ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00563</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Agência Tatu de Jornalismo de Dados</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Graziela França da Silva (Universidade Federal de Alagoas); Micaelle Helena Fernandes de Morais Belo (Universidade Federal de Alagoas); Lucas Thaynan Gomes dos Santos (Universidade Federal de Alagoas); Magnolia Rejane Andrade dos Santos (Universidade Federal de Alagoas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;dados, jornalismo, agência, transparência, notícias</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente projeto originou-se a partir da intenção de explorar o vasto campo de dados abertos proveniente do poder público alagoano por meio de mecanismos de transparência como a Lei de Acesso à Informação (12.527/2011), bem como fazer uso de ferramentas que pudessem dar a possibilidade de examiná-los a fim de extrair informações de interesse público. No entanto, apesar da grande quantidade de dados disponíveis a serem acessados, a imprensa do estado de Alagoas ainda demonstra deficiências no que diz respeito a converter tais dados em informação relevante para a sociedade. Observando esta lacuna, surge a Agência Tatu de Jornalismo de Dados, em setembro de 2016, a partir de um trabalho idealizado e executado por alunos do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os veículos de comunicação em Alagoas, em suas mais diversas plataformas, continuam reféns da informação factual. Dificilmente há conteúdo distinto circulando, que explore ferramentas de visualização para comporem as matérias, principalmente entre os sites de notícias, ainda que estes permitam a utilização de recursos multimídia. A análise de dados tem como objetivo agregar informações novas ao fato que será noticiado. Estes dados, muitas vezes complexos, funcionam como mais uma fonte de informação para o jornalista, em que este deve utilizá-los de modo a corroborar com a construção do texto e destrinchá-los de maneira simples, objetiva e clara ao leitor/internauta. (SILVA e SANTOS, 2016) Ao mesmo tempo, a legislação brasileira atual abriu portas para que a sociedade tenha acesso aos gastos públicos e quaisquer informações inerentes ao poder público e seus agentes por meio de ferramentas online, o que representa uma importante fonte de pautas para o jornalista. No entanto, ainda assim faz-se necessário que estes dados sejam submetidos a critérios de avaliação jornalística e só então sejam oferecidos à população de forma clara e envolvente. Diante das variadas possibilidades oferecidas pela internet e da necessidade de oferecer conteúdo diferenciado e relevante ao público alagoano, nasceu a Agência Tatu, uma plataforma que busca cavar o emaranhado de informações disponíveis na rede com o propósito de oferecer análises e conteúdos pouco explorados pela mídia local. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Geral: Aprofundar os conhecimentos na área do jornalismo de dados, bem como desenvolver conteúdos inovadores, em um formato de agência de notícias, a fim de firmar-se no mercado jornalístico alagoano como plataforma desenvolvedora de material baseado na mineração e visualização de dados. Específicos: a. produzir conteúdo jornalístico especial utilizando dados referentes ao estado de Alagoas; b. montar gráficos e esquemas de visualização interativos dos respectivos dados, que sejam facilmente compreensíveis e tenham exatidão; c. "vender" tais materiais para veículos de comunicação no estado; d. difundir dados relevantes (com informações simplificadas) nas redes sociais; e. desenvolver as competências dos envolvidos no projeto a fim de ampliar os conhecimentos acerca do jornalismo de dados. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A agência foi desenvolvida com o objetivo de realizar um trabalho jornalístico utilizando bases de dados disponibilizadas nos portais de transparência de instituições ou órgãos públicos e/ou obtidas por meio de solicitações com amparo da Lei de Acesso à Informação (12.527/2011). Os materiais produzidos são voltados para informações a respeito de diversos setores de Alagoas, envolvendo áreas que fazem parte do cotidiano dos alagoanos, como ciência, saúde, segurança, política, economia, sustentabilidade, entre outros. A iniciativa de criar uma agência com foco nesta área do jornalismo é justamente abordar temas e dados pouco explorados por veículos de comunicação do estado que, muitas vezes, deixam passar detalhes despercebidos pela falta de intimidade com as ferramentas digitais e com as bases de dados. O compromisso com o cidadão, a transparência e o direito à informação são os ideais que nortearam o desenvolvimento do projeto, por isso, ao final de cada produto são disponibilizadas as bases de dados obtidas pela equipe. Deste modo, buscamos fortalecer a disseminação dos dados estruturados e possibilitar que outras pessoas e veículos possam utilizar desse material para a produção de novos conteúdos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para dar corpo ao projeto, foi desenvolvida a plataforma do site pelos próprios alunos, dentro da aplicação WordPress - mundialmente utilizada e que permite a criação de websites em linguagem PHP (Personal Home Page). Compondo a estrutura do site, foi definido o domínio do mesmo, como: www.agenciatatu.com.br. Também foi estabelecida a identidade visual, com criação do logotipo, padronização de fontes e gráficos, e definição da paleta de cores. Nas matérias produzidas pela equipe alguns recursos e programas são utilizados para realizar as etapas de um trabalho de jornalismo de dados. Programas como Excel e Google Sheets são usados na extração, análise, limpeza e organização dos dados obtidos. Outros programas como Canva, Carto DB, Tableau e Infogr.am são utilizados na elaboração dos gráficos e infográficos que compõem as matérias, já que eles permitem o uso de diversos recursos visuais. Não faltam exemplos em que a raspagem de dados pode ajudar na produção de melhores reportagens. Para isso, contudo, é preciso que o jornalista saiba dialogar com os sistemas computacionais. Não é possível vislumbrar as possibilidades que a raspagem de dados proporciona à prática jornalística sem antes ter acesso às técnicas& e isso inclui, dependendo do grau de complexidade das aplicações, aprender a programar. (PIRES, 2016) Os materiais produzidos pela agência devem atender aos requisitos básicos estabelecidos pelos participantes do projeto, que envolve pesquisa, extração, análise, checagem e publicação de dados públicos, sempre contextualizados e apresentados em narrativas visuais para melhor entendimento do público leitor. Além do site, a Agência Tatu possui perfis nas redes sociais Facebook (www.facebook.com/agenciatatu) e Twitter (www.twitter.com/tatuagencia), o que possibilita a ampla divulgação dos conteúdos produzidos pela agência. Também são elaborados cards direcionados para as redes com informações simplificadas e que possam permitir o fácil compartilhamento pelos usuários das mídias sociais. Camisas, crachás de identificação e cartazes ajudam na divulgação dentro e fora das dependências da universidade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Agência Tatu de Jornalismo de Dados é um produto laboratorial idealizado por alunos do curso de jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e orientado pela professora Drª Magnolia Rejane dos Santos, cujas atividades tiveram início em setembro de 2016 com a elaboração do plano de ação da agência. Neste primeiro momento, foram definidos os objetivos da plataforma e sua linha editorial. A partir de então foi definido como prioridade temas de interesse e relevância para a sociedade alagoana, como economia, política, educação, saúde, sustentabilidade, segurança, direitos humanos e ciência e tecnologia. Além disso, o conteúdo da agência estruturou-se no trabalho conjunto entre jornalismo e dados abertos, por acreditar que este é um dos caminhos mais efetivos para a construção de uma democracia transparente e responsável no estado de Alagoas. Para atingir este objetivo, a plataforma se propôs a ir além da simples divulgação de relatórios quantitativos do poder público. O material elaborado pela Agência Tatu é fruto de pesquisa, extração, análise, checagem e publicação de dados públicos, sempre contextualizados e apresentados em narrativas visuais para melhor entendimento do público leitor. O nome da agência surge com a estrita relação à prática que caracteriza o animal tatu: a da escavação. A atividade natural desse mamífero faz uma referência direta à primeira - e uma das mais importantes - etapas na elaboração de uma reportagem guiada por dados: a busca e extração das informações, seja nas páginas da internet ou fazendo uso da Lei de Acesso à Informação. Por acreditar na cultura de dados abertos como processo fundamental para construção de uma sociedade mais participativa, a agência segue o princípio definido pelo Open Definition (OPEN KNOWLEDGE FOUNDATION) de que "dados abertos podem ser livremente usados, modificados e compartilhados por qualquer pessoa, para qualquer propósito". Por este motivo, a plataforma sempre disponibiliza os dados e documentos utilizados nos materiais jornalísticos produzidos ao final do texto, em formato aberto (xls. ou csv.), para que a informação possa ser checada pelo leitor e a leitura suscite novos projetos e discussões. Após definir a base conceitual da agência, foram distribuídas funções aos alunos participantes e professores orientadores. Cada estudante ficou responsável pela produção de conteúdo jornalístico, correspondendo à função de repórter, e também pela coordenação de setores estratégicos para o funcionamento da plataforma. São elas: coordenação de Arte e Visualização, de Mídias Sociais e de Monitoramento. As funções foram distribuídas de acordo com as aptidões e experiências prévias dos alunos. Os três docentes orientadores receberam a responsabilidade de edição do conteúdo, além de funções extras seguindo a linha de pesquisa de cada um. São elas: edição de Mídias Sociais e de Audiovisual. Depois de estruturar o quadro de colaboradores da agência, foram realizadas reuniões de pauta para definir a produção das primeiras matérias da plataforma, que até então não possuía hospedagem em endereço web. Como resultado deste trabalho de produção e apuração, foram produzidas as primeiras matérias: "Raio-x do 'bolso' dos candidatos em Alagoas" - com base em dados disponibilizados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); e "Em tempos de crise, Alagoas vive momento crítico de (des)emprego em 2016"  com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Após a elaboração dessas reportagens, definiu-se que novas matérias devem ser desenvolvidas e publicadas na plataforma a cada mês. Também se observou a necessidade de disponibilizar todo o conteúdo publicado no site da agência, de forma gratuita, aos veículos de imprensa de Alagoas. Para isso, o conteúdo publicado no site foi colocado sob licença Creative Commons BY-NC, ou seja, permitindo copiar na íntegra ou mesmo coletar parte das informações publicadas, para fins não comerciais, desde que sejam atribuídos os devidos créditos, sem prejuízo ou alteração no teor do conteúdo publicado pela agência. Esta é a razão pela qual o jornalismo de dados é tão importante. Juntar informações, filtrar e visualizar o que está acontecendo além do que os olhos podem ver tem um valor crescente (...) A linguagem desta rede são os dados: pequenos pontos de informação que muitas vezes não são relevantes em uma primeira instância, mas que são extraordinariamente importantes quando vistos do ângulo certo. (GRAY, BONEUGRU e CHAMBERS, 2016). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Em um mundo cada vez mais informatizado que, a cada momento gera uma infinita quantidade de dados, o papel do jornalista precisa ser ampliado para além do 'tradicional', mas sem deixar de fornecer conteúdo relevante, de qualidade e de interesse da sociedade. O termo jornalismo de dados é relativamente novo, mas a busca pela análise de grandes bases de documentos vem bem antes mesmo do tido 'jornalismo de precisão', definido por Philip Meyer na década de 1960. Porém, as ferramentas de análise e checagem se modificaram ao longo dos anos, fazendo com que os profissionais de comunicação necessitem se atualizar, o que ainda é uma grande barreira nas redações de Alagoas e do país afora, principalmente nas de pequena estrutura. Com esse crescente número de dados disponíveis da web e como uma forma de preencher essa lacuna dos veículos de imprensa, a Agência Tatu brota como mecanismo de aprofundamento na área do jornalismo de dados, e também com o anseio de propagar informações com enfoque e abordagens raramente veiculados na imprensa local.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BRASIL. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5.º, no inciso II do § 3.º do art. 37 e no § 2.º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei n. 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de nov. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm> Acesso em 15 de abril de 2017. <br><br>DUTRA, L. P. . Lei de Acesso à Informação e jornalismo: usos e desafios. ABRAJI, 2015.<br><br>OPEN KNOWLEDGE FOUNDATION. Open Definition 2.0. Disponível em: <http://opendefinition.org/od/2.0/pt-br/> . Acesso em: 20 de abril de 2017. <br><br>GRAY, Jonathan; BOUNEGRU, Liliana e CHAMBERS, Lucy. Manual de Jornalismo de Dados, 2014. Disponível em: http://datajournalismhandbook.org/pt/ Acesso em: 20 de abril de 2017. <br><br>MAYER-SCHÖNBERGER, Viktor; CUKIER, Kenneth. Big Data: Como extrair volume, variedade, velocidade e valor da avalanche de informação cotidiana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013<br><br>PIRES, Marco Túlio. Raspagem & Jornalismo de dados. Escola de Dados.2015. Disponível em: <http://escoladedados.org/manual/cursos/raspagem/raspagem-jornalismo-de-dados/> 21 de abril de 2017.<br><br>SILVA, G. F., SANTOS, L. T. G. Jornalismo de dados: uma análise da utilização da verba indenizatória pelos deputados federais do país. Intercom Nordeste, 2016.<br><br> </td></tr></table></body></html>