ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00808</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Em torno do Sol.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Vlamir Cruz de Medeiros (Universidade Potiguar); Júlio César Castro Soares CARVALHO (Universidade Potiguar); Sidenei da Silva dos SANTOS JÚNIOR (Universidade Potiguar)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;filme, ficção, cinema, sol, curta-metragem</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Em Torno Do Sol" é um curta-metragem de ficção científica. Esta obra audiovisual possui duração total de 11 minutos. No filme, as atividades eletromagnéticas do sol estão tão intensas que causam interferências nos aparelhos eletrônicos impossibilitando o seu funcionamento. Neste cenário peculiar, "X", pesquisador de um programa secreto, trabalha em um local quase inabitado fazendo medições das atividades solares, na intenção de relatar possíveis anormalidades e de acompanhar o funcionamento de eletrônicos em ambientes suscetíveis as interferências eletromagnéticas. A análise nos conduz às premissas conceituais do filme, a abordagem narrativa e aos aspectos relacionados ao processo de produção: à construção sonora de elementos ficcionais (sound design), fotografia, direção de arte e pós-produção de imagem. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Em Torno Do Sol" aborda a fragilidade e efemeridade da tecnologia baseada em componentes eletroeletrônicos existente no planeta Terra. Sistemas, virtualidade, e aparatos dependentes do uso de energia elétrica. Além de tratarmos de temas como, reciclagem, obsolescência programada e influência das atividades eletromagnéticas solares. Aborda as peculiaridades do curta-metragem. O contexto retrata a realidade de "X", pesquisador de um programa secreto que vive em um universo quase inabitado e aprimora seus conhecimentos de eletrônica em ambientes propensos a interferências eletromagnéticas. Trata de temas como, reciclagem, obsolescência programada e influência das atividades eletromagnéticas solares. E levando em consideração estas temáticas, o filme conduz ao pensamento de SIMABUKULU (2006) onde este afirma que: "há um consumo cada vez maior dos produtos dessa indústria de eletrotécnicos...São tantas as comodidades, tão bem arraigadas em nossa civilização que não podemos conceber viver em um mundo onde elas não estejam presentes." (SIMABUKULO et al, 2006, p. 17). Nesta linha de pensamento, a narrativa do filme se transporta para um futuro de data indeterminada, tempo em que as interferências eletromagnéticas emanadas pelo Sol estão intensas a ponto de ser quase impossível o uso de energia elétrica e os equipamentos eletrônicos se tornaram itens obsoletos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Produzir um filme curta-metragem de sete a onze minutos, a fim de compreender os processos inerentes a uma produção fílmica de ficção e abordar temáticas pertinentes e relacionadas ao uso da tecnologia, o desgaste humano em torno dos eletrônicos, o meio ambiente e as interferências eletromagnéticas criando uma atmosfera de isolamento do personagem provocando uma reflexão associada às características do humano em torno de perspectivas observadas na pós-modernidade e as suas consequências ou desenvolvimentos num momento futuro.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em sintonia com este entendimento "Em Torno do Sol" tem seu roteiro inspirado em dados da NASA (2006) que elucida fato científico ocorrido no ano de 1989 quando parte do Canadá e Estados Unidos da América foi assolado por um imenso apagão elétrico decorrente de interferências provocadas pelas atividades solares nos sistemas de abastecimento de energia. Evento solar que também foi responsável por interromper o funcionamento de sistemas dependentes de satélites artificiais em órbita da Terra. O filme foi pensado na intenção de criar uma atmosfera de isolamento. Desde a escolha dos planos, sempre centrado no único personagem, Mister X, sem nunca sair de seu entorno. Inclusive neste conceito, até o sol, seu principal antagonista, pouco aparece.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a captação de imagens foi utilizada as câmeras digitais Blackmagic Pocket Cinema e Canon 60D DSLR, acompanhadas de um kit de lentes para cinema Samyang e Canon, adaptador Metabones Speed Booster para base de montagem Canon EF, sistema de foco manual, matte box, filtros, tripé Manfrotto, fotômetro Sekonic, X-Rite ColorChecker, slide, estabilizador de câmera motorizado MOVI, guarda-sol e acessórios. Segundo o manual da Canon (2010, p. 294) a câmera 60D possui sensor A-PSC com dimensões de 22.3mm x 14.9mm e gera vídeo em resolução de 1920x1080. A Blackmagic Pocket Cinema gera vídeo em resolução também de 1920x1080, tem sensor Super 16mm e faixa dinâmica especificada de 13 Stops, conforme informátivo da Blackmagic (2016, p. 02 ). Após avaliarmos imagens geradas pelas duas câmeras, a textura mais refinada e faixa dinâmica extendida da Blackmagic a fez ser escolhida para o posto de câmera principal do filme. Ficando a Canon 60D como câmera reserva. As imagens do filme foram captadas em 23.976 quadros por segundo, com a Blackmagic filmando na Codec ProRes 422, formato Mov a 220Mbs. Nos momentos em que a Canon 60D foi utilizada foi selecionado preset e realizado ajustes na câmera para deixar a imagem o mais próximo possível do que seria obtida pela Blackmagic. As imagens na Canon foram geradas na codec H.264 a 330mb/s. Na Blackmagic foi instalado o adaptador Metabones Speed Booster que conforme artigo técnico de Caldwell e Bittner (2013) aumenta o ângulo de cobertura da lente e intensifica a luz que chega o sensor em um f-stop. Para realizar o desenho da luz nos ambientes internos se optou por refletores de tecnologia Led. Houve ainda a colaboração estética de fontes de luz artificiais que aparecem em cena: duas lâmpadas incandescentes comuns na bancada de trabalho do personagem, velas no criado mudo do dormitório e um lampião na sequência final do filme. Nas cenas filmadas na escadaria em espiral que dá acesso ao bunker do personagem, embora o local seja de ambiente interno, a iluminação utilizada foi a natural. Essa abordagem foi possível devido ao Farol de Mãe Luiza, local real da escadaria, possuir janelas ao longo da sua altura. Elementos esses que não aparecem em cena para não comprometer a narrativa a ser impressa no filme de que a escadaria era ambiente de ligação da superfície com um compartimento subterrâneo. Na captação do som direto das cenas, foi utilizado o microfone shotgun Rode NTG3, vara de boom e windshield Rode, gravador digital Zoon H4ni, monitorado com o headphone Sony MDR-7506. Os registros sonoros das cenas foram gravados em formato wav na resolução de 24 bits em taxa de amostragem de 48k. O som direto captado nas locações em grande parte foi utilizado apenas como guia para desenvolvimento do desenho de som do filme. Esse encaminhamento técnico foi necessário pela características em comum que as locações possuíam de ter em seu entorno sons não compatíveis com a narrativa a ser implementada no filme. Para a gravação em estúdio de voz e foley, entre eles, passos, máquina de escrever, cadeira, zíper, e gaveta, foi utilizado o microfone condensador AKG perception 220, mesa Mackie 24.8 analógica, interface Focusrite Scarrlet 18i20 e estação de gravação digital Samplitude Pro. A cena onde o personagem acompanha a música que toca, na engenhoca construída por ele, com seu instrumento musical artesanal, foi filmada com o ator dublando solo de sua guitarra slide já gravado anteriormente e executado por ele mesmo. A edição e desenho de som foi realizado no software Samplitude, com o som final exportado em formato wav na resolução de 24 bits em taxa de amostragem de 48k. Com relação a Direção de Arte, o primeiro passo depois do roteiro foi fazer uma decupagem de arte e figurino, onde buscamos entender a essência da história do personagem, criando sua atmosfera visual e vida interior. Não utilizamos cores, optamos pelo preto e branco, buscando assim uma estética narrativa ausente do efeito distrativo das cores, mais direta e sensitiva entre o espectador e a realidade imaginária do filme. Entendimento estético comum aos que atualmente realizam filmes em P&B conforme registrado por Noronha (2013) em artigo publicado no sítio da Associação Brasileira de Cinematografia . Com a presença da cartela com tons de cinza, pudemos explorar ao máximo a cenografia e os objetos de cena, dando ênfase ao entendimento do que eles imprimiam a narrativa da obra, sem a distração das cores o espectador poderia ter um contato maior com o objetivo da cena e mergulhar na atmosfera do personagem. Não nos preocupamos apenas com a escolha dos objetos e cenários, o nosso desafio foi criá-los, utilizando texturas e formas diferentes, obtendo uma resposta visual quando passamos para o preto e branco. Para a criação dos objetos buscamos entender conceitualmente sobre tudo que envolvesse energia elétrica, magnetismo e outras tempestades solares que, de fato, já ocorreram, para assim, criarmos algo condizente com a realidade. Esse mesmo processo também ocorreu com o figurino. Realizamos testes de cores e texturas, usando nuances de tons de cinzas. Sua escolha ocorreu por fator de ambientação. Inicialmente pensamos num macacão pela proteção solar, estilo e praticidade, posteriormente, buscamos uma narrativa mais condizente com a situação, continuamos com o macacão, mas exploramos seus cortes e designes para uma estética mais voltada para um personagem cujo macacão seria sua farda cotidianamente. O filme "Pi" (1998) foi nossa referência de ambientação para o bunker de X, local onde ele realiza o envio de dados para o sistema, conserta, descobre objetos, tem seus momentos de distração e dramas. Evitamos "poluir" sua mesa de trabalho com muitos elementos para não tirar a atenção do espectador dos objetos de cena mais importantes. Para a intervenção que realizamos no quarto do personagem, colocando telas de arame nas paredes, nos inspiramos na teoria da Gaiola de Faraday, que de acordo com orientações da S.I.A (2012) oferece um efeito de blindagem contra ondas eletromagnéticas. As demais locações tiveram referências em pesquisas reais, desde um trabalhador de uma plataforma de petróleo, que teve seus momentos de isolamento e nos concedeu depoimento pessoal, a visitação a locais na cidade mais deteriorados e isolados, buscando assim encontrarmos realidades de abandono. Na parte de efeitos visuais temos como principal referência estética para o holograma produzido pela engenhoca construída pelo personagem a mensagem da Princesa Léia para Obi-Wan Kenobi no início do filme "Star Wars: Uma Nova Esperança" (1977) onde encontram-se elementos como fonte luminosa de menor tamanho que o conteúdo exibido, ponto de luz claro saindo de um objeto específico, um elemento central atuante na mensagem (no primeiro caso Bruce Lee, nas demais partes vídeos que remetem ao espaço e estática) e um receptor para escutá-la. Para a criação da estética do holograma no curta não foram utilizados quaisquer plugins externos, todos os utilizados são nativos do software Adobe After Effects CC. No processo de produção das filmagens em específico nas dunas tentou-se na própria locação retirar as várias pegadas deixadas pela equipe responsável por compor o cenário, mas, houve a necessidade de fazer esse processo via pós-produção. Para isso foi utilizada a técnica de máscaras (que consiste em selecionar uma área a ser mostrada e o que fica de fora não se vê) em conjunto com a técnica de traqueamento (técnica responsável por fazer um objeto criado dentro do software acompanhar um outro objeto no arquivo de vídeo), pois, pelo local ter a presença de muito vento, a câmera não estava totalmente estática e isso proporcionou mais veracidade no resultado final a ser alcançado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em torno do sol é um curta-metragem de ficção cientifica em preto e branco com duração final de onze minutos, centrado em um único personagem que lida com as adversidades de um mundo com acesso restrito a energia elétrica decorrente de uma intensa atividade eletromagnética do sol. O filme foi desenvolvido coletivamente, podendo todos os componentes ter a liberdade de participar nas atividades que lhe fossem confortáveis. Ao fim do processo foi feita uma avaliação, onde foi constatado as reais contribuições de cada membro e elaborada a ficha técnica da obra. O filme num processo de baixo orçamento foi finalizado com características estéticas de forma satisfatória e em sintonia com as expectativas que nos motivaram inicialmente.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">"Em torno do sol" foi desenvolvido como um projeto acadêmico e, como tal, serviu como exercício da aplicação de conceitos narrativos, artísticos e técnicos da área de audiovisual e favoreceu a abordagem e reflexão de temáticas emergentes na pós-modernidade. A construção propiciou a vivência peculiar das amplas possibilidades e desafios existentes na realização de um filme. As técnicas utilizadas nos permitiram aprimorar os conhecimentos já adquiridos na área de audiovisual. Permitiu discussões em torno do enredo e novos questionamentos que contextualizem o cenário atual do humano e as relações com o futuro destacado no personagem. Desta forma, a proposta favorece outros roteiros ficcionais. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BLACKMAGIC DESIGNS, Operational Manual Blackmagic Cameras. Freemont 2016. <br><br>CALDWELL, Brian; BITTNER ,Wilfried. The Speed Booster - a New Type of Optical Attachement for Increasing the Speed of Photographic Lenses. Vancouver: Metabones, 2013. <br><br>CANON INC, Manual de instruções EOS 60D. Tokio, 2010. <br><br>NASA. STEREO - Science Writers Guide. Fremont, 2006 <br><br>NOGUEIRA, Luis. Manuais de Cinema II Gêneros Cinematográficos. Covilhã: Labcom, 2010. <br><br>NORONHA, Danielle. Representação em preto e branco. disponível < http://www.abcine.org.br/artigos/?id=1583& > acesso em 14 de abril de 2016 <br><br>PI. Produção de Eric Watson. Direção Darren Aronofsky. Wilmington: Harvest Truth & Plaint Films, 1998. 1 DVD. <br><br>S.I.A.. Physical Hazards: Non-Ionising Radiation  Electromagnetic. Victoria, 2012 <br><br>SIMABUKULO, Lucas Antonio Nizuma. et al. Energia, industrialização e modernidade. São Paulo: USP, 2006. <br><br>STAR Wars: Uma Nova Esperança. Produção e Direção George Lucas. Los Angeles: LucasFilms, 1977. 1 DVD. <br><br> </td></tr></table></body></html>