ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00706</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO09</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Sintonia Cultural</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Ana Luiza Lopes da Cruz (Universidade Federal do Maranhão); Sarah Bianca Câmara Pereira (Universidade Federal do Maranhão); Josie do Amaral Bastos (Universidade Federal do Maranhão); Cynthia Raquel Santos Carvalho (Universidade Federal do Maranhão); Gabriel de Matos Pereira (Universidade Federal do Maranhão); Lucas André Ferreira Serejo (Universidade Federal do Maranhão)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Criativa, Debate, Economia, Maranhão, Radiojornalismo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este presente trabalho tem como objetivo apresentar o debate, oriundo de um programa radiofônico e produzido na disciplina de laboratório de radiojornalismo, sob orientação da professora Josie Bastos, que trata sobre a economia criativa e os conceitos relacionados a ela. Durante o momento, buscou-se esclarecer o que é economia criativa, como este conceito está presente no cotidiano do estado do Maranhão, explicar novos tópicos que estão interligados ao assunto como turismo de experiência e cidades criativas e, sobretudo, como a comunicação pode ajudar no processo de expansão deste assunto no nosso estado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A convergência entre cultura e economia já é notória desde o século XX, com o advento das novas tecnologias. Isso acontece, porque os produtos estão ligados cada vez mais a um valor simbólico, ao mesmo tempo em que a cultura, em seu mais amplo sentido, está sendo imbricada à economia. Pensar dessa forma, traz a necessidade de compreensão do que é economia criativa e como esse termo pode ajudar no desenvolvimento de um lugar, mais especificamente, do Maranhão, como propõe este trabalho. À saber, entende-se por economia criativa a produção de um bem ou a prestação de um serviço cuja principal matéria-prima seja a criatividade. A economia criativa "resulta da soma da produção e do comércio de bens e serviços que possuem o conhecimento e a criatividade, ou seja, o conteúdo simbólico e intangível como elemento diferenciador" (MADEIRA, p.24, 2014). Esse fenômeno originou-se na Austrália, no início de 1990, com a meta de desenvolvimento, que tem como principais bases o conhecimento, a criatividade, o talento individual, a tecnologia e a cultura. Essa denominação surge no Reino Unido, a fim de sintetizar os mais variados movimentos ao redor do mundo que conectavam criatividade e economia. Entretanto, o termo carece de definições, o que atrasa o desenvolvimento desse conceito na economia brasileira. A primeira produção sobre economia criativa foi em 2001, com John Howkins e o livro "The Creative Economy", mas muito pouco tem sido publicado sobre tal assunto. Já no Brasil, desde 2011, há um órgão na estrutura do Ministério da Cultura que pensa e propõe políticas públicas para a área, a Secretaria da Economia Criativa. A fim de discutir a economia criativa no Maranhão, o debate  feito com a professora Letícia Cardoso, do departamento de comunicação, e o professor Anderson Miranda, do departamento de turismo, ambos da Universidade Federal do Maranhão  levanta questões e mostra como esse conceito pode ser abordado no nosso estado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O debate jornalístico se propõe a explicar o conceito de economia criativa, por meio de um diálogo com a professora doutora em Comunicação, Letícia Cardoso, e o professor doutor em Turismo, Anderson Miranda, ambos ligados ao assunto, informando se existem os polos de economia criativa no Maranhão e como esse conceito pode ser abordado em nosso estado. Também é objetivo do debate diferenciar o termo de economia criativa de indústria criativa, já que, para Creative Clusters, indústrias criativas "são baseadas em indivíduos com habilidades criativas e artísticas, aliadas à administração e às tecnologias, fazendo produtos comerciáveis, os quais possuem valor econômico ligado às suas propriedades intelectuais e/ou culturais". Além disso, conceitos como cidade criativa, que envolve o contexto urbano em ligação direta com a economia criativa, gerando renda por meio deste tópico, e turismo de experiência  que consiste em uma imersão do turista na cultura local, no sentido de que ele não apenas conhecerá o destino, mas vivenciará os aspectos culturais imbuídos nele  , podem ajudar a compreender o que é economia criativa e a desenvolver esse fenômeno no nosso estado. Por fim, buscou-se aliar a turismo, visto que, associando os conhecimentos turísticos, dá uma noção mais ampla do que pode ser aproveitado em nosso estado para difundir essa prática e, sobretudo, a comunicação, já que os veículos podem ser canal de grande difusão para negócios vinculados à economia criativa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo pesquisas da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), os setores ligados à economia criativa  moda, design, artesanato, música, cultura, tecnologias em geral, outros  são os que mais crescem e os únicos que continuaram evoluindo durante a crise mundial de 2008, por exemplo. Em 2015, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) sofreu queda de, aproximadamente, 3,7%, a economia criativa estava a todo vapor, chegando a faturar R$ 126 bilhões ao fim do ano de 2013. De acordo com a UNESCO, o crescimento médio do comércio de bens criativos foi de 11,5%, em termos de economia mundial, entre o período de 2002 a 2008, dobrando a renda de US$ 205 bilhões para US$ 407 bilhões, em 2008. Ao todo, as exportações ao longo do ano de 2008 desse segmento conseguiram faturar em torno de US$ 592 bilhões. Embora não haja pesquisas mais recentes sobre o assunto, estima-se que o Ministério da Cultura trabalha, atualmente, com mais de 400 mil empresas ligadas à economia criativa, o que representa 7,8% do total de empresas do país. Além de inovar em termos de indústria e economia, esses números também refletem na geração de empregos, sendo responsáveis por, aproximadamente, dois milhões de empregos. Países como Estados Unidos e a comunidade Europeia buscam compreender o fenômeno e já se utilizam dele economicamente. Em um trabalho de pesquisa organizado pela Unctad e pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento), o Creative Economy Report, que possui um mapeamento da economia criativa em nível global, mostra que, no continente europeu, "a volta por cima das indústrias criativas europeias somaram 654 bilhões de euros em 2003, crescendo 12,3% mais rápido que toda a economia da União Europeia e empregando mais de 5,6 milhões de pessoas.". Trazendo essa realidade para o Maranhão, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, promoveu um levantamento de dados no período do carnaval de 2015 em São Luís, dos trabalhadores ambulantes da capital. Um dos dados colhidos foi que muitas famílias trabalham apenas com a economia criativa em período de festas na capital  sejam elas shows, festas religiosas, carnaval, festas juninas, outras  e o faturamento mínimo dessas pessoas chegava a dois salários mínimos (por volta de R$ 1.400 no ano da pesquisa). Além disso, a grande maioria é do sexo feminino e são casadas, mas que possuem outra ocupação. No entanto, ao mesmo tempo, pode-se perceber que as pessoas que trabalham nesse setor, buscam complementar o seu salário ou tirar, a partir disso, a sua renda  por não terem um emprego formal. A partir desse levantamento, foi criada uma subsecretaria de Economia Criativa no Estado, a qual pretende destinar verbas não só para a capital, mas também para todo o Maranhão. Diante dos dados, é possível perceber as vantagens econômicas que a indústria criativa pode trazer para o nosso estado, o qual possui uma vasta possibilidade de crescimento nesse setor, já que a produção artesanal, o patrimônio histórico e as manifestações culturais do Maranhão, além dos outros setores que a economia criativa engloba, são ponto forte do estado e devem ser explorados, a fim de ajudar no desenvolvimento da economia. Para compreender e coordenar esse novo setor, tem sido criadas inúmeros órgãos e articulações interorganizacionais, a fim de criar ações que permitam o trabalho com a economia criativa. Sendo assim, para que haja um planejamento concreto, alicerçado em medidas cabíveis e possíveis, precisa-se de uma comunicação eficiente, tanto interna quanto externamente. Nesse caso, a comunicação organizacional, sobretudo, pode ajudar no processo de difusão da economia criativa, uma vez que alinha os processos e ações a serem tomadas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O debate acerca da economia criativa surgiu de um programa voltado à cultura, chamado de Sintonia Cultural, idealizado na disciplina de Laboratório de Radiojornalismo cujo objetivo era entender desde o conceito até a prática desse assunto no nosso Estado, porque se percebe o potencial econômico em torno dos patrimônios culturais e históricos do Maranhão. A ideia surgiu a fim de compreender também como a comunicação pode ser útil para difusão de tal conceito. Para tanto, foi preparado no segundo bloco do programa um debate com a professora doutora em Comunicação pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio Grande do Sul, Letícia Cardoso, e o professor doutorando em Gestão pelo ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) em Portugal, Anderson Miranda. E, para entender melhor a escolha do formato de debate, é preciso entender sobre os gêneros jornalísticos, para depois compreender os gêneros radiofônicos e seus formatos. Para Bakthin, a palavra "gênero" consiste em um determinado número de enunciados, que são marcados por peculiaridades de um contexto de enunciação, "onde uma dada atividade humana recorrente está em andamento em um contexto de cultura. Esse conjunto de enunciados é marcado também pela esfera de utilização da língua, pelo objetivo comunicativo, pelo conteúdo explorado." (LOPES apud SEIXAS In: ROSA DOS GÊNEROS, 2007, s/p). Sendo assim, a produção do produto jornalístico, na totalidade do seu processo até a sua enunciação, levaria à determinação da categoria na qual se encaixa. Para José Marques de Melo, "gênero jornalístico é a classe de unidades da Comunicação massiva periódica que agrupa diferentes formas e respectivas espécies de transmissão e recuperação oportuna de informações da atualidade, por meio de suportes mecânicos ou eletrônicos." (MARQUES DE MELO apud ASSIS, p.50, grifo do autor). A partir desses conceitos, Luís Beltrão, considera três tipos de gêneros: o informativo  no qual se encontram a notícia, a reportagem, a entrevista, a informação via imagem e a história de interesse humano  ; o interpretativo  caracterizado por uma reportagem em profundidade, que investiga, instiga a análise e a reflexão do consumidor da informação  ; e o opinativo  composto pelo editorial, crônica, opinião do leitor, artigo e opinião ilustrada. Já Marques de Melo acredita que há os gêneros: informativos  nota, notícia, reportagem e entrevista  ; opinativos  editorial, comentário, artigo, resenha, caricatura, carta, crônica e coluna  ; interpretativo  análise, perfil, enquete, cronologia e dossiê  ; diversional  história de interesse humano e história colorida  ; e utilitário  indicador, cotação, roteiro e serviço. A partir daí, pode-se trabalhar com os conceitos de gêneros radiofônicos que, segundo Barbosa Filho, estão ligados por conta de determinada função que cada produto exerce diante da audiência. Para fim de compreender o formato de debate, este trabalho se aterá apenas aos gêneros radiofônicos informativos cujo objetivo é "atualizar o público por meio da divulgação, do acompanhamento e da análise dos fatos" (BARBOSA FILHO, p. 89). Temos como gêneros radiofônicos informativos: " Nota: são pequenos informes, geralmente, de curta duração (em média 40s), com linguagem objetiva e direta. " Notícia: informação básica, de curta duração, que informa um determinado fato atual. Geralmente, pode ser feita por dois ou mais locutores e pode ser apresentada em mais de um bloco. " Boletim: possui também curta duração, podendo ser transmitido ao longo do programa. Pode ser constituído de notícias, notas, pequenas entrevistas ou, até mesmo, reportagens. " Reportagem: possui longa duração, por se tratar de uma narrativa mais bem elaborada, com diversos pontos de vista sobre um determinado fato, permitindo aos ouvintes uma noção maior sobre o fato narrado. " Entrevista: está presente na maioria dos programas e matérias jornalísticas e representa uma das mais importantes formas de coletar informações. " Comentário: possui um conteúdo opinativo e, geralmente, é falado por um especialista, que dá uma nova voz ao programa, tornando-o mais rítmico. " Crônica: aliada à literatura, está presente desde os primórdios do jornalismo. Possui longa duração e expõe o fato de forma mais subjetiva. " Radiojornal: é um programa completo, que pode englobar todos os outros formatos, podendo possuir vários blocos. Além disso, pode ser dividido em editorias ou seções, mantendo o público atualizado sobre os mais diversos assuntos. " Documentário jornalístico: propõe uma análise sobre um determinado tema, geralmente, com a participação de um repórter condutor. É um apanhado com comentários, pesquisas, medição dos fatos, que desenvolvem um panorama amplo do assunto tratado. " Programa policial: que tem como objetivo cobrir acontecimentos e fatos policiais, utilizando reportagens, comentários, notícias e entrevistas. " Programa esportivo: divulga e cobre eventos esportivos. Também pode conter reportagens, comentários, notícias e entrevistas. " Divulgação tecnocientífica: trabalha o aspecto do jornalismo científico, divulgando novidades sobre a comunidade científica e suas produções. O debate ou mesa-redonda se encontra na categoria de gênero informativo e consiste em um momento no qual os participantes, por meio de uma discussão, trocam ideias  sejam elas diferenciadas ou não  entre si. Geralmente, um apresentador faz a mediação e propõe a dinâmica do momento. "A mesa redonda é composta por especialistas que, tendo ou não valores comuns, procuram esclarecer e elucidar o público sobre um ou mais temas abordados" (BARBOSA FILHO, p. 103). Sobre o debate, Prado também pontua que é nele que se produz um confronto aberto de posturas diferentes. "A forma mais viva da polêmica" (PRADO apud BARBOSA FILHO, p.104), segundo o autor. É desse formato que sairá o posicionamento do público, a favor de uma das posturas, mesmo que essa inclinação não seja definitiva. A edição do debate foi feita de forma a deixar espontâneo, já que uma das características principais desse formato é que ele precisa ser uma transmissão ao vivo ou ter a espontaneidade de uma. Na verdade, o debate precisa ser um diálogo e, portanto, precisa acontecer de forma natural. Quanto mais edições forem feitas, mais artificial se torna o produto, nesse caso.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O debate teve duração de 23 minutos e 50 segundos e foi um bloco do programa Sintonia Cultural, desenvolvido pelos alunos de Laboratório de Radiojornalismo, da Universidade Federal do Maranhão. Foi utilizada apenas uma BG (background sound), no intuito de suavizar o tom formal da discussão. Pensando no conceito de debate proposto pelos autores citados, foi feita a escolha dos participantes do nosso debate. Foi escolhida Letícia Cardoso (professora adjunta do curso de Jornalismo, na Universidade Federal do Maranhão, é formada em Comunicação Social  Jornalismo e Letras, especialista em Jornalismo Cultural, mestre em Ciências Sociais e doutora em Comunicação, desenvolve pesquisas sobre comunicação, estudos culturais, cultura popular, mídia e política no Maranhão) e também Anderson Miranda (com graduação em Turismo pela Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP, possui pós-graduação em MBA Internacional em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV, Berkeley University e Ohio University), é mestre em Gestão Empresarial pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas - EBAPE/FGV (Profissionalizante) e Doutorando em Gestão pelo BRU-ISCTE em Lisboa). O amplo conhecimento dos professores nas áreas de Comunicação e Turismo proporcionou um rico debate acerca da economia criativa, permitindo uma reflexão sobre como esse conceito se encaixa no estado do Maranhão e que providências poderiam ser tomadas para o seu desenvolvimento no estado em questão. Além disso, ajudou na compreensão de termos característicos como cidade criativa e turismo de experiência, explanados por ambos os professores. O debate foi feito no laboratório de rádio, na Universidade Federal do Maranhão, com orientação e supervisão da professora Josie Bastos. À priori, a professora Letícia Cardoso e o professor Anderson Miranda explicaram a economia criativa, partindo do pressuposto que é um conjunto de atividades voltadas à produção intelectual, cultural e/ou criativa do indivíduo ou de um grupo, que visa gerar lucros e receita para determinada pessoa e local. De forma didática, Cardoso explicou que a economia criativa está presente em nosso cotidiano e que é preciso lançar um olhar de valorização desse conceito. Quando perguntado qual seria a conexão entre economia criativa e turismo, Anderson Miranda explicou que há patrimônios tangíveis e intangíveis, estando a cultura contida neste último, permitindo um elo entre os próprios elementos culturais da nossa cidade e a indagação de o que deve ser feito para aproveitar esses aspectos, no que diz respeito à indústria criativa. A partir desse gancho, surgiu a necessidade de compreender se no Maranhão existem polos de economia criativa. A professora Letícia Cardoso respondeu que o que se vê, atualmente, é uma grande demanda do turismo cultural. Não se lucra apenas com a venda de bibelôs ou acessórios, mas com o próprio modo de viver daquele local. Foi então que se fez necessário entender o que é Turismo de Experiência, tópico esclarecido pelo professor Anderson Miranda, que disse que o centro da indústria criativa é a experiência e que esse movimento precisa receber investimento e estrutura para impulsionar a economia criativa. Para refletirmos, Turismo de Experiência, segundo MacCannell (In: PEZZI e VIANA) diz que os turistas desejam para além do que é mostrado. Surge a necessidade de participar da cultura dos lugares onde visitam. Também escolhemos a professora Letícia Cardoso, porque sua tese de doutorado aborda o Boi do Maracanã, uma comunidade que se apresenta durante as festas de bumba-meu-boi e que tem uma enorme diversidade no que diz respeito à cultura popular. Sobre cultura popular, Pezzi e Viana trazem conceitos de Canclini em seu artigo e concluem que "o popular, olhando pelo prisma do folclore, é o que se refere à tradição, o depósito da criatividade camponesa, da suposta transparência da comunicação cara a cara, da profundidade que se perderia com as mudanças exteriores da modernidade." (PEZZI e VIANA, p. 31, 2001). Cardoso propôs uma nova metodologia inovadora na cultura popular, na qual esta última se relaciona com a economia, com a política, com a religião e com a comunicação. Durante o debate, foi pedido que ela explicasse um pouco da sua experiência, a fim de demonstrar que a cultura popular está enraizada no nosso estado e que isso pode ser aproveitado no âmbito da indústria criativa. A professora deixa claro que o seu objetivo é fazer um mapeamento para os estudiosos da comunicação sobre a cultura popular, a fim de que esses estudos aumentem neste campo. Cardoso também pontua que é necessário mudar o paradigma de que cultura popular não pode ser utilizada como fonte de renda, como há muito tempo foi convencionado. O capitalismo, aliado à cultura, pode trazer inúmeros benefícios à sociedade. Sem mencionar que tentar manifestar-se culturalmente sem envolver os aspectos capitalistas e midiáticos é como congelar a cultura de um determinado povo, isolando-a das mudanças ocorridas e retrocedendo no seu desenvolvimento. A cultura precisa acompanhar as transformações que a sociedade passa. Cidade criativa também foi um termo abordado, sendo deixado claro que ainda falta muito para esse termo ser utilizado nas cidades do nosso estado. Sobre cidade criativa, pode-se entender que são caracterizadas por constantes processos de inovação, baseada em ligações das mais diversas ordens (pessoas, ideias, público e privado, áreas de saber, entre outros). As cidades criativas "têm na cultura (identidade, fluxo de produção, circulação e consumo, infraestrutura, ambiente) grande fonte de criatividade e diferencial social, econômico e urbano" (In: Reis, 2011). Dessa forma, é preciso que haja uma conexão entre os setores e forças para que se possa utilizar o conceito de cidade criativa, porque o Maranhão é um estado rico, mas ainda não está estruturado nesse aspecto. Segundo Miranda, é preciso unir as forças para recuperar os patrimônios e utilizá-los na economia criativa. Para finalizar, foi perguntada à professora como a comunicação poderia ajudar na difusão da economia criativa. Cardoso respondeu que talvez por meio de um diálogo, dentro de um programa, sobre esses aspectos. Seria o papel dos agentes governamentais promover palestras, programas, discursos e outras manifestações, a nível não só das pessoas diretamente ligadas a esses conceitos, mas a toda população.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O principal objetivo do debate era de compreender as questões acerca da economia criativa, explicando os conceitos relacionados e procurando um método de encaixarmos essa realidade no nosso estado, visto que, no Maranhão, há uma vasta possibilidade de coisas advindas da criatividade dos indivíduos ou dos grupos que poderiam ser exploradas em prol da geração de renda, bem como aliar a comunicação a esse processo. Utilizar o debate como formato radiofônico foi uma maneira de conseguir diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto, a fim de criar novos olhares sobre a economia criativa e os benefícios que tem trazido e que pode continuar trazendo para o nosso estado. Sobre este assunto, fica, portanto, a reflexão da necessidade de políticas públicas a fim de regularizar e fomentar o crescimento da renda a partir desse viés, bem como já é feito em países desenvolvidos, como é o caso da comunidade europeia e os Estados Unidos. E, sobretudo, é importante pensar em como a comunicação pode ajudar na difusão desses aspectos; seja por meio de programas nos meios de comunicação ou por uma própria comunicação organizacional, mais voltada para as relações públicas, que auxiliem no processo de organização das ações e procedimentos a serem tomados a respeito da economia criativa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBOSA FILHO, André. Gêneros radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo, SP: Paulinas, 2003.<br><br>CATENACCI, Vivian. Cultura Popular: entre a tradição e a transformação. São Paulo. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/spp/v15n2/8574.pdf>. Acesso em: 06 abr.2017.<br><br>ECONOMIA criativa avança mesmo durante a recessão. Jornal O Globo. 03 jan.2016. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/economia-criativa-avanca-mesmo-durante-recessao-18399357> . Acesso em: 06 abr. 2017.<br><br>ECONOMIA criativa do Rio de Janeiro e as MPE. Boletim SEBRAE. Nov.2012. Disponível em: < https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RJ/Menu%20Institucional/Sebrae_SET_nov12_ec_crtv.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2017.<br><br>EMMENDOERFER, Magnus L.; FIORAVANTE, Alexandre S.A.; CEZAR, Layon C.; Planejamento Governamental e Comunicação Organizacional para a Política Pública de Economia Criativa no Brasil. Revista Brasileira de Políticas Públicas e Internacionais. Paraíba, 2016. Disponível em: < http://periodicos.ufpb.br/index.php/rppi/article/view/28261/16066>. Acesso em: 06 abr. 2017.<br><br>LOPEZ, Débora C.; MATA, José H. da. Os gêneros jornalísticos e sua aplicação no radiojornalismo. Revista do programa de pós-graduação em Comunicação, Juíz de Fora. <br><br>MADEIRA, Mariana Gonçalves. 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Acesso em: 06 abr. 2017.<br><br>REIS, Ana Carla F.Curso de formação de Gestores Públicos e Agentes Culturais. Rio de Janeiro. Disponível em: < http://www.cultura.rj.gov.br/curso-gestores-agentes/textos/cidadescriativas.pdf>. Acesso em: 06 abr.2017.<br><br>SILVA, Gilberto da. Gêneros e Formatos Radiofônicos. Portal Vitrine do Giba. Disponível em: < https://vitrinedogiba.com/2015/04/06/generos-e-formatos-radiofonicos/> . Acesso em: 06 abr.2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>