INSCRIÇÃO: 01036
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO10
 
TÍTULO: Alcoolismo feminino: A luta das mulheres dependentes do álcool pela sobriedade
 
AUTORES: Islene Sousa Lima (Universidade Federal do Maranhão); Camila Silva Marinho (Universidade Federal do Maranhão); Lívia Cirne de Azevêdo Pereira (Universidade Federal do Maranhão)
 
PALAVRAS-CHAVE: Alcoolismo feminino, Reportagem audiovisual, Jornalismo, ,
 
RESUMO
Este trabalho propõe abordar os desafios vividos pelas mulheres dependentes do álcool, por meio de uma reportagem em telejornalismo. A produção intitulada "Alcoolismo feminino: A luta das mulheres dependentes do álcool pela sobriedade" apresenta depoimentos de membros dos grupos de Alcoólicos Anônimos Dom Marcelino e 14 de Junho, localizados em Imperatriz/MA. A reportagem hospedada no Youtube (https://goo.gl/XJUdYF) agrega recursos sonoros e visuais, levando em consideração imagens contundentes, linguagem objetiva e a inclusão de trilhas sonoras apropriadas ao assunto abordado na matéria. O produto editado tem 5 minutos de duração.
 
INTRODUÇÃO
Na contemporaneidade, o uso do álcool assumiu uma conotação diferenciada em relação às demais drogas. Devido ao seu caráter lícito, de baixo custo e acesso facilitado, sua aceitação social se torna facilitada, elevando os casos da doença. O alcoolismo é uma dependência incontrolável do indivíduo ao álcool e considerado como doença pela Organização Mundial da Saúde. O projeto aqui proposto tem como objetivo tratar de um tipo de alcoolismo ainda mais delicado, o feminino. Assume, portanto, o desafio de apresentar as dificuldades enfrentadas por essas mulheres desde a aceitação da doença, até a recuperação da dependência. Conforme dados do Segundo Levantamento Domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil, realizado em 2005, pelo Centro Brasileiro de informações sobre drogas psicotrópicas , abrangendo as 108 maiores cidades do país, 6,9% das mulheres brasileiras são dependentes do álcool e recorrem a algum centro de atenção para o tratamento da dependência. Além da busca em centros especializados, o grupo de apoio "Alcoólicos Anônimos", ou simplesmente A.A, como é conhecido em todo o Brasil, também ajuda na recuperação de homens e mulheres nessa luta diária contra o alcoolismo, compartilhando entre eles suas experiências, angústias, motivações e esperanças, a fim de resolver os problemas ocasionados pela dependência. Para a produção da reportagem, foram visitados os encontros do 14 de Junho e Dom Marcelino, participando de, pelo menos, duas reuniões, em que os ex-dependentes contam seus testemunhos e as dificuldades enfrentadas para vencer a vontade de consumir a bebida, durante o período da abstinência do álcool. O trabalho é parte de um produto maior, que originou o Trabalho de Conclusão de Curso, defendido em 2016.2, na UFMA, no Campus Imperatriz.
 
OBJETIVO
A reportagem visa retratar como o alcoolismo no sexo feminino é visto por uma sociedade historicamente conservadora e ainda é um assunto pouco explorado pela mídia comercial e alternativa. Dessa maneira, a temática está concentrada apenas nos informativos dos grupos de apoios, não sendo problematizada comumente pelo jornalismo, apesar do problema ser considerado grave, conforme os dados apontados anteriormente. Por meio de depoimentos das personagens, que se reconheceram dependentes do álcool, foi possível observar como o machismo, o preconceito e a falta de conhecimento sobre a doença atrapalham a recuperação da dependente A matéria aqui apresentada evidencia ainda, como alguns hábitos considerados naturais podem levar à dependência, e como os grupos da cidade têm contribuído indiretamente para a construção de uma população menos preconceituosa, a fim de ajudar essas mulheres que se viram totalmente excluídas, pela família ou amigos, quando necessitaram de ajuda sem saber a quem recorrer. A reportagem "Alcoolismo feminino: A luta das mulheres dependentes do álcool pela sobriedade", portanto, conta histórias de mulheres reais, que sofreram com o excesso da bebida, atrapalhando suas vidas no sentido profissional e pessoal. Mostramos a trajetória dessas mulheres que buscam pela sobriedade só por mais 24 horas e que viraram verdadeiras engajadoras da causa.
 
JUSTIFICATIVA
O consumo de bebidas alcoólicas entre mulheres tem aumentado nos últimos anos. De acordo com a pesquisa mais recente da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizada em 2014 , a cada cinco pessoas que consomem álcool de forma excessiva e sem controle, uma é mulher. No Brasil, o estudo mostra um consumo equivalente a 8,7 litros de álcool por pessoa, quantidade superior à média mundial, estimada em 6,2 litros. Embora os homens bebam mais, as estatísticas mostram um aumento expressivo entre alcoólatras do sexo feminino. É o que indica o Segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, feito entre 2006 e 2012 com a população brasileira . O resultado aponta para um crescimento de 34,5% no consumo de bebidas alcoólicas entre mulheres, enquanto o dos homens foi de 14,2%. O Ministério da Saúde considera o alcoolismo um grave problema de saúde pública no Brasil . Além de causar a dependência química, a ingestão excessiva de álcool também está associada ao mapeamento de 63% dos índices de cirrose hepática e de 18% e 5,2% dos acidentes de trânsito entre homens e mulheres, respectivamente, ocorridos em 2012 . Nobrega e Oliveira (2005) explicam que, devido à composição orgânica diferenciada, as mulheres se tornam ainda mais suscetíveis aos efeitos do álcool do que os homens. Elas são mais vulneráveis ao desenvolvimento de complicações clínicas, sofrem mais riscos de morte e também apresentam maiores chances para desenvolver doenças hepáticas, mesmo tendo consumido álcool por um período menor que os homens. Do ponto de vista fisiológico, a mulher sofre mais consequências clínicas decorrentes do uso alcoólico que os homens, mesmo com menor tempo de consumo. Isso se deve pelo fato da mulher apresentar na sua composição corpórea menos água e maior quantidade de tecido gorduroso. (NOBREGA; OLIVEIRA, 2005, p. 819) Além dos fatores biológicos, mulheres que se tornam dependentes do álcool enfrentam outro obstáculo que dificulta o acesso ao tratamento: o julgamento moral. A discriminação em relação à questão de gênero também impõem empecilhos à cura. Conforme a OMS , enquanto 18% dos homens busca ajuda espontaneamente, apenas 5% das mulheres pede socorro. Isso acontece porque elas levam muito tempo para se reconhecerem alcoólatras, até mesmo com receio de retaliações, e só resolvem pedir ajuda quando já estão em estágio de dependência avançado. A escolha do tema se baseia, sobretudo, em dois critérios de noticiabilidade elencados por Nilson Lage (2001). O primeiro refere-se à raridade, uma vez que pautas como essas são pouco exploradas pela mídia tradicional e, até mesmo pelos meios especializados dirigidos ao público feminino, como revistas, blogs, canais de Youtube, etc., que, na maioria das vezes, priorizam a moda, a culinária e/ou outros conteúdos de interesses mercadológicos. O segundo critério diz respeito à proximidade, entendida não apenas pela exploração de temas que tenham relação com o entorno geográfico, mas também com os aspectos sociais e psicológicos de um fato. Assim como ressalta Fontcuberta (1993, apud FERNANDES, 2012, p.6), "a proximidade não deve ser entendida apenas como geográfica, mas também social e inclusive psicológica". Partindo desse pressuposto, a reportagem aqui apresentada justifica-se pela abordagem relevante, contudo focada no relato humanizado, na tentativa de fomentar debates e discussões construtivas sobre o assunto abordado.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
A reportagem toma como etapa inicial a realização de entrevistas semiabertas, ou seja, aquelas cujo o entrevistador segue um roteiro de perguntas previamente definidas, mas sem a obrigação de segui-lo à risca. Duarte (2009) explica que o resultado deste modelo de entrevista depende das condições e ambiente em que se encontram os personagens. "As questões, sua ordem, profundidade, forma de apresentação, dependem do entrevistador, mas a partir do conhecimento e disposição do entrevistado, na qualidade das respostas, das circunstâncias da entrevista" (DUARTE, 2009, p. 66). Durante este processo, foram feitas entrevistas: com os secretários dos grupos de apoio visitados, para entender um pouco mais sobre as reuniões, e, em seguida, com os dependentes e ex-dependentes em processo de tratamento e, ainda as personagens que ilustram a matéria. Muitos dos entrevistados não participaram do processo de gravação, preferindo não aparecer no vídeo, mas atuaram como fontes de informações indispensáveis para o desenvolvimento da reportagem. A segunda parte do processo foi a análise documental. Nessa fase, além de pesquisas baseadas em documentos, panfletos, sites e revistas que tratam sobre o alcoolismo, realizamos uma consulta detalhada em reportagens audiovisuais espalhadas pela internet, pois a ideia era buscar referências para a construção de uma reportagem com recursos visuais e sonoros atrativos e condizentes com a ideia central do tema. Outras técnicas dizem respeito ao uso das imagens de apoio – elementos fundamentais para tornar a matéria mais pedagógica –, à seleção dos depoimentos, método que exige atenção e equilíbrio para a montagem da reportagem, aos scripts que acompanham o vídeo, bem como ao processo de edição e à personalização do produto audiovisual.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
É importante esclarecer, primeiramente, que a elaboração do material em questão praticamente não contou com o auxílio profissional de técnico da UFMA e nem de nenhuma outra instituição. Quase todas as etapas foram elaboradas pelas alunas proponentes, salvo alguns detalhes. Da concepção da ideia à finalização do produto. Situação que exigiu conhecimentos não só sobre o jornalismo audiovisual, mas também uma destreza prática, para operar câmera e softwares de edição. Isso, de certa forma, credencia-nos à categoria de profissionais multifuncionais, com competência para assumir diferentes atividades relacionadas à mídia. A produção da reportagem sobre o alcoolismo feminino começou nas reuniões dos grupos de "Alcoólicos Anônimos" (AA). O primeiro encontro ocorreu na Paróquia Santo Antônio, numa sala pequena nos fundos da Igreja, das 19h30 às 21h. Nela, os representantes da comunidade recebem os ex-dependentes e dependentes, para relatarem seus testemunhos de recuperação ou de tentativa. No dia da visita à locação, cinco pessoas deram seu testemunho de recuperação, o que já nos introduziu a experiência de acompanhamento dos casos. No decorrer das declarações dos membros, foram feitas imagens do local e coleta de dados, levando em consideração o anonimato dos dependentes. Neste mesmo dia, o coordenador e ex-alcoólatra contou um pouco da sua trajetória de recuperação. Como tivemos a preocupação em resguardar a imagem da fonte e o cenário era pequeno, muito mais por fazer jus ao anonimato dos integrantes do grupo e não por solicitação das(os) depoentes, foram privilegiados alguns planos que focassem nas gesticulações das mãos e nos demais movimentos do coordenador, de modo que não interferisse na captação da sensibilidade necessária ao tema proposto. A segunda fase da produção aconteceu na Paróquia Santa Tereza D'Ávila, e, desta vez, a reunião foi representada apenas por mulheres. Ouvimos atentamente os relatos de cada uma sobre suas experiências e os preconceitos que sofreram quando assumiram o alcoolismo. Assim como ocorreu na reunião anterior, fizemos imagens do ambiente, com o mesmo cuidado de não mostrar as participantes em absoluto, e fazendo uso também de plano close-up nos assessórios delas, para criar essa relação de aproximação com as fontes e as outras integrantes, no intuito até de reforçar a feminilidade delas. Duas mulheres se dispuseram a participar da entrevista gravada, na mesma sala, ao término das atividades. Concluindo essa etapa no A.A, colhemos imagens de apoio, como as de pessoas em bares, para o off do VT. Os equipamentos utilizados durante as gravações foram uma câmera semiprofissional Canon modelo EOS Rebel T3i, tripé e gravador de voz ligado ao microfone de lapela, para melhor captação do som e possibilidade de editá-lo em separado. Após o processo de produção das imagens, analisamos detalhadamente todo o material e começamos por escolher as sonoras dos personagens e as imagens de apoio do off, texto narrado pelo repórter. Nesse momento, levamos em consideração as imagens boas, fortes e contundentes, característica fundamental em matérias visuais, onde a imagem por si só informa e emociona. Posteriormente, baseados numa linguagem clara e objetiva, o script começou a ganhar forma. Escrevendo e reescrevendo, esforçamo-nos para criar o texto com palavras bem escolhidas, frases estruturadas, com ritmo, emoção e riqueza de informações. Por fim, o script foi narrado no gravador de voz, tendo em mente a importância da entonação e pronuncia das palavras, que se configura como uma dificuldade, em função da falta de experiência de mercado. Com os áudios e as imagens devidamente prontas, usamos o programa Sony Vegas Pro, versão 14.0, para editar o material. Nele, foram realizados os cortes, junção de áudios e vídeos, inclusão das trilhas sonoras, criação dos créditos e a adição de filtros em algumas cenas, a exemplo do uso de sépia e tons de cinza, quando necessário. Outros elementos, como as artes do gerador de caracteres, usados para identificar quem aparece no vídeo, e as ilustrações acompanhadas com texto, foram desenvolvidas no Adobe Fireworks CS4 e, posteriormente adicionadas no programa de edição base: Sony Vegas Pro. Tais os recursos foram pensados estrategicamente para tornar a reportagem dinâmica e criativa.
 
CONSIDERAÇÕES
Em pleno século XXI, é notório que alguns temas envolvendo o gênero feminino ainda enfrenta tabus quanto a determinados assuntos. Explorar, conhecer, assumir ou até mesmo pedir ajuda pode não ser uma tarefa tão fácil, quando quem enfrenta o problema é uma mulher. Diante disso, falar sobre os mais variáveis assuntos, não tão explorados pela mídia convencional, na internet, pode ser fundamental para quem procura ajuda e não julgamentos. Falar sobre alcoolismo feminino requer um cuidado especial, afinal essas mulheres lutam todos os dias pela sobriedade e, qualquer deslize, todo um trabalho de recuperação de anos pode levar à dependência do álcool novamente. Nesse contexto, a reportagem intitulada "Alcoolismo feminino: A luta das mulheres dependentes do álcool pela sobriedade" retrata a realidade de mulheres comuns que se viram alcóolatras e encontraram nos grupos do AA uma oportunidade de recuperação da doença. Percebendo que o alcoolismo feminino é pouco explorado pelos meios de comunicação, resolvemos dar voz a essas mulheres que lutam todos os dias contra essa dependência. Aquelas que se viram reféns da bebida, e que além de lutar contra suas próprias vontades, tiveram que driblar o preconceito dentro da própria família. Ouvimos histórias de mulheres reais que se viram totalmente dependentes do álcool, mas que encontraram nos grupos do AA, um consolo sem prévios julgamentos. Além disso, a reportagem nos permitiu um engajamento mais profundo sobre o tema, possibilitando que assuntos como esse, sejam mais explorados e pautados nos mais variados segmentos que o jornalismo nos proporciona.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS
BUITONI, Dulcília Schroeder. Mulher de papel: a representação da mulher pela imprensa feminina brasileira. São Paulo: Summus, 2009.

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