ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01075</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;(RE)Cidade - Ocupar e Resistir</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Sharon Luany Baptista de Melo (Universidade Católica de Pernambuco); Ângela Valpôrto Silveira de Aguiar (Universidade Católica de Pernambuco); Luiz Carlos Pinto da Costa Junior (Universidade Católica de Pernambuco)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Ocupação, Estudantes, Mídia, Cidade, Resistir</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário (Re)cidade  Ocupar e Resistir, é um trabalho acadêmico produzido pelas alunas, que na época, cursavam o 4° período de jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco. O projeto foi orientado pelo professor Luiz Carlos Pinto na disciplina de Jornalismo e Direitos Humanos, com o intuito de abordar algumas das principais ocupações que estavam acontecendo em Pernambuco entre os meses de setembro e dezembro de 2016. O documentário retrata ainda que todas as ocupações tinham uma pauta em comum: lutar contra a PEC 241, que limita drasticamente os gastos públicos por duas décadas. Estudantes ocuparam espaços públicos, Universidade e Instituto. O (Re)cidade retrata os objetivos e razões de quem ocupava estes espaços  coisa que dificilmente é feito pelo jornalismo comercial.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto em vídeo (Re)cidade  - Ocupar e Resistir , foi idealizado e produzido por duas estudantes do 4° período de Jornalismo para a disciplina de Jornalismo e Direitos Humanos, ministrada e orientada pelo Professor Luiz Carlos Pinto, na Universidade Católica de Pernambuco. O documentário exibe uma narrativa pouco adotada nos veículos de comunicação tradicionais, retratando as razões dos alunos de instituições de ensino que ocuparam espaços públicos na cidade do Recife no ano de 2016. Neste ano, o Brasil passava por várias mudanças no Governo, a crise política e financeira desequilibraram a economia do país, dos brasileiros e as relações com o mercado internacional. Ocupações tomaram proporções nunca vistas. Estudantes e trabalhadores protagonizaram resistência e ocuparam escolas, instituições e outros espaços públicos a fim de lutar por causas internas de cada lugar e em prol de uma luta coletiva contra medidas do Governo interino que iriam atingir todos os setores da sociedade. Uma boa parte da população foi contra a Proposta de Emenda Constitucional 241, a PEC 241, que previa o congelamento dos investimentos públicos em saúde, educação e demais direitos básicos da sociedade. Aliás, essa PEC, desde que proposta, informava que o caráter do Governo que assumiu depois do Impeachment da presidenta Dilma, não era transitório e se propunha, ainda que nas entrelinhas de suas ações, a ser definitivo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo do documentário foi proporcionar uma visão esclarecedora do que acontece nas ocupações, o porquê dos estudantes estarem ocupando os espaços e quais as lutas defendidas por eles. A proposta foi mostrar para a população que, muito do que os veículos de comunicação falaram sobre as ocupações, eram, em muitos casos, distorcidas e inverídicas. No tratamento dado pelos grandes grupos de comunicação, as razões das paralisações e ocupações não é apresentado, de modo que a narrativa é sempre criminalizadora das ações. O contexto mobilizador da perda de direitos não é problematizada na cobertura comercial. Nas matérias televisivas, os telejornais colocam os transtornos da ocupação, o impedimento do acesso dos alunos às aulas, mas raramente eram abordadas as pautas dos estudantes e o que eles queriam de fato. Desenvolvemos um documentário sobre este tema com o objetivo apresentar de forma clara e coerente os aspectos que a mídia comercial resolveu não abordar. Também foi nosso objetivo provocar os espectadores para que levantassem o questionamento sobre a abordagem que os veículos de comunicação tradicional fazem sobre o mesmo tema. A PEC tramitou e foi aprovada na Câmara dos deputados em 25 de Outubro. Após ser aprovada, ela seguiu para votação no Senado, mas antes, o texto havia ganhado um novo nome, sendo chamada de PEC 55. Assim, um dos aspectos que impulsionou a escolha do tema para ser trabalhado no documentário foi produzir mídia em linguagem jornalística sobre a crise política em que o País afundou durante o segundo semestre de 2016, em geral. E, mais especificamente, criar uma narrativa sobre as articulações e movimentações da população pernambucana que aderiu ao movimento nacional de ocupações, contra a PEC 241/55 e em prol do Direito à Cidade, sob a perspectiva de seus artífices locais. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> A relevância social do produto audiovisual consiste em trazer, tanto para o espaço acadêmico quanto para a sociedade, o aprendizado acerca dos conceitos de Direito à Cidade e demais direitos da população. Porém, a importância deste tipo de registro vai além da comunicação, ele também engloba questões relacionadas à educação e à liberdade de expressão. Ele incentiva a participação das pessoas em atos públicos como protestos, ocupações e na decisão das leis que mudam a vida de todos. O exercício do direito de liberdade de expressão é indispensável para a sobrevivência dos demais Direitos Humanos. A proposta do documentário (Re)cidade - Ocupar e Resistir é apresentar um conjunto de questões significativas ao público instigando a sensibilização. A ideia central é utilizar o recurso do registro audiovisual como transmissor da mensagem sobre a importância das ocupações, mostrar ao espectador a situação de conflito de interesses políticos vivenciado pelo país e a realidade que acontece dentro das ocupações, exibindo os direitos pelos quais os ocupantes estavam lutando. Além disso, o filme proporciona a assimilação dos estudos sobre os Direitos Humanos e política em sala, caracteriza o produto audiovisual como elemento de comunicação objetiva, no qual se apresenta como alternativa possível para transmitir de forma crítica, direta, explicativa e conceitual as questões políticas como a tramitação da PEC241/55, a reforma do Ensino Médio através da Medida Provisória 746/16, a livre liberdade de expressão, as lutas e os motivos dos estudantes terem ocupado as instituições de ensino e os espaços públicos, o impacto no modo de vida das pessoas que serão afetadas com a aprovação destas medidas que tramitaram no congresso. A PEC 241/55 era prioridade do governo Michel Temer. Por isso, ele tinha pressa em aprová-la. A proposta foi vendida ao Planalto como solução para o suposto descontrole nas contas públicas e como fórmula para que a iniciativa privada retomasse a confiança no Brasil, voltando assim a investir e reativando a economia. A afirmação de que  vivemos num mundo onde os direitos de propriedade privada e a taxa de lucro se sobrepõem a todas as outras noções de direito (HARVEY, 2012, p.73) explica parte do cenário e contexto no qual os brasileiros vivenciaram entres os meses de setembro e dezembro de 2016. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As ocupações promovidas por estudantes secundaristas e universitários em todo território brasileiro no ano de 2016 denunciaram para o mundo a Proposta de Emenda Constitucional 241/55, que determinava que os gastos do governo só possam crescer de acordo com aumento da taxa da inflação. Para documentar esse momento histórico do Brasil, o audiovisual se mostrou uma alternativa muito potente, já que permitiu o registro dos depoimentos dos cinco estudantes entrevistados: Mia Aragão, Rayane Marinho, Romildo Albuquerque, Yasmin Duarte e Rayanna. Em um primeiro momento, as entrevistas seguiram um roteiro com perguntas pré-definidas e, a partir do momento em que o entrevistado demonstrava estar mais à vontade com a câmera, as perguntas fluíam com a conversa. As imagens foram captadas por nós, em equipamentos próprios, entre os meses de setembro e novembro de 2016 em três locações diferentes: o Cine Olinda, na cidade de Olinda, a Universidade Católica de Pernambuco, na cidade de Recife, e o Campus da cidade de Olinda do Instituto Federal de Pernambuco. A escolha de realizar as filmagens utilizando as próprias ocupações como cenário se deu com o objetivo de registrar a situação da forma mais fiel possível, além de mostrar para os espectadores como era uma ocupação, vista por dentro. O equipamento utilizado para captar as imagens foi uma câmera DSLR Nikon D7000, um microfone lapela e um tripé. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As gravações do documentário foram feitas pelas universitárias, com equipamentos próprios e aconteceram durante três ocupações. Uma dessas, no Cine Olinda, espaço de cultura e entretenimento da cidade-patrimônio que estava fechado há mais de 50 anos para reforma e não tinha previsão para reabertura. O cinema foi ocupado no dia 30 de setembro de 2016. A relação com a PEC 241/55 se explica porque a proposta de emenda constitucional também limita os gastos públicos em espaços públicos. Enquanto esteve de portas abertas para o público, o Cine Olinda ofereceu programação cultural, palestras e debates até o dia em que foi interditado pelo Ministério Público Estadual no dia 30 de dezembro de 2016. As gravações também ocorreram no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) Campus Olinda, primeiro Instituto Federal em Pernambuco a ser ocupado. A ocupação aconteceu no dia 05 de outubro, como reação à PEC 241/55 e à Medida Provisória 746/16. Essa última, uma proposta de reforma do Ensino Médio enviada ao Congresso Nacional através do presidente não-eleito Michel Temer, no dia 23 de setembro e que compromete todo o sistema educacional brasileiro, com propostas feitas sem a consulta dos professores, alunos, escolas, pedagogos e demais profissionais da educação. A terceira ocupação que serviu de objeto do documentário aconteceu em Recife. A primeira instituição de ensino privada de Pernambuco a ser ocupada foi a Universidade Católica de Pernambuco. Universitários ocuparam a reitoria da Instituição no dia 11 de novembro. Na pauta da mobilização, a reativação da Bolsa Monitoria em 2017 e a ampliação das bolsas para os funcionários terceirizados da Universidade e de seus filhos. Os estudantes também aderiram à pauta nacional de luta contra a Proposta de Emenda Constitucional 241/55, que propunha um teto para os gastos públicos da União. As três ocupações tinham pautas nas mais diversas temáticas, mas que se complementam. Elas compõem um núcleo de demandas que envolve os direitos sociais básicos (educação, saúde e lazer de qualidade) e igualdade social. E que convergem no Direito à Cidade. O direito à cidade está muito longe da liberdade individual de acesso a recursos urbanos: é o direito de mudar a nós mesmos pela mudança da cidade. Além disso, é um direito comum antes de individual já que esta transformação depende inevitavelmente do exercício de um poder coletivo de moldar o processo de urbanização. A liberdade de construir e reconstruir a cidade e a nós mesmos é, como procuro argumentar, um dos mais preciosos e negligenciados direitos humanos. HARVEY (2012, p.74). Os direitos básicos são herança dos processos sociais que levaram à Modernidade e pelo qual se procurava garantir as condições de autonomia aos sujeitos. Em associação à igualdade social permite é condição para mudar o ambiente e o próprio curso da vida. No Brasil, o objetivo da Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, que trata do Estatuto da Cidade, é garantir o Direito à Cidade como um dos direitos fundamentais da pessoa humana. Para que as cidades sejam vivas e democráticas, precisam oferecer espaços públicos, segurança e mobilidade urbana de qualidade para que os cidadãos ocupem esses espaços, troquem ideias e experiências, de forma a aprender e apreender sobre os processos que formam a urbe. Como indica Ermínia Maricatto (2002), há alguns pressupostos necessários para se criar um caminho que contrarie o rumo predatório  social e ambiental  que as cidades brasileiras seguem atualmente. Um desses é justamente a criação de espaços de debate democrático para dar visibilidade aos conflitos. Em todas as ocupações, as intervenções foram conduzidas por um esforço de se criar Zonas Autônomas Temporárias (Bey) que servissem a esse propósito, entre outros. O que se depreende das entrevistas realizadas é que o problema de fundo no Brasil foi captado, compreendido pelos ocupantes  muitos deles e delas, estudantes. Não há, no país, a tradição do debate democrático, ao contrário, há uma tradição da versão única e dominante sobre a realidade. As versões do  pensamento único , conceito criado pelo jornal francês Le Monde Diplomatique, a propósito do consenso forçado, construído e disseminado pelos neoliberais sobre a chamada globalização, repetem uma tradição brasileira de instituir um pensamento autoritário como resultante de construção coletiva (Maricato, 2002, p. 72). Engolfadas e produzidas pela sucessão de capítulos de uma crise política sem precedentes, as ocupações se transforaram em ambientes de debate e realização da boa política. Mais além, as experiências pareciam indicar a necessidade de se expandir essa potência para a cidade inteira. É que as trocas, mesas redondas, oficinas, projeções e outros itens das atividades desenvolvidas em cada um desses lugares se projetava e tematizava a vida na cidade. As entrevistas procuraram, assim, dar maior visibilidade a essa perspectiva, adotada pela equipe de produção. E que cidade é essa? É bem adequada a observação que Mariana Fix e Pedro Arantes (2016) desenvolvem: não estamos mais diante de uma metrópole subdesenvolvida, mas de um fenômeno urbano que exige a mobilização de novos conceitos para sua compreensão. Eles se apoiam na comparação que o sociólogo Francisco de Oliveira fez da sociedade brasileira a um ornitorrinco: um bicho incongruente, encalhado na encruzilhada de uma evolução que seguiu adiante. Fazendo uso dessa metáfora, Fix e Arantes ponderam o seguinte sobre cidades mundiais periféricas, como São Paulo e Recife: devem ser entendidas como manifestações tanto das políticas de exceção, que revelam a derrota do projeto de integração e nada mais são do que confissões da incapacidade de fazer uma política que universalize direitos. (FIX & ARANTES, 2016, p. 38) Em 11 minutos e 05 segundos de duração do documentário, registra-se a experiência de cinco estudantes nas já mencionadas ocupações em Recife e Olinda. É importante esclarecer que o documentário é a sequência de outro projeto, chamado  (Re)cidade , que mostrou dois projetos urbanísticos do Recife  o Parque Capibaribe e o Plano Centro Cidadão. O tema do  (Re)cidade: Ocupar e Resistir foi inspirado em sala de aula, durante a disciplina Jornalismo e Direitos Humanos, ministrada pelo professor Luiz Carlos Pinto. Em uma das aulas, o docente exibiu o documentário Atrás da Porta (SEIXAS, 2010), que registrou famílias sem-teto da Cidade do Rio de Janeiro criando novos espaços de moradia em prédios abandonados, sendo despejadas em ações truculentas da Polícia Militar durante o processo de higienização que a cidade passa, como efeito da especulação imobiliária e dos preparativos para os megaeventos que o Rio de Janeiro (Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016). O documentário é uma das referências fortes de nosso trabalho e expressa aquilo que Harvey observa em relação ao processo de apropriação privada da urbe. O direito à cidade, como ele está constituído agora, está extremamente confinado, restrito na maioria dos casos à pequena elite política e econômica, que está em posição de moldar as cidades cada vez mais ao seu gosto. (HARVEY, 2012 p. 87) A partir da exibição desse conteúdo em sala de aula, surgiu a decisão de registrar algumas das ocupações que estavam acontecendo na Região Metropolitana do Recife naquele momento. Após a captação do material em três ocupações diferentes, o material foi editado no software de edição de vídeo Adobe Première e, logo após, recebeu animações simples que foram criadas no Adobe After Effects para ilustrar a sua introdução. Além disso, as músicas  Abakua e  Badawi do artista Simon Mathewson foram utilizadas como elementos extras na pós-produção visando enriquecer a narrativa. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A produção do documentário gerou uma percepção muito mais apurada da realidade que os estudantes vivenciaram em cada ocupação. Ao invés de homogeneizar o movimento, o (Re)cidade: Ocupar e Resistir mostrou de forma detalhada as diferenças entre as pautas defendidas nas ocupações que foram visitadas pela equipe. Apesar de defenderem pautas diferentes e estarem distantes umas das outras, o ponto de conexão entre essas ocupações tão distintas entre si foi a força do movimento estudantil. Mesmo enfrentando dificuldades, todos os jovens entrevistados mostraram que a resistência é uma ferramenta eficaz de conscientização política e social. Foi através da resistência que esses jovens denunciaram como a educação poderia ser prejudicada pela aprovação da PEC 55. E aprovação da mesma no dia 13 de dezembro de 2016 reforça o fato de que, assim como o processo de urbanização, a gestão do dinheiro público está nas mãos de uma minoria que não está necessariamente disposta a dar ouvidos às demandas do povo. Desde o início, as cidades emergiram da concentração social e geográfica do produto excedente. Portanto, a urbanização sempre foi um fenômeno de classe, já que o excedente é extraído de algum lugar e de alguém, enquanto o controle sobre sua distribuição repousa em umas poucas mãos. Esta situação geral persiste sob o capitalismo, claro, mas como a urbanização depende da mobilização de excedente, emerge uma conexão estreita entre o desenvolvimento do capitalismo e a urbanização. (Harvey, 2012 p. 74) Além disso, a produção do documentário proporcionou a oportunidade de vivenciar a experiência do jornalismo audiovisual na prática: desde a apuração da pauta até a pós-produção. Quanto à experiência do público, a expectativa é de todos que tenham a oportunidade de assistir ao (Re)Cidade: Ocupar e Resistir compreendam a importância da luta dos estudantes e se sensibilizem pelos movimentos sociais dos seus bairros, cidades e país. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ARANTES, P. & FIX, M. São Paulo: metrópole-ornitorrinco, In.: Rolnik, R. e Fernandes, A. Cidades  Coleção ensaios brasileiros contemporâneos. Rio de Janeiro: Funarte, 2016.<br><br>BEY, Hankim. Zona Autônoma Temporária. São Paulo: Conrad, 2001<br><br>HARVEY, David. O direito à cidade. São Paulo: Ed. PUC, 2012<br><br>MARICATO, Ermínia. Brasil, cidades: alternativas para a crise. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.<br><br>CARVALHO, Elen. A luta dos estudantes contra a PEC 55 cresce em Pernambuco. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2016/11/18/a-luta-dos-estudantes-contra-a-pec-55-cresce-em-pernambuco/>. Acesso em 25 de abril de 2017. <br><br>O que é o Estatuto? Disponível em: <http://www.senado.gov.br/senado/programas/estatutodacidade/oquee.htm>. Acesso em 27 de abril de 2017. <br><br>Estudantes ocupam reitoria da Unicap contra a PEC do teto de gastos. Disponível em: <http://g1.globo.com/pernambuco/educacao/noticia/2016/11/estudantes-ocupam-reitoria-da-unicap-contra-pec-do-teto-de-gastos.html>. Acesso em 27 de abril de 2017. <br><br>Cine Olinda é ocupado. Disponível em: <http://www.folhape.com.br/diversao/diversao/geral/2016/09/30/NWS,758,71,480,DIVERSAO,2330-CINE-OLINDA-OCUPADO.aspx>. Acesso em 27 de abril de 2017. <br><br> </td></tr></table></body></html>