ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01317</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Radiodocumentário - O Boi de Reis - Felipe Camarão e Dona Iza: Uma história de luta e superação</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Carla Úrsula de Menezes Moura (Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Adriano Lopes Gomes (Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Amanda Gehlen Rodrigues (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;boi de reis , comunicação, história oral , radiodocumentário, radiojornalismo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O radiodocumentário "O Boi de Reis  Felipe Camarão e Dona Iza: Uma História de Luta e Superação" tem como objetivo registrar e manter viva a história do Boi de Reis no RN, um folguedo que surgiu no interior do estado e foi trazido para a capital pelo mestre Manoel Marinheiro. O bairro de Felipe Camarão, onde Marinheiro decidiu morar, foi impactado pela sua presença. Para contar essa história, foram feitas entrevistas com seus familiares, moradores do bairro e com a sua viúva, Dona Iza. É ela quem guia o documentário. O produto final, de média duração, foi apresentado no segundo semestre de 2016 na disciplina de Oficina de Radiojornalismo do curso de Comunicação Social  Jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O folguedo "Boi de Reis" (conhecido por diversos nomes dependendo da região como Bumba-Meu-Boi, Boi-Bumbá, Boi-de-Mamão, Boi Calemba, Bumba ou mesmo Boizinho) é considerado uma manifestação fundamentalmente nacional, desde suas características, tipos e costumes, até os textos e as músicas. Ao espalhar-se pelas cidades brasileiras a brincadeira adquire ritmos, adereços, instrumentos e formas diferentes de apresentação. Independente do nome que leva em cada região, neste folguedo o tema principal é a morte e ressurreição de um boi. O enredo básico conta a história de um boi de estimação de um fazendeiro rico que é morto pelo empregado negro, que mata o boi para atender ao pedido de sua esposa grávida e sente desejo de comer a língua do boi. Descoberto como o autor do crime o marido confessa o que fez e é levado preso. Mas por intermédio da magia praticada por um curandeiro indígena, o boi ressuscita. O marido é perdoado e tudo termina bem, dando motivo para os cantos, as danças e a alegria. Com uma bonita coreografia ao som da rabeca, os participantes cantam cantigas antigas e, vestidos com um figurino de fitas coloridas e espelhos, proporcionam ao expectador um belo e interessante espetáculo teatral. O boi consiste numa armação de cipó ou madeira, coberta com tecido  geralmente chita, com uma cabeça de papelão ou caveira de animal. Nos últimos anos, porém, com o advento dos meios de comunicação de massa, cinema, rádio e televisão, o povo, não só como expectador, mas também como participante, foi perdendo o interesse por essas danças, e hoje elas sobrevivem, à custa de sacrifícios de alguns grupos de pessoas que insistem em preservá-las. Algumas comunidades no estado ainda têm o privilégio de contar com a presença deste folguedo e, neste trabalho, abordamos as tradições até hoje preservadas do Boi de Reis do Mestre Manoel Marinheiro, mantido por sua viúva Dona Iza e o resto da família, no bairro Felipe Camarão em Natal-RN. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Objetivo Geral  Produção de um radiodocumentário de média duração que conte a história do folguedo de Boi de Reis no Rio Grande do Norte e relate o seu impacto no bairro de Felipe Camarão sob o olhar da Maestrina Dona Iza. 2.2 Objetivos Específicos  *Entrevistar a maestrina Dona Iza para entender como o folguedo surgiu e saber como é ter a responsabilidade de liderar o Boi de Reis; *Entrevistar membros da família de Dona Iza e do mestre Manoel Marinheiro para saber se há o interesse em manter o folguedo vivo; *Entrevistar moradores de Felipe Camarão para entender quais mudanças ocorreram no bairro após a chegada de Manoel Marinheiro; *Fazer um registro da história do folguedo, que consideramos ser patrimônio cultural do estado. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A partir das pesquisas bibliográficas sobre o tema abordado, percebemos que a cultura do Boi de Reis é mantida em Felipe Camarão, principalmente, através da tradição oral. Não existem muitas fontes escritas acerca das danças, das músicas, dos significados e do envolvimento que a população tem com este folclore. Por isso, consideramos de grande relevância a produção de um radiodocumentário que registrasse estas nuances da forma como todos os envolvidos com esta cultura mais se familiarizam: com suas próprias vozes e histórias. "Ainda que objeto de poucos estudos metodológicos mais consistentes, a história oral, não como uma disciplina, mas como um método de pesquisa que produz uma fonte especial, tem-se revelado um instrumento importante no sentido de possibilitar uma melhor compreensão da construção das estratégias de ação e das representações de grupos ou indivíduos em uma dada sociedade." (FERREIRA, 1998, p.12) Além da preservação da oralidade, também se justifica a produção deste trabalho devido à importância social que o Boi de Reis imprime na comunidade de Felipe Camarão. Todo o envolvimento, desde o preparo às datas das apresentações folclóricas, é realizado dentro de um projeto com crianças e adolescentes que ajuda com a formação das mesmas, evitando por muitas vezes que voltem seus interesses para atitudes ilícitas e violentas, muitas vezes vistas de forma errônea e estereotipada como únicas opções em comunidades carentes como a de Felipe Camarão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A produção do radiodocumentário foi a parte final da disciplina Oficina de Radiojornalismo. O professor dividiu a sala em grupos e permitiu que cada um escolhesse a sua temática. Por já conhecer um pouco sobre o Boi de Reis, o grupo decidiu falar sobre ele. Utilizamos o método de pesquisa bibliográfica para buscar informações sobre o Boi de Reis, mas os estudos e registros sobre o tema ainda são escassos. Dessa forma, partimos para a pesquisa in loco, observando e entrevistando os personagens. Na sede do Conexão Felipe Camarão, projeto socioeducativo e cultural desenvolvido pela Associação Companhia Terramar, que tem como proposta manter viva a tradição oral, conhecemos nossas personagens. A primeira delas é Dona Odaiza, mais conhecida como "Dona Iza", viúva do mestre Manoel Marinheiro, cuja família deu origem ao folguedo de Boi de Reis, e que após a morte do marido assumiu o posto de maestrina do grupo. Junior, o contramestre do auto, braço-direito de Dona Iza, Abner Moabe, morador do bairro e membro do projeto Conexão Felipe Camarão e Fausto Galvão, neto de Dona Iza e Manoel Marinheiro. Vera Santana, coordenadora do projeto e historiadora, foi nossa última personagem. As entrevistas foram gravadas em um celular iPhone modelo SE. Depois desse momento, ouvimos todo o conteúdo e optamos por um recorte: focar em Dona Iza, por ela ter se mostrado uma mulher forte e com uma história para contar. A partir da decupagem, montamos o roteiro, escrevemos os offs e escolhemos as músicas que entrariam no documentário, todas presentes no CD "Canta Meu Boi", do Mestre Manoel Marinheiro. Com o apoio do Departamento de Comunicação da UFRN, utilizamos a estrutura do laboratório de rádio para gravar os offs e editar o material no programa Sony Sound Forge Pro.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O radiodocumentário "O Boi de Reis  Felipe Camarão e Dona Iza: Uma História de Luta e Superação", começa contando a história do folclore que envolve toda a dança do Boi de Reis, pela narração da aluna líder do projeto. A história começa com um boi que é sacrificado, sem o dono da fazenda autorizar, para atender os desejos de grávida de uma escrava. Toda essa história é contada através de danças folclóricas espalhadas por todo o Brasil com diversos nomes, e neste trabalho tratamos do Boi de Reis que surgiu na cidade de Goianinha, no interior do Rio Grande do Norte em meados de 1940. Odaíza de Pontes Galvão, mais conhecida por dona Iza, é a viúva do Mestre Manoel Marinheiro e é a partir da história dela e de seu falecido marido que abordamos a história do folguedo. Ela conta que a tradição foi passada de geração em geração na família de Manoel, que com apenas dez anos já se envolvia na brincadeira. A celebração que começou em Goianinha, chegou em Natal em 1976 com a mudança do casal recém-casado para a cidade. Mesmo com a morte do Mestre Manoel, com 73 anos, dona Iza manteve a cultura do Boi de Reis, envolvendo a comunidade para que a tradição não fosse esquecida. Júnior, contramestre do auto, é o segundo entrevistado e explica como a brincadeira e as danças funcionam. Em sua fala, ele relata as funções das danças e das músicas, fazendo relação com os significados bíblicos que fazem referência aos Reis Magos e o nascimento de Jesus Cristo. Outra entrevistada é a historiadora Vera Santana, coordenadora do projeto conexão Felipe Camarão. Ela relata a importância da perpetuação do Boi na comunidade, pois a tradição fortalece o diálogo entre as escolas, a comunidade, os projetos sociais e o imaginário social de Felipe Camarão. Abner Moabe, morador do bairro, também destaca a importância do projeto para que a comunidade não seja vista apenas "nas páginas policiais", e diz que o Boi de Reis é uma força cultural muito grande que auxilia o bairro a se manter mesmo com a escassez de políticas públicas. Para a família do Mestre Manoel, carregar essa tradição é um motivo de orgulho e a responsabilidade é levada a sério. O neto do mestre, Fausto Galvão, também se envolve na tradição e considera que o Boi de Reis reflete em sua vida de tal forma que ele "não seria quem é hoje" se não fosse por tudo o que as músicas e as danças envolvem. Com a morte do Mestre Manoel, dona Iza não apenas passou a tomar conta do folguedo na organização, como também passou a fazer parte da dança, algo que tradicionalmente não se é permitido, pois os papéis são geralmente interpretados por homens, inclusive as personagens femininas. Por isso, dona Iza é peça fundamental para os estudos desse folguedo, que não apenas resiste até hoje sendo preservado, como também se adapta às demandas da atualidade. Em sua composição, o radiodocumentário tem duração de pouco mais de oito minutos e é formado por sonoras dos entrevistados e narrações feitas pela aluna líder do projeto. Também foram utilizadas as músicas "Na chegada dessa casa" e "Massêra", do CD "Canta Meu Boi", do Mestre Manoel Marinheiro. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O trabalho final atingiu todos seus objetivos ao concluir a produção de um radiodocumentário que conte a história do folguedo de Boi de Reis no Rio Grande do Norte e relate o seu impacto no bairro de Felipe Camarão sob o olhar da Maestrina Dona Iza. Para isso, contamos com apoio de pouquíssimas fontes bibliográficas e entrevistas tanto com a maestrina Dona Iza e os membros de sua família, para entender como o folguedo surgiu e o interesse em mantê-lo vivo, quanto com moradores do bairro Felipe Camarão e historiadores, para entender quais mudanças ocorreram no bairro após a chegada de Manoel Marinheiro e realizar um registro da história do folguedo, que consideramos ser patrimônio cultural do estado. Com este trabalho, concluímos que o folguedo Boi de Reis faz parte da formação cultural da comunidade e que sua preservação é de extrema importância, não só pelo valor cultural da tradição da oralidade, das danças e das músicas, como também pelo valor social ao fazer com que crianças e adolescentes possam construir uma vida longe de caminhos que levem a ações dignas das "páginas policiais" dos jornais. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CONEXÃO Felipe Camarão - GNT. Realização de Canal Gnt. Rio de Janeiro: Gnt, 2010. (6 min.), son. color. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3DkGvuWc_9c&t=285s>. Acesso em: 20 set. 2016.<br><br>ASSOCIAÇÃO COMPANHIA TERRAMAR (Rio Grande do Norte). Conexão Felipe Camarão. 2015. Disponível em: <http://www.conexaofelipecamarao.com.br/>. Acesso em: 10 set. 2016.<br><br>MAGGI, Bianca; OLIVEIRA FILHO, João Lins de. Boi de Reis RN. 2012. Disponível em: <http://boidereisrn.blogspot.com.br/>. Acesso em: 10 set. 2016.<br><br>ENTRE-VISTAS: abordagens e usos da história oral / Marieta de Moraes Ferreira (Coordenação); Alzira Alves de Abreu.... [et al]. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getulio Vargas, 1998. 316 p. il.<br><br> </td></tr></table></body></html>