ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01012</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O Atabaque de Ogã</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Iara Maria Pereira (Universidade de Fortaleza); Jari Vieira Silva (Universidade de Fortaleza); Jari Vieira Silva (Universidade de Fortaleza); Paulo Henrique Araujo Silva (Universidade de Fortaleza); Pedro Nóbrega Vidal (Universidade de Fortaleza); Beatriz Brito Salles (Universidade de Fortaleza)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;fotografia, movimento, atabaque, umbanda, ogã</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este projeto foi desenvolvido na disciplina de Fotografia 1 do curso de Comunicação Social na Universidade de Fortaleza (UNIFOR). O trabalho objetiva retratar a importância do Atabaque, instrumento musical sagrado tocado pelo Ogã, ou atabaqueiro, estes que são símbolos com riquezas religiosas. A fotografia realizada expressa o movimento e as sensações da batida nas celebrações umbandistas de homenagem a Pomba Gira. Um projeto de descobertas, e vivências, manifestações culturais que instiga ao conhecimento e à originalidade de uma religião puramente brasileira.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia nos incita reflexões sobre o real, quase sempre somos envoltos por um olhar arbitrário referente a concepções errôneas do verdadeiro significado por trás da foto, seja pela imagem técnica em si, ou a reprodução de aparências que ela transmite. Entretanto, refletir a foto com um olhar mais artístico e não documental, aumenta a beleza da significação do objeto fotografado. Mas de acordo com Previtalli e Alves (2007) o uso da fotografia é mais que isso, é a oportunidade de levar o vívido consigo, e o status de ser importante a ponto de ser imortalizado. Ao fazer uma fotografia artística, o fotógrafo utiliza um meio não normatizado para registrar o acaso do cotidiano. E na imagem será colocada toda sua vivência e perspectiva de mundo, buscando transparecer por meio daquela arte tudo que viu, leu e viveu, criando uma imagem única e surpreendente. O trabalho apresentado foi realizado na disciplina de Fotografia I e é o resultado de uma visita ao Centro Espírita de Umbanda Rei Dragão do Mar, na cidade de Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza, onde estava sendo realizada a Festa da Pomba Gira Cigana, uma celebração organizada para enaltecer a figura do Exu Feminino. Essas celebrações são características do povo afro-brasileiro, como também patrimônios históricos-culturais da nossa sociedade. Em virtude deste simbolismo cultural, decidimos por registrar essas manifestações através de fotografias que expressam cada detalhe da Festa da Pomba Gira Cigana, colocando a frente a imagem do atabaque, instrumento sagrado umbandista que rege o ritual de giras, tocado por um Ogã, pessoa responsável por tocar e entoar canções aos orixás. Sendo assim, a fotografia o meio de importância artístico-cultural, para estimular a compreensão e imortalização dos comportamentos de um povo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O produto objetiva trazer à superfície, através da fotografia artística, a beleza do Festejo de Giras de Umbanda, celebrações com riquezas culturais históricas que fazem parte da construção de nossa sociedade miscigenada, que algumas vezes são incompreendidas por observadores leigos com pensamentos fundamentados em estereótipos criados para marginalizar esses cultos. Mas, fora mostrar o valor do Festejo, buscamos também desmistificar os termos geniosos e fazer uma ruptura de tabus sobre a religião umbandista. Com isso a partir de uma análise das ações que ocorrem nestes rituais, escolhemos colocar à frente da fotografia artística, a figura do Ogã tocando o atabaque, um dos personagens centrais nos encontros festivos desta religião carregada de simbologia, ele está sempre presente, pois, detém o saber de canções e ritmos fundamentais nessas celebrações. Desta forma colocamos em prática através do olhar artístico da fotografia os fundamentos teóricos, e práticos, obtidos das disciplinas de Fotografia I e Arte e Cultura Brasileira.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Baseado no texto de André Rouille (2009), a fotógrafa Lilian Soares discorre sobre fotografia e arte afirmando que  A grande contribuição da fotografia dos artistas é libertar o olhar da perspectiva e mostrar que ela não é apenas prótese do olho, mas um conjunto de procedimentos que, unidos à subjetividade do autor, torna-se uma prática ativa e material da arte. (SOARES, 2010, p.244) Portanto, estes estudos instigou-nos a querer revelar na foto escolhida um produto, justamente, essa teoria da fotografia como material de arte. Através da fotografia  O atabaque do Ogã buscamos esta perspectiva livre, ausente de prótese do olho, no olhar do observador fazendo-o perceber a beleza deste personagem cultural-religioso tão importante em rituais da Umbanda. Segundo Prandi (2004), essa composição de conjuntos culturais determina a Umbanda e até mesmo o Candomblé como  [...] o processo de mudanças mais geral que orientou a constituição das religiões dos deuses africanos no Brasil, o culto aos orixás primeiro misturou-se ao culto dos santos católicos para ser brasileiro, forjando-se o sincretismo; depois apagou elementos negros para ser universal e se inserir na sociedade geral, gestando-se a umbanda; finalmente, retomou origens negras para transformar também o candomblé em religião para todos, iniciando um processo de africanização e dessincretização para alcançar sua autonomia em relação ao catolicismo. (PRANDI, 2004, p.224) Essa autonomia, e legitimação da matriz africana, é vista como uma concepção negativa por parte de religiões pentecostais e neopentecostais. Para Oliveira (2010, p.37)  é na entidade Exu que são reunidos os aspectos mais contraditórios e decisivos da ação nefasta da intolerância religiosa nas estratégias atuais do neoconservadoradorismo , o poder diverso e complexo que essa entidade carrega, embora fosse sua virtude era também o que mais proporcionou sua demonização,  [...] porém os Exus são entendidos como entidades importantes que cuidam da defesa e segurança do terreiro e de seus freqüentadores, do encaminhamento espiritual, do enfrentamento do mal e suporte espiritual para a busca da verdade e da realização pessoal e profissional. (OLIVEIRA, 2010, p.41) Ressaltando especificamente em homenagem ao Exu feminino, a Festa da Pomba Gira Cigana, realizada no terreiro Centro Espírita de Umbanda Rei Dragão do Mar, tem como propósito quebrar a barreira do Panteão de entidades de Exu, e mostrar que não são demônios, mas sim espíritos de indivíduos que buscam a evolução espiritual como forma de crescimento. E são nessas famosas giras que os Ogãs tomam o protagonismo. Em sua cartilha Umbanda: Mitos e Realidade, Mãe Pery(2008) de forma didática explica quem são essas pessoas:  Ogã, ou atabaqueiros, é a pessoa que bate (toca) o atabaque. Na Umbanda, a concepção de Ogã é totalmente diferente do Candomblé, onde a pessoa é preparada especificamente para esse fim. A função do atabaque é a de ajudar na invocação das Entidades (Exus), deve ter toques harmoniosos e diferenciados para cada Linha. (PERY, 2008) Em virtude disto que há esta relevância dos atabaques atrelado ao toque da pele humana (seja dos atabaqueiros, ou das pessoas presentes com palmas em um ritmo determinado) e os pontos cantados (orações na forma de cântico, com letra e melodia próprias a cada Orixá ou alma trabalhadora da Umbanda). Pois, Ogãs e seus instrumentos são responsáveis pela gira, e desenrolar dos ritos espirituais no salão, além do momento em que o pai-de-santo está incorporado, é ele que toma o papel de força vibracional. Portanto colocar em evidência essa belíssima figura simbólica das giras de Umbanda, e Festivais de homenagem a Pomba Gira Cigana, através da fotografia, é a forma que pensamos em demonstrar que as riquezas religiosa, cultural e musical brasileiras também podem ser representadas por meio desses tocadores.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A imagem  O atabaque do Ogã em tópico para este artigo foi elaborada de forma a mostrar o movimento, e os toques harmoniosos que um Ogã precisa fazer no momento de bater o instrumento sagrado. Para isso, foi escolhida a aplicação da técnica da baixa velocidade de exposição da fotografia, criando um efeito borrado em algumas partes da imagem, que se movem com rapidez. Na fotografia em questão, podem ser percebidos alguns itens que chamam a atenção de quem a vê, como por exemplo: as mãos que batem no Atabaque; a sombra que antecipa o movimento da expressão da batida no couro; o ambiente corriqueiro, festivo, com fortes emoções no qual o instrumento e o atabaqueiro estão inseridos. A fotografia foi executada a mãos-livres, sem uso de tripés, monopés, gruas ou suportes, visto que essa era a forma mais apropriada de obter-se ao máximo a expressão daquele momento e, além disso, também esse método é considerado o melhor para uma maior inserção, imersão e discrição do fotógrafo no ambiente, pois a finalidade maior é documentar aquele evento de forma discreta, afinal não sabíamos até que que ponto poderíamos interferir, logo, tinham que não ser percebidos por aqueles que já estariam ali, performando seus hábitos culturais e religiosos. Os fotógrafos tentavam, ao seu máximo, inserir-se naquele ambiente e naquele evento, conseguindo documentar de forma mais natural possível o ato. Para conseguir o efeito de borrão na imagem, criando uma ideia de fotografia em movimento, de lenta exposição, o obturador - mecanismo responsável pelo controle do tempo de entrada de luz (exposição) no CMOS (sensor) da câmera digital, foi configurado para um tempo considerado mediano, de um centésimo de segundo (1/100), a fim de obter-se na foto o movimento das mãos do Ogã, sem que elas ficassem completamente borradas, para que ainda houvesse uma percepção do que representa aquele movimento. O Atabaque, porém, aparece congelado na foto, muito nítido e perceptível, assim como a sombra que irá bater nele e gerar o som que percorre toda a noite de celebrações religiosas. O ambiente que circundava a fotografia em questão era provido de pouquíssima luz, por isso, veio a ser necessário o uso de alta sensibilidade óptica eletrônica (ISO) do sensor da câmera, uma vez que isso faria com que o sensor pudesse obter maior quantidade de luz através da teleobjetiva. Nesta foto em questão, o índice de sensibilidade utilizado foi ISO3200, valor considerado alto para a maioria dos tipos e métodos de fotografia, porém mesmo sabendo o risco que corria em uma possível perda de qualidade fez-se necessário o uso deste valor devido às baixas condições de luz no local. Com o intuito de obter-se destaque e separação entre o instrumento, as mãos e o plano de fundo da imagem, foi usado o diafragma (abertura de diâmetro regulável colocada na objetiva fotográfica para fazer variar a quantidade de luz que entra no sensor da câmera) configurado em f/1.8. Com isso, foi possível a maior entrada de luz que a lente 50mm f/1.8 utilizada permite, além de separar de forma eficaz os planos da cena. Para as fotografias, não foram utilizados flash ou nenhuma outra forma auxiliar de iluminação artificial provido por fontes externas além da própria do estabelecimento, optamos não usar por se tratar de fotografar um ritual religioso onde qualquer interferência externa pode prejudicar o andamento da cerimônia. O balanço de branco (WB) estava configurado para automático, uma vez que já era a intenção desde o início do ensaio a conversão das fotos para P&B (preto e branco monocromático). As fotos foram registradas e gravadas no cartão de memória do tipo SDHC em formato .CR2 (Canon Raw Codec 2) para facilicar a edição, tratamento e pós-processamento das imagens. Os equipamentos utilizados para a produção das fotos foram uma câmera Canon 6D, uma câmera Canon T5, cada uma portando uma objetiva Canon 50mm f/1.8 STM. Na fotografia-piloto deste artigo, a imagem selecionada foi feita na Canon T5. Para a edição, tratamento, pós-produção e finalização das fotos foi utilizado o software de edição Adobe Lightroom CC 2015. Após importadas as fotos, foram feitos ajustes de correção básicos, como nível de exposição, contraste, sombras, realces, altas e baixas luzes, e claridade. Além destes ajustes básicos, as fotos também passaram pelo processo de monocromatização, onde estas passaram a ser P&B. Após toda a edição, foram exportadas em qualidade 100; tamanho aproximado de 5000 x 3000 píxels (horizontal x vertical respectivamente); em esquema de cores sRGB e resolução de 240dpi (pontos por polegada vertical e horizontal).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Durante a disciplina de Fotografia I, o professor solicitou que fosse realizado um ensaio fotográfico dando ênfase aos movimentos culturais. Simultaneamente, o que deu início ao projeto realizado foi o inquietamento na disciplina de Arte e Cultura Brasileira, que nos fez devanear sobre os ritos e cultos umbandistas. Fascínio e espanto, atração e repulsa são alguns dos sentimentos ambíguos que presenciamos quando nos relacionamos com fenômenos que são colocados como extraordinários na nossa cultura, de forma preconcebida. Tendo em mente que um dos focos do trabalho seria desconstruir falsas ideias e, definido o tema, optamos por visitar alguns terreiros e rituais distintos, buscando uma aproximação da religião fora dos estudos teóricos já realizados na Universidade. Somente após adquirir um conhecimento mais aprofundado é que o projeto fotográfico foi posto em prática e fomos ao terreiro Centro Espírita de Umbanda Rei Dragão do Mar localizado em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza. A Mãe-de-Santo, Mãe Taquinha de Oyá, é a dona da casa. O ritual durou em média 4 horas e procurou-se registrar todos os momentos dele. O ambiente é fechado e acontece em uma pequena sala dentro do próprio terreiro. Qualquer pessoa pode entrar e prestigiar o ritual, podemos ver até crianças de colo acompanhadas de seus pais. As cores predominantes, tanto nas roupas, quanto na decoração do ambiente, são vermelho e preto em homenagem à entidade Pomba Gira Cigana. Luz baixa, ao som dos tambores, o ritual começa. Homens de um lado, mulheres de outro, todos se posicionam em lugares estratégicos, sempre perto da parede. O meio da sala fica vago para aqueles que estão em estado de transe, recebendo as suas respectivas entidades. Apesar de ser muito repetitivo o que acontece no primeiro momento do ritual, foi necessário registrar tudo com muita atenção para não perder nenhuma reação. Como já havíamos realizado um contato prévio nos debates em sala de aula e já estávamos preparados para fotografar o processo realizado no terreiro, focamos em registrar tudo, desde a decoração do ambiente, até as reações das Mães e Pais de Santo, o bater de tambores, os participantes dançando. A cena pode ser forte para uma pessoa que nunca teve contato com a religião. Visto que cada fotógrafo possui sua visão perante o mundo, o olhar de dois fotógrafos foi utilizado neste projeto, para que assim as interpretações da realidade fotografada variam e não se limitassem a posições individuais, havendo uma pluralidade de opções para as realidades documentadas através das fotos. Assim como a fotografia escolhida representa um símbolo incisivo da religião umbandista, o Atabaque, a sombra da mão no instrumento provoca toda a batida e o movimento na dança, no canto e nos cultos no momento do ritual. Na edição da imagem, a preferência do preto e branco se deu por buscarmos uma estética mais dramática do que fotos com cores podiam nos oferecer. É notável que o preto e branco ressalta os conflitos, os contrastes, a ambiguidade presente em uma foto. Ao definir o tema do trabalho, iniciou-se a busca por referências. Uma delas foi Celso de Oliveira Silva, fotógrafo profissional desde 1975, nascido no Rio de Janeiro, conhecido por desenvolver trabalhos documentais sobre as manifestações culturais e festas populares no Nordeste do Brasil. Seu trabalho é uma junção de arte e jornalismo e, para ele, a fotografia não é imparcial, mas uma forma de intervenção social, retratando realidades pouco conhecidas e denunciando injustiças. Celso de Oliveira frequentemente mostra indivíduos borrados ou cobertos por objetos, ele opta pelo simbolismo, nunca o óbvio, nos permitindo interpretar e ler as suas fotografias. Buscamos também a total atenção ao simbolismo da imagem, pois como o Festival da Pomba Gira Cigana possui muitas cores, tanto nos trajes e acessórios, quanto na decoração do ambiente, o olhar do espectador se distrai pelo excesso de informações. Outro artista que usamos como referência foi Guy Veloso, fotógrafo documental desde 1989, nascido em Belém.  [...] elas estão misturadas na apresentação, de forma que, em alguns casos, não se saiba exatamente o rito a que pertence. Uma forma de pensar o grande preconceito que há para com as religiões afrodescendentes  e que noto se dilatar a cada dia. Queria que resultasse (em uma utopia pretensiosa, de certo) uma confusão visual de celebrações levando a uma só transcendência. (VELOSO, 2014) O tema mais abordado em suas fotografias é a religiosidade, no qual retrata procissões e cerimônias religiosas das cinco regiões do Brasil. Guy Veloso possui uma série fotográfica chamada  Êxtase , projeto que mostra a procissão católica do Círio de Nazaré, a grande festa da Amazônia, e cultos de matriz africana (Candomblé, Umbanda e Tambor de Mina). Seus trabalhos também nos auxiliaram como referências estéticas na escolha do preto e branco. O que buscamos com a ausência de cores é passar a sensação de aproximação do espectador com o ritual, como se estivessem presenciando aquele instante capturado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A realização deste projeto foi gratificante, pois proporcionou aos participantes envolvidos uma imersão na vivência de uma das religiões mais ricas culturalmente e puramente brasileira. Pois, ter o conhecimento em sala de aula, não equivale a experiência de ir fotografar no local, e possuir essa experiência etnográfica que tivemos no Festival da Pomba Gira Cigana. Este projeto fotográfico é apenas recorte de um momento do ritual umbandista, mas que pode servir como uma forma de estímulo a outros alunos para o resgate de acontecimentos importantes de outras religiões, ou culturas diferentes, afinal dar foco a comportamentos que não está em evidência em uma sociedade cada vez mais voltada ao obsoletismo, é fortalecer para a sua resistência e que ela seja sempre lembrada. Portanto, conclui-se que através da imagem se construa um olhar mais atento e sensível do mundo, onde por meio da perspectiva do objeto fotografado se desenvolva por parte de quem observa um sentimento de mudança e transformação social.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">OLIVEIRA, Sidney. PSICANÁLISE E UMBANDA: A DEMONIZAÇÃO DO EXU COMO INTERDIÇÃO SIMBÓLICA E INTOLER NCIA RELIGIOSA. Revista Brasileira de História das Religiões, São Paulo, v. 8, n. 3, p.1-11, set. 2010.<br><br>PERY, Iassan Ayporê. Umbanda: Mitos e Realidade. 2008. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/0ByiAhvrPxFomMDVmYmUxZDItZDA0MS00ZjFiLWE5OTItNzU1NjAzMjYzYWJk/view>. Acesso em: 15 abr. 2017.<br><br>PRANDI, Reginaldo. O Brasil com axé: candomblé e umbanda no mercado religioso. Estud. av. São Paulo , v. 18, n. 52, p. 223-238, Dec. 2004 . Disponível em: . Acesso em 22/05/2015.<br><br>PREVITALLI, Ivete Miranda; ALVES, Syntia. Fotografia: ver e ser visto no candomblé. Ponto-e-vírgula, São Paulo, v. 2, n. 2, p.68-80, ago. 2007.<br><br>ROUILLE, Andre. A Fotografia - Entre Documento e Arte Contemporânea. São Paulo: SENAC, 2009. 483 p.<br><br>SILVA, Vagner Gonçalves da. Candomblé e Umbanda: Caminhos da devoção brasileira. 2. ed. São Paulo: Africa, 1994. 149 p.<br><br>SOARES, Lílian. A fotografia: entre documento e arte contemporânea. Revista Poiésis, Rio de Janeiro, v. 8, n. 15, p.243-246, jul. 2010.<br><br>Fotografia documental Guy Veloso. Projeto Êxtase  texto de Guy Veloso (2014). Disponível em: <https://guyveloso.wordpress.com/2016/05/13/candomble-umbanda-cirio-de-nazare/> Acesso em: 2 de maio de 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>