ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00889</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;MICROCEFALIA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Gabriela Carla Melo da Silva (Universidade Maurício de de Nassau); Adriana Maria Salgado Silva (Universidade Maurício de de Nassau); Alison Matias Dantas dos Santos (Universidade Maurício de de Nassau); Arthur Antônio de Souza Mota (Universidade Maurício de de Nassau); Dayvison Barros do Nascimento (Universidade Maurício de de Nassau); Irisleide Alves da Silva (Universidade Maurício de de Nassau); Joana Karla do Nascimento (Universidade Maurício de de Nassau); Nivya Thalia da Silva (Universidade Maurício de de Nassau)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Curta-mettragem, Microcefalia, Mães, Drama, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este artigo é baseado num curta-metragem, apresentado na Universidade Maurício de Nassau (Uninassau), em Pernambuco, no primeiro semestre do ano de 2016, e postado em uma rede social que permite os usuários carregarem e compartilharem vídeos em formato digital, o YouTube. O vídeo documentário mostra as dificuldades e o drama de duas famílias que tiveram seus bebês diagnosticados com microcefalia. Trazendo em forma de depoimentos essas histórias desde a descoberta da doença até os problemas enfrentados no cotidiano. Vamos abordar como esses obstáculos são superados, o que esse fato mudou na vida e no dia a dia dos pais, e como eles veem o amanhã.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em abril de 2015 uma epidemia dos vírus da Dengue, Chikungunya e Zika atingiu a região Nordeste brasileira, principalmente em Pernambuco e na Paraíba, pelo mosquito transmissor Aedes Aegypti. De acordo com o Ministério da Saúde, foram registradas, em até 20 de Outubro de 2016, 5.640 casos de recém-nascidos com suspeita de microcefalia e 583 confirmados. Este órgão competente juntamente com as Secretarias Estaduais de Saúde associou o vírus zika com a Microcefalia através de pesquisas e constatações dos fatos.  Este é um flavivirus que foi isolado pela primeira vez em macacos, em Uganda, ano de 1947 (VENTURA et al., 2016).  A infecção humana foi confirmada pela primeira vez em 1953 na Nigéria (MACNAMARA, 1954). Com essas informações e notícias que atemorizaram o Brasil e o mundo; o Governo Federal lançou campanhas de prevenção ao mosquito transmissor, na reabilitação das crianças com microcefalia e na orientação das mães.  Na ausência de uma vacina eficaz para todos os tipos de afecções transmitidas, o controle ainda é realizado por meio da eliminação dos criadouros potenciais dos mosquitos através da aplicação de larvicidas e inseticidas durante o período de transmissão (ESMERALDO, M. A., 2016). Enquanto pesquisadores tentam conhecer os mistérios da doença na esperança de descobrir o antídoto do vírus, pais lutam por seus filhos microcefálicos, cujas rotinas foram alteradas por conta das dificuldades e necessidades de prover um desenvolvimento que possibilite uma melhor qualidade de vida; e sofrem com o medo do que poderá acontecer no futuro, com aceitação dos filhos. Nesta perspectiva o trabalho segue como ponto de análise sobre a realidade dessas famílias na construção do curta - documentário. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo desses relatos que o documentário de curta-metragem é mostrar em forma de depoimento o drama dessas famílias, saber como foi a descoberta da doença, os problemas enfrentados no cotidiano, quais os obstáculos superados no desenvolvimento da criança e o que os parentes esperam do futuro. Como mostra Anaelson Leandro de Souza em seu artigo, o ato de contar a realidade dos fatos tem uma interação social.  O cinema enquanto fenômeno da comunicação, iniciado no final do século XIX, tem em seu histórico uma sucessão de diferentes fases de interação social. Em seu início a linguagem do cinema documental com a intenção de apenas mostrar o cotidiano; seja à saída de operário de fábricas ou simplesmente mostrando ruas movimentadas . (SOUZA, 2010, p 1) Conforme Leite (2003, p.12) complementa,  a invenção do cinema deve ser associada à vontade do homem, mais precisamente da segunda metade do século XIX, de reproduzir visualmente a realidade que estava à sua volta. A inovação tecnológica possibilitou vislumbrar o mito do realismo total, quer dizer, a recriação do mundo à sua imagem . Com o tema em foco naquela ocasião, o projeto do vídeo teve a intenção de expor aquela realidade que era conhecida por poucas pessoas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O tema foi adotado com base nas informações do caso dos bebês microcefálicos que era abordado pela mídia no período da epidemia. O desdobramento dos fatos por meio dos suítes sobre o diagnóstico, tratamento, entre outros foram considerados de relevância para a execução do documentário. A real situação das famílias no convívio com a criança que nasceram com microcefalia; as dificuldades encontradas pelos pais no dia a dia, desde que descobriu a doença até as mudanças em suas rotinas  já que eles são atores principais no desenvolvimento do bebê  não foram pautadas pela mídia. O documentário é um domínio que adquiriu enorme relevo na produção audiovisual contemporânea. Isso pode ser aferido tanto na proliferação local e internacional dos espaços de exibição e circulação, dos festivais e mostras a ele dedicados com exclusividade, na variedade sem precedentes de formas e estilos propiciados pelas novas mídias, assim como no interesse e afluência crescentes do público (DOMINGOS, 2005, p 17). Outro ponto importante do vídeo dá visibilidade à história vivida por essas famílias através da linguagem audiovisual.  O estudo da imagem, como discurso produzido pelo não verbal, abre perspectivas comumente não abordadas nas análises mais recorrentes. Abre-se a possibilidade de entender os elementos visuais como operadores de discurso, condição primeira para se desvincular o tratamento da imagem através da sua correlação com o verbal e de se descartarem os métodos que "alinham o verbal pelo não-verbal". Informa (SOUZA, 2001). Pode observar o discurso do não verbal do curta-metragem, nos cortes em planos detalhes das imagens de apoio, tendo sensibilidade de perceber a emoção vivenciada pelos pais no momento da entrevista. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Analisou-se os critérios de informações que não foram divulgados nos telejornais do Recife no período da epidemia da microcefalia. Foi abordado no documentário de curta-metragem, que está sendo estudados por este artigo, nele pôde ver o outro lado da doença que não afeta apenas a criança, como também os parentes. Além disso, é observada uma visibilidade maior do público que acessa as mídias sociais. Baseado em três trabalhos de pesquisas sobre os critérios de noticiabilidade no telejornalismo; Jornalismo e o cinema mudo, no âmbito do real e da linguagem não verbal; e por fim, a ficção e o documentário nos curtas-metragens de Jorge Furtado, que darão um norte para a produção dos alunos da Uninassau. Mestre em Comunicação e informação, Doutora em comunicação social e pesquisadora da Universidade Federal de Pelotas, Michele Negrini, fez a pesquisa com base em noticiabilidade a partir de uma grande cobertura (2015). No caso dela, foi a tragédia da boate kiss em Santa Maria, e na do artigo sobre a microcefalia. Desse pressuposto percebe-se que a mídia local fez o desdobramento do caso da doença nos diagnósticos, tratamentos e reabilitação dos bebês microcefálicos. De acordo com Negrini,  As notícias são o produto final de um processo complexo, que inicia com a escolha e seleção sistemática de acontecimentos e tópicos, de acordo com categorias socialmente construídas . (NEGRINI et al, 2015, p 79). Para SOUZA (2010) o jornalista é conhecido como agente social tendo a missão de informar o público. Não tendo partido político, é uma figura que acima de tudo serve com verdade ao público para honrar a profissão. Realmente as escolhas dos profissionais de comunicação recifenses estão corretas, porém existe um lado que eles poderiam ter olhado melhor. Que seria a situação dos pais das crianças no enfrentamento da doença. Os alunos observaram o que passava ao seu redor e quiseram trazer para a sociedade esse lado mais sensível da história, que é a luta dos pais para o desenvolvimento dos filhos com microcelafia, pela produção de um vídeo o qual foi publicado na rede social You Tube. Como é defendido na pesquisa de Carla Domingos (2005), que aborda documentários de Jorge Fortunato, podemos observar qual o significado de documentário na visão da autora:  O documentário é um domínio que adquiriu enorme relevo na produção audiovisual contemporânea. Na variedade sem precedentes de formas e estilos propiciados pelas novas mídias, assim como no interesse e afluência crescentes do público . (DOMINGOS, 2005, p 17). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O vídeo documentário foi apresentado no auditório Capiba da Uninassau, no Recife. Tem a duração de cinco minutos, contendo relatos de pais que receberam o diagnóstico de microcefalia em seus filhos. Atualmente lutam por um melhor desenvolvimento físico e psicológico da criança, para que possam ter qualidade de vida no futuro. A reação da família com a descoberta da microcefalia Com planos detalhes o primeiro caso a ser contato é o de Mauro (bebê microcefálico), sua história é muito emocionante, pois a sua mãe, Isadora Moura, não aceitou o diagnóstico do seu filho de início. Ela sonhava em ter um filho perfeito, porém não foi assim que aconteceu. Com a decepção, ela ficou isolada quase teve depressão, mas com o apoio da família conseguiu aceitar o diagnóstico de microcefalia de Mauro. Rodrigo Moura, esposo de Isadora, aceitou as condições do seu filho e pôde ajudar a esposa. Como expõe Franciele Leiliane Sari em seu artigo sobre participação da família no trabalho fisioterapêutico em crianças com paralisia cerebral, e que pode trazido para o caso da microcefalia já que a paralisia cerebral é uma das consequências da doença.  A atuação e colaboração familiar é extremamente importante para qualquer profissional que trabalhe com crianças que apresentam algum tipo de alteração no seu desenvolvimento. Nesse sentido, tem-se observado respostas positivas quando os familiares atuam de forma a promover uma melhor evolução da criança , (Sari, 2008, p 1). Os bebês são estimulados a fazerem os exercícios necessários, podendo assim apresentando bons resultados. Segundo Rodrigo, pai de Mauro, a rotina deles sofreu alterações drásticas. Antes de marcar qualquer evento ele primeiro olha o agendamento de consultas médicas do filho para ver se encaixa em sua programação. A fim de não atrapalhar a sua reabilitação. Em seu depoimento conta sobre a imprevisibilidade do crescimento de Mauro, no qual não cria expectativas.  A criança tem uma cronologia e no caso de Mauro não se sabe. Então não faço previsões, pois ele pode andar e falar, mas também não. É melhor ter a surpresa boa do que a decepção diz. De acordo com (EICKMANN, et al 2016)  A microcefalia congênita pode causar diversas alterações, sendo as mais frequentes a deficiência intelectual, paralisia cerebral, epilepsia, dificuldade de deglutição, anomalias dos sistemas visual e auditivo, além de distúrbio do comportamento (TDAH e autismo) . Instituições de apoio às crianças com microcefalia e seus familiares Tantas histórias tristes, emocionantes e surpreendentes, levaram as mulheres com seus bebês diagnosticados com microcefalia a se unir formando o grupo de apoio União das Mães de Anjos (UMA) para trocarem experiências em alguns encontros. Daniele, mãe de Juan Pedro, é uma das atuantes da UMA que obteve ajuda psicológica. No desenvolvimento físico e psicológico de Juan, a Fundação Altino Ventura (FAV) disponibiliza consultas de reabilitação da criança, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde de intervenção precoce, baseado em protocolos com parcerias da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e com universidades internacionais americanas, que buscam o melhor diagnóstico e tratamento do bebê. Mesmo sabendo das dificuldades e das limitações de seu filho, Daniele tem esperança de vê-lo crescer e ter estabilidade emocional e financeira para poder ter um bom futuro  O meu desejo não é apenas que ele fale e ande; que vá muito, além disso. Até porque antes mesmo olhava na televisão quando passava Messi, Neymar... Eu já brincava, isso daí não é nada deixa o Juan chegar pra ver. Se Messi o melhor jogador do mundo é autista; porque Juan não pode ser o camisa dez da seleção tendo microcefalia? conclui Daniele. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A microcefalia é uma doença degenerativa que afeta crianças recém-nascidas. Mesmo que os pesquisadores e a Organização Mundial da Saúde (OMS), não saibam o que pode acontecer com essas crianças daqui a um tempo e nem podem dar uma resposta concreta à população pela imprevisibilidade do vírus, os pais acreditam na melhora das limitações físicas e cerebrais de seus filhos; confiam que eles são capazes de ultrapassar grandes barreiras, principalmente a do preconceito, e ir além do que eles possam imaginar. O objetivo do curta  documentário foi alcançado com êxito, pois foi relatado o problema que a sociedade estava vivendo e possibilitou aos pais das crianças com microcefalia a sensação de serem ouvidos, eles puderam contar suas experiências mostrando as dificuldades e necessidades que tinham. Com esses relatos outras pessoas que estão passando pela mesma situação podem ser ajudadas e terem do apoio moral. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">MACNAMARA, F. N.  Zikavirus:a report on three cases of human infection during an epidemic of jaundice in Nigeria . Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg., London, v. 48, n. 2, p. 139-145, Mar. 1954.<br><br>ESMERALDO, Milena Alencar.  Bioprodutos derivados de biomassa vegetal no combate ao mosquito transmissor da dengue - Aedes aegypti , ano 2016. Disponível em <http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/21454>. Acessado em 23/04/2017.<br><br>DOMINGUES, Carla do Nascimento,  A ficção e o documentário nos curtas-metragens de Jorge Furtado , ano 2005. Disponível em <http://www.pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/904/1/CDomingues.pdf>. acessado em 25/04/2017.<br><br>NEGRINI, Michele, BRANDALISE, Roberta. Os critérios de noticiabilidade no telejornalismo: Uma reflexão a partir da tragédia de Santa Maria, ano 2015. Disponível em <http://177.101.17.124/index.php/pauta/article/view/7050/4576>, Acessado em 25/04/2017.<br><br>VENTURA, C. V. et al.  ZIKV virus in Brazil and macular atrophy in a child with microcephaly . Lancet, London, v. 387, n. 10015, p. 228, 2016.<br><br>SOUZA, Anaelson Leandro de. Jornalistas e o cinema mudo  O protagonismo juvenil de Charlie Chaplin no curtametragemMaking a Living, ano 2010. Disponível em <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2010/resumos/R23-1375-1.pdf>, acessado em 25/04/2017.<br><br>SARI, FrancileneLeiliane. Participação da família no trabalho fisioterapêutico em crianças com paralisia cerebral , ano 2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822008000300003>. Acessado em: 24/04/17.<br><br>EICKMANN, Sophie Helena et al.  Síndrome da infecção congênita pelo vírus Zika , ano 2016. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Sophie_Eickmann2/publication/305483360_Sindrome_da_infeccao_congenita_pelo_virus_Zika/links/579b58f608ae802facba5323.pdf>. Acesso em 24/04/2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>