ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01761</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Revista Contramão</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Olga Clarindo Lopes (Universidade Estadual da Paraíba); Valtyennya Campos Pires (Universidade Estadual da Paraíba); Géssica de Souza Costa (Universidade Estadual da Paraíba); Rogério dos Santos Silva (Universidade Estadual da Paraíba); Joyce Caroline Barbosa Rocha (Universidade Estadual da Paraíba); Deysyanne Silva dos Santos (Universidade Estadual da Paraíba)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Mídia Alternativa, Projeto Editorial, Revista, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Revista Contramão é um produto editorial resultado do componente curricular Jornalismo Impresso II do Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Com o intuito de exercitar os diferentes gêneros abordados ao longo das disciplinas Jornalismo Impresso I e II, a equipe elaborou a primeira edição de um periódico destinado ao público jovem universitário, propondo oferecer visibilidade a personagens, temáticas e iniciativas que geralmente não encontram espaço na grande mídia em âmbito local.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Concebida como atividade de avaliação do componente curricular Jornalismo Impresso II, a Revista Contramão nasce como resposta ao desafio de executar colaborativamente as diversas funções envolvidas na confecção de um produto no formato revista. A disciplina oferece aos alunos os alicerces teóricos e a oportunidade de vivenciar a experiência de produzir reportagens, entrevistas, perfis, ensaios, artigos e demais gêneros jornalísticos, bem como editar, selecionar e reunir todo o material elaborado ao longo do semestre em um produto editorial coeso. Dividida em sete editorias, entre elas cultura, política e esporte a proposta da Contramão foi procurar em diversos âmbitos da sociedade por histórias inusitadas de indivíduos unidos tematicamente pelo desejo de buscar alternativas não convencionais de organização, solidariedade e resistência. Ao fazer uso do espaço de uma publicação realizada no âmbito acadêmico para evidenciar essas iniciativas a publicação alinha-se à proposta dos veículos que compõe a nova geração da chamada mídia alternativa. Para Fiorucci (2011) entre as principais características do jornalismo que adota essa abordagem estariam a postura contestatória, a forte responsabilidade social e certa independência editorial. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Geral: " Elaborar de forma colaborativa uma revista de variedades que evidencie histórias tipicamente ausentes nos principais veículos de comunicação mainstream paraibanos. Específicos: " Vivenciar a dinâmica de criação de um produto editorial, estimulando a participação ativa de toda a equipe nas fases de idealização, produção de conteúdo, editoração, revisão e diagramação; " Compreender as especificidades do fazer jornalístico aplicado ao jornalismo de revista e exercitar os princípios teóricos vistos em outras disciplinas; " Promover o exercício do jornalismo crítico e uma maior aproximação entre inciativas de diversos segmentos da sociedade e o cotidiano universitário. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Diante de um cenário em que o meio digital favorece a ampla disseminação de conteúdos, a quantidade de publicações temáticas disponíveis vem aumentando progressivamente em paralelo a chamada crise dos impressos. Sendo assim as revistas digitais tornam-se uma alternativa rápida, acessível e sustentável à suas contrapartes físicas, um crescimento também advindo da intensificação no uso de dispositivos móveis como tablets e smartphones. Em meio à variedade de opções à disposição do leitor em plataformas online como o Issu, se faz necessário observar atentamente a solidez do conceito e a missão editorial que torna a publicação relevante. É certo que a digitalização favorece um alto nível de personalização de conteúdos e, consequentemente, maior segmentação da audiência. Não há dúvidas de que a era digital tem marcado a passagem de um mercado massivo para um mercado cada vez mais segmentado: as redes digitais possibilitam acesso a conteúdos massivos em grande escala, mas também a conteúdos de nicho, sobretudo por meio das ferramentas de busca [...]. (NORÁ, 2011, p.15). A oportunidade de trabalhar com esse tipo particular de mídia se apresenta em um momento onde cada vez mais a segmentação temática torna-se um caminho oportuno para atingir públicos específicos, oferecendo matérias aprofundadas em linguagem acessível. Segundo Scalzo (2003) o veículo também tem o potencial de estabelecer uma relação subjetiva forte entre o leitor e a revista. Vale ressaltar que a segmentação tem sua razão e função no que se refere ao periodismo. Pensar segmentação no ponto de vista da comunicação, e pensar fundamentalmente em um processo que vai se construindo ao logo do tempo, em consonância com a transformação na sociedade. Nesse sentido, a segmentação das revistas, não é apenas uma estratégia de marketing, mais um fenômeno muito mais abrangente; mais do que condições socioeconômicas, trabalha com ecologias socioculturais. (BUITONI, 2013, p.116). Nesse sentido a Contramão enquanto revista de variedades se diferencia por posicionar-se enquanto parte da tradição de mídia alternativa, buscando ir na contracorrente do discurso hegemônico vigente, resgatando assim a voz de grupos sociais desprivilegiados e fortalecendo os espaços de resistência e expressão cultural alternativa, extremamente carente de representatividade. Acreditamos que ao empregar a metodologia e as ferramentas técnicas obtidas em disciplinas como Fotografia I e II, Jornalismo Literário e Projeto Gráfico em função de um produto com uma proposta inovadora estamos abraçando também a oportunidade de oferecer à sociedade um veículo capaz de visibilizar personagens esquecidos, usando as ferramentas à nossa disposição para promover debates capazes de provocar reais mudanças na sociedade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Na primeira aula do semestre, a professora repassou para os alunos a ementa e expôs a proposta da produção de uma revista  sem fins lucrativos  para ficar como portfólio da turma, armazenada na plataforma que oferece serviço digital para edição de revistas  Issu, assim como, produzir algo novo do que já está sendo produzido pela grande mídia. A proposta foi aceita por toda a turma e no mesmo dia definimos os editores (chefe e executivo), fotógrafos, editores de textos, diagramadores e repórteres. Definimos também as editorias da revista, onde o principal objetivo era levar informações para a sociedade em geral, atraindo não só o meio acadêmico; também foram estabelecidos quais alunos iriam ficar responsáveis para produzir pautas para editoria escolhida. As aulas aconteciam nas Terças  Feiras e Quintas  Feiras onde dedicávamos um tempo da aula para reunião de pautas, utilizando deste tempo para correções e acompanhamentos. Foi utilizado um grupo no Facebook para discutirmos outros assuntos relacionados à revista, como por exemplo, a escolha do nome da revista, que começamos a escolher em sala e posteriormente realizamos uma votação online. Nesse sentido uma das primeiras decisões da equipe foi trabalhar uma revista de variedades, com foco no publico alvo e capaz de comunicar conteúdos a partir de um olhar politizado sobre condutas, personagens e ideologias, mas que ao mesmo tempo, refletisse o cotidiano dos próprios estudantes. Sendo assim todas as pautas são fruto de experiências pessoais ou profissionais dos alunos da turma. Situações do dia-a-dia foram relatadas em crônicas, colegas foram chamados para compor o editorial de moda e aqueles que vivem em outras cidades como Cabaceiras, PB e Boqueirão, PB tiveram a oportunidade de trazer à tona aspectos de suas localidades em editorias como educação e turismo. O projeto gráfico da Contramão, realizado em uma etapa posterior à revisão das matérias, buscou também alcançar um equilíbrio entre texto e imagem, de modo que fotos e ilustrações não fossem meramente atrativas apenas no ato de folhear digitalmente a publicação, por compreender como essencial a importância do recurso visual na composição da narrativa de cada matéria. A narratividade que pode estar presente numa foto isolada é a mesma potencialidade narrativa de um fragmento de ação. O jornalismo tem uma natureza intrinsecamente narrativa, pois relata ações humanas. Daí, podemos inferir que uma foto que apresenta uma narratividade latente estará mais apta a fazer interface com o texto. (BUITONI, 2007, p.107). Desta forma, a tipografia, fotos, imagens e todos os elementos inseridos no seu conteúdo foram pensados, desenvolvidos para ter vínculos com o publico alvo e sintonia com o perfil editorial do periódico, de modo que tivesse relevância, fosse atraente e comunicativo. Para Zappaterra, (2009),  ao expressar e personalizar o conteúdo da publicação, o projeto gráfico estabelece e fortalece sua identidade, com vistas ao desenvolvimento de um produto final agradável, útil, informativo . Já Scalzo (2011) destaca entre os potenciais da mídia: (...) atrair e reter a atenção do publico, configurando-se com um importante mediador no processo de comunicação, pois afeta o modo como o leitor se relaciona com os periódicos, estabelecendo um determinado vinculo  material, intelectual, familiar, afetivo, renovado a cada edição. (SCALZO, 2011, p.62). Para a produção das pautas, recorremos ao aprendizado de outros componentes curriculares. Utilizamos do jornalismo literário para produção de crônicas, assim como da linguagem fotográfica para produção do ensaio fotográfico e das imagens utilizadas nas matérias. Cada repórter foi à campo utilizando seus próprios equipamentos, utilizando seu  faro jornalístico para desenvolver as pautas da melhor maneira possível. As fotos são originais, assim como toda a ideia da revista. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A revista Contramão foi uma publicação única da turma 2014.2, do turno matutino, do curso de Comunicação Social da UEPB. A proposta surgiu no componente curricular Jornalismo Impresso II, ministrado pela profª. Drª. Ada Kesea Guedes para nos aproximarmos de uma rotina real de redação, além de exercitarmos o jornalismo de forma direta. Cada editoria, cada reportagem, cada matéria, cada texto, cada foto, enfim, cada detalhe, foi pensando no leitor. Assuntos que a grande mídia não aborda, como por exemplo, o preconceito racial, movimentos sociais e educação inclusiva, fizeram parte da nossa revista onde também lançamos a discussão sobre os caminhos pelos quais o jornalismo está sendo guiado. A missão da Contramão foi trazer ao leitor assuntos do interesse deles, que vai do mais novo ao mais velho, do mais leigo ao mais inteligente, aos acadêmicos até o cidadão comum, por fim, dar vozes às ruas. A escolha do nome  Contramão , foi justamente dar uma ideia de oposição, de sentido contrário, pois o sentido da revista é justamente expor o que não é do interesse dos grandes empresários, o que não está sendo discutido. Segundo Scalzo (2004),  revistas são direcionadas a um tipo certo de público e têm uma linguagem leve e dinâmica. O grupo é selecionado, e varia de revista para revista, além disso, para se obter maior êxito com a publicação, é preciso delimitar o tema dando identidade ao produto. É isso: revista tem foco no leitor  conhece seu rosto, fala com ele diretamente. Trata-o por você. (p.15) . A revista expõe reportagens de cunho social e político, começando pela foto da capa que traz o olhar questionador de Marcinha Lima, estudante negra cuja entrevistada aborda as diversas facetas de seu posicionamento ativista. Trouxemos também uma reportagem acerca da microcefalia, assunto que estava sendo muito discutido pela mídia de forma padronizada, onde todos os meios utilizavam do mesmo assunto  o que está causando a microcefalia? , nós buscamos o sentido contrário,  já que está acontecendo, como as mães estão lidando com a doença? . Outras temáticas como aquelas abordadas pela editoria de esportes buscaram escrever sobre personagens como o massagista de um clube de futebol e um usuário de drogas reabilitado que hoje ministra aulas de jiu jitsu. Retratamos alguns assuntos que não estão em enfoque depois do avanço da tecnologia: os sebos que estão procurando se adequar a globalização e os orelhões, que por muito tempo foram o meio de comunicação mais utilizado por quem não tinha condições para comprar um aparelho celular. Em formato 210 x 297 mm para a primeira edição da Contramão foram desenvolvidas ao todo 19 reportagens, dividas em sete editorias totalizando 56 páginas. Seu lançamento aconteceu no Auditório I da Central de Integração Acadêmica da Universidade Estadual da Paraíba, no dia 25 de Agosto de 2016, tendo sido divulgada através das redes sociais e disponibilizada para leitura gratuita na plataforma online Issu . </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O caráter essencialmente experimental de publicações como a Contramão evidencia a importância de fazer uso da liberdade editorial proporcionada pelos laboratórios de produção acadêmica para investigar formas alternativas de vivenciar o jornalismo e suas inúmeras potencialidades, entre elas a de trabalhar dentro de grandes equipes e lidar com as especificidades do meio digital. Para além do mero exercício de técnicas jornalísticas a oportunidade de lançar a revista ao público foi também uma chance de iniciar diálogos sobre tolerância, diversidade e resistência que certamente estariam restritos em outros ambientes e que ultrapassaram os muros da academia. Essa experiência certamente contribuiu não só para nossa formação enquanto jornalistas, mas também enquanto produto que poderá vir a servir de inspiração para outras turmas que passarem pela disciplina. Nesse sentido, como sugestão para trabalhos futuros, podemos mencionar a inclusão de recursos visuais como infográficos, além uma maior integração com outras plataformas digitais e multimídia, ajudando assim a enriquecer o conteúdo das matérias e promover formas alternativas de interação com o leitor.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BUITONI, Dulcília Helena Schroeder. Fotografia e jornalismo. Líbero, n. 20, 2007. Disponível em: <https://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/05/Fotogra%EF%AC%81a-e-jornalismo.pdf>. Acesso em: 02 Abr. 2017.<br><br>FIORUCCI, Rodolfo. A Nova Geração do Jornalismo Crítico: Mídia Alternativa. Diálogos, v. 15, n. 2, p. 455-481, maio-ago. 2011. Disponível em: < http://www.uem.br/dialogos/index.php?journal=ojs&page=article&op=view&path%5B%5D=485&path%5B%5D=pdf_437>. Acesso em: 02 Abr. 2017.<br><br>NORÁ, Gabriela. Jornalismo e eficácia: a segmentação no noticiário impresso. Mediação, Belo Horizonte, v. 13, n. 12, p. 13-26, jan-jun. 2011. Disponível em: < http://www.fumec.br/revistas/mediacao/article/view/506/pdf>. Acesso em: 02 Abr. 2017.<br><br>VILLAÇA, Nízia. Mixologias: comunicação e o consumo da cultura. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2010.<br><br>SCALZO, Marília. Jornalismo de revista. São Paulo: Contexto, 2009.<br><br>ZAPPATERRA, Y. Dinseño Editorial. Periódicos y revistas. Gustavo Gili, 2009.<br><br> </td></tr></table></body></html>