jornal. O resgate do jornalismo literário, por exemplo, visou dar uma linguagem agradável ao veículo e consequentemente prender a atenção do leitor.  Como características fortes o Jornalismo Literário busca no realismo social o recurso do ponto de vista, pelo qual a narrativa acontece da perspectiva de alguém que participa, testemunha ou vê (SILVA, 2007, p.58).<br>O Questão de Ordem nessas duas edições com seus perfis, crônicas, reportagens e imagens visou trabalhar a pluralidade, dando voz a fatos e pessoas que muitas vezes passam despercebidas pela sociedade. Tudo foi construído de forma democrática e alternativa para atrair a atenção do leitor e transmitir informação de qualidade, apostando em um jornalismo inovador, com textos leves e design arrojado.<br><br> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Sob a orientação do professor Carlos Azevedo, os alunos da disciplina de Oficina de Jornalismo Impresso se reuniam como em uma redação. O professor indicava quem deveria ser o editor-chefe e os demais cargos de liderança como os chefes de reportagem, as editorias e a editoração eram distribuídas para os alunos de acordo com seu perfil e interesse pessoal. &nbsp;<br>Nessa sala de redação, toda a construção foi coletiva, desde o bairro que seria tema do jornal, até a disposição das matérias, passando pela criação de pautas, distribuição e seleção da matéria de capa. Criação de texto, fotografias, diagramação e revisão foram etapas realizadas pelos próprios discentes. Nesta última, a turma voltava a se reunir com o boneco&nbsp; do jornal, que é o protótipo do formato gráfico, e todos os textos eram lidos em rodízio, sendo revisados por até três pessoas a fim de dizimar possíveis erros. Após a conclusão dessas etapas, o jornal era enviado para a impressão e, por fim, distribuído novamente por toda a turma, tanto nos locais de fonte, como em pontos estratégicos da universidade e do bairro abordado.<br>Foi para simbolizar esse trabalho em equipe que escolhemos o hexágono como elemento gráfico, parte da identidade visual, para estas edições que produzimos. Escolhido pela forma diferenciada, na qual permitia o encaixe das fotos sem perder nenhum detalhe e, principalmente, por remeter à colmeia, para representar a nossa coletividade. O hexágono foi utilizado em algumas imagens e em todas as fotos da equipe líder de cada edição.<br>Na edição  No Centro da crise  que teve como tema o Centro de João Pessoa, os alunos deslocaram-se juntos para esse ponto da cidade e lá se dividiram de acordo com as pautas. Todos os repórteres tinham em sua companhia um repórter-fotográfico com o intuito de também exercitar o fotojornalismo e fazer com que a matéria tivesse fotos mais artísticas e espontâneas. Apesar de alguns estudantes terem utilizado câmeras próprias, a maioria das fotos foram feitas na Canon T3i com a lente tradicional 18-55 mm, disponibilizadas pela universidade. Tal lente permite uma maior adaptação às intenções do fotojornalista, selecionando entre planos abertos, que revelam mais elementos, como espaço e clima, e fechados, que por sua vez já revelam mais detalhes. Além das fotografias, também foram utilizadas ilustrações para criar uma dinamicidade entre o leitor e o texto. (SILVA, 1985).<br>As mesmas táticas e métodos foram repetidas na edição  Uma cidade chamada Bancários , sobre o bairro Bancários, na zona Sul da capital. Em ambas edições, após todas essas etapas de processo, o jornal foi editorado no programa InDesign do pacote Adobe, próprio para este trabalho no formato standard.<br>Foi nesse programa que o Questão de Ordem recebeu sua grande repaginada visual e editorial. Deixando o preto e branco de lado, utilizamos cores complementares quentes e frias, como o vermelho e o verde na primeira edição e o laranja e azul na capa da segunda (COLLARO, 2000). Para ressaltar alguns elementos textuais e contribuir na informação, fizemos uso de espaços em branco a fim de garantir os espaços de respiro para uma leitura tranquila, sem exaustão.<br><br> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">&nbsp;&nbsp; &nbsp;Composto por 16 páginas no formato standard germânico (40cm x 29cm), o Questão de Ordem tem todas as suas páginas divididas em quatro colunas. Na capa, a logomarca do jornal e a foto da matéria principal estão em preto e branco. Ao lado direito dela, uma coluna colorida traz quatro matérias em destaque com título, foto e indicação de página. Já abaixo da foto de capa, mais seis chamadas têm seus espaços garantidos, sendo três com fotos no formato de hexágono, elemento gráfico pertencente a nossa identidade visual e, portanto, recorrentes nas demais páginas.<br><br>&nbsp;&nbsp; &nbsp;Na página 2, publicamos o editorial. Produzido pelo Editor Chefe, o texto resume o trabalho da equipe para a construção daquela edição. Em seguida, há uma página reservada para crônicas, acentuando o caráter literário do jornal. A partir daí o QO segue com quatro páginas para cada editoria, na ordem: Cidades, Cultura e Campus. Para finalizar, mais uma página para crônicas.<br><br>5.1 No Centro da crise<br>&nbsp;&nbsp; &nbsp;A edição de abertura do  novo Questão de Ordem foi lançada em agosto de 2016, quase dois meses após o início do período letivo 2016.1. Nesse intervalo, além de produzir a edição, criamos o novo projeto gráfico e discutimos as potencialidades do jornalismo literário. Com essa repaginada,  No Centro da crise retratou Crônicas,&nbsp; Cidade, Cultura e Campus. Por ainda assim, ser um Jornal vinculado a instituição UFPB, não podíamos deixar de fora o caderno Campus, no qual a matéria  chave foi sobre as obras abandonadas, sempre questionadas, mas nunca abordadas nos veículos de comunicação. &nbsp;<br><br>5.2 Uma cidade chamada Bancários<br>&nbsp;&nbsp; &nbsp;Nesta edição de consolidação da nova identidade visual, o QO retratou Crônicas (Baiano dos Bancários), Cidade (escola, saúde, rolezinho, a  cidade chamada bancários e Praça da Paz. Ja em Cultura: perfil de escritores e artistas plásticos, grupo de circo e trabalho fotográfico. No caderno Campus: Pokemon GO, comercio e feira agroecológica, aluno apoiador e projetos da UFPB.<br><br> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O Questão de Ordem foi uma valiosa experiência para que os alunos conhecessem, na prática, os métodos para a elaboração de um jornal impresso. As reuniões de pautas, os levantamentos de ideias colaboraram na construção do senso crítico, em uma maior reflexão acerca do papel que o jornalismo ocupa na sociedade e de como é importante que ele alcance o cidadão cumprindo a sua função de propagar a informação eticamente. <br>Assim, o jornal laboratório QO deixou de ser um órgão informativo que prioriza apenas notícias sobre o mundo universitário para, em cada edição, apresentar um bairro diferente de João Pessoa e as peculiaridades que envolvem o local e sua população, abordando segmentos e&nbsp; temas não explorados pela mídia tradicional, para que no representar o cotidiano se permita um aprofundamento de questões cidadãs importantes para a cidade através do uso de recursos e estratégias narrativas do chamado jornalismo literário, em particular&nbsp; com a experimentação dos gêneros como a reportagem, o conto-reportagem, o perfil e a crônica. <br>A disciplina de Oficina de Jornalismo Impresso foi concluída pelos alunos com a certeza de que mudanças positivas foram realizadas, o jornal Questão de Ordem passou a ser mais conhecido ao ultrapassar as fronteiras da universidade, permitindo que notícias de qualidade elaboradas através do ensino tido em sala de aula pudessem somar na construção de uma sociedade melhor.<br><br> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. 2007. p.1. Disponível em: fenaj.org.br/wp-content/uploads/2016/08/codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros-1.pdf. Acesso em: 13 abr. 2017.<br><br>COLLARO, Antônio Celso. Projeto Gráfico: teoria e prática da diagramação. São Paulo: Summus, 2000.<br><br>CORREIA, Fernando. Os jornalistas e as notícias. Lisboa: Editorial Caminho. 1997<br><br>MELO, José Marques de. (Org.) Normas de redação de cinco jornais brasileiros. São Paulo: Com-Arte/ECA/USP, 1974.<br><br>SILVA, Manoel Jesus Soares da. Jornalismo e Literatura  uma relação possível. Dissertação de Mestrado. Rio Grande do Sul, Universidade Católica de Pelotas, 2007.<br><br>SILVA, Rafael Souza. Diagramação: o planejamento visual gráfico na comunicação impressa. São Paulo: Summus, 1985.<br><br>SOUSA, J. P. Elementos de jornalismo impresso. Porto: 2001. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-elementos-de-jornalismo-impresso.pdf. Acesso em: 15 abr. 2017.<br><br>VIEIRA JÚNIOR, Antônio. Uma pedagogia para o jornal laboratório. Tese de Doutorado. São Paulo, Universidade de São Paulo, 2002. <br><br> </td></tr></table></body></html>