ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01100</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Psicosmos - Rock Na Tamarineira</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Daniela Maria Santos Marreira (Universidade Federal de Pernambuco); Patrícia Horta Alves (Universidade Federal de Pernambuco); Gabriele Alves dos Santos (Universidade Federal de Pernambuco); Thalia Vivian de Moura Santana (Universidade Federal de Pernambuco); Tathiane Aparecida Posso Forão (Universidade Federal de Pernambuco); Débora Vanessa da Silva Oliveira (Universidade Federal de Pernambuco); Ricardo Eronildo de Oliveira Lima (Universidade Federal de Pernambuco)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Direitos Humanos, Entretenimento, Estigma, Luta Antimanicomial, Música</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Com a comemoração dos 30 anos de atividades da Luta Antimanicomial no Brasil, o debate sobre a saúde mental e sobre a não-estigmatização de pacientes psiquiátricos torna-se ainda mais pertinente. O programa "Psicosmos: cada cabeça é um mundo", desenvolvido por alunos do curso Rádio, TV e Internet como avaliação da disciplina "Psicologia da Comunicação", aborda a arte enquanto adjuvante terapêutico nos tratamentos dos transtornos mentais e objetiva promover o resgate da cidadania e a humanização dos pacientes institucionalizados, questionando a linha tênue que difere, mas não separa, os loucos dos sãos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Cada cabeça é um mundo. Cada sujeito tem peculiaridades que definem sua percepção de acordo com suas crenças e valores. Sendo assim, cada percepção é infinitamente distinta de outra, não havendo espaço para loucos ou sãos, apenas pessoas tentando encontrar seu lugar no mundo, cada qual com sua loucura. Foi esta a inquietação que guiou a produção do episódio piloto de "Psicosmos: cada cabeça é um mundo". Com a proposta de promover a reflexão e o debate sobre a não-estigmatização dos transtornos mentais, o piloto foi ambientado na décima edição do festival Rock na Tamarineira, no Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, também conhecido como "Hospital da Tamarineira", segundo hospital psiquiátrico do Brasil e o mais antigo do Recife. Desde 2002, bandas independentes do Recife produzem este projeto terapêutico que propõe shows e oficinas artísticas, objetivando a reintegração dos pacientes em sociedade e a divulgação dos artistas locais. Mas apesar de ser ambientado no Rock na Tamarineira, o episódio piloto não é sobre o evento em si, e sim sobre o combate aos estigmas relacionados a pessoas com transtornos mentais. Através de uma interação lúdica entre pacientes e visitantes, a cidadania daqueles considerados loucos é resgatada através do convívio social, ponto tão reivindicado pelo Movimento da Luta Antimanicomial na defesa dos direitos humanos de quem passa por sofrimentos psíquicos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa "Psicosmos: cada cabeça é um mundo", procura abordar aspectos da desinstitucionalização psiquiátrica, acentuando experiências exitosas no tratamento de transtornos mentais que respeitem o paciente e promovam sua autonomia, com o intuito de melhorar suas condições de vida. Assim, partindo da premissa de não falar sobre, mas falar com, o produto de caráter experimental com forte influência do documentarismo, apresenta como estética e construção de narrativa o recurso de "filmes de arquivo" e o conceito de corpo-câmera, permitindo assim a pluralidade de vozes durante o programa e mantendo a perspectiva autoral que perpassa a construção de um documentário. Sendo ambientado no Rock na Tamarineira, festival de música que, desde 2002, promove shows dentro do Hospital Ulysses Pernambucano, o "Tamarineira", o Psicosmos busca abordar as práticas integrativas e colaborativas que conduzem à reinserção de pacientes institucionalizados à sociedade, além de trazer para o público a experiência de integração entre músicos, pacientes, visitantes e funcionários a partir da vivência e olhares de cada um deles.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Alcoólatras, homossexuais e prostitutas. Homens tímidos, amantes grávidas e inimigos políticos. Entre 1903 e 1980, os desajustados e indesejados, mesmo sem sofrer com transtornos psiquiátricos, ocupavam aproximadamente 70% das vagas no Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais. Com os  trens de doido &#12641; termo usado para descrever os vagões de carga  carregados de pessoas em busca de  tratamento no Colônia &#12641;, o hospital atingiu sua superlotação em 1961, abrigando uma média de 5 mil pacientes, 25 vezes mais do que o suportado pelos seus 200 leitos. Esse cenário colaborou para a transformação do Colônia num campo de extermínio: estima-se que 60 mil pessoas tenham morrido entre as décadas 60 e 80 devido aos maus tratos e condições sub-humanas as quais eram obrigadas a viver no hospital. O descaso para com os pacientes com transtorno pode ser interpretado através dos apontamentos de Erving Goffman (1988), em que ele argumenta que estigmas são aspectos do indivíduo considerados como falhas ou erros, resultando na exclusão do  portador daquela marca, como se aquele indivíduo fosse diferente das pessoas tidas como  normais . Ainda de acordo com Goffman (1988), há possíveis situações em que o considerado  normal pode se surpreender com as capacidades do estigmatizado ou que pode sobrepor dificuldades que o indivíduo possa ter em torno de seu estigma, em Barbacena isto só aconteceu após o deslocamento dos pacientes do Colônia para as residências terapêuticas. Ainda assim, muitos dos sobreviventes de Barbacena não puderam ser re-inseridos em sociedade, devido aos traumas decorrentes dos anos de abuso e do grande período de institucionalização. Segundo Goffman (1988) o indivíduo ao passar muito tempo na instituição perde muito da sua identidade e independência, além do próprio afastamento da vida em sociedade, o que ocasiona um processo de institucionalização no paciente. A problemática não é se pensar no indivíduo com transtorno mental como alguém que precisa de tratamento, mas sim como aquele que precisa ser afastado da sociedade. Medicar os pacientes constantemente e deixá-los presos a um espaço mínimo, muitas vezes em péssimas condições de cuidado e sem direitos, não é tratar da saúde mental, é afundá-los ainda mais às condições que eles já se encontram. Por este motivo, em 1987 é impulsionado o Movimento da Luta Antimanicomial pelo psiquiatra italiano Franco Basaglia, que em visita ao Brasil, conheceu o Colônia e, abismado com a situação que vivenciou, disse:  Estive hoje num campo de concentração nazista. Em lugar nenhum do mundo, presenciei uma tragédia como essa . Assim, iniciou-se um movimento de crítica radical à psiquiatria institucionalizada, lutando pela defesa dos direitos humanos e pela reintegração em sociedade das pessoas com transtornos mentais. E para uma transformação direta no tratamento psiquiátrico, na construção de alternativas mais solidárias, inclusivas e libertárias, surgiu a Reforma Psiquiátrica, com o psiquiatra Franco Basaglia em 1978, na Itália. No Brasil essa mudança somente começa a se manifestar no final dos anos 60 e em 2001 culminou com a criação da Lei Federal 10.216 que apresenta a substituição do modelo psiquiátrico por outras formas de assistência, como CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) E USF (Unidade de Saúde da Família). Uma conquista da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial, estando esta última prestes a completar 30 anos de atividades no dia 18 de maio de 2017, uma data que reforça a importância de se debater saúde mental, um tema ainda muito marginalizado, mas extremamente pertinente.  Psicosmos: cada cabeça é um mundo veio para mostrar a importância de humanizar o tratamento psiquiátrico e de inserir na sociedade quem necessita dele, sabendo que a linha tênue que nos difere, não nos separa. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Tendo como subtítulo  cada cabeça é um mundo e com a proposta de ser um produto audiovisual construído através do afeto e da memória, o episódio piloto de Psicosmos monta sua narrativa através dos depoimentos coletados durante a décima edição do Rock na Tamarineira, além de trazer imagens captadas não apenas pela equipe de produção, mas também pelo público frequentador do festival, de modo que, tanto a estética quanto a narrativa do produto foram construídas, principalmente, através de filmagens amadoras, capazes de "[...] reconstruir narrativas históricas e pessoais. Marca de autenticidade, documento histórico e sociológico, memória afetiva e visual, são diversos usos e olhares portados sobre essas imagens" (BLANK, 2012: 6) Para Freire e Penafria (2012), "as imagens de arquivo são um recurso fundamental do documentário. E sua origem é diversa, desde imagens de televisão a filmes de família, fotografia etc" e, atualmente, são amplamente utilizadas não apenas na construção de documentários, mas também em criações ficcionais e jornalísticas, saindo do seu uso exclusivamente documental e sendo ressignificadas como parte essencial da narrativa, afinal, a montagem de um produto de arquivo não é apenas um soma de conteúdos ou uma sucessão de cenas, e sim um recurso que permite a criação de algo original, novo. (MARTÍN apud LEYDA, 1964) A escolha desta estética foi inspirada por um dos filmes do diretor e cineasta pernambucano, Marcelo Pedroso, Pacific (2009), longa-metragem feito inteiramente de  imagens de arquivo coletadas pela equipe de produção no cruzeiro de mesmo nome, que, em 2008, fez o trajeto Recife - Fernando de Noronha na semana de Réveillon. Assim como em Pacific, à primeira vista Psicosmos causa estranheza ou, até mesmo, incômodo.  O que perturba é que são justamente essas imagens precárias, instáveis (GUIMARÃES, 2012: 242) que constituem grande parte do produto, que através de uma multiplicidade de pontos de vista, constroem um cenário afetivo do que é o Rock na Tamarineira e de sua construção ao longo de suas edições. No dia do festival, que aconteceu em dezembro de 2016, chegamos à Tamarineira com o objetivo de não sermos apenas espectadores passivos e comunicadores distantes e sim, sermos um corpo-câmera, conceito descrito pelo cineasta Pedro Severien (2016) como aquele que  intervém sobre outros corpos ao mesmo tempo que é atravessado pelas imagens que produz. O resultado desses dois recursos de captação pode ser visto através das imagens muitas vezes tremidas, instáveis, íntimas. Assim como em Pacific, nossa câmera é sempre subjetiva, "[...] sempre que alguém filma algo, esse olhar é implicado, povoado por afetos que se encarnam no enquadramento, vestígio de uma subjetividade dos personagens-fotógrafos." (GUIMARÃES, 2012: 242). Quanto à montagem, a escolha das imagens foi pensada de forma que melhor apresentasse o contexto do evento e sua importância social. De início, elas nos introduzem ao espaço do Hospital Ulysses Pernambucano onde ocorre o festival, mostrando oficinas e atividades realizadas durante o Rock na Tamarineira, então, as imagens dão lugar às entrevistas para que o público conheça as diversas vozes e representações encontradas no evento (do Hospital, da organização do evento e dos frequentadores), para que assim, durante as falas, o público possa se sentir mais próximo do Rock na Tamarineira. Ao longo do programa, foi utilizada a técnica  fast motion , ou câmera rápida, contrária ao  slow motion , consiste na aceleração das imagens em determinados momentos, tal recurso foi utilizado para, unido aos cortes rápidos, dar mais dinamismo e agilidade à peça, para que as pessoas sintam a agitação constante, que é marca do festival. A sonoplastia, assim como as imagens e depoimentos, também é parte fundamental no desenvolvimento do produto, e foi pensada dentro da proposta do rock, assim, conta com as músicas da banda pernambucana The Playboys, liderada por João Neto e fundadora do Rock na Tamarineira. A trilha sonora final de Psicosmos é feita através de um mash up da música  Maluco Beleza , do cantor Raul Seixas, onde mixamos a versão cantada espontaneamente por uma das pacientes ao vivo no evento com a versão original de Raul. O protagonismo de Psicosmos é dos pacientes que finalizam a produção da maneira que o festival propõe: animados, satisfeitos e inseridos. Por fim, a identidade visual de  Psicosmos: cada cabeça é um mundo foi pensada de forma que retratasse visualmente toda a ideia do produto, dessa forma, utilizamos o efeito de distorção  Glitch no título e subtítulo, simbolizando a rejeição à uma pseudo-normalidade imposta e, dentro deles, inserimos um universo em movimento, para mostrar a complexidade e grandeza presentes dentro de cada um.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">De caráter experimental, o programa  Psicosmos: cada cabeça é um mundo é um híbrido de formatos televisivos e cinematográficos e traz grande influência do gênero  documentário . O produto em vídeo foi pensando de modo a ser uma realização audiovisual autônoma que, atualmente, é possibilitada devido ao fácil acesso à dispositivos de captura e manipulação de imagens (SEVERIEN, 2016: 10). Com o intuito de desconstruir o  documentário como ele é tradicionalmente pensado, sua concepção e produção serviram como um laboratório de idéias, permitindo a fusão de gêneros, linguagens e estéticas. Do documentário tradicional, optamos por manter o que Cristina Melo (2001: 5) chama de  caráter autoral :  essa característica implica afirmar que o documentário é um gênero fortemente marcado pelo  olhar do diretor sobre seu objeto. Ao contrário do que ocorre com os demais gêneros jornalísticos, nos quais se busca uma suposta neutralidade ou imparcialidade, no documentário, a parcialidade é bem-vinda. Ideia também compartilhada pelo documentarista, roteirista e produtor de cinema brasileiro, João Moreira Salles, em entrevista para a Folha de São Paulo, onde afirma que  um documentário ou é autoral ou não é nada. [...] A autoria é uma construção singular da realidade. [...] É exatamente isso que espero de qualquer bom documentário: não apenas fatos, mas o acesso a outra maneira de ver. Assim, partindo da perspectiva do grupo, surgiu  Psicosmos: cada cabeça é um mundo , com o objetivo de retratar um recorte da realidade, mas buscando  ser fiel a um só tempo à sua verdade e a verdade dos personagens e situações filmadas , como sugere Amir Labaki, documentarista e fundador do  É tudo verdade &#12540; Festival Internacional de Documentários, também em entrevista à Folha de São Paulo. O produto foi idealizado e produzido na disciplina  Psicologia da Comunicação , ofertada para o curso de Rádio, TV e Internet e ministrada pelos professores Patrícia Horta (DCOM/UFPE) e Paulo Aguiar (Psicologia-FAFIRE), com a colaboração do mestrando Caio Castro (PPGCOM/UFPE). Psicosmos foi pensado para ter entre 5 e 10 minutos por episódio, onde cada um deles traria uma ação, evento ou atividade que tivesse como objetivo repensar o tratamento de transtornos psiquiátricos, atuando de forma humanizada e propondo assim, reintegração dos pacientes institucionalizados ao convívio em sociedade. A disciplina teve como tema central a luta antimanicomial, onde pudemos passar o semestre letivo lendo e nos apropriando sobre a reforma psiquiátrica brasileira, o estigma da loucura, a institucionalização médica e, principalmente, sobre as novas formas de tratamento através da arte, exercitando a empatia e, principalmente, a alteridade, definida por Nicola Abbagnano (1998) como  ser outro, colocar-se ou constituir-se como outro . Partindo deste conceito e tendo em mente o nosso grande tema, começamos a construir o trabalho, pesquisando e estudando diferentes tipos de estéticas e recortes que nos permitissem explorar o tema de forma educativa e dinâmica, tratando o assunto com humanidade e fluidez e buscando retirar os estigmas existentes há tanto tempo. Episódio Piloto: Rock na Tamarineira Buscando um tema que, além de educativo, pudesse abordar o assunto de forma leve, nos deparamos com o Rock na Tamarineira, que está em sua décima edição, e vem desde 2002 levando música ao Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano &#12540; popularmente conhecido como  Hospital da Tamarineira &#12540; e promovendo a interação entre a sociedade e os pacientes e funcionários do hospital. E assim, após nos apropriarmos da história do Rock na Tamarineira, sua criação e seus objetivos, escolhemos o festival para dar vida à primeira edição do programa. Todos os depoimentos que construíram o  Psicosmos foram coletados durante o festival, e as fontes foram escolhidas com o objetivo de trazerem pluralidade de falas e vivências, não apenas sobre o Rock na Tamarineira, mas, principalmente, sobre a experiência da interação entre músicos, funcionários, visitantes e pacientes. Assim, após ambientar-se no festival no papel de um observador participante, o grupo tratou de buscar fontes que pudessem se enquadrar nas categorias propostas, e então, chegamos à João Neto, idealizador do Rock na Tamarineira e vocalista da banda  The Playboys , Drª. Ruth Bonow Theil, psiquiatra e diretora do Hospital Ulysses Pernambucano, Graxa, cantor e compositor local e Paulo Rogério, paciente do hospital e frequentador do Rock. Ainda com o objetivo de atender à pluralidade, após as entrevistas e captação de imagens do evento, entramos em contato com a produtora contratada pela organização para fazer a cobertura do festival, a  Scaravelho Produções , além de acionar frequentadores do Rock &#12540; dos mais antigos aos mais recentes &#12540;, com o objetivo de utilizar suas imagens de arquivo &#12540; como explicitado no tópico anterior, Métodos e Técnicas Utilizados &#12540; e trazer diferentes olhares ao evento, criando assim, uma narrativa não meramente factual, mas afetiva, do festival. Como o próprio nome do programa já diz,  cada cabeça é um mundo e, partindo desse princípio, buscamos, através de imagens, explorar os diversos mundos que coexistiam naquele espaço-tempo. Após todos os depoimentos e imagens serem recolhidos, o grupo se reuniu para fazer a decupagem, edição e montagem do material. Todo o processo, da escrita do roteiro e produção à cinegrafia e pós-produção foi realizado pelo grupo com equipamentos próprios. Durante todo o processo de concepção e construção de conteúdo, contamos com a orientação não apenas dos professores responsáveis, mas também de dois dos monitores da disciplinas, os graduandos em Psicologia da Fafire, Júlia Perrusi e Kewerton Alves. Após os quatro meses de pré-produção, produção e pós, finalizamos o produto e submetemos a avaliação na presença da turma, dos professores orientadores e dos estudantes-monitores, para a obtenção da nota da disciplina de Psicologia da Comunicação durante o segundo semestre do ano de 2016.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Espera-se que  Psicosmos: cada cabeça é um mundo contribua para o debate sobre saúde mental na comunicação, com produções cada vez mais humanizadas e íntegras. Que seja uma experiência enriquecedora para o público, assim como foi para nós, produtores do programa, que pudemos conhecer mais sobre o tema, desconstruindo estigmas pessoais sobre pacientes e instituições. Além do tema, o programa contribuiu para nosso crescimento enquanto Radialistas, por nos ensinar a abordar temas delicados e necessários.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. <br><br>MELO, C. T. V. de. O documentário jornalístico, gênero essencialmente autoral. In: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DE COMUNICAÇÃO - INTERCOM, 2001, Campo Grande. Anais eletrônicos... Campo Grande: UFMS, 2001. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/11572121297094948981203363898082664337.pdf >. Acesso em: 28 abr. 2017.<br><br>SALLES, João Moreira. +3 Questões Sobre Documentário. São Paulo, Folha de São Paulo, 04 mar.2001. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0403200102.htm> Acesso em: 23 abr. 2017<br><br>KABALI, Amir. +3 Questões Sobre Documentário. São Paulo, Folha de São Paulo, 04 mar.2001. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0403200102.htm> Acesso em: 23 abr. 2017<br><br>SEVERIEN, Pedro Loureiro. O corpo-câmera no Recife contemporâneo: atravessamentos sensíveis numa paisagem biopolítica. 2016. 16 f. Artigo (Mestrado em Comunicação) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016. (Manuscrito)<br><br>FREIRE, M; PENAFRIA, M. Filmes de Arquivo. [Editorial] DOC-ONLINE, n.13, p. 2-3, dez. 2012. Diponível em: <http://www.doc.ubi.pt/index13.html> Acesso em: 24.abr. 2017<br><br>BLANK, Thais. Do cinema ao arquivo: traçando o percurso migratório dos filmes de família. DOC ON-LINE: Filmes de Arquivo, [S.l.], n. 13, p. 5-20, dez. 2012. Disponível em: <http://www.doc.ubi.pt/index13.html>. Acesso em: 24 abr. 2017.<br><br>GUIMARÃES, Victor. Pacific e a mise-en-scène do espectador. DOC ON-LINE: Filmes de Arquivo, [S.l.], n. 13, p. 238-250, dez. 2012. Disponível em: <http://www.doc.ubi.pt/index13.html>. Acesso em: 24 abr. 2017.<br><br>LEYDA, Jay. Films Beget Films  A Study of The Compilation Film. Nova Iorque: Hill & Wang, 1964. <br><br>GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 1988. Tradução: Mathias Lambert.<br><br>Centro Cultural do Ministério da Saúde. A reforma psiquiátrica brasileira e a política de saúde mental. Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/vpc/reforma.html>. Acesso em: 28 abr. 2017.<br><br>BRASIL. Lei n.° 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os Direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil Eletrônico. p. 2, 9 abr., 2001. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm> Acesso em: 28 abr. 2017<br><br>ASSOCIAÇÃO DE VOLTA PARA CASA (São Paulo). Movimento da Luta Antimanicomial. Disponível em: <http://www.assdevoltaparacasa.org.br/page9.htm>. Acesso em: 28 abr. 2017<br><br>ARBEX, Daniela. Holocausto brasileiro  vida, genocídio e 60 mil mortes no maior hospício do Brasil. São Paulo: Geração Editorial, 2013<br><br>THE PLAYBOYS (Recife). Rock Na Tamarineira. 2016. Disponível em: <https://www.catarse.me/RockNaTamarineira2016>. Acesso em: 26 abr. 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>