ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01217</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Spot: Eu sou - A identidade transcende o RG</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Eriane Montalvão Pereira (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE); Lucas campos de oliveira (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE); Milton Carlos Vilas Boas Silva Nascimento (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE); Jade Mariana Nunes de Lacerda (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE); Tatiana Güenaga Aneas (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE); Renata Barreto Malta (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;nome social, respeito, spot, transgeneridade, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O spot apresentado neste trabalho é resultado da campanha "Eu sou", que tem como intuito a elaboração de um projeto institucional para as associações de Sergipe Unidas e AMOSERTRANS  Associação e Movimento Sergipano de Transexuais e Travestis -, considerando-se a necessidade de informar a sociedade sobre o respeito ao uso do nome social. O foco da campanha é atribuído ao tratamento pelo nome social, aquele que travestis e transgêneros adotam para serem chamados no cotidiano.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A campanha "Eu sou" foi construída para um projeto interdisciplinar envolvendo as matérias Laboratório em Criação Publicitária para RTV I e Laboratório em Criação Publicitária Impressa I, ministradas pelas professoras Renata Barreto Malta e Tatiana Aneas, em que foi realizada a atividade de criação de uma campanha para as associações Unidas e AMOSERTRANS  Associação e Movimento Sergipano de Transexuais e Travestis, localizadas em Aracaju, capital de Sergipe. Para remediar a situação de falta de informação da sociedade, o grupo optou por realizar uma campanha de cunho institucional de modo que as pessoas entendessem que o nome social é a sua verdadeira identidade, contrastando com o nome civil (aquele presente em registros civis como certidão de nascimento, carteira de trabalho, entre outros). Ambas associações, embora tenham dificuldades, resistem e, aos poucos, adquirem conquistas como o programa Educatrans, responsável por proporcionar aulas preparatórias para o ENEM especificamente para pessoas transgênero, e a Semana da Visibilidade Trans, evento que visa questionar a invisibilidade que a causa trans possui na sociedade. Portanto, a equipe optou por adequar o conceito, que é uma afirmação à identidade e ao respeito, de acordo com a análise do problema identificado: a ausência de informações sobre o nome social e como ele funciona. "Eu sou" trás a força da identidade junto com a conquista de consciência com o apoio da legislação, que é mencionada a cada final de depoimento. Uma das peças criadas para a campanha foi o spot "Eu sou Manoela", cuja narrativa se fundamenta pelo caráter emocional. Adriana Lohanna Dos Santos, mulher trans, foi convidada para fazer a locução de uma situação vivida pela personagem Manoela, cujo nome social não foi respeitado em um espaço público, causando constrangimento. A veiculação do spot se daria na rádio UFS durante a divulgação da Semana da Visibilidade Trans, um evento acadêmico que amplia o diálogo na comunidade em geral.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a compreensão do cenário foi realizada uma entrevista com pessoas ativas no movimento trans do estado de Sergipe. Tais contatos foram realizados em sala de aula, possibilitando uma melhor compreensão da situação problema. Através do estudo realizado, notou-se a oportunidade de fazer uma campanha que informasse sobre o nome social em estabelecimentos e utilidades públicas, como Hospitais  SUS, MEC  Faculdades e Escolas, e sua utilização de acordo com a lei de identidade de gênero. A sugestão da equipe foi elaborar uma campanha que tivesse a capacidade de atingir esse público que é conceituado como "conservador'', resultando em uma possível conscientização.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho tem o intuito de fomentar discussões, uma vez que lida com um assunto pouco discutido e que envolve sensibilidade e empatia. O envolvimento com a causa social esclarece que o nome junto à aparência é a primeira coisa que nos identifica, portanto, essa temática de conscientização tem um papel fundamental para o início do projeto, uma vez que é muito importante que o nome social seja respeitado de acordo com a identidade de gênero, independente da alteração do RG. Dessa maneira, elabora-se uma discussão social relevante sobre identidade e respeito através da publicidade. Em vista disso, ressaltamos nas peças que foram criadas que o nome social é o nome pelo qual a pessoa travesti, transexual ou transgênero se identifica e pelo qual é e quer ser socialmente conhecida por outras pessoas e, principalmente, órgãos públicos. Buscou-se comunicar de forma a despertar sensibilidade e compreensão com o próximo através do spot e consequentemente o conceito da campanha. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O desenvolvimento dos spots foi dividido em três etapas, consistindo na pré-produção, na produção e na pós-produção. Primeiro, foi realizada uma análise e observação de situações em que pessoas trans são acometidas devido à sua identidade de gênero. Com o estudo sobre a transgeneridade, que englobava pesquisa e entrevistas para coleta de dados de forma empírica e verossímil, o spot foi desenvolvido. A maior colaboradora nesta etapa do processo foi a militante sergipana transfeminista Linda Brasil. A construção dos roteiros foi baseada em suas experiências pessoais. Em seguida, foram escritos três roteiros para a disciplina, e todos embasados no contexto do direito ao nome social. Após alguns ensaios, estes roteiros foram narrados pela convidada Adriana Lohanna Dos Santos, no estúdio de rádio da UFS. A ideia da escolha de uma pessoa trans para fazer a locução dos referidos roteiros, seria principalmente a emoção a ser passada (garantida por meio da vivência de situações constrangedoras em que no nome social não foi respeitado), para que o público possa se sensibilizar com as histórias, além de proporcionar visibilidade a uma pessoa trans, visto que, na mídia em geral, é comum que personagens transgênero sejam representadas por pessoas cisgênero. Finalmente, após a gravação final, os spots foram editados no programa Adobe Premiere CS6. Por meio da sobreposição de faixas, foram acrescidas as vozes (devidamente tratadas, removendo respirações e ruídos desnecessários) juntamente com as trilhas sonoras. Por fim, foi adicionada a assinatura da campanha, realizada pela própria convidada. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> O spot  Eu sou Manoela faz parte da campanha  Eu sou , fruto de um interdisciplinar entre Laboratório em Criação Publicitária para RTV I e Laboratório em Criação Publicitária Impressa I, do curso de Comunicação Social Hab. em Publicidade e Propaganda da Universidade Federal de Sergipe. As instituições Unidas e a AMOSERTRANS foram escolhidas pelas professoras como clientes e representantes de ambas foram à sala de aula para palestrar e dialogar com os alunos acerca das demandas das instituições a fim de saná-las. Um dos principais problemas detectados foi a falta de informação da população acerca do direito ao nome social comumente utilizado por pessoas trans e travestis como forma de identificação em seus meios sociais sem a necessidade de estar atrelado a um nome registrado legalmente instituído. Tal desconhecimento da legislação, muitas vezes permeada também pelo preconceito, gera situações constrangedoras e desmoralizantes para os homens e mulheres que escolhem se identificar por um nome que os representa, seja ele o que se apresenta em seu RG ou não. A criação dos spots tem como proposta levar a conscientização para o espaço público. A partir das discussões em sala de aula, foram colhidas informações a respeito das situações do cotidiano das pessoas trans e em quais ambientes o desrespeito ao nome social ocorre com frequência. Feita a análise de dados obtidos através da conversa, selecionamos aquelas situações que consideramos mais relevantes para a criação dos spots. Procuramos dar relevo ao orgulho que a pessoa trans possui ao afirmar sua identidade, confirmada pelo seu nome. Além disso, o respeito ao tratamento pelo nome social é fundamental por uma questão de humanidade, uma vez que há de se considerar o caráter vil do ato de negar a identidade de alguém. Para a peça de áudio, temos a intenção de ambientar o ouvinte a fim de que este tenha uma noção do que sente uma pessoa trans ao ser chamada pelo seu nome de registro e tratada pelo pronome errado: o constrangimento, a dor, a humilhação e o desejo de inexistência. Associado a isto, usamos trilhas instrumentais que se desenvolvem através do suave timbre do piano, utilizadas anteriormente em filmes e séries dramáticas, reforçando o teor melancólico da campanha. Nossa proposta de criação permite a reflexão, o exercício da empatia, em relação às pessoas trans ao escutarem o spot para rádio. De acordo com Pelaes (2011) o objetivo final de uma peça é que a mensagem consiga ser comunicada ao receptor com êxito, com a menor quantidade de ruídos possível. O intuito do profissional de comunicação é também o de promover o diálogo entre as pessoas. Foi escolhida a mídia rádio porque ainda é muito utilizada, principalmente em regiões em que a acessibilidade à internet ainda é fraca. Mais além, o spot foi escolhido com a proposta de ser veiculado nas rádios destinadas ao público que não tem uma fonte de informação precisa acerca do universo trans. Este tipo de publicidade possui a capacidade de promover uma relação com o ouvinte se utilizando da imaginação do mesmo. Relevante mencionar, também, que a aplicação de uma trilha sonora dotada de melancolia contribui para a concepção da dramaticidade presente no spot. Roteiro para Spot RTV Cliente: Unidas e AMOSERTRANS Título:  Eu sou Manoela Criação: Eriane Montalvão; Jade Nunes de Lacerda; Lucas Campos; Milton Vilas Bôas. Voz/Locução: Adriana Lohanna dos Santos Local: Universidade Federal de Sergipe Duração: 30 Locução Efeitos sonoros Trilha em BG. Música instrumental suave e ligeiramente melancólica. Voz tímida, suave, da narradora personagem:  Meu nome de nascida era Manoel. Nunca gostei desse nome. Sempre preferi Manoela. É esse nome com qual me identifico, sabe? Um dia, precisei ir ao médico, pois estava muito doente. No atendimento expliquei que meu nome era Manoela, sentei na cadeira e esperei para ser atendida. Na minha vez, recusaram a me chamar de Manoela. Eu me senti humilhada. O BG baixa, e a narração começa. A trilha ganha peso, porém sem aumento de volume. (Personagem respira fundo) e afirma com determinação: Respiração profunda emocionada.  Eu sou Manoela, e mereço seu respeito . Voz da narradora, com tom afirmativo:  Nome Social. Direito de todo cidadão . BG um pouco mais baixo para enfatizar a assinatura. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O presente trabalho permitiu ao grupo o exercício da empatia perante as vivências das pessoas trans. Com a entrevista concedida pelas convidadas, foram feitas as análises das situações em que pessoas transgêneros passam, possibilitando a criação de um material que condiz com essa realidade. O spot não somente aborda uma situação opressora que infelizmente é comum, como também leva a nossa proposta de enaltecer uma conscientização ao direito social, visto que negar a identidade de uma pessoa significa invisibilizar a sua existência.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">AITCHISON, Jim. A propaganda de Rádio do século XXI - Capítulo II  Repensando o Rádio. Tradução Isa Mara Lando. São Paulo: Bossa Nova, 2009<br><br>FILHO, Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão.  Inclusão de travestis e transexuais através do nome social e mudança de prenome: diálogos iniciais com Karen Schwach e outras fontes. São Paulo: Oralidades, 2012 <br><br>MENESES, José Eugênio; CARDOSO, Marcelo (orgs). Comunicação e cultura do ouvir. Capítulo: No ar- online: reflexões sobre o rádio em tempos de convergência de mídias. (PAULA, Julio de).<br><br>PELAES, Cássia Matos. Análise do uso de jingles em propagandas: Guaraná Antarctica: Campanha de 1991. Ananindeua, 2011. <br><br>RESOLUÇÃO Nº 108, DE 5 DE MAIO DE 2015. Uso do nome social pelas pessoas trans, travestis e transexuais usuárias dos serviços, pelos Defensores Públicos, estagiários, servidores e terceirizados da Defensoria Pública da União. O CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, no uso da atribuição que lhe é conferida pelo inciso I do artigo 10 da Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994.<br><br>REIS, Clóvis. Propaganda no rádio: os formatos de anúncio. Blumenau, EDIFURB, 2008.<br><br>RIBEIRO, Julio. Tudo que você queria saber sobre propaganda e ninguém de paciência de explicar. São Paulo: Atlas, 1985. <br><br> </td></tr></table></body></html>