ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00045</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Violência Maquiada</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;MARIA SAMARA ROCHA DE SOUSA (Universidade Federal do Ceará); Marta Sorelia Felix de Castro (Universidade Federal do Ceará)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Ilustração, Violência contra a mulher , Desenho digital, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A ilustração intitulada  Violência Maquiada surgiu durante a disciplina de Oficina Lúdica de Arte e Criatividade e discute uma realidade presente em milhares de domicílios brasileiros: a violência contra a mulher. Para contribuir com tal discussão, a ilustração em questão busca representar a situação de mulheres que sofrem violência doméstica por parte de seus parceiros, que as induzem a omitir qualquer sinal de agressão física ou psicológica. Além de representá-las com o objetivo de gerar identificação, a ilustração também busca incentivar as vítimas a não permanecerem caladas e a denunciarem os seus agressores. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo o infográfico Visível e Invisível  A Vitimização de Mulheres no Brasil, dentre as brasileiras pesquisadas que sofreram algum tipo de violência, 52% delas não fizeram qualquer tipo de denúncia sobre o ocorrido. Os motivos mais recorrentes que as levam a tomar essa decisão, como destaca a promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo Silvia Chakian, do GEVID (Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica), são: medo de que ninguém acredite nelas; medo do assediador; sentimento de vergonha; sentimento de culpa e medo de serem culpabilizadas e o medo de enfrentarem o processo e "não dar em nada". A palavra  medo , que se repete incansavelmente nas justificativas acima, é o principal fator que corrobora com a impunidade do agressor e o principal sentimento que precisa ser combatido para que seja possível libertar suas vítimas dessa realidade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Diante deste cenário de medo e opressão, vê-se a importância de campanhas de conscientização sobre o combate à violência contra a mulher. O objetivo do trabalho  Violência Maquiada é dar visibilidade a um dos diversos tipos de violência que as mulheres sofrem, aquele que ocorre com uma certa frequência dentro de suas próprias casas, por parte dos seus próprios companheiros e que acaba sendo silenciada. A ilustração busca gerar identificação com vítimas que disfarçam os sinais de agressão (visíveis e/ou psicológicos) para aparentarem, perante a sociedade, que tudo está correndo bem em suas relações, quando acontece justamente o contrário. O trabalho busca, em primeiro plano, alertar essas mulheres sobre a gravidade da situação que elas sofrem, e assim, encorajá-las a denunciarem os seus companheiros. Também busca atingir a sociedade como um todo, através do sentimento de indignação provocado pela imagem ilustrada, sentimento este, comprovado quando a ilustração foi apresentada a pessoas que relataram se sentirem impactadas com o peso visual provocado pela reprodução dos sinais de agressão, tristes pelo semblante da personagem e indignadas com a suposta impunidade do agressor, que encobre as marcas causadas por ele no rosto da personagem. Chamar atenção de diversas pessoas que não sofrem violência doméstica também é de grande importância para abrir discussões acerca desta questão tão delicada. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Dentre tantos temas que merecem visibilidade, o tema violência contra a mulher deve ser lembrado constantemente, devido o crítico quadro de violência que mulher brasileira sofre diariamente. Segundo Relógios da Violência, do Instituto Maria da Penha, a cada 7.2 segundos, uma mulher é vítima de violência física. E, de acordo com a pesquisa de 2016  Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil , somos um país que possui quase metade dos casos a agressão mais graves contra a mulher ocorrendo dentro dos seus próprios domicílios (cerca de 43%). Quando as vítimas não se sentem seguras para denunciar os abusos que sofrem, é preciso que existam outras vozes que possam falar por elas, vozes que geram identificação, que encorajam-nas e diga que elas estão sendo escutadas. É importante que este apoio se faça presente em depoimentos, no cinema, na música e em em tantas outras esferas da arte. "Ao perceber que não estão sozinhas e que várias mulheres passaram pela mesma situação, uma mulher dá força para que outra pronuncie a violência que sofreu", diz a pesquisadora Jackeline Romio, doutora em demografia pela Unicamp e especialista em mortalidade feminina pela violência de gênero para a BBC Brasil. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para construir a ilustração, pedi que dois colegas se disponibilizassem para uma foto que, posteriormente, serviria de inspiração para o trabalho final. Tomando como base essa fotografia, utilizei o software Adobe Photoshop para desenhar os personagens e criar elementos que não existiam na fotografia, como hematomas, machucados e a maquiagem no rosto da personagem. Também fez-se necessário modificar elementos, como a roupa da personagem e a cor do seu cabelo. Essas alterações e acréscimos, além de cooperarem com o sentido da ideia a ser transmitida, também são importantes para dar harmonia cromática a ilustração. Optei por uma paleta de cores que proporciona destaque ao vermelho, uma cor que, segundo a teoria das cores, representa agitação, violência, advertência e perigo. A cor exerce um triplo poder sobre o espectador: ela atrai sua atenção, funcionando, portanto, como um chamado; é capaz de emocioná-lo, e ao adquirir um significado próprio, ela passa a ter um valor simbólico capaz de transmitir uma idéia. E de acordo com a Barsa (2005, p. 232), é importante que as propriedades da cor sejam levadas em conta na obtenção daquilo que se chama de unidade compositiva. (GADELHA, 2007, p. 35). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Na ilustração, uma mulher é representada com metade do seu rosto repleto de hematomas. Sua outra metade aparenta estar simplesmente impecável, sem nenhum sinal de agressão. O dono da mão que maquia a mulher e esconde os sinais de violência em seu rosto triste é o seu esposo, como deixa claro a representação da aliança em seu dedo anelar. Os arranhões e o sangue presentes na mão masculina são típicos de quem atinge alguma superfície com socos, provocando assim, esses machucados. O ângulo do rosto e da mão dos personagens foram pensados e executados dessa maneira para proporcionar uma visão intimista do observador frente a cena, deixando-o em frente a mulher e ao lado do homem que a maquia. Isso gera no observador a sensação que ele presencia tudo de perto em silêncio, causando assim, um sentimento de revolta com o que ocorre na imagem. A ideia central desta imagem ilustrada é sugerir que o homem agrediu a esposa e depois a maquiou para encobrir os sinais de violência, uma alusão ao termo "maquiar a verdade" ou "encobrir os fatos". A frase presente no canto inferior direito da ilustração, com os dizeres  Não permita que a mão agressora maquie a verdade , incentiva as mulheres que sofrem violência a não esconderem o que realmente ocorre de abusivo em suas relações. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">As vítimas precisam ser acolhidas e protegidas pelo Poder Público e compreendidas pela sociedade, que deve estar ciente do que acontece com as mulheres silenciadas pelo medo. O papel da comunicação, em todas as suas esferas, é indispensável na luta contra o quadro crítico de violência contra a mulher, tomando posse do seu poder de denunciar, discutir e dar visibilidade para o tema. Sendo assim, o presente trabalho busca contribuir para esses debates tão necessários dentro e fora do ambiente acadêmico.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CERQUEIRA, Daniel. et al. Atlas da violência 2017. Nota Técnica, n.17. Brasília: IPEA, 2017. Disponível em:<http://www.ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf>. Acesso em: 21 de maio de 2018.<br><br>GADELHA, M. U. M. A Psicodinâmica das cores aplicada na publicidade e comunicação visual. Monografia (Metodologias Inovadoras Aplicadas à Educação)  Faculdade Internacional de Curitiba, Piauí, 2007.<br><br>GRAGNANI, Juliana. 11 motivos que levam as mulheres a deixar de denunciar casos de assédio e violência sexual. Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41617235>. Acesso em: 21 de maio de 2018.<br><br>NOGUEIRA, Edwirges. Mesmo com lei do feminicídio, medo de denunciar é entrave para prevenir mortes. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-03/mesmo-com-lei-do-feminicidio-medo-de-denunciar-ainda-impede-mortes>. Acesso em: 21 de maio de 2018.<br><br>Relógios da Violência. Disponível em: <http://www.relogiosdaviolencia.com.br/#>. Acesso em: 19 de maio de 2018<br><br>SOARES, Nana. EM NÚMEROS: A violência contra a mulher brasileira. Disponível em: < http://emais.estadao.com.br/blogs/nana-soares/em-numeros-a-violencia-contra-a-mulher-brasileira/>. Acesso em: 21 de maio de 2018.<br><br>Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil. Marc 2017. Fórum Brasileiro Segurança Pública. Disponível em: <http://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2017/03/relatorio-pesquisa-vs4.pdf>. Acesso em: 20 de maio de 2018.<br><br> </td></tr></table></body></html>