ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01162</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO13</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Projeto Percursos: As trajetórias de três cobradoras de ônibus da Região Metropolitana do Recife</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Lara Ferreira Ximenes (Universidade Federal de Pernambuco); Cristina Teixeira Vieira de Melo (Universidade Federal de Pernambuco)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;mulheres, representatividade, cobradoras de ônibus, perfis, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Projeto Percursos traça o perfil de cobradoras de ônibus da Região Metropolitana do Recife. A ideia é conhecer as histórias e vidas daquelas que cruzam a cidade conosco e, através destas mulheres (Nynah, Solange e Ilza), resgatar a visibilidade do gênero feminino numa profissão predominantemente masculina. A série de perfis foi apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso no semestre 2016.2, durante a disciplina Projetos Experimentais no curso de Jornalismo da Universidade Federal de Pernambuco.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">São várias as formas que podemos narrar a vida de alguém. Mas por que narramos? Segundo Roland Barthes, no livro "Análise Estrutural da Narrativa", a narrativa está presente em todos os tempos, em todos os lugares e em todas as sociedades  afinal, "a narrativa está aí, como a vida" (BARTHES, 1971, p. 18). Ela começa com a própria história da humanidade. Por isso a sua estrutura tem caráter persuasivo, ou seja, vai além do tipo textual básico e torna-se um ipo argumentativo. Narramos para dar sentido, para registrar memórias e construir subjetividade. Para Edvaldo Pereira Lima, no artigo "Jornalismo Literário no cinema" (produzido originalmente para o Portal ABJL  Academia Brasileira de Jornalismo Literário), um elemento marcante do jornalismo literário é a presença de pessoas na narrativa. Por isso, um dos elementos mais marcantes desta corrente é o perfil, por justamente ser um gênero "que coloca em primeiro plano, preferencialmente, indivíduos ou grupos sociais": "[...]Busca-se construir retratos que ajudem a compreender os valores, a visão de mundo, os traços de comportamento, as ações, as motivações que tornam cada ser humano único e ao mesmo tempo representante de uma [...] trajetória da humanidade na face da Terra. Também é por isso que incorpora tanto Histórias de Vida - episódios da ação humana que ajudam a dar cor, movimento, drama, intensidade e sentido aos acontecimentos. Basicamente, contam-se histórias em Jornalismo Literário. Histórias [...] centradas na figura humana, célebre ou anônima." (LIMA, Edvaldo Pereira. Jornalismo Literário no cinema. Memória Portal ABJL, on-line) Segundo Lima (on-line), buscamos "retratar e compreender a alma humana através da narração e descrição de conteúdos importantes de suas vidas". É um modo de conhecer histórias "de carne, osso e alma". Assim surge o Projeto Percursos, séries de perfis jornalísticos que coloca suas personagens em destaque dentro de uma narrativa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">GERAL: Ouvir as vidas de cinco cobradoras para construir perfis jornalísticos sobre elas. ESPECÍFICOS " Humanizar e conhecer a vida de cinco mulheres para perfilá-las - não apenas por elas serem cobradoras, mas por serem indivíduos que podem narrar suas vidas; " Não "dar voz" às cobradoras, mas sim ecoar as vozes delas mesmas; " Singularizar a vida das cobradoras (não homogeneizá-las por terem a mesma profissão ou classe social); " Aproximar-se do jornalismo de subjetividade; " Investigar a relação destas cobradoras com a cidade, tangenciando a forma com que elas vivem aquele espaço que também é pano de fundo para seus dias de trabalho;</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Como jornalistas, devemos sempre compreender a complexidade de nossos personagens, exercitando nossa sensibilidade e trazendo para a luz problemas e questões que são ignorados diante das atribulações do cotidiano. Diante disso, o Projeto Percursos busca dar visibilidade às cobradoras de ônibus da Região Metropolitana do Recife e entender melhor quem são aquelas pessoas, seus sonhos, angústias, como elas vêem a cidade ao seu redor  afinal, todos têm uma história para contar. Socialmente, as cobradoras estão à margem. Deixam de almoçar muitas vezes para cumprir seus trajetos. Lidam com machismo numa profissão predominantemente masculina. São, também, invisíveis para muitos passageiros que sequer as cumprimentam. O Projeto Percursos visa, justamente, tirá-las dessa invisibilidade, colocando-as como protagonistas de suas histórias. Através dos perfis e as fotografias que os acompanham, o projeto pretende narrar vidas respeitando suas complexidades, além de não homogeneizá-las. Para Edvaldo Pereira Lima, muito da busca do jornalismo literário pela subjetividade e a profunda necessidade social de contar histórias parte de dois pontos: pela nossa vontade, como acadêmicos e jornalistas, de compartilhar com os outros "histórias que inspiram nossa caminhada", apresentando à sociedade nossa pequena contribuição; e fazer um contraponto à representação do ser humano pelos meios jornalísticos convencionais, que é "pobre e superficialmente tratado pelos meios jornalísticos convencionais". Assim, o Projeto Percursos pretende mostrar para a sociedade a pluralidade daqueles seres humanos, as mulheres cobradoras para além do trabalho fordista que elas realizam, gerando também uma forma de levantar uma discussão sobre trabalho, gênero e identidade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornalismo de subjetividade, o jornalismo literário e os dispositivos de entrevista cinematográficos utilizados pelo documentarista Eduardo Coutinho foram alguns dos métodos aplicados nas entrevistas para produzir os perfis. Cada uma das cobradoras foi abordada pessoalmente nos terminais pela repórter e as entrevistas foram realizadas e gravadas com o gravador de um celular LG G3 dentro dos ônibus, durante as viagens ou no intervalo entre uma e outra. Foram visitados os terminais de Rio Doce, Setúbal e Várzea, os três em zonas distintas da Região Metropolitana do Recife (Olinda, Zona Sul e Zona Oeste). Com o objetivo de valorizar a história daquelas mulheres, que muitas vezes são invisíveis no vai e vem dos seus trajetos, o Projeto Percursos também conta com imagens conceituais das cobradoras para complementar seus perfis. Os registros foram feitos em preto e branco, com uma câmera Canon T3i. A utilização da técnica de fotografia em preto e branco busca inspiração nos retratos de fotógrafos como Sebastião Salgado e Cartier Bresson, uma vez que estes retratavam a natureza humana e pautavam diferentes realidades sociais em seus trabalhos  e, para isso, usavam a técnica P&B por ela valorizar a profundida das pessoas retratadas, dando ênfase aos seus detalhes e chamando menos atenção para possíveis distrações "do fundo", geralmente provocadas pela fotografia colorida. Aproximar-se do jornalismo de subjetividade também é uma das intenções do Projeto. Segundo Fabiana Moraes em "O Nascimento de Joicy  Transexualidade, Jornalismo e os limites entre repórter e personagem" (2015): "É preciso pensar em um jornalismo que se utilize, sem constrangimentos, da subjetividade, reconhecendo-a como um ganho fundamental na prática da reportagem e mesmo na notícia cotidiana. Nele, são considerados, e não renegados, os elementos que escapam da "rede técnica" dessa área de conhecimento". (MORAES, p. 159, 2015) Para Moraes, reconhecer que não somos capazes de guiar comportamentos, falas, sentimentos e situações, não atrapalha a narrativa jornalística, mas pode, ao contrário, enriquecê-la. Outra inspiração metodológica do trabalho foi a "conversa filmada" de Eduardo Coutinho, que era como ele chamava suas entrevistas. Na monografia "Relações Entre Narrativa Oral e Ficcionalidade no Filme Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho" (2011), de Dalva Bavaresco, a autora cita a obra do documentarista como um "exercício de oralidade" (BAVARESCO, 2011, p. 07, apud LINS, 2004, p. 108), por justamente ele dialogar com uma ética de trabalho onde esse afirma "fazer o filme com os outros e não sobre os outros".O Projeto Percursos se espelha nessa ética. Bavaresco afirma que os procedimentos de Coutinho vão além dos métodos: "Ele procura não fazer de seus personagens nem sujeitos, nem objetos de seus filmes, mas sim parceiros com os quais a obra é construída. Afinal de contas, ela é resultado de um processo de interação e trocas que se dão em um território compartilhado, marcado pela negociação [...] e por relações ao mesmo tempo contingentes e singulares." (BAVARESCO, 2011, Pg. 12) Assim como os filmes de Coutinho, o Projeto Percursos conta histórias de vida narradas em caráter singular, e por isso busca se inspirar na metodologia do cineasta. O exercício da escuta para narrativas orais permitiu que um grande número de informações fosse dado pelas entrevistadas, que sentiam possuir esse espaço de fala diante da repórter. Este exercício, presente na entrevista para documentários, é também um princípio agenciado pelo jornalismo literário de Gay Talese, um dos "pais" do jornalismo literário: "Aprendi com a minha mãe: deixe as pessoas falarem, não as interrompa", disse Talese para a Folha de São Paulo em 2012. Aceitar a imprevisibilidade e o risco do real é essencial para que se possa narrar a vida do outro de forma ética e responsável. Evitando homogeneizar as personagens, Coutinho não se interessa pela opinião de especialistas, mas pelas histórias pessoais e narrativas de vida. E é a partir daí que as opiniões emergem: "Daí a ideia de promover uma "conversa" em oposição à tradicional entrevista jornalística, mais inquisitiva e direcionada. [...] É um tipo de entrevista que tem por finalidade encorajar e estimular um entrevistado [...] "a contar a história sobre algum acontecimento importante de sua vida e do contexto social"." (BAVARESCO, 2011, p. 08)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Projeto Percursos foi desenvolvido na disciplina Projetos Experimentais em 2016, sob a orientação da Profª Cristina Teixeira. Buscando entrar no campo da subjetividade no jornalismo, foi desenvolvido um olhar mais sensível jornalística e socialmente para narrar vidas e mostrar no texto todo o processo que levou a repórter à elas (o primeiro contato, a apuração e as impressões da repórter são mostrados no exto, por exemplo). O resultado foi em exposição on-line na plataforma de blogs Wix, no endereço http://xmnslr.wixsite.com/projetopercursos, onde os perfis e as fotos podem ser vistos e divulgados por todos que desejarem. A intenção era que o site fosse minimalista, em tons neutros, para que nada além daquelas vidas chamassem atenção no site - e também porque, esteticamente, sites clean (limpos) prendem melhor a atenção dos visitantes, visto que possuem menos informação visual para o leitor absorver, tornando a leitura menos cansativa e mais focada. No Dia Internacional da Mulher (08 de março de 2017), o trabalho foi divulgado no blog "De Olho No Trânsito", do Sistema Jornal do Commercio, pela jornalista pernambucana Roberta Soares, por justamente enaltecer as profissionais mulheres nesta profissão (link: http://jc.ne10.uol.com.br/blogs/deolhonotransito/2017/03/08/um-olhar-especial-sobre-as-mulheres-no-transporte-coletivo/). É importante frisar que, para se encaixar na modalidade JO 13 Produção Jornalismo Literário e/ou de Opinião (avulso/ conjunto e série) da Expocom, foram anexados na íntegra apenas três dos cinco perfis produzidos para o projeto (no ementário, os textos literários em série devem conter no máximo três produções), sendo previamente feita uma consulta com a Secretaria da Intercom por e-mail, certificando-se que isto seria permitido. Também foi consultado e alterado o suporte do projeto, que antes estava on-line num blog. Para concorrer na modalidade JO 13, ele foi transformado em um arquivo PDF diagramado no Adobe InDesign, onde os textos, fotos e categorias do blog foram diagramados na íntegra, com fonte Minion tamanho 14. Assim, estarão descritos neste paper apenas os três perfis selecionados para a Expocom. O primeiro perfil conta a história de Solange, mãe de três, cobradora da linha Dois Irmãos/Rui Barbosa. Solange chama todo mundo de "bem", é doce e simpática com os passageiros e colegas de trabalho, o que lhe garantiu um certificado de excelência da empresa em que trabalha. Entretanto, passou por muitos momentos difíceis até chegar ali depois de viver quase dez anos com um marido alcóolatra. O segundo perfil é de Ilza, que chamou a atenção por escrever, no ônibus da linha Setúbal/Conde da Boa Vista, mensagens como "Você é especial!" e "Bom dia para você!", para que seus passageiros tivessem motivos para sorrir de manhã. Ilza perdeu um filho que lutava contra a dependência química, que lhe deixou dois netinhos os quais ela fala com muito amor e afeto. Já o terceiro perfil fala a história de Nynah, cobradora da linha Rio Doce/Conde da Boa Vista, que segundo a própria, "dava para escrever um filme". Nynah é casada com outra cobradora que trabalha no mesmo terminal, teve uma filha aos treze anos (que hoje é freira) e é "mãe" de três cachorros que têm medo de fogos: Sorte, Capitu e Feia.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Ao fim da produção desta série, não foi difícil perceber que a conversa como técnica de apuração ajudou a deixar as personagens mais à vontade, aproximando-as da repórter, que buscou esta inspiração no diretor de documentários Eduardo Coutinho. A "conversa filmada", como ele chamava suas entrevistas, ajudava o diretor a derrubar o mito da neutralidade dos documentários, acabando com o abismo que separava o diretor  que se omitia nos formatos mais clássicos de documentário  e os personagens. Assim, produzir estes perfis foi uma forma de tratar de temas sociais e buscar uma voz autoral no jornalismo literário, propondo a quebra do "jornalismo bege" e impessoal que Tom Wolfe citava  e buscava se distanciar  em "Radical Chique e o Novo Jornalismo". Estabelecendo uma conexão com o leitor, o jornalista literário do new journalism provoca sensações e discute fatos e temas, em vez de apenas contar um fato de forma descritiva e factual, em busca de um uma dimensão afetiva com o público. Wolfe bebia dos recursos literários em "Radical Chique" para "exercitar tanto intelectual como emocionalmente o leitor" (WOLFE, 2005, pg. 28). "[...] Era a descoberta de que é possível na não-ficção, no jornalismo, usar qualquer recurso literário, dos dialogismos tradicionais do ensaio ao fluxo de consciência, e usar muitos tipos diferentes ao mesmo tempo, ou dentro de um espaço relativamente curto." (ibidem, p. 28). Borrar as fronteiras do jornalismo e da literatura, contando a história de mulheres socialmente invisíveis, foi uma forma de descobrir as possibilidades supracitadas por Wolfe, movidas pelo desejo de contribuir com a sociedade com um projeto que agenciasse as emoções, dilemas e anseios de uma grande parte dela.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARTHES, Roland. Introdução à Análise Estrutural da Narrativa. In: BARTHES, Roland et al. Análise estrutural da narrativa. Petrópolis: Vozes, 1971<br><br>BAVARESCO, Dalva. Relações Entre Narrativa Oral e Ficcionalidade no Filme Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho. 2011, Universidade Federal do Rio Grande do Sul<br><br>FINOTTI, Ivan. Jornalismo é como sedução, diz Gay Talese. 2012. Folha de São Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/46092-jornalismo-e-como-seducao-diz-gay-talese.shtml>. Acesso em: 02 maio 2012<br><br>LIMA, Edvaldo Pereira. Jornalismo Literário no cinema. Memória Portal ABJL. S/D. Disponível em: <http://www.edvaldopereiralima.com.br/index.php/jornalismo-literario/pos-graduacao/memoria-portal-abjl/145-jornalismo-literario-no-cinema>. Acesso em: 02 maio 2017<br><br>MORAES, Fabiana. O Nascimento de Joicy  Transexualidade, Jornalismo e os limites entre repórter e personagem. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2015<br><br>WOLFE, Tom. Radical chique e o novo jornalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005<br><br> </td></tr></table></body></html>