ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01140</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Denuncie 180</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;LIDIA CECILIA DE FRANCA RIBEIRO (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte); Vinícius Nogueira Silva (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte); Shemilla Rossana de Oliveira Paiva (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Maria da Penha, Campanha, Disque180, Violência contra mulher, Denúncia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho  Denuncie 180 consiste em uma campanha publicitária elaborada como uma forma de mostrar às mulheres sobre os diversos tipos de violência que existem contra elas, compartilhando informações e encorajando-as a denunciar o agressor, além da importância de toda sociedade ao cenário da violência contra a mulher, que ainda existe, mesmo com a presença da Lei Maria da Penha (Lei 11.340), a fim de mudar práticas consideradas até então normais, que podem, no entanto, resultar em abusos e mortes. A campanha foi veiculada nas redes sociais, Facebook e Instagram, em uma fanpage no facebook nominada: Denuncie 180. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A campanha Denuncie 180, foi produzida por alunos do quarto período do curso de Comunicação Social com Hab. em Publicidade e Propaganda da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN, como um produto da disciplina de Redação Publicitária, no semestre 2016.1. Segundo SILVA (1976) o termo  propaganda possui dois sentidos bem definidos: o sentido comercial e o político. No sentido comercial significa divulgação de mensagens por meio de anúncio, com o fim de influenciar o público como consumidor, ou seja, levar à compra. Já no sentido político, propaganda é a divulgação de doutrinas, opiniões, informações e afirmações baseadas em fatos, verdadeiros ou falsos, com o fim de influenciar o comportamento do público em geral ou de um grupo de pessoas. A propaganda é a técnica de criar opinião pública favorável a um determinado serviço, instituição ou ideia, visando orientar o comportamento humano das massas num determinado sentido (CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE PROPAGANDA NO BRASIL, apud SILVA, 1976) É com esta ideia de criar uma opinião pública favorável acerca do combate à violência doméstica que foi pensada a campanha, uma vez que no ano de 2016, a Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada em 7 de agosto de 2006, completou dez anos de vigência. A lei foi criada para combater a violência doméstica e familiar, garantindo punição com maior rigor aos agressores e criando mecanismos para prevenir a violência e proteger a mulher agredida. Recebeu o nome em homenagem à Maria da Penha Fernandes, que sofreu duas tentativas de assassinato por parte do então marido. Antes da vigência da lei, a compreensão sobre o que seria violência doméstica era restrita, em muitas vezes apenas a agressão física era considerada como tal. Dados mostram a gravidade da questão: a cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil. A campanha leva este nome pois o número 180 é o portal Central de Atendimento à Mulher criado pelo Governo Federal para receber denúncias deste tipo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho surge como uma oportunidade de levar informação para a sociedade. Além de poder mostrar a frequência em que os casos de violência contra a mulher ainda continuam ocorrendo no Brasil, mesmo com a presença da Lei. " Mostrar às mulheres os diversos tipos de violência que a lei enquadra, incentivando e encorajando-as a fazer a denúncia. " Contribuir para uma percepção mais favorável da sociedade em relação ao Estado representado pelas instituições que compõem o sistema de Justiça e o Poder Executivo em relação à efetiva aplicação da Lei Maria da Penha. " Mobilizar, engajar e aproximar toda a sociedade no enfrentamento à impunidade e à violência contra a mulher. " Mudar as atitudes e crenças sociais relacionadas a discriminação, desigualdades e inequidades de gênero que sustentam e promovem a violência contra as mulheres. " Gerar uma posição coletiva visível a partir dos diversos níveis de intervenção direta contra esta forma de violência, fortalecendo as respostas sociais e institucionais mais amplas no sentido da prevenção. " Promover uma mobilização social através das alianças Inter setoriais para condenar e repudiar a violência contra as mulheres. " Fortalecer as redes de mulheres para visibilizar e denunciar a problemática da violência contra as mulheres, além de exigir e incidir na promoção de mudanças nos níveis institucionais e culturais e no trabalho conjunto na prevenção desta violência. " Publicitar a prestação de serviço da Central de Atendimento à Mulher  (Disque 180), que se consolidou como canal de informações sobre legislações e direitos, violências e crimes e serviços especializados no atendimento de mulheres em situação de violência. A produção do paper vem mostrar o processo que ocorreu para concretização dessa campanha, desde a criação da briefing com reuniões em sala de aula até a produção/realização das artes finais da campanha. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho surgiu como uma forma de denunciar os recorrentes casos de violência que vinham ocorrendo na cidade de Mossoró/RN no ano de 2016. Tendo como público alvo as mulheres da cidade, (17 a 40 anos) que tem acesso as redes sociais, uma vez que o trabalho seria vinculado em uma página criada no Facebook (DENUNCIE 180). Além do estudo divulgado pelo IPEA sobre as circunstâncias de assassinatos de mulheres, entre 2009 e 2011, aponta que 40% dos homicídios de mulheres, no mundo, são cometidos por um parceiro íntimo. Experiências demonstram, repetidamente, que esforços contínuos para mudar a cultura e a prática institucional são fundamentais para que as reformas legais e políticas tenham efeito. A luta pelo fim da violência contra as mulheres deve ser diária e abordada em todos os setores da sociedade. Esse tipo de mazela é da responsabilidade geral e deve ser denunciado por todos que tem conhecimento dos casos de violência. A ocasião de dez anos de vigência da Lei Maria da Penha e os dez anos da prestação de serviço da Central de Atendimento à Mulher  (Disque 180), que se consolidou como canal de informações sobre legislações e direitos, violências e crimes e serviços especializados no atendimento de mulheres em situação de violência. Ao longo de 10 anos, foram prestadas 1.661.696 de informações pelo Ligue 180 e feitos 824.498 encaminhamentos a serviços da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Esta iniciativa é um importante instrumento para redução da aceitação da violência de gênero, que se expressa pela impunidade e descaso da sociedade. Visa potencializar o processo de reversão de opiniões conservadoras da sociedade que até bem pouco tempo mantinha-se omissa à violência contra as mulheres. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Por se tratar de um tema de extrema importância para a sociedade, foi feita uma leitura da Lei Maria da Penha (Lei 11.340) e um curso com vários módulos disponibilizados virtualmente no site do Senado do Brasil, assim como um estudo da Lei para seleção das informações mais importantes para publicitação. Para a criação do conceito da campanha foi realizada uma busca por referência, tanto de campanhas já existentes sobre o tema, como de fotos. Chegou-se à conclusão, que as fotografias deveriam ser desconcertantes ao ponto do receptor sentir-se no dever de denunciar qualquer agressão que fosse projetada sobre a mulher e isso influenciou a escolha das cores, preto e branco, nas edições das fotografias além de sombras para complementar a cena dramática. Para a edição das fotos, assim como aplicação da tipografia, foi utilizado o software Adobe Photoshop CC. A redação de todas as peças foi pensada no modo imperativo e interrogativo, buscando sempre emponderar e levar à reflexão o público alvo e incentivando a importância da denúncia para que os números da violência contra a mulher diminuam. Foram utilizados vários elementos na produção do ensaio fotográfico: " Fitas e papel filme para fotos que simulam sufocamento. " Asas brancas de plumas para representar anjo(morte) /liberdade/emponderamento. " Manchas de batom roxo na modelo representando as marcas deixada pelas agressões. " Esparadrapos, representando curativos. " Blusas de mangas longas para representar as marcas de agressões sendo escondidas pela modelo. " Câmera Canon 60D/ T3i, lente 50mm e 18-55mm. " Além da modelo, três alunos do curso de publicidade participaram do processo de criação do produto final. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A campanha busca retratar a violência sofrida pela mulher de uma forma diferenciada com olhar artístico e estético. A partir da criação do briefing, foi feito um ensaio fotográfico que foi realizado em uma tarde na casa de um dos integrantes do grupo e a modelo, uma moça jovem, que representa grande parte do público que sofre os diversos tipos de violência doméstica. O local escolhido foi uma casa, por ser o local onde se passa os principais casos de violência contra a mulher, na qual elas sofrem agressões por parceiros em seu próprio lar, usando diversos lugares da casa, como quarto, sala, entre outros. O ambiente e os elementos foram pensados para transmitir o máximo de naturalidade possível. Após o ensaio as peças foram tratadas no Adobe Photoshop CC, e adicionada a redação que completaria o sentido da mensagem que seria transmitida. Na edição das fotografias, foi optado pelo uso de peças em preto e branco para trazer mais drama e enfoque para o tema e expressão da modelo.  Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. E sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois, tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem própria que comunique uma ideia. (MODESTO, Farina et. al., 2006, pag. 13)  A cor preta é a ausência de luz e corresponde a buscar as sombras e a escuridão. É a cor da vida interior sombria e depressiva. Morte, destruição, tremor estão associados a ela. Associação material: sujeira, sombra, enterro, funeral, noite, carvão, fumaça, condolência, morto, fim, coisas escondidas  obscuras. Associação afetiva: mal, miséria, pessimismo, sordidez, tristeza, frigidez, desgraça, dor, temor, negação, melancolia, opressão, angústia, renúncia, intriga. (MODESTO, Farina et. al., 2006, pag. 98) As frases e palavras presentes nas peças, de maneira geral, são na cor branca para contrastar o preto:  O branco é a cor do vazio interior, da carência afetiva e da solidão, haja vista que a exposição prolongada de sujeitos em ambientes totalmente brancos tende a acentuar neles caracteres esquizóides. [...] Associação material: batismo, casamento, cisne, lírio, primeira-comunhão, neve, nuvens em tempo claro, areia clara. Associação afetiva: ordem, simplicidade, limpeza, bem, pensamento, juventude, otimismo, piedade, paz, pureza, inocência, dignidade, afirmação, modéstia, deleite, despertar, infância, alma, harmonia, estabilidade, divindade. (MODESTO, Farina et. al., 2006, pag. 97) A tipografia utilizada nos títulos das peças foi TOFINO (OT1), em caixa alta, por se tratar de uma tipografia de espessura grossa e sem serifas, o que a faz ideal para títulos e auxilia na leitura rápida. Nas demais frases foram utilizadas a tipografia da família Helvética, mais precisamente helvetica neue medium condensed. A palavra  DENUNCIE está em amarelo para despertar a atenção dos receptores para as frases destacadas.  O amarelo é um pouco mais frio que o vermelho e remete à alegria, espontaneidade, ação, poder, dinamismo, impulsividade. Pode sugerir ainda, potencialização, estimulação, contraste, irritação e covardia. [...] É muito comum a construção de situações antiéticas: uso em oposição À vida cotidiana cinza. (MODESTO, Farina et. al., 2006, pag. 101) A campanha foi formada por diversas peças acerca de temática entre elas: Outdoor, anúncio impresso, cartaz a3, rede social (Facebook). A veiculação da campanha foi feita em uma fanpage exclusiva no Facebook intitulada  Denuncie 180 , que grande parte do seu público, ser pessoas do sexo feminino (público alvo da campanha). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Percebeu-se o engajamento das mulheres na fanpage da rede social, curtindo e compartilhando as informações, confirmando que a violência é mais comum do que se imagina e está bem próxima, muitas até fazendo denúncias na própria page. O enfrentamento às múltiplas formas de violência contra as mulheres é uma importante demanda no que diz respeito a condições mais dignas e justas para as mulheres. A mulher deve possuir o direito de não sofrer agressões no espaço público ou privado, a ser respeitada em suas especificidades e a ter garantia de acesso aos serviços da rede de enfrentamento à violência contra a mulher, quando passar por situação em que sofreu algum tipo de agressão, seja ela física, moral, psicológica ou verbal. É dever do Estado e uma demanda da sociedade enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres. Coibir, punir e erradicar todas as formas de violência deve ser preceitos fundamentais de um país que preze por uma sociedade justa e igualitária entre mulheres e homens. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BRASIL. PROFISSIONAIS DA PROPAGANDA. (Org.). Código de Ética dos Profissionais da Propaganda. 1957. Disponível em: <http://www.cenp.com.br/PDF/Legislacao/Codigo_de_etica_dos_proffisionais_da_propaganda.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2017.<br><br>CUNHA, Carolina. Cidadania: Lei Maria da Penha completa dez anos. 2016. Disponível em: <https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/cidadania-lei-maria-da-penha-completa-10-anos.htm>. Acesso em: 15 abr. 2017. <br><br>FEDERAL, Senado. Dialogando sobre a Lei Maria da Penha. 2016. Disponível em: <http://saberes.senado.leg.br/index.php>. Acesso em: 07 set. 2016. <br><br>MARANHA, Fernanda. Saiba o que a Lei Maria da Penha garante em casos de violência contra a mulher. 2016. Disponível em: <http://delas.ig.com.br/comportamento/2016-08-05/violencia-contra-a-mulher.html>. Acesso em: 16 abr. 2015.<br><br>OLIVEIRA, Sara. Maria da Penha. O caminho rumo ao Nobel da Paz. 2017. Disponível em: <http://www.opovo.com.br/jornal/dom/2017/02/maria-da-penha-o-caminho-rumo-ao-nobel-da-paz.html>. Acesso em: 16 abr. 2017.<br><br>SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES  SPM (Porto Alegre). Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 completa 10 anos. 2015. Disponível em: <http://www.campanhapontofinal.com.br/>. Acesso em: 15 de março de 2017.<br><br>SILVA, Zander Campos. Dicionário de Marketing e Propaganda. Rio de Janeiro: Pallas, 1976. <br><br>MODESTO, Farina et. al.. Psicodinâmica das cores em comunicação. Ed. Blücher Ltda. 5º ed., São Paulo, 2006. <br><br> </td></tr></table></body></html>