INSCRIÇÃO: 00571
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO08
 
TÍTULO: (Im)perdoáveis? O frágil sistema de ressocialização penitenciária
 
AUTORES: Ana Daniella Fechine Leite (Universidade Federal da Paraíba); Elisa Damante Ângelo e Silva (Universidade Federal da Paraíba); Margarete Almeida Nepomuceno (Universidade Federal da Paraíba)
 
PALAVRAS-CHAVE: penitenciária, sistema carcerário, ressocialização, grande reportagem, jornalismo literário
 
RESUMO
O sistema carcerário da Paraíba comporta, atualmente, mais de 11,6 mil detentos, entre homens e mulheres. No Brasil, ainda não é possível verificar com exatidão o índice de reincidência dos presos que cumprem sua pena, no entanto, é possível notar falhas no sistema de ressocialização desses apenados. "(Im) perdoáveis? O frágil sistema de ressocialização penitenciária" propõe uma reflexão do processo de reinserção dos detentos na sociedade, passando por suas histórias de vida e rotina dentro do presídio. Para isso, foi realizado um processo de apuração para a criação da grande reportagem na Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão, na Paraíba. Com longas penas e crimes questionadores, os personagens buscam maneiras de reduzir o tempo de pena e voltar à sociedade sem cometer os crimes do passado.
 
INTRODUÇÃO
Localizada no bairro de Mangabeira, na capital da Paraíba, João Pessoa, a Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão agrega 252 detentos, com idades variadas e crimes também diversos. Estão distribuídos entre as 18 celas do pavilhão, com aproximadamente 10m² cada. Para controlar e gerir esse contingente, cerca de nove a 11 agentes penitenciários trabalham por plantão. A única maneira de criar uma perspectiva de vida diferente é através de uma educação comprometida, no entanto, ainda muito falha e segmentada em termos de ressocialização. "(Im) perdoáveis? O frágil sistema de ressocialização penitenciária" pretende cumprir o papel jornalístico da informação real e de qualidade. O cárcere no Brasil ainda é um tema escondido e camuflado, que pouco visita redações de TV, online e impresso. Além disso, a grande reportagem propõe uma reflexão social a partir de uma narrativa literária e de aprofundamento, capaz de manter o leitor atento na contextualização e informação dos casos sem perder a premissa básica da comunicação: informar. O tema é tratado a partir da história de dois apenados, Rodrigo Antônio e Paulo Josafá, que estão presos por estupro e homicídio, respectivamente, e tentam, dentro da prisão, diminuir o tempo de pena e voltar à sociedade sem a possibilidade de cometer os mesmos crimes, através da educação e do trabalho que exercem na unidade. A proposta, portanto, é responder a uma questão geral, a partir de um problema localizado: com essa realidade, que é a mesma dos demais presídios da Paraíba, é possível ressocializar? "Como em qualquer processo educativo, há que se buscar entender os interesses e as necessidades de aprendizagem da população carcerária e quais os limites que a situação impõe sobre esse processo" (IRELAND, 2011. p. 20). Com relatos de quem sobrevive do sistema, a grande reportagem pretende trazer à tona a reflexão sobre a reinserção dos apenados na sociedade, um problema que a sociedade decide silenciar e esconder.
 
OBJETIVO
O presente trabalho foi produzido durante a disciplina Estudos Culturais em Comunicação, no curso de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba, com o objetivo de apresentar, analisar e, por conseguinte, fazer refletir a realização da política de ressocialização dos apenados da Paraíba, que refletem, também a totalidade do sistema carcerário brasileiro. ਀䐀攀猀猀愀 昀漀爀洀愀Ⰰ 愀 最爀愀渀搀攀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 戀甀猀挀漀甀 渀漀 愀瀀攀渀愀猀 琀爀愀琀愀爀 搀漀猀 挀爀椀洀攀猀 挀漀洀攀琀椀搀漀猀 瀀攀氀漀猀 搀攀琀攀渀琀漀猀Ⰰ 漀甀 搀愀猀 挀漀渀搀椀攀猀 搀攀 椀渀猀愀氀甀戀爀椀搀愀搀攀 搀攀 甀洀 瀀爀攀猀搀椀漀Ⰰ 挀漀洀漀 琀愀洀戀洀 攀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀Ⰰ 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀爀 漀猀 洀攀挀愀渀椀猀洀漀猀 搀攀猀攀渀瘀漀氀瘀椀搀漀猀 瀀攀氀愀 瀀攀渀椀琀攀渀挀椀爀椀愀 渀愀 琀攀渀琀愀琀椀瘀愀 搀愀 爀攀洀椀猀猀漀 搀漀猀 瀀爀攀猀漀猀 愀氀椀 攀渀挀愀爀挀攀爀愀搀漀猀Ⰰ 愀氀洀 搀攀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀爀 愀 栀椀猀琀爀椀愀 搀攀 搀漀椀猀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀 焀甀攀 攀渀挀漀渀琀爀愀爀愀洀 渀愀 攀猀挀爀椀琀愀Ⰰ 甀洀 攀猀挀愀瀀攀Ⰰ 瀀攀氀漀 洀攀渀漀猀Ⰰ 瀀愀爀愀 愀 洀攀渀琀攀⸀   ऀ  Condições subumanas dos presídios até ganham espaço nos noticiários da mídia tradicional, bem como as rebeliões que acontecem entre as facções. No entanto, a maneira como esses presos usufruem de seus direitos do lado de dentro de suas celas, ou como eles podem (ou não) se transformarem dentro de um cubículo com mais 15 ou 20 homens não é um assunto do jornalismo brasileiro, a não ser em grandes produções cinematográficas. ਀倀漀爀琀愀渀琀漀Ⰰ 愀 瀀爀漀瀀漀猀琀愀 搀攀猀琀愀 瀀爀漀搀甀漀 昀漀椀 瘀椀猀椀戀椀氀椀稀愀爀 漀 愀洀戀椀攀渀琀攀 搀攀 甀洀 瀀爀攀猀搀椀漀Ⰰ 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀攀 甀洀愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀 瀀攀猀猀漀愀氀 搀漀猀 搀攀琀攀渀琀漀猀Ⰰ 琀攀渀搀漀 攀洀 瘀椀猀琀愀 愀 渀攀挀攀猀猀椀搀愀搀攀 搀攀 洀甀搀愀渀愀 攀 琀爀愀渀猀昀漀爀洀愀漀 瀀愀爀愀 焀甀攀 愀 瀀爀椀猀漀 爀攀愀氀洀攀渀琀攀 昀愀愀 樀甀猀 愀漀 猀攀甀 漀戀樀攀琀椀瘀漀㨀 漀 搀攀 瀀愀最愀爀 瀀攀氀漀猀 挀爀椀洀攀猀 攀 渀漀 洀愀椀猀 挀漀洀攀琀ⴀ氀漀猀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀䨀唀匀吀䤀䘀䤀䌀䄀吀䤀嘀䄀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀䄀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀 搀漀猀 搀攀琀攀渀琀漀猀 搀攀洀漀渀猀琀爀愀搀愀猀 渀攀猀琀愀 最爀愀渀搀攀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 爀攀瀀爀攀猀攀渀琀愀洀 甀洀 渀切洀攀爀漀 最椀最愀渀琀攀猀挀漀 搀攀 瀀爀攀猀漀猀 攀洀 琀漀搀漀 漀 瀀愀猀⸀ 䔀洀 愀戀爀椀氀 搀攀 ㈀ ㄀㘀Ⰰ 搀攀 愀挀漀爀搀漀 挀漀洀 漀 䐀攀瀀愀爀琀愀洀攀渀琀漀 倀攀渀椀琀攀渀挀椀爀椀漀 一愀挀椀漀渀愀氀Ⰰ 愀 瀀漀瀀甀氀愀漀 挀愀爀挀攀爀爀椀愀 渀漀 䈀爀愀猀椀氀 猀攀 愀瀀爀漀砀椀洀愀瘀愀 搀漀猀 㘀㈀㈀ 洀椀氀 瀀爀攀猀漀猀⸀  A Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão, por sua vez, é apenas a ponta do iceberg: o problema é nacional. Na Paraíba, apenas 25% dos apenados estão inseridos em algum segmento de educação dentro de suas unidades prisionais. Visto de forma isolada, os números são ainda menores, levando em consideração que um apenado pode fazer parte de mais de uma atividade. De acordo com João Rosas, diretor da Penitenciária Geraldo Beltrão, apenas 10 presos participam do projeto Remissão pela Leitura.਀䔀洀 ㈀ ㄀㘀Ⰰ 漀 䔀渀攀洀 倀愀爀愀 愀猀 倀攀猀猀漀愀猀 倀爀椀瘀愀搀愀猀 搀攀 䰀椀戀攀爀搀愀搀攀 ⠀倀倀䰀⤀ 爀攀挀攀戀攀甀 㠀㔀㈀ 椀渀猀挀爀椀攀猀 渀愀 倀愀爀愀戀愀Ⰰ 渀漀 攀渀琀愀渀琀漀Ⰰ 愀瀀攀渀愀猀 㐀㐀 愀瀀攀渀愀搀漀猀 猀攀 椀渀猀挀爀攀瘀攀爀愀洀 渀漀 匀椀猀甀⸀ 匀攀最甀渀搀漀 愀 䜀攀爀渀挀椀愀 䔀砀攀挀甀琀椀瘀愀 搀攀 刀攀猀猀漀挀椀愀氀椀稀愀漀 搀漀 䔀猀琀愀搀漀Ⰰ ㈀㐀 爀攀攀搀甀挀愀渀搀漀猀 挀漀渀猀攀最甀椀爀愀洀 愀琀椀渀最椀爀 渀漀琀愀 瀀愀爀愀 挀攀爀琀椀昀椀挀愀漀 搀漀 攀渀猀椀渀漀 洀搀椀漀⸀ 一愀 琀愀戀攀氀愀 愀戀愀椀砀漀  瀀漀猀猀瘀攀氀 愀渀愀氀椀猀愀爀 焀甀攀 漀 渀切洀攀爀漀 搀攀 愀瀀攀渀愀搀漀猀 瀀愀爀琀椀挀椀瀀愀渀琀攀猀 搀愀猀 愀琀椀瘀椀搀愀搀攀猀 攀搀甀挀愀挀椀漀渀愀椀猀 瘀愀椀 挀愀椀渀搀漀 渀愀 洀攀搀椀搀愀 攀洀 焀甀攀 漀猀 攀猀琀甀搀漀猀 瘀漀 愀瘀愀渀愀渀搀漀 攀洀 渀瘀攀氀 搀攀 焀甀愀氀椀昀椀挀愀漀⸀  A partir desses dados é possível perceber duas questões importantes para a discussão do assunto: o processo de ressocialização através da educação, de fato, existe. No entanto, é preciso analisar de que forma essa educação está sendo incorporada aos reeducandos. ਀∀준 椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀 瀀攀爀挀攀戀攀爀 焀甀攀 渀漀 戀愀猀琀愀 挀爀椀愀爀 甀洀愀 攀猀挀漀氀愀 愀猀猀漀挀椀愀搀愀 愀漀 攀渀猀椀渀漀 瀀爀漀昀椀猀猀椀漀渀愀氀Ⰰ 洀愀猀 猀椀洀 甀洀愀 焀甀攀 愀樀甀搀攀 愀 搀攀猀攀渀瘀漀氀瘀攀爀 瀀漀琀攀渀挀椀愀氀椀搀愀搀攀猀 ⠀挀漀洀瀀攀琀渀挀椀愀猀⤀ 焀甀攀 昀愀瘀漀爀攀愀洀 猀甀愀 洀漀戀椀氀椀搀愀搀攀 猀漀挀椀愀氀Ⰰ 渀漀 猀攀 搀攀椀砀愀渀搀漀 瀀愀爀愀氀椀猀愀爀 瀀攀氀漀猀 漀戀猀琀挀甀氀漀猀 焀甀攀 猀攀爀漀 攀渀挀漀渀琀爀愀搀漀猀 渀愀 爀攀氀愀漀 猀漀挀椀愀氀⸀ 䔀洀 猀甀洀愀Ⰰ 甀洀愀 攀猀挀漀氀愀 焀甀攀 瀀爀椀瘀椀氀攀最椀攀 愀 戀甀猀挀愀 瀀攀氀愀 昀漀爀洀愀漀 搀攀 甀洀 挀椀搀愀搀漀 挀漀渀猀挀椀攀渀琀攀 搀愀 猀甀愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀∀ ⠀䨀唀䰀䤀쌀伀Ⰰ ㈀ ㄀㄀Ⰰ 瀀⸀ ㄀㐀㠀⤀⸀ Além disso, a falta de pesquisas sobre a reincidência de presos no sistema prisional contribui para a dificuldade em analisar se o processo educacional do sistema se apresenta de forma positiva ou negativa. Sobre o tema, há muitas especulações, mas o Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea) resolveu fazer o seu próprio levantamento que, por sua vez, também se apresenta fragilizado. A pesquisa utilizou uma baixa amostra de 817 processos de Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro. Com essa amostragem, o Ipea verificou que um em cada quatro condenados reincidem à prisão, o que corresponde a uma taxa de 24,4%. Esses dados foram divulgados em 2015 e o Instituto levou em consideração o conceito de reincidência legal, que atinge casos de condenação do indivíduo "em diferentes ações penais", desde que o cumprimento da nova pena aconteça cinco anos após a extinção da pena anterior.਀䤀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀 氀攀洀戀爀愀爀 愀椀渀搀愀 焀甀攀 愀猀 愀琀椀瘀椀搀愀搀攀猀 搀漀 倀漀搀攀爀 䨀甀搀椀挀椀爀椀漀 瀀愀爀愀 樀甀氀最愀爀 漀猀 瀀爀漀挀攀猀猀漀猀 搀漀猀 愀瀀攀渀愀搀漀猀 猀漀 氀攀渀琀愀猀 攀 洀漀爀漀猀愀猀Ⰰ 漀 焀甀攀 昀愀稀 挀漀洀 焀甀攀 洀甀椀琀漀猀 瀀爀攀猀漀猀 瀀攀爀洀愀渀攀愀洀 渀漀猀 瀀爀攀猀搀椀漀猀 洀攀猀洀漀 愀瀀猀 漀 琀攀洀瀀漀 搀攀 挀甀洀瀀爀椀洀攀渀琀漀 搀愀 瀀攀渀愀⸀ 䐀攀 愀挀漀爀搀漀 挀漀洀 搀愀搀漀猀 搀漀 切氀琀椀洀漀 爀攀氀愀琀爀椀漀 搀愀 伀甀瘀椀搀漀爀椀愀 搀漀 䌀漀渀猀攀氀栀漀 一愀挀椀漀渀愀氀 搀攀 䨀甀猀琀椀愀 ⠀䌀一䨀⤀Ⰰ ㈀⸀㌀ 㘀 愀琀攀渀搀椀洀攀渀琀漀猀Ⰰ 搀攀 甀洀 琀漀琀愀氀 搀攀 㔀⸀ 㜀 Ⰰ 攀猀琀愀瘀愀洀 爀攀氀愀挀椀漀渀愀搀漀猀 ∀ 搀攀洀漀爀愀 渀漀 樀甀氀最愀洀攀渀琀漀 搀攀 愀攀猀 樀甀搀椀挀椀愀椀猀∀⸀  A partir dessas questões, a produção da grande reportagem se fez necessária para debater essas questões, garantindo a permanência do tema do rol de discussões, tendo em vista que o assunto ainda é pouco apresentado para a sociedade civil. Portanto, utilizou-se das técnicas literárias incorporadas ao jornalismo que são capazes de proporcionar ao leitor uma experiência de imersão e profundidade com os fatos narrados. Para Lima (1993, p. 24), a grande reportagem que utiliza as técnicas da literatura "é a ampliação do relato simples, raso, para uma dimensão contextual. Em especial, esse patamar de maior amplitude é alcançado quando se pratica a grande-reportagem".
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Para tratar de um tema delicado como o sistema penitenciário e seu processo de ressocialização que não atinge a população carcerária como um todo, é necessário utilizar uma narrativa que permite maior amplitude do tema, com a possibilidade de uma leitura de imersão, que permite o leitor sentir-se parte do processo de apuração e ter uma visão mais ampla do que está sendo tratado. Para isso, foram utilizados os métodos literário aplicados ao jornalismo, proposto por Wolfe (2005) e replicados por Pena (2011). Algumas características específicas foram aplicadas ao texto desde o processo de produção da pauta, apuração das informações e conclusão textual, são elas: reconstrução da história cena a cena, completo registro dos diálogos dos personagens, apresentação das cenas a partir do ponto de vista dos personagens e o registro de gestos, expressões, hábitos, maneiras, emoções, costumes, detalhes essenciais para fornecer ao leitor a dimensão completa da leitura. (WOLFE, 2005). ਀䄀猀 琀挀渀椀挀愀猀 氀椀琀攀爀爀椀愀猀 昀漀爀愀洀 甀琀椀氀椀稀愀搀愀猀 瀀愀爀愀 搀愀爀 漀 最爀愀甀 搀攀 瀀爀漀昀甀渀搀椀搀愀搀攀 渀攀挀攀猀猀爀椀漀 愀漀猀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀Ⰰ 愀漀猀 挀爀椀洀攀猀 瀀漀爀 攀氀攀猀 挀漀洀攀琀椀搀漀猀Ⰰ 猀 挀漀渀搀椀攀猀 瘀椀瘀椀搀愀猀 搀攀渀琀爀漀 搀攀 甀洀愀 挀愀搀攀椀愀 攀Ⰰ 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀Ⰰ 愀漀猀 洀琀漀搀漀猀 甀琀椀氀椀稀愀搀漀猀 渀漀 瀀爀漀挀攀猀猀漀 搀攀 爀攀洀椀猀猀漀⸀ 倀愀爀愀 倀攀渀愀 ⠀㈀ ㄀㄀Ⰰ 瀀⸀ ㄀㌀⤀Ⰰ 漀 琀攀砀琀漀 氀椀琀攀爀爀椀漀 挀漀渀猀攀最甀攀㨀  ਀倀漀琀攀渀挀椀愀氀椀稀愀爀 漀猀 爀攀挀甀爀猀漀猀 搀漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀Ⰰ 甀氀琀爀愀瀀愀猀猀愀爀 漀猀 氀椀洀椀琀攀猀 搀漀猀 愀挀漀渀琀攀挀椀洀攀渀琀漀猀 挀漀琀椀搀椀愀渀漀猀Ⰰ 瀀爀漀瀀漀爀挀椀漀渀愀爀 瘀椀猀攀猀 愀洀瀀氀愀猀 搀愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀Ⰰ 攀砀攀爀挀攀爀 瀀氀攀渀愀洀攀渀琀攀 愀 挀椀搀愀搀愀渀椀愀Ⰰ 爀漀洀瀀攀爀 愀猀 挀漀爀爀攀渀琀攀猀 戀甀爀漀挀爀琀椀挀愀猀 搀漀 氀攀愀搀Ⰰ 攀瘀椀琀愀爀 漀猀 搀攀昀椀渀椀搀漀爀攀猀 瀀爀椀洀爀椀漀猀 攀Ⰰ 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀Ⰰ 最愀爀愀渀琀椀爀 瀀攀爀攀渀椀搀愀搀攀 攀 瀀爀漀昀甀渀搀椀搀愀搀攀 愀漀猀 爀攀氀愀琀漀猀⸀ ਀伀 琀攀砀琀漀 攀猀挀爀椀琀漀Ⰰ 洀甀椀琀愀猀 瘀攀稀攀猀Ⰰ 攀洀 瀀爀椀洀攀椀爀愀 瀀攀猀猀漀愀Ⰰ 琀愀洀戀洀 猀攀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀 愀焀甀椀 挀漀洀漀 甀洀 爀攀挀甀爀猀漀 昀甀渀搀愀洀攀渀琀愀氀 瀀愀爀愀 愀琀椀渀最椀爀 漀猀 漀戀樀攀琀椀瘀漀猀 瀀爀攀琀攀渀搀椀搀漀猀 瀀愀爀愀 瀀爀漀瀀漀爀挀椀漀渀愀爀 愀漀 氀攀椀琀漀爀 甀洀愀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀 搀椀昀攀爀攀渀琀攀 猀漀戀爀攀 漀 猀椀猀琀攀洀愀 挀愀爀挀攀爀爀椀漀⸀ 一漀 挀漀氀漀挀愀爀 愀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀 搀漀猀 爀攀瀀爀琀攀爀攀猀 渀攀猀琀愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 猀攀爀椀愀Ⰰ 瀀漀爀琀愀渀琀漀Ⰰ 甀洀 爀攀搀甀挀椀漀渀椀猀洀漀 琀攀砀琀甀愀氀 搀愀 挀愀瀀愀挀椀搀愀搀攀 搀攀 椀爀 愀氀洀 搀漀 昀愀琀漀⸀ 嘀椀瘀攀渀挀椀愀爀 漀 猀椀猀琀攀洀愀 挀愀爀挀攀爀爀椀漀 搀攀 瀀攀爀琀漀Ⰰ 搀攀 昀漀爀愀 瀀愀爀愀 搀攀渀琀爀漀 搀愀猀 挀攀氀愀猀Ⰰ 瀀攀爀洀椀琀椀甀 焀甀攀 漀 搀椀氀漀最漀 愀甀琀漀爀ⴀ氀攀椀琀漀爀 昀漀猀猀攀 愀椀渀搀愀 洀愀椀猀 瀀爀砀椀洀漀 攀 渀琀椀洀漀Ⰰ 椀渀琀攀爀挀愀氀愀渀搀漀 漀 瀀爀漀挀攀猀猀漀 攀砀瀀攀爀椀洀攀渀琀愀氀 挀漀洀 愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 戀椀戀氀椀漀最爀昀椀挀愀 攀 搀漀挀甀洀攀渀琀愀氀 搀愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀 瀀爀椀猀椀漀渀愀氀⸀ O método de observação proposto por Wolfe (2005) foi explorado ao máximo. Falar sobre o sistema de ressocialização e não situar o leitor de que meio ele está sendo inserido, não traria com afinco a experiência de imersão proposta pela grande reportagem.਀ Entende-se, portanto, aqui, um método de apuração de informações na qual repórteres se inserem no ambiente dos acontecimentos [...] para compreendê-los e, posteriormente, transformá-los em narrativas que ultrapassam relatos frios e objetivos tal como pressuposto pelo formato notícia. (TEMER; ASSIS; SANTOS, 2014, p. 80). ਀ O processo de imersão é, portanto, mais um dos métodos utilizados para compor a produção da grande reportagem "(Im) perdoáveis? O frágil sistema de ressocialização penitenciária", com uma apuração intensa, que ultrapassa as falas de uma entrevista. ਀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀䐀䔀匀䌀刀䤀윀쌀伀 䐀伀 倀刀伀䐀唀吀伀 伀唀 倀刀伀䌀䔀匀匀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀伀 瀀爀漀搀甀琀漀 愀焀甀椀 愀渀愀氀椀猀愀搀漀 渀漀 挀漀洀攀愀 渀漀 洀漀洀攀渀琀漀 攀洀 焀甀攀 漀 琀攀砀琀漀  攀猀挀爀椀琀漀⸀ 伀 瀀爀漀挀攀猀猀漀 搀攀 愀瀀甀爀愀漀 昀漀椀 昀甀渀搀愀洀攀渀琀愀氀 瀀愀爀愀 焀甀攀 愀 最爀愀渀搀攀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 漀戀琀椀瘀攀猀猀攀 漀 爀攀猀甀氀琀愀搀漀 焀甀攀 愀瀀爀攀猀攀渀琀漀甀 挀漀洀漀 瀀爀漀搀甀琀漀 昀椀渀愀氀㨀 甀洀 琀攀砀琀漀 愀洀瀀氀漀Ⰰ 攀洀 瀀爀漀昀甀渀搀椀搀愀搀攀Ⰰ 挀漀洀 爀攀猀瀀攀椀琀漀 猀 栀椀猀琀爀椀愀猀 漀甀瘀椀搀愀猀 攀 猀 瘀攀爀猀攀猀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀愀猀⸀ Para isso, foram utilizados duas vertentes de apuração: a versão dos detentos, a partir de entrevistas e conversas que duraram mais de uma hora, e a versão processual dos prontuários de cada um deles apresentados pela direção da penitenciária. Além das entrevistas realizadas com os detentos e o trabalho de observação produzido dentro das celas e da penitenciária de um modo geral, para contextualizar essas histórias com o trabalho de ressocialização, outras cinco pessoas importantes neste processo de reinserção foram ouvidas para expressar em palavras a realidade de um sistema esforçado, mas ainda frágil. ਀一漀猀猀愀 瀀爀椀洀攀椀爀愀 昀漀渀琀攀 搀攀 椀渀昀漀爀洀愀漀 昀漀椀 漀 搀椀爀攀琀漀爀 搀愀 甀渀椀搀愀搀攀Ⰰ 䨀漀漀 刀漀猀愀猀Ⰰ 焀甀攀 樀 攀猀琀 栀 漀椀琀漀 愀渀漀猀 渀漀 猀椀猀琀攀洀愀 瀀爀椀猀椀漀渀愀氀 搀愀 倀愀爀愀戀愀⸀ 匀甀愀 昀椀最甀爀愀 昀漀椀 椀渀搀椀猀瀀攀渀猀瘀攀氀 瀀愀爀愀 挀漀渀昀爀漀渀琀愀爀洀漀猀 愀猀 瘀攀爀猀攀猀 焀甀攀 漀甀瘀椀洀漀猀 攀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀爀 甀洀 瀀漀猀椀挀椀漀渀愀洀攀渀琀漀 漀昀椀挀椀愀氀 猀漀戀爀攀 漀猀 琀攀洀愀猀 琀爀愀琀愀搀漀猀⸀ 䘀漀椀 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀攀 䨀漀漀 刀漀猀愀猀 焀甀攀 瀀甀搀攀洀漀猀 挀漀渀栀攀挀攀爀 愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀 搀愀 倀攀渀椀琀攀渀挀椀爀椀愀 搀攀 匀攀最甀爀愀渀愀 䴀砀椀洀愀 䌀爀椀洀椀渀愀氀椀猀琀愀 䜀攀爀愀氀搀漀 䈀攀氀琀爀漀⸀ Durante as visitas nas celas, também participou o agente penitenciário Henrique, que não quis apresentar maior identificação sobre ele, tendo em vista que administra, fora da prisão, um outro emprego e zela pela sua integridade. Henrique não quer ter filhos, acredita que a responsabilidade pela vida estaria triplicada. Além de Henrique, vários agentes, aos poucos, foram liberando algumas informações em conversas informais.਀吀愀洀戀洀 昀漀爀愀洀 漀甀瘀椀搀愀猀 愀 瀀猀椀挀氀漀最愀 搀愀 倀攀渀椀琀攀渀挀椀爀椀愀 䜀攀爀愀氀搀漀 䈀攀氀琀爀漀Ⰰ 䴀愀爀椀氀攀椀搀攀 䴀愀挀椀攀氀Ⰰ 焀甀攀 渀漀猀 昀漀爀渀攀挀攀甀 甀洀 瀀愀爀攀挀攀爀 洀搀椀挀漀 猀漀戀爀攀 愀 爀攀椀渀猀攀爀漀 搀漀猀 搀攀琀攀渀琀漀猀 渀愀 猀漀挀椀攀搀愀搀攀Ⰰ 愀 最攀爀攀渀琀攀 攀砀攀挀甀琀椀瘀愀 搀攀 爀攀猀猀漀挀椀愀氀椀稀愀漀 搀愀 倀愀爀愀戀愀Ⰰ 娀椀稀愀 䴀愀椀愀Ⰰ 焀甀攀 猀椀琀甀漀甀 愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 渀漀 洀戀椀琀漀 攀猀琀爀椀琀漀 搀愀 爀攀猀猀漀挀椀愀氀椀稀愀漀 攀 搀愀 琀爀愀渀猀昀漀爀洀愀漀 瀀漀爀 洀攀椀漀 搀愀 攀搀甀挀愀漀 攀Ⰰ 瀀漀爀 昀椀洀Ⰰ 漀 瀀爀漀昀攀猀猀漀爀 攀 瀀攀猀焀甀椀猀愀搀漀爀 吀椀洀漀琀栀礀 䤀爀攀氀愀渀搀 焀甀攀 渀甀琀爀攀 攀洀瀀攀渀栀愀搀漀 攀猀琀甀搀漀 猀漀戀爀攀 愀 攀搀甀挀愀漀 搀攀渀琀爀漀 搀漀猀 瀀爀攀猀搀椀漀猀Ⰰ 瀀攀渀猀愀渀搀漀 瀀爀漀瀀漀猀琀愀猀 攀 愀渀愀氀椀猀愀渀搀漀 愀猀 猀椀琀甀愀攀猀 愀琀甀愀椀猀⸀ Com relação ao produto físico, algumas escolhas foram fundamentais para o resultado final. No título do trabalho, a palavra "imperdoáveis", seguida de uma interrogação e com a sílaba "im" entre parêntese, foi escolhida para retratar os crimes cometidos pelos detentos, que, um tanto questionáveis, muitas vezes não são perdoados pela sociedade. ਀伀 瀀愀瀀攀氀 瀀愀甀琀愀搀漀 甀琀椀氀椀稀愀搀漀 挀漀洀漀 瀀氀愀渀漀 搀攀 昀甀渀搀漀 搀攀 琀漀搀愀 愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 爀攀洀攀琀攀 愀 甀洀 挀愀搀攀爀渀漀Ⰰ 琀攀渀搀漀 攀洀 瘀椀猀琀愀 焀甀攀 愀 攀搀甀挀愀漀 昀漀椀 挀漀氀漀挀愀搀愀 瀀漀爀 琀漀搀漀猀 漀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀猀 挀漀洀漀 切渀椀挀愀 猀漀氀甀漀 瀀漀猀猀瘀攀氀 瀀愀爀愀 愀琀椀渀最椀爀 愀 爀攀椀渀猀攀爀漀 搀漀猀 搀攀琀攀渀琀漀猀 渀愀 猀漀挀椀攀搀愀搀攀⸀ 䄀 昀漀渀琀攀 甀琀椀氀椀稀愀搀愀 渀漀猀 琀琀甀氀漀猀 爀攀洀攀琀攀 猀 氀攀琀爀愀猀 爀攀瀀爀漀搀甀稀椀搀愀猀 渀漀猀 挀愀搀攀爀渀漀猀 搀攀 挀愀氀椀最爀愀昀椀愀Ⰰ 搀甀爀愀渀琀攀 漀猀 瀀爀椀洀攀椀爀漀猀 瀀愀猀猀漀猀 搀攀渀琀爀漀 搀愀 攀猀挀爀椀琀愀Ⰰ 瘀椀猀琀漀 焀甀攀 愀氀最甀渀猀 瀀爀攀猀漀猀 渀漀 挀栀攀最愀爀愀洀 愀 挀漀渀挀氀甀椀爀 渀攀洀 漀 攀渀猀椀渀漀 昀甀渀搀愀洀攀渀琀愀氀⸀  A grande reportagem "(Im) perdoáveis? O frágil sistema de ressocialização penitenciária" foi construída a partir de conversas formais e informais, que possibilitaram uma maior sensibilidade no momento de escrever o texto. Além de todas as entrevistas, registradas em áudio, anotações e fotografias, foi realizado um estudo bibliográfico sobre o tema, leitura de livros e acesso a processos judiciais, que possibilitou uma maior dimensão dos casos que estávamos prestes a narrar.
 
CONSIDERAÇÕES
Falar sobre presídios, situações de insalubridade e a difícil necessidade de fazer com que esses presos retornem à sociedade sem cometer os mesmos crimes foi um desafio e, ao mesmo tempo, um grande aprendizado. Nos colocamos de igual para igual diante dessas pessoas, o que nos proporcionou uma maior aproximação com o fato e com as histórias que estávamos ouvindo. ਀一漀 攀渀琀愀渀琀漀Ⰰ 搀攀 琀漀 椀最甀愀椀猀Ⰰ 渀漀猀 瘀椀洀漀猀 琀愀洀戀洀 瀀爀攀挀漀渀挀攀椀琀甀漀猀愀猀Ⰰ 猀攀洀 洀攀搀漀 搀攀 搀攀挀氀愀爀愀爀⸀ 倀爀攀挀漀渀挀攀椀琀甀漀猀愀猀 挀漀洀 渀漀猀猀愀猀 瀀爀瀀爀椀愀猀 氀椀洀椀琀愀攀猀 攀洀 愀挀爀攀搀椀琀愀爀⸀ 䄀挀爀攀搀椀琀愀爀 渀愀 瀀漀猀猀椀戀椀氀椀搀愀搀攀 搀愀 爀攀猀猀漀挀椀愀氀椀稀愀漀 瀀愀爀愀 琀漀搀漀猀 漀猀 瀀爀攀猀漀猀Ⰰ 猀攀洀 猀攀最洀攀渀琀愀爀 攀猀猀愀 愀漀⸀ ऀ Entramos na Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão acreditando que aquela seria a nossa última investida em trabalhos sobre a vida dentro do presídio, mas saímos como se fosse a primeira vez. Já visitamos outras penitenciárias de João Pessoa, mas nenhum causou o impacto de ter em nossa frente um homem que responde pelo crime de estupro e, ao mesmo tempo, busca acreditar que sim, através da educação, talvez seja possível reverter as suas atitudes. ਀䄀 瀀爀漀搀甀漀 搀愀 最爀愀渀搀攀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 攀洀 瀀爀漀昀甀渀搀椀搀愀搀攀Ⰰ 瀀漀爀琀愀渀琀漀Ⰰ 渀漀猀 爀攀猀攀爀瘀漀甀 猀甀爀瀀爀攀猀愀猀Ⰰ 搀攀猀愀昀椀漀猀 攀 愀氀攀最爀椀愀 攀洀 猀愀戀攀爀 焀甀攀 攀砀椀猀琀攀洀 瀀攀猀猀漀愀猀 氀甀琀愀渀搀漀 瀀攀氀漀 昀甀琀甀爀漀 搀漀猀 愀瀀攀渀愀搀漀猀⸀ 䴀攀爀最甀氀栀愀爀 渀攀猀猀攀 洀甀渀搀漀 渀漀猀 琀漀爀渀漀甀 洀愀椀猀 栀甀洀愀渀愀猀 攀Ⰰ 猀攀洀 搀切瘀椀搀愀Ⰰ 洀愀椀猀 挀爀琀椀挀愀猀⸀ 䄀 瀀漀猀猀椀戀椀氀椀搀愀搀攀 搀攀 攀猀挀爀攀瘀攀爀 挀漀洀 愀 猀攀渀猀椀戀椀氀椀搀愀搀攀 焀甀攀 渀漀猀 昀漀椀 瀀攀爀洀椀琀椀搀愀 猀攀渀琀椀爀 攀渀焀甀愀渀琀漀 攀渀琀爀瘀愀洀漀猀 渀愀猀 挀攀氀愀猀  漀 焀甀攀 爀攀瀀爀攀猀攀渀琀愀 漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 氀椀琀攀爀爀椀漀 瀀愀爀愀 攀猀琀愀 瀀爀漀搀甀漀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀倀䔀一䄀Ⰰ 䘀攀氀椀瀀攀⸀ 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 䰀椀琀攀爀爀椀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䌀漀渀琀攀砀琀漀Ⰰ ㈀  㘀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀圀伀䰀䘀䔀Ⰰ 吀漀洀⸀ 刀愀搀椀挀愀氀 䌀栀椀焀甀攀 攀 漀 一漀瘀漀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀⸀ 䌀漀洀瀀愀渀栀椀愀 搀愀猀 䰀攀琀爀愀猀Ⰰ ㈀  㔀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䈀刀唀䴀Ⰰ 䔀氀椀愀渀攀⸀ 䄀 瘀椀搀愀 焀甀攀 渀椀渀最甀洀 瘀⸀ 倀漀爀琀漀 䄀氀攀最爀攀㨀 䄀爀焀甀椀瀀氀漀最漀 䔀搀椀琀漀爀椀愀氀Ⰰ ㈀  㘀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䰀䤀䴀䄀Ⰰ 䔀搀瘀愀氀搀漀 倀攀爀攀椀爀愀⸀ 倀最椀渀愀猀 愀洀瀀氀椀愀搀愀猀㨀 漀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 挀漀洀漀 攀砀琀攀渀猀漀 搀漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 攀 搀愀 氀椀琀攀爀愀琀甀爀愀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䔀搀椀琀漀爀愀 搀愀 唀渀椀挀愀洀瀀Ⰰ ㄀㤀㤀㌀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䤀刀䔀䰀䄀一䐀Ⰰ 吀椀洀漀琀栀礀 䐀⸀ 䔀搀甀挀愀漀 攀洀 瀀爀椀猀攀猀 渀漀 䈀爀愀猀椀氀㨀 搀椀爀攀椀琀漀Ⰰ 挀漀渀琀爀愀搀椀攀猀 攀 搀攀猀愀昀椀漀猀⸀ 䔀洀 䄀戀攀爀琀漀Ⰰ 䈀爀愀猀氀椀愀Ⰰ 瘀⸀ ㈀㐀Ⰰ 渀⸀ 㠀㘀Ⰰ 瀀⸀ ㄀㤀ⴀ㌀㤀Ⰰ 渀漀瘀⸀ ㈀ ㄀㄀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 栀琀琀瀀㨀⼀⼀攀洀愀戀攀爀琀漀⸀椀渀攀瀀⸀最漀瘀⸀戀爀⼀椀渀搀攀砀⸀瀀栀瀀⼀攀洀愀戀攀爀琀漀⼀愀爀琀椀挀氀攀⼀瘀椀攀眀䘀椀氀攀⼀㈀㔀㜀㘀⼀㄀㜀㘀㔀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㄀㘀 愀戀爀椀氀 ㈀ ㄀㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀吀䔀䴀䔀刀Ⰰ 䄀⸀ 䌀⸀ 刀⸀ 倀⸀㬀 䄀匀匀䤀匀Ⰰ 䘀⸀㬀 匀䄀一吀伀匀Ⰰ 䴀⸀ 䴀甀氀栀攀爀攀猀 樀漀爀渀愀氀椀猀琀愀猀 攀 愀 瀀爀琀椀挀愀 搀漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 搀攀 椀洀攀爀猀漀㨀 瀀漀爀 甀洀 漀氀栀愀爀 猀攀洀 瀀爀攀挀漀渀挀攀椀琀漀⸀ 䴀攀搀椀愀 ☀ 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀㨀 刀攀瘀椀猀琀愀 搀漀 䌀攀渀琀爀漀 搀攀 䤀渀瘀攀猀琀椀最愀漀 䴀攀搀椀愀 攀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀Ⰰ 䌀漀椀洀戀爀愀Ⰰ 瘀⸀ ㄀㐀Ⰰ 渀⸀ ㈀㔀Ⰰ 瀀⸀ 㜀㔀ⴀ㤀 Ⰰ ㈀ ㄀㐀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䨀唀䰀䤀쌀伀Ⰰ 䔀氀椀漀渀愀氀搀漀 䘀攀爀渀愀渀搀攀猀⸀ 䄀 爀攀猀猀漀挀椀愀氀椀稀愀漀 瀀漀爀 洀攀椀漀 搀漀 攀猀琀甀搀漀 攀 搀漀 琀爀愀戀愀氀栀漀 渀漀 猀椀猀琀攀洀愀 瀀攀渀椀琀攀渀挀椀爀椀漀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀漀⸀ 䔀洀 䄀戀攀爀琀漀Ⰰ 䈀爀愀猀氀椀愀Ⰰ 瘀⸀ ㈀㐀Ⰰ 渀⸀ 㠀㘀Ⰰ 瀀⸀ ㄀㐀㄀ⴀ㄀㔀㔀Ⰰ 渀漀瘀⸀ ㈀ ㄀㄀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 栀琀琀瀀㨀⼀⼀攀洀愀戀攀爀琀漀⸀椀渀攀瀀⸀最漀瘀⸀戀爀⼀椀渀搀攀砀⸀瀀栀瀀⼀攀洀愀戀攀爀琀漀⼀愀爀琀椀挀氀攀⼀瘀椀攀眀䘀椀氀攀⼀㈀㔀㜀㘀⼀㄀㜀㘀㔀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㄀㘀 愀戀爀椀氀 ㈀ ㄀㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䤀倀䔀䄀⸀ 刀攀椀渀挀椀搀渀挀椀愀 䌀爀椀洀椀渀愀氀 渀漀 䈀爀愀猀椀氀㨀 爀攀氀愀琀爀椀漀 搀攀 瀀攀猀焀甀椀猀愀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀Ⰰ ㈀ ㄀㔀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 栀琀琀瀀㨀⼀⼀挀渀樀⸀樀甀猀⸀戀爀⼀昀椀氀攀猀⼀挀漀渀琀攀甀搀漀⼀搀攀猀琀愀焀甀攀猀⼀愀爀焀甀椀瘀漀⼀㈀ ㄀㔀⼀ 㜀⼀㔀㜀㜀搀㠀攀愀㌀搀㌀㔀攀㔀㌀挀㈀㜀挀㈀挀挀挀㈀㘀㔀挀搀㘀㈀戀㐀攀⸀瀀搀昀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㄀㐀 愀戀爀椀氀 ㈀ ㄀㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀伀一吀䔀一䔀䜀刀伀Ⰰ 䴀愀渀漀攀氀 䌀愀爀氀漀猀⸀ 䴀漀爀漀猀椀搀愀搀攀 搀愀 䨀甀猀琀椀愀  愀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀 爀攀挀氀愀洀愀漀 爀攀挀攀戀椀搀愀 瀀攀氀愀 伀甀瘀椀搀漀爀椀愀 搀漀 䌀一䨀⸀ 䐀椀猀琀爀椀琀漀 䘀攀搀攀爀愀氀Ⰰ ㈀ ㄀㐀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀挀渀樀⸀樀甀猀⸀戀爀⼀渀漀琀椀挀椀愀猀⼀挀渀樀⼀㘀㈀㄀㈀㘀ⴀ洀漀爀漀猀椀搀愀搀攀ⴀ搀愀ⴀ樀甀猀琀椀挀愀ⴀ攀ⴀ愀ⴀ瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀ⴀ爀攀挀氀愀洀愀挀愀漀ⴀ爀攀挀攀戀椀搀愀ⴀ瀀攀氀愀ⴀ漀甀瘀椀搀漀爀椀愀ⴀ搀漀ⴀ挀渀樀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㄀㜀 愀戀爀椀氀 ㈀ ㄀㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀