ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01337</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Campo minado: uma história das mulheres do HipHop em João Pessoa</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Sandra Kalyne de Barros (Universidade Federal da Paraíba); Margarete Almeida Nepomuceno (Universidade Federal da Paraíba)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;hip hop, feminismo, danças urbanas, rap, graffiti</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto Campo Minado: uma história pessoal de mulheres do hip hop em João Pessoa, busca registrar através de um livro-reportagem documental, a história de mulheres que atuam no movimento cultural hip hop na capital paraibana e que possuem em sua produção, um conteúdo feminista. Para tanto, foram escolhidas seis participantes do hip hop que tiveram seus perfis registrados no livro-reportagem revelando assim, não só suas trajetórias pessoais, mas os dramas de ser mulher em um movimento majoritariamente masculino numa sociedade machista. Além dos perfis citados, o livro também reúne informações a cerca do surgimento do hip hop, sua chegada ao Brasil e a Paraíba e traz um levantamento das mulheres que atuaram e atuam na cultura hip hop em João Pessoa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A mulher sempre esteve às margens da história da arte, da sua produção e manifestação artística. Poucas são registradas e vistas como ícones e representações da cultura. Invisibilizada ao longo do tempo, podemos refletir que este obscurantismo em torno da presença feminina nas artes e na cultura artística deve-se a produção de um sistema patriarcal, que as exclui do processo por uma visão machista e misógina. Com o avanço do movimento feminista a partir dos anos 60, o universo artístico, antes totalmente dominado por homens, passou a contar com mais presenças femininas, que desafiaram e vêm desconstruindo os muros que limitam seu legado na história. Essa marginalização da mulher passou a ser pauta de reinvidicações nas variadas expressões artísticas e culturais. Isso ocorreu também dentro do movimento cultural hip hop, conhecido por atuar em defesa de direitos sociais através da arte. Majoritariamente masculino, o hip hop encara um dilema em função de frequente denuncias de integrantes mulheres a cerca do machismo e invisibilidade dentro da própria cultura. Diante disso, o livro Campo Minado: uma história pessoal de mulheres do hip hop em João Pessoa, busca conhecer quem são as mulheres hip hoppers e feministas que atuam na capital, suas trajetórias dentro da cultura H2p, mapeando como se dá seus acessos aos saberes e às práticas; o alcance e recepção das suas produções sob sua ótica; a sua relação com os demais membros e se há diferenças nas relações na dança, no graffiti, no rap ou na discotecagem, em particular na aceitação das temáticas feministas e problematizar as seguintes questões: como as mulheres hip hoppers se empoderam através dessas expressões artísticas? Como se deu a história pessoal delas com a descoberta do hip hop? Como vivenciaram o machismo? Como a arte pode ser caminho político de libertação para outras mulheres?</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo deste trabalho, que conjuga alguns tipos de pesquisa, é retratar o feminismo manifestado através da arte produzida por mulheres hip hoppers e feministas, em João Pessoa-PB, e teve, como resultado, um Livro-reportagem. O propósito de contemplá-las em uma pesquisa que buscou refletir suas inserções no cenário hip hopper local, bem como legitimar e visibilizar a participação dessas mulheres nesse movimento-cultura, ampliando possibilidades de mais inserções e estimulando novos olhares, vai de encontro com o momento atual onde cada vez mais vozes femininas se levantam para denunciar e combater a opressão vivida por elas em função do sistema machista que estão inseridas. Também é objetivo dessa pesquisa, mapear todas as contribuições femininas para o hip hop em João Pessoa através das suas linguagens artísticas: danças urbanas, graffiti, discotecagem, rima e produção cultural, criando assim, um banco de dados inédito, que poderá servir de subsídio para futuras pesquisas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Como integrante do hip hop há 18 anos e recém-formada jornalista, conhecedora das problemáticas vividas pelas mulheres desse segmento, busquei apresentar um trabalho que além de contar um pouco dessa trajetória pela ótica feminina, pudesse também, servir de registro e banco de dados, das produções e contribuições das mulheres para o movimento hip hop em João Pessoa. Eis que durante o processo de criação desse livro, surge o lançamento do clipe "Quem tava lá" do grupo Costa Gold (SP) em parceria com um dos mais respeitados nomes do hip hop nacional, o MC Marechal (RJ) e o rapper Luccas Carlo (RJ). Na referida música, a primeira parte cantada pelos meninos do Costa Gold e por Luccas Carlo, traz um conteúdo machista e sexista, "...E eu lembro bem era 2010 / sem Nike nos pés [...] minas infiéis / E malucas querendo me dar [...] O Rap tá virando piquenique / De filha da puta, buceta e de brinde sífilis / Difícil quem recusa no fim da striptease..." Já na parte do MC Marechal, ele conta sua trajetória no rap e cita o nome de vários homens importantes nessa construção, na rima, nenhuma mulher é lembrada, "2013, somos um só / Com Projota em Curitiba [...] Rael, Emicida, Mestre KL Jay / B-Boy Pelézinho e beat box Fernadinho / 15, O tempo passou, Sant / Música não deixa eu mentir / Os verdadeiro ainda sabe de onde eu vim. Esse fato impactou a cena do hip hop, mulheres se posicionaram nas redes sociais não só questionando o teor machista, mas também a ausência de referências femininas, reforçando a invisibilidade já tão vivenciada por elas. E para contar essa história tão carente de literatura e registros oficiais, o livro é escrito a partir das memórias das seguintes representantes do hip hop: Sharylaine Bakhita (SP), uma das primeiras mulheres a compor e cantar e gravar rap no Brasil; Issa Paz (SP), uma das responsáveis pelo projeto Rap Plus Size, que trata sobre feminismo e busca promover a desconstrução de ideal de beleza imposto pela mídia; Bárbara Sweet (MG), uma das principais porta vozes do feminismo da atualidade; Princesa Raquel (PB), a primeira mulher a compor e cantar rap na Paraíba, também compôs o primeiro rap feminista do estado, ainda nos anos 90; Camila Rocha (PB), uma das mais importantes porta vozes do feminismo no hip hop da atualidade, suas composições mais recentes, expõe toda a pesquisa e luta a cerca desse tema; Lívia Cruz (PE), esteve em evidência dentro do hip hop ao confrontar a música "Quem Tava Lá?" com a Diss "Eu Tava Lá!" que movimentou a cena e as redes sociais, Lívia lançou um projeto recente onde atua como Youtuber analisando as produções do hip hop, outro espaço ocupado majoritariamente por homens, até então. Também entrevistei a grafiteira Gabi Bruce (PE), uma liderança social que alia graffiti e luta feminista, Priscila Lima (PB), uma das mais importantes artistas do graffiti paraibano. A DJ Lisa Bueno (SP), uma das mais projetadas artisticamente na cena da discotecagem atual, a B. Girl Miwa Kozuma, um dos principais nomes das danças urbanas com destaque internacional. Também recorri aos relatos de Vant Vaz, um dos pioneiros das danças urbanas na Paraíba, a Doutora Márcia Felix da Silva Cortez, autora da Tese de Doutorado "Hibridação, performance e utopia nas canções de rap" e com quem tive uma verdadeira consultoria, ainda Tiely Santos, do coletivo Hip Hop Mulher e Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop, além de pequenas consultas feitas aos amigos e amigas sobre questões mais do cotidiano.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Livro-reportagem teve sua narrativa construída a partir da entrevista em profundidade que, para Lakatos (1991), consiste numa conversa face a face, através da qual se busca obter informações do entrevistado sobre determinado assunto. As entrevistas foram realizadas individualmente, com cada personagem-artista e organizada de forma a dar coerência cronológica às histórias retratadas. A seleção das pesquisadas se deu a partir acesso às artistas, tendo como critério de escolha, a atuação na cena local através de participação em eventos e de produtos como CDs, EPs, demo tapes, telas, fotografias, clipes, entre outros, e um concentrado discurso feminista, a partir de seus trabalhos, seja no rap, no graffiti, na discotecagem ou na dança de rua. Para identificar essa produção, dediquei um considerável tempo no monitoramento das redes sociais dessas mulheres, passei a frequentar os espaços de apresentações artísticas a fim de comprovar in loco essa atuação, dinamizando esse contato ao longo da pesquisa. A partir do mapeamento de todas as mulheres que atuaram e atuam no H2p em João Pessoa, pude apresentar a seleção das artistas feministas e em que áreas artísticas estão inseridas, tendo sido estas, o objeto desta pesquisa. A pesquisa bibliográfica, que também é um tipo de pesquisa elencado porque ocorreu a leitura de obras e fontes teóricas e contextuais sobre H2p, questões de gênero, feminismo, além de normatizações para elaboração do produto final, o Livro de Perfis, essa dimensão da pesquisa foi dialogada com as entrevistas e visitas às hip hoppers. A pesquisa, por fim, foi de natureza etnográfica porque, além de me inserir como coparticipante da pesquisa, devido à minha inserção no movimento-cultura hip hop, as trajetórias de vidas e artísticas das pesquisadas foram o cerne do resultado das nossas investigações para investigar a hipótese levantada. Nesta etapa de produção, lancei mão de todos os recursos de comunicação que estavam ao meu alcance, contatei boa parte das entrevistas a partir das redes sociais e estabeleci o formato para a entrevista de acordo com a conveniência de cada uma. Os recursos utilizados foram ligação telefônica, email e redes sociais como Facebook e Whatsapp, para coleta de dados das participantes do hip hop moradoras de outros estados. Para as perfiladas moradoras da cidade de João Pessoa, foram realizados encontros presenciais, em média, três encontros com cada perfilada, para a construção de cada história, ensaio fotográfico e gravação de depoimentos para o minidocumentário produzido ao longo da pesquisa, tendo em vista que "o documentário acrescenta uma nova dimensão à memória popular e à história social" (NICHOLS, 2005, p.27). Também estabeleci um diálogo com outros atores na busca de confrontação de relatos sobre acontecimentos históricos para o hip hop, a exemplo da pesquisadora Drª Márcia Felix da Silva Cortez, autora da Tese de Doutorado "Hibridação, performance e utopia nas canções de rap", além de Tiely Santos, do coletivo Hip Hop Mulher e Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop, Vant Vaz, um dos pioneiros das danças urbanas na Paraíba, e Alê da Guerra Santos, um dos pioneiros do rap e da construção do movimento hip hop na Paraíba. A partir dessas entrevistas com os atores citados acima, foi possível fazer um levantamento significativo da presença feminina no hip hop em João Pessoa e em que área cada uma dessas mulheres atuou ou atua. Esse levantamento foi feito, além das entrevistas, a partir de materiais pesquisados como EPs, CDs, videoclipes, registros fotográficos e audiovisuais, publicações em páginas do facebook voltadas para o público do hip hop e participação em eventos de hip hop na cidade de João Pessoa. É bastante provável que essas sejam de fato, todas as mulheres que colaboraram e colaboram com a cultura hip hop em João Pessoa, mas também é possível que uma ou outra não tenha sido citada por falta de elementos que comprovassem sua atuação na cena local. Nesta etapa, iniciei a produção textual dividindo o livro em capítulos nos quais atendiam uma cronologia de surgimento do hip hop no mundo, no Brasil e na Paraíba, essa mesma cronologia foi feita para tratar sobre a presença feminina nessa cultura, ao tempo em que fiz o levantamento das participantes do hip hop na cidade de João Pessoa, da década de 80 até os dias atuais. Nas entrevistas com encontros presenciais, utilizei para a captação do áudio, um aplicativo de gravação de som instalado no celular, para o ensaio fotográfico, utilizei uma câmera Canon T3i, uma lente 18 55 e um microfone Shure SM58, também utilizadas para a captura audiovisual dos depoimentos. As entrevistas foram realizadas individualmente, com cada personagem-artista e organizada de forma a dar coerência cronológica às histórias retratadas. A seleção das pesquisadas se deu a partir acesso às artistas, tendo como critério de escolha, a atuação na cena local através de participação em eventos e de produtos como Cds, Eps, demo tapes, telas, fotografias, clipes, entre outros, e um concentrado discurso feminista, a partir de seus trabalhos, seja no rap, no graffiti, na discotecagem ou na dança de rua. Para identificar essa produção, dediquei um considerável tempo no monitoramento das redes sociais dessas mulheres, passei a frequentar os espaços de apresentações artísticas a fim de comprovar in loco essa atuação, dinamizando esse contato ao longo da pesquisa. A partir do mapeamento de todas as mulheres que atuaram e atuam no hip hop em João Pessoa, pude apresentar a seleção das artistas feministas e em que áreas artísticas estão inseridas, tendo sido estas, o objeto desta pesquisa. A pesquisa bibliográfica, que também é um tipo de pesquisa elencado porque ocorreu a leitura de obras e fontes teóricas e contextuais sobre H2p, questões de gênero, feminismo, além de normatizações para elaboração do produto final, o Livro de Perfis, essa dimensão da pesquisa foi dialogada com as entrevistas e visitas às hip hoppers. A pesquisa, por fim, foi de natureza etnográfica porque, além de me inserir como co-participante da pesquisa, devido à minha inserção no movimento-cultura hip hop, as trajetórias de vidas e artísticas das pesquisadas foram o cerne do resultado das nossas investigações para investigar a hipótese levantada. Foram utilizados equipamentos eletrônicos como Smartphone para registro audiovisual, máquina fotográfica para a produção de ensaios fotográficos que ilustraram o livro, além do uso frequente de redes sociais para o levantamento de informações, ampla comunicação com integrantes de outras cidades e estados, além da produção de um mini documentário produzido para apresentar as seis artistas que tiveram seus perfis publicados no livro.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O livro que tem sua construção a partir de métodos amparados por técnicas jornalísticas de pesquisa, investigação e entrevista, estrutura-se em quatro capítulos: o primeiro deles, "A construção do hip hop como movimento cultural e resistência política", conta um pouco sobre o seu surgimento nos guetos norte-americanos e sua chegada no Brasil. Em seguida, apresento o capítulo "Hip hop sim sinhô: a história na Paraíba", no qual trago um breve relato sobre a chegada dessa cultura no Estado e os principais personagens envolvidos. O terceiro capítulo, intitulado "Elas estavam lá! No mundo, no Brasil e na Paraíba", traz um panorama da participação feminina nesse universo do hip hop, suas pautas e sua contribuição para a construção de um movimento mais igualitário. Por fim, trago o capítulo "Na terra do forró, quem são as minas do hip hop? As histórias não contadas" com o perfil e parte das obras de seis hip hoppers que atuam no hip hop da cidade de João Pessoa, desenvolvendo seus trabalhos com base no empoderamento das mulheres. No capítulo "Elas estavam lá! No mundo, no Brasil e na Paraíba", minha intenção é destacar os depoimentos de nomes importantes no cenário nacional, a exemplo de Sharylaine Bakhita, uma das primeiras mulheres a compor e cantar rap no Brasil; Aninha, do grupo de rap Atitude Feminina; Lívia Cruz, MC nordestina em maior evidência no país; Brisa Flow, uma rapper militante de forte expressão na cena nacional; Issa Paz, uma das responsáveis pelo projeto pioneiro "Rap Plus Size", que pauta não só a inserção da mulher no rap, mas a questão da diversidade de gênero e gordofobia; Bárbara Sweet, uma das principais porta-vozes do feminismo no rap nacional; Lisa Bueno, uma das DJs mais importantes do cenário; Miwa Kozuma, uma das B.Girls de maior destaque, com repercussão internacional; e Gabi Bruce, uma das graffiteiras nordestinas mais articuladas cultural e politicamente na busca do fortalecimento das mulheres na cena. Assim, esta publicação se propõe a dar mais um passo no reconhecimento e fortalecimento da contribuição feminina para o hip hop. O livro que contêm 157 páginas possui ilustrações produzidas pela grafiteira Patrícia Oliveira, também responsável pela arte da capa, fotografias das artistas feitas pelo fotógrafo Leo Thomas e dirigido por mim, além de imagens e fotografias históricas do meu acervo pessoal. Entre suas últimas páginas, é possível também encontrar um glossário que busca contribuir com o entendimento do texto que traz termos e expressões característicos da cultura hip hop.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Essa pesquisa possibilitou saber que desde o início da década de 80, cerca de 52 mulheres se envolveram com a cultura hip hop em João Pessoa, atuando no rap, graffiti, danças urbanas,discotecagem, produção de beats, eventos e artistas. Das 27 mulheres que atuaram no rap, 16 abandonaram a carreira, 6 estão em atividade, 1 voltou para seu Estado de origem, 4 ainda estão em processo de produção do seu primeiro trabalho. Na discotecagem, das 3 mulheres apenas 1 segue em atividade. Na dança, das 10 mulheres, 6 continuam em atividade. No graffiti, as 9 artistas permanecem desenvolvendo essa arte, enquanto que na produção de eventos e shows, das 6 mulheres que seguiram esse caminho, apenas 1 não atua mais na área. Do ano de 2003 ao ano de 2016 surgiram 8 grupos femininos de rap a atuar na cidade: AfroNordestinas, P.R.E.T.A., As Cumade, Negas Sonoras, Chica Beats, Helyconias, Citex S.A. e Sinta A Liga Crew, dos quais, apenas 2 continuam com seus trabalhos ativos, o Sinta A Liga e o AfroNordestinas. Seguem em atividade, 2 grupos de graffiti: a Borboleta de Passagem e a Crew'Olinas. E nas danças urbanas, apenas o grupo Soul Brazil, composto exclusivamente por mulheres. Ao longo dessa pesquisa, me deparei com retrocessos preocupantes, sob a ótica da construção cidadã e política dos(as) membros do hip hop. Presenciei e ouvi relatos sobre situações extremas dentro da cultura, como o surgimento de discursos de extrema direita por membros do movimento esbravejando machismo, misoginia e homofobia nas redes sociais, assim como, denúncias de violência doméstica, aliciamento de menores e abuso sexual, praticados por integrantes do hip hop. Os conflitos de gênero no hip hop só aumentaram, e a nova geração não se tornou mais humanizada e engajada nas lutas sociais em prol das minorias como as gerações anteriores acreditaram que aconteceria.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ABRAMO, Helena Wendel; BRANCO, Pedro Paulo Martoni (orgs). Retratos da juventude brasileira. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2005.<br><br>AFRONORDESTINAS. 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