ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01270</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Bahia de todos os times</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Caíque dos Santos Bouzas (Universidade Federal da Bahia); Rodrigo Rossoni (Universidade Federal da Bahia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Fotorreportagem, Futebol, Identidade, Torcedor, Paixão</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Bahia de Todos os Times é um produto audiovisual jornalístico que pauta a paixão de torcedores baianos por clubes de futebol de fora do estado. Na Bahia, o Flamengo, Corinthians, São Paulo e Vasco possuem numerosas torcidas, refletindo o esforço desses clubes e da grande mídia em popularizar o futebol do Sudeste em todo o país. Essa popularização influencia diretamente no processo de formação da identidade futebolística do baiano. A relação desse tipo de torcedor com o seu time é intermediada pelos meios de comunicação, principalmente a partir da década de 30. Através da fotografia e áudio, no formato de fotorreportagem multimídia, a narrativa é desenvolvida pelo ponto de vista de quatro personagens, acompanhando as suas rotinas e memórias acerca dos times que amam.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A partir da década de 30, com o começo das transmissões de partidas de futebol pelo rádio, as fronteiras do esporte ultrapassaram os limites geográficos das suas regiões e alcançaram diferentes estados do país. Os fenômenos de expansão e popularização dos clubes do Sudeste, mais especificamente dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, por meio das ondas de rádio, e mais tarde pela televisão, foram muito importantes para a formação da identidade futebolística e preferências do torcedor nordestino. Nesse trabalho, o principal tema abordado é existência de torcedores baianos que decidem apoiar clubes de outros estados, desconsiderando as distâncias geográficas que os separam. Uma relação majoritariamente intermediada pelos meios de comunicação, já que os times tomados como objeto de estudo jogam pouquíssimas vezes em território baiano. Pela internet, televisão ou no rádio, os clubes se fazem presentes nas vidas desses torcedores. A estratégia é a de torna-los próximos aos torcedores baianos, evitando a ideia de que eles  pertençam ao outro . A partir dessa visão, o tema é desenvolvido como Trabalho de Conclusão de Curso, através do formato de fotorreportagem multimídia, em slideshow, o qual conta a história de torcedores baianos apaixonados por clubes de futebol forasteiros. É uma imersão no cotidiano e nas memórias de quatro fanáticos pelo Flamengo, Corinthians, São Paulo e Vasco. A narrativa é construída com fotografias, depoimentos e outros recursos sonoros, envolvendo o espectador nos sentimentos desses pelos seus times do coração. O produto audiovisual se atenta ao entendimento da formação da identidade futebolística desses torcedores, a partir de uma relação que também pode ser visualizada como produto e consumo. É importante levar em consideração os fatores familiares, sociais e econômicos em que esses indivíduos estão inseridos, pois são fundamentais para compreensão da atuação da mídia sobre as suas escolhas e preferências ligadas ao futebol.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O futebol, segundo Roberto DaMatta (1982), é um importante instrumento para analisar a sociedade brasileira. Diferente de teóricos anteriores, o autor trata o esporte de maneira menos apocalíptica e o valida como meio para fazer tal análise. "O futebol no Brasil, assim, além de ser um esporte, é também uma máquina de socialização de pessoas, um sistema altamente complexo de comunicação de valores essenciais e um domínio onde se tem a garantia da continuidade e da permanência cultural e ideológica enquanto grupo inclusivo". Diante de um cenário de cobertura esportiva cada vez mais independente dos grandes veículos de informação, o Bahia de Todos os Times tem o objetivo de mostrar como essa relação entre torcedor e clube é estabelecida na contemporaneidade, a partir dos vestígios da forte influência midiática esportiva de décadas passadas. Nos dias de hoje, por conta da globalização, as distâncias entre os fatos e os seus impactos no mundo se tornaram imediatos. Tal fenômeno, para Stuart Hall (2006), pode ser considerado como um encurtamento de distâncias. E esse encurtamento é muito importante para os sujeitos se reconhecerem como pertencentes de uma coletividade. As identidades estão profundamente envolvidas no processo de representação. Dessa maneira, os torcedores precisam sentir-se representados pelos clubes. O autor ainda lembra que o sistema de representação cultural une as pessoas em torno da participação em uma comunidade simbólica, compartilhando valores, representações e sentidos. A identidade não é algo estabelecido, pois está em constante mutação. Através da observação desses aspectos na formação da identidade futebolística do torcedor da Bahia, abriu-se uma oportunidade para apurar o tema e buscar entender como a diminuição de distâncias provocada pela globalização mantém os clubes próximos e continuam despertando sentimentos nos indivíduos, mesmo inseridos em ambientes cada vez menos influenciados pelas emissoras do Rio de Janeiro e São Paulo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O futebol se consolidou como uma grande indústria de entretenimento e também de lucros. As emissoras e clubes enxergam nos torcedores potenciais consumidores de seus produtos oferecidos. Logo, através do alcance midiático, eles não medem esforços para que todos os simpatizantes se sintam parte daquela torcida. Tal sensação de pertencimento independe das distâncias geográficas entre clubes e torcedores. De acordo com a  1ª Pesquisa PLURI STOCHOS - Tamanho das Torcidas por Região 2012/2013 , o Nordeste é uma região em que mais da metade da sua população torce por times do eixo Rio-São Paulo, sendo 32,2% torcedores de times cariocas e 19,1% de times paulistas. Entre os sete maiores clubes com torcidas nordestinas estão as do Bahia (4,1%) e a do Vitória (2,6%). Na Bahia, a pesquisa  Ibope/Lance 2014 traz números mais claros sobre o estado. O Bahia (22,4%) e Vitória (17,8%) lideram o ranking local de torcidas. Os maiores torcedores de clubes de outros estados são 12,4% Flamengo, 7,4% Corinthians, 3,6% São Paulo, 2,6% Palmeiras, 1,4% Santos, 1,2% Vasco. No que se refere a questão financeira, fica indissociável a relação entre o futebol e o capitalismo. O esporte é tratado como um mercado, operando sobre o seu grande público consumidor, os torcedores. O futebol tornou-se um importante produto comercial multinacional e movimenta bilhões de reais no Brasil. Os jogadores recebem salários muito altos, as emissoras de TV compram os direitos de transmissão dos jogos e empresas patrocinam os clubes, jogadores e torneios, estampando suas marcas em vários lugares. Anteriormente, o consumidor de futebol na Bahia era obrigado a assistir os campeonatos estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro. O Campeonato Baiano começou a ser transmitido em sua totalidade apenas em 2004, pela TV Educativa. Antes disso, a Rede Bahia só transmitia jogos esporádicos de Bahia e Vitória. Atualmente, a filial da TV Globo possui os direitos de exibição do campeonato e seleciona os jogos de acordo com a localidade em que o time joga. Caso um dos times da capital jogue em Salvador, a emissora e os clubes, em acordo, optam por passar a partida do que joga fora da cidade, no intuito de evitar que o torcedor deixe de ir ao estádio e a bilheteria seja afetada. O formato potencializa a narrativa e foi possibilitado principalmente após a era digital. Desde que deixou de ser analógica, a fotografia encontrou na internet a possibilidade de se inserir em diversos formatos, por conta da convergência tecnológica. E o fotojornalismo também. Ele se adaptou ao webjornalismo, seguindo uma lógica de adequação à linguagem hipermidiática em que está inserido. Através da internet, a fotografia serve como uma porta de entrada para outros recursos, como os sons, textos e vídeos. Por conta dessa convergência, a linguagem fotográfica no webjornalismo teve que se revolucionar em relação aos modelos antigos já estabelecidos no impresso, rádio e televisão. A aproximação entre as esferas de produção, edição e circulação constitui uma relação diferente de consumo, possibilitando a inovação de formatos mais autônomos, interativos e aceitos pelo público. A opção de produzir esse tipo de material multimídia e publicá-lo na internet dialoga com a independência da circulação, possibilitando a conectividade e grande alcance do conteúdo informativo, dispensando a necessidade de ser intermediada por algum veículo de massa. A facilidade de disseminação de conteúdo fotojornalístico se deve também ao aumento de ferramentas de publicação na internet. Sites, redes sociais, blogs e aplicativos potencializam a audiência e consumo de fotografias. Com um leitor acostumado à integração de todas essas linguagens, o fotojornalista precisa saber utilizar os suportes audiovisuais para incrementar o conteúdo. Isso altera a sua forma de pensar a pauta. As mudanças refletem na produção e o autor tem que estar preparado para suprir as demandas de um público que atualmente lê o mundo de forma expandida.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Por questões de viabilidade técnica e logística, a área de produção foi delimitada à Salvador. Todas as personagens residem na capital soteropolitana e nasceram na Bahia. Mas antes, quatro times foram escolhidos para representar a força do futebol do Sudeste em território baiano. O critério utilizado foi o de quantidade de torcedores no Brasil e na Bahia. Flamengo, Corinthians, São Paulo e Vasco possuem, respectivamente, a primeira, segunda, terceira e quinta maiores torcidas do país. Entre são-paulinos e vascaínos estão os palmeirenses. Mas por conta do calendário do Campeonato Brasileiro da Série A 2016 se estender até 4 de dezembro e o jogo da equipe alviverde em Salvador ser nessa última data (o trabalho foi apresentado em outubro), os torcedores do clube foram deixados de fora da fotorreportagem, pois a ida ao estádio é um momento fundamental para a compreensão da relação entre torcida e time. Após a definição do formato da narrativa e delimitação dos quatro times que compuseram a fotorreportagem, as fontes foram achadas através do Facebook e do comparecimento em encontros de torcedores em Salvador. Produção A produção da fotorreportagem requereu o desenvolvimento de um roteiro, a fim de otimizar as saídas para fotografar e gravar. O roteiro serviu como um guia, pois tinha todos os enquadramentos das personagens na narrativa e as demandas restantes. Para facilitar a compreensão, o processo de captação do material foi divido em três etapas: a) Produção do roteiro: O roteiro, como dito anteriormente, serviu como um guia para a produção das fotografias e gravações. Após identificar as características em comum e diferentes entre os torcedores, cada história foi dividida em quatro partes. E essas partes intercaladas em quatro blocos, alternando os torcedores. Os áudios guiam a narrativa e a sequência dos blocos. b) Produção fotográfica: Equipamento: Todas as fotografias foram feitas em uma câmera DSLR Nikon D90, com lente 18mm-105mm e Flash SB-800. Para seguir o roteiro, uma meta de três encontros ou mais com as personagens foi estabelecida. Dois encontros em locais padrões e um em local flexível, de acordo com a singularidade da história de cada um. Os dois locais padrões: Em casa e no estádio. A casa foi escolhida como padrão para fotografar o cotidiano, pertences, coleções e familiares. Já o estádio, porque é um local em que o torcedor extravasa. Ali, ele assiste pessoalmente o seu time jogar e tem o contato por outras pessoas com quem compartilha a mesma paixão. Os jogos foram: Vitória 3x2 Corinthians, no Manoel Barradas, dia 22 de maio; Bahia 1x0 Vasco, na Arena Fonte Nova, dia 3 de setembro; Vitória 1x2 Flamengo, no Manoel Barradas, dia 10 de setembro; Vitória 2x0 São Paulo, no Manoel Barradas, dia 25 de setembro. O encontro em local flexível se deu de acordo com as características de cada torcedor. Deise (Flamengo) foi na própria casa, assistindo ao jogo com os amigos. Pedro (Vasco) foi na concentração da Força Jovem Vasco, antes do jogo contra o Bahia. André (São Paulo) foi na Embaixada São Paulinos Bahia, assistindo ao jogo com os outros membros da torcida. Miguel (Corinthians) foi do seu trabalho até o bairro de Cajazeiras, quando buscou os filhos para passar o final de semana com ele. c) Produção sonora Todas as gravações foram feitas a partir de um smartphone Motorola Moto G. Seguindo o mesmo cronograma de encontros citados no item anterior, o recurso de gravação foi utilizado para captar depoimentos das personagens e seus familiares, e sons ambientes nas casas, estádios e ruas. Todas as fotografias foram feitas no formato RAW e importadas no programa Adobe Lightroom 5.3. No tratamento das imagens, as cores foram mantidas pois dialogam muito bem com a proposta do trabalho, já que símbolos e camisas de diferentes clubes de futebol são incluídos. As cores são importantes para a identificação do torcedor com o time e distinção do espectador. Branco, vermelho, preto são as três principais tonalidades das equipes escolhidas. Os principais recursos utilizados no tratamento foram os de aumento de contraste, claridade, regulação da exposição e corte. No total, foram 700 fotos exportadas no formato JPEG, com 72 dpi e redimensionadas em aresta longa, 2048 pixels. Essas configurações foram adotadas por preservarem uma boa qualidade da imagem em tela inteira. Já os áudios, foram tratados no Audacity e Adobe Audition, sendo exportados no formato MP3. Os programas foram utilizados para fazer cortes, equalizar volumes, reduzir ruídos e converter os formatos dos sons capturados O programa escolhido para fazer a montagem e edição da fotorreportagem foi o Sony Vegas 11. O formato de vídeo permite uma maior fluidez em fazer a associação de fotografia e áudio. Após a renderização, o arquivo final foi exportado no formato MP4, em HD. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO Bahia de Todos os Times é uma fotorreportagem multimídia de aproximadamente 22 minutos, no modelo slideshow, em que as fotografias passam automaticamente, acompanhadas por áudios. Os áudios utilizados são depoimentos, gritos de torcida no estádio, narrações de televisão e rádio, e outros efeitos sonoros para complementar as transições das imagens. A narrativa é construída através da história de quatro personagens principais, dividida em blocos e de maneira intercalada. Todos baianos e torcedores dos times escolhidos para representar os maiores clubes do país. O tempo médio em que as imagens permanecem na tela é de quatro segundos e a transição entre elas é de vinte centésimos. O tempo de permanência varia de acordo com a opção estética de dinamizar o bloco. As fotos podem ter o seu tempo de permanência estendido, caso seja no fim de uma fala/narração, ou diminuído, caso elas passem de acordo com algum marcador rítmico do som ambiente. As imagens também passam de forma acelerada para dar a impressão de movimento ou melhorar o andamento da narrativa. A ordem das personagens foi estabelecida pelos seguintes critérios: Alternância entre clubes do Rio de Janeiro e São Paulo, tamanho dos blocos e semelhança de conteúdos entre eles. Miguel é o primeiro, pois a sua história começa a partir da sua ida ao estádio e vai até sua casa, diferente dos outros, onde o estádio está no quarto bloco. Essa escolha também foi feita para começar o trabalho com um áudio de canto de torcida, já que eles foram usados apenas nos momentos em que os personagens vão para o jogo em Salvador. Primeiro bloco: O começo da narrativa de cada personagem foi construído a partir do depoimento deles sobre momentos marcantes em relação aos seus times (Deise e Miguel) e informações relevantes sobre as suas respectivas maneiras de torcer (André e Pedro). Fotos de objetos, álbuns e retratos em variados ambientes foram usados nesse bloco. No que tange a parte sonora, foram usados depoimentos (nos quatro casos) e cantos de torcida (Miguel). Segundo bloco: Padronizadamente, todos os quatro torcedores se apresentam: nome, idade, bairro onde mora e como começou a torcer pelo time. Após as apresentações, eles contam um pouco mais sobre características próprias ou algum familiar dá o seu ponto de vista. Miguel fala sobre passar o seu amor pelo Corinthians para os filhos e Deise sobre a sua compulsão em comprar objetos do Flamengo. Já André e Pedro, após suas apresentações, são seguidos por falas da suas respectivas esposa e namorada. Foram usadas fotos de objetos, de fotografias, retratos em diversos ambientes e fotos de familiares. Em áudio, apenas depoimentos dos quatro torcedores, de Chiara (namorada de Pedro) e Luciana (namorada de André). Terceiro bloco: Os torcedores estão em lugares importantes para a construção das suas histórias. Miguel no trajeto para levar os filhos da casa da mãe, em Cajazeiras X, para a sua, em Pernambués; Deise em casa, assistindo ao jogo Flamengo x Grêmio, pelo campeonato Brasileiro, com os amigos; André com a esposa na Embaixada São Paulinos Bahia, assistindo ao jogo São Paulo x Coritiba, também pelo campeonato brasileiro; Pedro na concentração da torcida organiza Força Jovem Vasco, antes do jogo contra o Bahia, em Salvador. Foram usadas fotos dos familiares, amigos, tatuagens e retratos das personagens. Quanto à parte sonora, sons ambientes, depoimentos das personagens, de familiares e de amigos. Quarto bloco: Clímax da fotorreportagem. Nessa parte, foram utilizados recursos para ambientar o espectador no jogo. Seja a personagem assistindo em casa pela televisão ou pessoalmente no estádio. Miguel assiste ao jogo Palmeiras x Corinthians, em sua casa; Deise assiste ao jogo Vitória x Flamengo, no Barradão; Pedro assiste ao jogo Bahia x Vasco, na Arena Fonte Nova; André assiste Vitória x São Paulo, no Barradão. A fim de simular o ambiente de jogo, as fotos passam de acordo com os acontecimentos da partida. Não houve uma roteirização dessa parte antes que os jogos tivessem os resultados definidos. Após o fim do jogo é que as fotos foram ordenadas, para representar as sensações envolvidas naquela partida, de acordo com o placar do jogo. O bloco também é a finalização da narrativa das personagens. As fotos utilizadas foram retratos, fotos gerais da torcida, focadas em reações de torcedores específicos, amigos e familiares das fontes, estádio e imagens seqüenciais para dar a ideia de movimento. Os áudios utilizados nessa parte foram os de gritos da torcida no estádio, em casa, narrações da rádio local (Rádio Sociedade) para gols dos times baianos, narrações de rádio do Rio de Janeiro (Globo/CBN) para gols dos times do sudeste e narrações de TV aberta (Globo) para os gols da partida assistida por Miguel, na televisão da sua casa. O trabalho foi apresentado e exibido no dia 20 de outubro na Faculdade de Comunicação da UFBA. A sua circulação foi totalmente gratuita e online. Está no YouTube, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NqJqmgwvax8 </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A produção de sentido do Bahia de Todos os Times, através da construção de uma narrativa híbrida entre fotografia e áudio, buscou tornar o espectador mais próximo das personagens, ambientando-os aos momentos de euforia e sofrimento relacionados aos clubes de futebol mostrados. As paixões que não entram em campo tiveram as suas histórias contadas. A partir de quatro pessoas, o universo de vários torcedores de futebol foi apresentado. O trabalho mostrou as circunstâncias e fatores que desenvolveram as a paixões dos torcedores abordados. O resultado do jogo não importou e nem foi apresentado durante o produto. A vitória ou derrota foram apenas detalhes, já que a sensação de pertencimento à aquela torcida se perpetua independente dos placares dos jogos. É um ciclo que se repete ano após ano. Sempre haverá um novo campeonato, uma nova motivação e uma nova vontade de acompanhar o clube. A partir de fotorreportagem, percebe-se uma forte capacidade dos meios de comunicação na intermediação das relações entre torcedor e clube, influenciando nas suas escolhas. De acordo com os depoimentos, os primeiros contatos com os times sempre foram feitos através da mídia. Ela esteve presente em toda a duração da fotorreportagem, seja nas memórias, consumo ou cotidiano daqueles torcedores. O gênero adotado é um vislumbre de futuro profissional, a partir do desenvolvimento de narrativas fotográficas a partir de uma lógica convergente, totalmente inserida na maneira contemporânea do fazer jornalístico. Com esse trabalho, fica claro que a cobertura esportiva pode ser analisada de maneira diferenciada, atentando para fatores não debatidos no atual e convencional cenário do jornalismo esportivo brasileiro. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALVIN, Bianca. O papel da mídia na construção das identidades futebolísticas contemporâneas. Natal: Intercom - XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Juiz de Fora, 2008.<br><br>BRITO, Giltemberg Santos de. O BAIANÃO E A TELEVISÃO: A história das transmissões televisivas do Campeonato Baiano de Futebol. Salvador: Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Comunicação Social - Produção Cultural) - Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, 2009.<br><br>DA MATTA, Roberto. Universo do Futebol: Esporte e Sociedade Brasileira.Edições Pinakotheke. Rio de Janeiro, 1982.<br><br>_____. A bola corre mais que os homens: duas copas, trezes crônicas e três ensaios sobre futebol. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. <br><br>GUEDES, Simoni Lahud. O Futebol Brasileiro: Instituição zero. Dissertação Mestrado. Rio de Janeiro,1977.<br><br>_____. Futebol e identidade nacional: reflexões sobre o Brasil. In. PRIORI, Mary Del &MELO, Victor Andrade de. História do esporte no Brasil: do Império aos dias atuais. São Paulo: UNESP, 2008.<br><br>HALL, Stuart. A Identidade Cultural na pós-modernidade. 11ª Ed. Rio de Janeiro: DP&AEditora, 2006.<br><br>HELAL, Ronaldo. Futebol, Comunicação e Nação: A trajetória do campo acadêmico. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <https://comunicacaoeesporte.files.wordpress.com/2010/10/futebol-comunicacao-e-nacao.pdf. Acesso em: 5 jun. 2016.<br><br>LONGHI, Raquel. O turning point da grande reportage multimídia. Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia.V. 21, N. 3. Porto Alegre, 2014.<br><br>_____. Formatos de linguagem no webjornalismo convergente: a fotorreportagem revisitada. VIII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJOR). São Luis, 2010.<br><br>MUNHOZ, Paulo César Vialle. Fotojornalismo, internet e participação: Os usos da fotografia em weblogs e veículos de pauta aberta. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2005.<br><br>PEIXOTO, João Guilherme de Melo. Circulação de conteúdo no fotojornalismo contemporâneo: Aspectos sobre arranjo, participação e narratividade. Universidade Federal de Pernambuco. Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2012.<br><br>_____. Fotojornalismo e Narratividade:Aspectos sobre convergência digital e modelos de circulação da produção fotojornalística na web. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2012. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/peixoto-joao-fotojornalismo-e-narratividade-aspectos-sobre-convergencia.pdf. 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