ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01470</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Só podia ser mulher.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Maria Sofia de Queiroga Vieira (Universidade Católica de Pernambuco); Piera Pires Lobo (Universidade Católica de Pernambuco); Diego Luiz Nóbrega Rodrigues (Universidade Católica de Pernambuco); Maria Carolina Maia Monteiro (Universidade Católica de Pernambuco)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Feminismo, Fotografia, Machismo, Mulher, Recife</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Só podia ser mulher" aborda uma metonímia do machismo diário sofrido por pessoas só por serem do sexo feminino. O trabalho, realizado durante a disciplina de Mídias Digitais do Curso Superior de Tecnologia em Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), explora a possibilidade de uma produção multimídia que mistura um ensaio fotográfico com arquivos em áudio com depoimento de fotógrafas - que preferiram não se identificar  e relatam situações de machismo e misoginia sofridas em ambientes de trabalho.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A feminista nigeriana Chimamanda Ngozi Adiche afirmou em seu livro "Sejamos todos feministas" (2015) que anteriormente a força física era o requisito mais crucial para sobrevivência humana. Dessa forma, como os homens são em geral mais fortes fisicamente do que as mulheres, eles acabavam tendo a tendência em liderar. No mundo atual outras forças são mais valorizadas, como: autenticidade, criatividade, pro atividade e inteligência, as quais não são determinadas fisiológica e anatomicamente. Entretanto, ainda existe uma resistência à mudança cultural. Os movimentos feministas dos anos 70 foram os primeiros a mostrar ao mundo a necessidade de uma nova ordem com maior diversidade e pluralidade, como são os indivíduos humanos. Beauvoir comenta, em seu livro "O segundo sexo" (1949), que "a mulher não tem existência para si; ele considera apenas sua função dentro do mundo masculino"(pág.27). O mercado de trabalho foi construído historicamente como um espaço predominantemente masculino. Desta forma, principalmente, quando as mulheres se introduziram nesse mercado, começaram a sofrer ainda mais assédios sexistas que não somente dentro do lar, afinal isso foi o início dos questionamentos dos papéis de gênero. "Só podia ser mulher" é um site composto por entrevistas de mulheres do ramo da fotografia de alguns estados brasileiros. Elas relatam situações machistas reais vividas em situações onde a sua presença ou o trabalho realizado por elas não foram respeitados, simplesmente, ainda, por serem do sexo feminino. A cada áudio foi anexada uma fotografia cuja modelo tem trechos do depoimento escrito em partes do corpo. Esses relatos são fragmentos da sociedade ainda machista, misógina, sexista e heteronormativa contemporânea, a qual ainda tenta assegurar papeis de gênero tradicionalistas, em que a mulher é sujeita ao homem. Essa proposta midiática permite uma melhor alicerce entre a linguagem fotográfica e essas outros produções, o que compõe o projeto como um todo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Desenvolver um olhar autêntico e crítico da realidade ainda contemporânea que as mulheres sofrem em situações de trabalho, relacionamento e família. O objetivo do trabalho é que, com a expressão oral dessas, outras também possam se fazer ouvir e denunciar suas histórias para, assim, atrair novos diálogos sobre o tema e estimular a sororidade, caracterizada pela aliança entre mulheres, baseada na empatia mútua. Essa é uma das formas para se ter resistência e mudar ainda mais a realidade. Outro objetivo é explorar a relação entre fotografia e outras formas de linguagem audiovisuais, de forma a trabalhar as novas formas de plataforma multimídia, como site, interação com o público e áudio. Afinal, cada elemento desse integra narrativamente o projeto e juntos, potencializam o conceito dele.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto foi realizado como trabalho final da disciplina de Mídias Digitais, em 2016.1, ministrada pela professora Maria Carolina Maia Monteiro, no curso tecnólogo em fotografia na Universidade Católica de Pernambuco. Logo, a escolha de ser um site veio da ideia de criar uma plataforma interativa digital, em que a usuária e o usuário têm acesso a um conglomerado de imagens, vídeos e áudios que tratasse de um assunto político comum às duas realizadoras. O machismo, devido à resistência cultural, ainda é bastante presente no cotidiano brasileiro. As mulheres só pelo seu gênero sofrem inúmeros atos misóginos como: feminícidio, estupro, assédios, salários inferiores, além do seu emprego não reconhecer suas capacidades e acreditar que um homem faria o seu serviço de forma mais eficaz. Isso mostra a urgência de se trabalhar o tema, assim o recorte feito para o trabalho. Por sermos fotógrafas escolhemos esse meio, o qual é ainda tão machista, o que faz com que as mulheres têm que lutar ainda mais que os homens para terem o seu destaque merecido. As entrevistas mantidas no anonimato são para uma maior identificação por parte de outras mulheres, pois são histórias similares entre o gênero. As fotografias carregam diversos índices, a escrita no corpo da modelo traz a lembrança das marcas da vida das mulheres, palavras proferidas por homens em relação a elas. Além disso, a bandagem nos seios faz referência a crianças que usam um colete de ferro em proteção, a fim de que seu corpo não seja alvo da hipersexualização do olhar masculino. O projeto foi influenciado e inspirado em trabalhos de fotografas famosas, como a estadunidense Nan Goldin. Ela, nos anos 80, apresentou a sua a série fotográfica ao público em slideshow com música, o que gerou um contraste entre a leveza da melodia com a crueza das suas imagens, compondo a narratividade do seu "Ballad of sexual Dependency". </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para o registro de áudio foi utilizado o programa do próprio aparelho celular de cada entrevistada. Como cada uma se encontrava em um estado do Brasil, foi solicitado que o ambiente da gravação fosse sem eco e sem barulhos externos para melhor captação do som e entendimento do público. As mulheres escolhidas são de Pernambuco e de São Paulo e ocupam cargos de editoras de fotografia, fotojornalistas e fotógrafas, as quais se engajaram com o conceito do projeto. Os áudios foram compartilhados via DropBox para os realizadores do projeto. Após recolher todos os áudios, escutá-los e estudá-los, montamos a ideia de como seriam as fotografias para cada áudio, que não houve nenhuma edição ou corte. As fotografias foram tiradas no estúdio fotográfico da Universidade Católica de Pernambuco com uma tocha e um snoot acoplado para trazer maior dramaticidade as imagens e uma luz dura direto na modelo. A câmera utilizada foi uma D610, uma 85mm f1.8. Decidimos por escrever no corpo da modelo as frases mais impactantes ditas por cada fotógrafa e assim cada imagem iria ser a capa para o áudio. Juntamos em um vídeo, áudio e imagem e fizemos o upload no Vimeo e em seguida montamos o site com todos os relatos. A plataforma de site escolhida foi o WordPress.com pela facilidade de montagem do layout e interação do visitante com as informações, também por ser de mais fácil acesso e divulgação pelas redes sociais. A modelo das imagens não tem nenhum vínculo com os relatos apresentados. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O processo criativo do site surgiu a partir de um acontecimento com uma das realizadoras ao sofrer um constrangimento sexista em uma pauta fotojornalística que a deixou inquieta e, assim, sugeriu a abordagem do tema aos demais participantes. A criação da plataforma foi pensada para ser algo direto, fácil e didático, sem muitos cliques, tanto que para ouvir cada relato são necessários dois cliques e o que será ouvido é o que irá causar o real impacto no ouvinte/visitante. São quatro relatos assim o layout foi formado por quatro colunas com as imagens centralizadas e título de cada depoimento. Ao passar o mouse por cima de cada imagem, a área fica vermelha, a fim de chamar atenção, quando é clicada, o visitante é direcionado ao um vídeo da plataforma Vimeo, nele consta a imagem e o áudio-depoimento. Na aba de contato é deixado o e-mail para quem quiser entrar em contato e/ou deixar o seu relato para o crescimento do projeto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">"Só podia ser mulher" foi a expressão visual de inúmeros debates sobre temas pontuais, como: machismo, sexismo, aborto, relações humanas, trabalho, femicídio e religião, durante o período acadêmico no Curso de Fotografia pelos três realizadores. O curta foi realizado como finalização da cadeira de Mídias Digitais, na Universidade Católica de Pernambuco, orientado pela professora Maria Carolina Maia Monteiro. Por conseguinte o caráter da disciplina foi absorvido e explorado pelos três alunos como uma forma de aprendizado das técnicas e utilidade das mídias digitais. Dessa forma, produzir o site foi enriquecedor e esclarecedor para questões conflitantes enquanto alunos e mulheres no Brasil. A intenção do projeto é causar inquietação nos visitantes do site e os motivar a refletir sobre o seu comportamento e costumes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. Tradução: Christina Baum. 1ªed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.<br><br>BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Tradução: Sérgio Milliet. 2ªed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.<br><br>KAUR, Rupi . Outros jeitos de usar a boca. Tradução: Ana Guadalupe. 1ªed. São Paulo: Planeta, 2017. <br><br>CAMPBELL, David. Visual storytelling in the age of pos-industrialist journalism. Word Press Photo. 2013. <br><br>SHE S beautiful when she s angry. Direção: Mary Dore. Produção: Mary Dore, Nancy Kennedy. Estados Unidos, 2014. 92min. Color. Digital.<br><br>THE mask you live in. Direção: Jennifer Siebel Newsom. Produção: Jennifer Siebel Newsom, Jessica Congdon. Estados Unidos, 2015. 92min. Color. Digital.<br><br>GOLDIN, Nan. The Ballad of Sexual Dependency. 1ªed. Estados Unidos: Marvin Heiferman, 1986.<br><br> </td></tr></table></body></html>