INSCRIÇÃO: 01397
 
CATEGORIA: PT
 
MODALIDADE: PT11
 
TÍTULO: Projeto Alteia: a multimidialidade como forma de protagonismo
 
AUTORES: ALANA MARIA OLIVEIRA SOUSA (UNIVERSIDADE DE FORTALEZA); MILENA REIS SANTIAGO LIMA (UNIVERSIDADE DE FORTALEZA); BEATRIZ SANTOS DE MORAIS (UNIVERSIDADE DE FORTALEZA); ANA PAULA SILVA FARIAS (UNIVERSIDADE DE FORTALEZA)
 
PALAVRAS-CHAVE: Auto-representação, Comunicação Comunitária, Comunicação Indígena, Produção em meio digital,
 
RESUMO
O Projeto Alteia consiste numa plataforma multimídia que hospeda uma memória coletiva indígena, isto é, um conjunto de produções, de cunho jornalístico, elaboradas pela própria comunidade, sob orientação de alunas do curso de jornalismo que desejam compartilhar esse conhecimento a fim de empoderar os discursos desses povos. O website www.projetoalteia.wixsite.com/sobre acomoda galerias de fotos, webdocumentários e webtv, todos produzidos após uma imersão em rodas de conversa, oficinas práticas e dinâmicas que fomentem a discussão sobre comunicação e representatividade indígena.
 
INTRODUÇÃO
O Projeto Alteia é fruto de uma imersão antropológica, possibilitada pelas iniciativas das próprias alunas durante a disciplina de Comunicação Comunitária, que constatou as dificuldades da etnia indígena em obter representação no Ensino Superior. No período de idealização, o Ministério da Educação (MEC) houvera indicado que, para cada 500 alunos matriculados nas universidades, um era índio. A atividade aspira a situar, portanto, a escola indígena como uma impulsionadora de emancipações, unindo sabedorias ancestrais e contemporâneas à tônica da comunicação livre, alternativa e comunitária ao potencializar – por meio das oficinas de produtos midiáticos culturais hospedados no endereço www.projetoalteia.wixsite.com/sobre – o protagonismo da comunidade étnica em questão. O resultado é estabelecido por diálogos prévios para identificar com que meio o grupo prefere narrar suas perspectivas, embasados na concepção de que "o que se ensina na escola de uma sociedade indígena deveria ser aquilo que aquela sociedade deseja que se ensine (D'angelis, 2001, p.36-37)".(Kondo, 2011, p.70). O comunicar, neste trabalho, é concebido como uma teia que permeia toda a troca de aprendizados. A relação entre orientadores e aprendizes é fluida e se confunde. Os resultados superam as vastas limitações ao serem entendidos como uma jornada de descoberta comunitária, fomentando a discussão sobre como a Comunicação pode atuar na garantia dos direitos elementares do homem. Ao convidá-los para integrarem as oficinas, e não apenas ouvirem, assentiu-se em que "a comunicação implica numa reciprocidade que não pode ser rompida" (FREIRE, 1983, p.67). O projeto encontra, portanto, um alcance maior do que o número de participantes, uma vez que propele a continuidade do aprendizado. O aluno cria, posterior, suas próprias rodas de saberes, num modo de reverter, a longo prazo, a invisibilização do grupo nos veículos de comunicação para que suas especificidades atuais sejam contempladas.
 
OBJETIVO
As mensagens veiculadas na mídia se transformam quando os receptores se apropriam delas. E são diversificados os sentidos que elas ganham, decorrentes das diferentes mediações com as quais os receptores vivenciam. E na medida em que elas ganham novos significados, elas se desdobram em novas práticas, em ações. É possível desmistificar o poder onipresente da mídia e investir nas possibilidades de ação dos receptores e na construção de um saber coletivo. (MARTIN-BARBERO, 2001, p. 31) Geral: O Projeto Alteia tem como objetivo geral o incentivo ao protagonismo de comunidades indígenas a partir de oficinas ofertadas por alunos e profissionais das diversas áreas da comunicação social e do audiovisual. O intuito é compartilhar princípios técnicos e teóricos de mídias digitais, como textos, áudios e vídeos para a web, de maneira que cada comunidade possa dar continuidade ao que foi ensinado durante os encontros com os estudantes, comunicólogos e documentaristas. A produção realizada pelas tribos indígenas, em parceria com o Projeto Alteia, é postada em uma plataforma online, com abas específicas para cada comunidade. Específicos: Conectar a Universidade de Fortaleza (Unifor) à realidade de comunidades indígenas do Ceará; Identificar dilemas, características e necessidades da vida do índio contemporâneo, desconstruindo padrões criados e estimulando o conhecimento acerca da mistura entre tradição e inovação abarcadas pelas tribos na atualidade; Compartilhar conhecimentos técnicos e teóricos adquiridos em disciplinas do curso de Jornalismo para indígenas de diferentes faixas etárias; Manter um contato permanente com grupos em todas as tribos visitadas, a fim de que os conteúdos repassados e produzidos possam manter uma atualização contínua.
 
JUSTIFICATIVA
A equipe escolheu uma comunidade indígena para trabalhar no projeto da disciplina de Comunicação Comunitária a partir da percepção de que o Ceará mantém um povoamento considerável desses grupos – um total de 23 comunidades pelo Estado, segundo a Anai (Associação Nacional de Ação Indigenista) – mas que não há representatividade midiática proporcional a essa população. A comunidade Jenipapo-Kanindé foi a primeira a participar do projeto por uma questão de demanda: a secretária-geral da escola de mesmo nome, Carline Araújo, confirmou que o desenvolvimento de um trabalho como o que fora proposto era bastante necessário pois muitos dos moradores do município em que a comunidade se localiza, Aquiraz, não sabem da existência dos Jenipapo-Kanindé. A plataforma multimídia veio como forma de facilitar o engajamento das crianças e adolescentes no projeto, bem como funcionar como um meio de protagonismo indígena, uma vez que através de fotografias, webdocs e programas, essas pessoas colocam-se diante das câmeras – e nas páginas do website – para que possam ser vistas e ouvidas fora dos limites de sua comunidade. A necessidade de pautar a questão indígena na internet é também a de desconstruir estereótipos obsoletos da figura do índio, criados ao longo do processo histórico colonial e nacional. A visão etnocêntrica ocidental comum é a de que o povo indígena que se modernizar cultura e tecnologicamente perderá sua identidade e sua "capacidade de ser índio". Os índios não se recusam a ser "cidadãos brasileiros". Tampouco estão alheios, por incapacidade cultural, às técnicas e conhecimentos que lhes permitam melhorar suas condições de vida, em acordo com padrões culturais e formas de organização social que eles não pretendem abandonar. Mas suas formas de apropriação, seletivas, de elementos culturais externos não têm, forçosamente, como resultado, a perda de identidade. Nossa civilização nem "desbota" nem representa uma escolha exclusiva. (GALLOIS E CARELLI, 1998). Portanto, a multiplicidade das mídias alternativas proporcionada pela internet também viabiliza a representatividade dos povos indígenas e desestrutura o padrão estético branco, inserido na sociedade brasileira pela mídia tradicional. Faz sentido responsabilizar os meios de comunicação e quem os produz pela falta de visibilidade de um povo e de suas causas, uma vez que "é por meio da representação que a identidade e a diferença adquirem algum sentido" (SILVA, p.91). A Comunicação Popular e Comunitária é um importante ferramenta conceitual de fazer um jornalismo que ceda espaço para que as vozes das minorias esmagadas socialmente possam ecoar. Dessa forma, ressalta-se a importância da "auto-representação" em vez da "representação sobre eles" a fim de garantir que a visibilidade e a representatividade objetivadas no Projeto sejam de fato alcançadas. A tecnologia é um importante objeto de reflexão associado à atualização da imagem dos índios perante a sociedade em geral e, principalmente, em combate ao preconceito. O conhecimento, as ações de formação educativa colaborativas e a visibilidade reivindicada pelos grupos que afirmam uma identidade étnica indígena, revelam uma nova face desterritorializada dos processos contemporâneos de etnogênese que incluem a comunicação digital como estratégia. (PEREIRA, 2007) A opção por fazer a abordagem técnico-conceitual em forma de rodas de conversas e, posteriormente, oficinas simples de câmera e vídeo se dá basicamente porque o Projeto busca vivenciar os processos, as conversas e promover reflexão, não se limitando apenas em gerar resultados.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
A metodologia pensada para fundamentar as oficinas e o produto final foi elaborada a partir de rodas de conversa com alunos, professores e funcionários das escolas indígenas com as quais a equipe teve contato. Segundo Nascimento e Silva (2009), "As rodas de conversa, metodologia bastante utilizada nos processos de leitura e intervenção comunitária, consistem em um método de participação coletiva de debates acerca de uma temática, através da criação de espaços de diálogo, nos quais os sujeitos podem se expressar e, sobretudo, escutar os outros e a si mesmos. Tem como principal objetivo motivar a construção da autonomia dos sujeitos por meio da problematização, da socialização de saberes e da reflexão voltada para a ação. Envolve, portanto, um conjunto de trocas de experiências, conversas, discussão e divulgação de conhecimentos entre os envolvidos nesta metodologia." (Nascimento e Silva, 2009, p.1) A partir do método das rodas de conversa, os indígenas participantes poderiam atuar como protagonistas do Projeto, expressando seus reais desejos, expectativas e necessidades. Depois de escolher a metodologia principal para nortear o Projeto Alteia, a equipe deu início à pré-produção. O contato com a primeira escola indígena ocorreu durante a disciplina de Comunicação Comunitária do curso de Jornalismo da UNIFOR. Para a conclusão da disciplina, a turma foi dividida em equipes que deveriam elaborar um projeto que possibilitasse a conexão desses estudantes de jornalismo com mundos diferentes dos seus. Foi decidido que a ação começaria a partir de instituições de ensino indígenas, para que pudessem ser utilizadas ferramentas presentes nas escolas, tornando o aparato técnico utilizado de fácil acesso para quem produziria o conteúdo. A escolha por parte da equipe pelo universo indígena possibilitou a listagem de diversos desafios e, dentre os quais, estavam a comunicação com aldeias e tribos e o conhecimento geográfico de onde estas comunidades residiam dentro do estado do Ceará. A partir daí, iniciou-se uma série de pesquisas por meio da internet e através de grupos de pesquisa que já mantinham algum contato com índios no estado. Durante a pesquisa, foi identificada a tribo dos Jenipapo-Kanindé, pouco conhecida e pouco noticiada pela grande mídia. Não foram encontrados números de telefone de escolas ou de qualquer instituição da aldeia para que fosse feito um primeiro contato. Uma informação encontrada indicava que a tribo se localizava no município de Aquiraz, alguns quilômetros afastada da Capital. A equipe foi de carro até a localidade, perguntando durante todo o caminho até chegar numa pequena aldeia afastada de Aquiraz. O grupo foi recepcionado por Carline Araújo, secretária da Escola Jenipapo-Kanindé, que assumia outras tarefas durante as férias da diretora. Ela levou a equipe a um tour pela escola, onde já foram identificados diversos elementos que tornavam aquele lugar um espaço de diferentes linguagens e hábitos. Cada sala era identificada através de um nome em tupi, logo acima da porta; os trabalhos contemplavam língua, hábitos e religiosidade indígena; o formato da escola era como uma meia lua, rompendo com a linearidade da arquitetura de instituições urbanas. Entretanto, muitos elementos também denotavam uma conexão do povo indígena com a globalização, como, por exemplo, palavras em inglês escritas durante uma aula de língua estrangeira. Nesse momento, equipe deu início à produção do projeto. A equipe foi direcionada à sala do 9º ano do Ensino Fundamental, elaborando uma primeira conversa com alunos, professores e funcionários da escola. Eles puderam falar sobre seus desejos em relação ao aprendizado teórico e prático estudantil e, futuramente, universitário; o que eles sabiam que era noticiado a respeito das comunidades indígenas do Ceará; e também sobre seus sonhos profissionais. Depois da conversa, foi decidido que mídias digitais seriam boas ferramentas para direcionar as oficinas e produções realizadas no Projeto Alteia. A escola já possuía uma sala de informática, onde os próprios alunos poderiam utilizar programas de edição de áudio, vídeo e foto, além de, claro, acessar a plataforma criada para abrigar e divulgar os produtos midiáticos criados por eles. Foi elaborado um cronograma de quatro encontros entre os meses de abril e maio de 2016, sempre às sextas-feiras no período da tarde, para que os alunos pudessem estudar pela manhã e retornar à escola no turno seguinte para as oficinas. Cada encontro durou cerca de 4 horas (de 13h às 17h). Durante os encontros, os alunos mostravam uma forte aptidão para linguagens audiovisuais, com o desejo de aprender a filmar, entrevistar, ser entrevistado e editar. Segundo Pereira (2010), "A forte vocação oral dos povos indígenas contribui para o sucesso do audiovisual entre eles, já que entre as tecnologias comunicativas existentes (rádio, literatura e internet), o vídeo é a que eles mais absorvem e incorporam como poderosa mediação cultural. As explicações são as mais diversas e, certamente, as principais se devem às características inerentes à linguagem audiovisual, entre as quais, a capacidade expressiva das imagens de englobar o fundamental da comunicação indígena: a oralidade e a corporalidade. Da tela de uma TV vê-se o mundo como num sonho coletivo onde a imaginação é captada pelos olhos e pelos sentidos: tecno-magia. Do esplendor da TV à força arrebatadora e irresistível das imagens em movimento, geradora de curiosidade coletiva nas aldeias indígenas, repercute, aos poucos, uma nova forma de olhar e de vivenciar um tempo diverso, aquele da reprodução visual. Tudo isso sem a necessidade de alfabetização prévia." (PEREIRA, 2010, p. 66) Desse modo, os encontros foram direcionados à produção de vídeos com linguagens diversas, combinando elementos que vão do telejornalismo mais convencional aos documentários com formatos híbridos. Foram ensinados princípios básicos de enquadramento, iluminação e dispositivos de câmeras filmadoras. Câmeras da própria equipe que ministrou as oficinas foram entregues aos alunos, e estes decidiram quais assuntos gostariam de abordar. O escolhido da vez veio da realidade mais próxima: a própria escola. Seu objetivo era mostrar a realidade do ensino em sala de aula, o que o diferenciava e o que o assemelhava de escolas tradicionais urbanas. Os entrevistados eram os próprios professores, colegas e funcionários. As aulas de edição não puderam ser ministradas a tempo. Então a equipe de estudantes de Jornalismo, na pós-produção, encarregou-se do trabalho de edição do material produzido pelos alunos da escola. O produto final foi um pequeno documentário, com uma filmagem ainda rudimentar, mas cheia de conteúdos riquíssimos, que não são de conhecimento da população cearense em geral, sobretudo dos habitantes da região metropolitana. A experiência com a tribo dos Jenipapo-Kanindé serviu de base metodológica para as próximas visitas do Alteia em outras comunidades indígenas do Ceará, sempre mantendo a postura de escutar, em primeiro lugar, as necessidades e os desejos de aprendizado de cada grupo participante do projeto. A partir de conversas e entrevistas, é então delimitado qual mídia para o formato web será o objeto de estudo de cada oficina ministrada.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
O Projeto Alteia não é estabelecido apenas como uma plataforma digital, reduto para hospedagem dos materiais desenvolvidos nas oficinas, mas assenta-se, sobretudo, consoante a uma maneira de produção de sentido e prática social. Assim sendo, o site foi resultado de uma construção coletiva. Oriundos dos debates, a interface e o conteúdo das páginas foram pensados em formato multimídia, contendo pelo menos três linguagens (vídeos, fotografias e textos), de modo a garantir um domínio de administração colaborativa, além da interatividade entre escolas, comunidades irmãs e interessados diversos. É facultado ao espectador, acessar o produto de modo não-linear, uma multiplicidade proporcionada pela natureza hipermídia, pois, como explica Nora Paul, "a combinação exclusiva de elementos no ambiente digital permite novas possibilidades narrativas". As publicações, no entanto, além de delimitar uma página de apresentação, seguem uma ordem cronológica, subdividida pelos nomes das escolas e atividades realizadas. Detalhamos, a seguir, o que se pretendeu com cada um dos trabalhos exibidos. Início: A plataforma é introduzida com os bastidores do projeto em vídeos produzidos cooperativamente entre os alunos da escola, sob os cuidados dos estudantes de Comunicação Social. Ali, são explicitados conceito e jornada entre dificuldades de acesso, carências de representatividade comunitária e o cotidiano de atividades nas oficinas. Além disso, dispõe de hiperlinks com as produções em destaque, fundamentação criativa do projeto, impulsionando, ainda, bifurcações entre páginas independentes das escolas. . O Projeto: Nesta aba, ao leitor é apresentado, por meio das linguagens textual e fotográfica, a elucidação sobre em que consiste a ação, sua história, seus objetivos e quais contextos cercam a concepção do trabalho. A segmentação orienta também, de maneira didática, como transitar e colaborar no espaço multimídia em questão. Produções: A página expõe e conecta os resultados das atividades desenvolvidas. É possível perceber, num comparativo, as particularidades de cada escola, entre diversidades culturais, geográficas, potencialidades ou limitações técnicas e necessidades de abordagem. "TVJK" é um espaço experimental onde os alunos da EDEFM Jenipapo-Kanindé podem exercer as funções de repórter, apresentador, cinegrafista , produtor e editor de vídeos, debatendo e expondo suas pautas, que, segundo eles, não são divulgadas com a devida frequência nos noticiários tradicionais. Isso quer dizer que o conteúdo da TV é integralmente produzido pela comunidade, sob a orientação dos alunos de jornalismo. "Chamada", o link seguinte, é uma investida de continuidade a este trabalho, divulgando, em formatos curtos, iniciativas de intercâmbio cultural. "Kanindé" é um documentário que contempla atividades inovadoras no cotidiano da Escola Indígena Manoel Francisco dos Santos, entrelaçando relações de êxito pela atenção aos alicerces coletivos. Roteirizado por meio dos depoimentos da comunidade, foi concebido a partir da necessidade de registrar a resistência do povo Kanindé de Aratuba no sentido de perpetuar cultura e direitos elementares dentro de seu território, ao promover inclusão e capacitação digital, sem desatar raízes e aspectos endêmicos, num intercâmbio de saberes entre povos irmãos. "Quando Eu Crescer, Eu Vou Ser..." traz uma série fotográfica em que as crianças da EMEF Indígena Sawré Apompu são entrevistadas sobre suas perspectivas de futuro, como uma maneira de compreender, indiretamente, de que modo pretendem atravessar as limitações de recursos e situações de conflito, como o que cerca a construção da Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós. Povos e Comunidades: São detalhadas, aqui, particularidades culturais, geográficas e históricas das etnias que receberam e compartilharam as atividades do Alteia. O mapeamento de outros povos também é apresentado, sob a pretensão de extensão da iniciativa em outras comunidades. Faça Parte: O espaço é destinado tanto a alunos de outras escolas indígenas que queiram inscrever seus povos nas oficinas ou enviar sugestões, quanto a estudantes de Comunicação Social e Audiovisual que queiram contribuir com o projeto. O objetivo é de fomentar uma maior integração, estabelecendo, de fato, uma rede eficaz de memória, identidade e representação.
 
CONSIDERAÇÕES
A experiência proporcionada pelo processo de produção foi e permanece sendo de fundamental importância para o entendimento de questões básicas que permeiam as comunidades indígenas. O Projeto Alteia consiste numa colaboração múltipla: enquanto ele se apresenta como um facilitador comunicacional para os povos indígenas, pela outra perspectiva, a comunidade abraça essa motivação e expõe suas mazelas e riquezas. Os depoimentos, histórias e reações compartilhados se traduzem como uma matéria-prima que será trabalhada com zelo e cuidado, a fim de que sejam compartilhados e se efetuem enquanto memória coletiva. É relevante destacar que o Alteia não se limita a uma experiência laboratorial de produção jornalística e científica – apesar de cumprir muito bem essa função; o Projeto caminha também fora dos muros da universidade, como um compromisso social, e propõe-se a permanecer inacabado, uma vez que novas produções serão sempre pertinentes para somar na luta pelo protagonismo midiático indígena.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS
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