ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00207</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO15</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Nas Ruas do Centro</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Grasielly Sousa de Araújo (Universidade Federal do Ceará); Isabela Santana de Oliveira (Universidade Federal do Ceará); Lorena Fonseca Marcello (Universidade Federal do Ceará); Edgard Patrício de Almeida Filho (Universidade Federal do Ceará)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Vendedores ambulantes, Centro da cidade, Fortaleza, Camelôs, Comércio</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As reportagens da série "Nas Ruas do Centro" focam na visão dos vendedores ambulantes que compõem o mercado informal do centro de Fortaleza. Ao abordar temas como o perfil dos camelôs, a relação entre lojistas e vendedores do mercado informal e as perspectivas dos comerciantes frente às mudanças na organização do bairro, a série provoca reflexões sobre pertencimento dentro de uma cidade em constante transformação. Cada reportagem explora diferentes aspectos do cotidiano comercial do Centro e, para garantir que o ouvinte crie sua perspectiva sobre o tema, diversas fontes oficiais e não oficiais foram ouvidas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Muito da história e cultura de um povo pode ser encontrado na raiz, no cerne do nascimento de uma cidade, ou ainda, no Centro. Na cidade de Fortaleza, o Centro, além de um dos bairros mais antigos da Capital, é um importante pólo para comércio e serviços, frequentado diariamente por centenas de turistas e fortalezenses. Infelizmente, o bairro hoje em dia também é vítima de uma ausência de resgate e manutenção da sua memória, ruas e monumentos. Tal decadência atinge em especial as pessoas que tiram do comércio no Centro um sustento diário, fruto de um exercício tão velho quanto as primeiras feiras de comércio livre nas ruas. Em fevereiro de 2017, Fortaleza voltou seus olhos para o Centro quando foi anunciada a remoção dos vendedores ambulantes que faziam parte da tradicional feira da rua José Avelino. Segundo Freitas (2017), formada nos anos 1990, a feira de confecções se tornou referência não só no Estado, mas em todo o Nordeste por sua variedade de produtos, roupas, bolsas e acessórios vendidos a preços populares no atacado e no varejo. A expansão física da feira ampliou também seus significados para as pessoas e para a cidade. "Compreende-se a feira da José Avelino não apenas como mais uma atividade comercial, mas como um local de encontros, sociabilidades e trabalho" (FREITAS, 2017). A retirada aconteceu no dia 15 de maio, e os trabalhadores foram cadastrados e realocados em galpões disponibilizados pela Prefeitura (CAVALCANTE, 2017). Esse fato deixou em alerta os vendedores ambulantes de todo o Centro, que ficaram receosos em perder seus locais de trabalho e serem transferidos para lugares com menos movimentação.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As reportagens foram pensadas com o intuito de, principalmente, dar voz a aqueles que são não ouvidos por veículos da mídia tradicional. Frente a uma situação delicada quanto à remoção de camelôs no Centro, escolhemos nos aprofundar no dia a dia desses vendedores para sensibilizar a visão dos nossos possíveis ouvintes. É só o ambulante montar a sua barraca em qualquer calçada e começar a vender? Levando em consideração pensamentos como esses, as reportagens objetivam esclarecer as normas as quais eles são submetidos, a relação com os lojistas, os desafios que enfrentam seria uma forma desmistificar a imagem de que o Centro é só baderna, que os ambulantes são ilegais e, assim, a atitude da Prefeitura estaria correta. As reportagens não têm a finalidade de criticar diretamente as remoções, e sim contribuir para o debate a partir da humanização daqueles que tiveram suas vozes caladas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A produção desta grande reportagem foi essencialmente motivada por um contexto específico da época em Fortaleza. Poucas semanas antes de termos sido demandados a pensar em uma pauta, um dos principais pontos de concentração do comércio informal de Fortaleza, na Rua José Avelino, foi fechado pela Prefeitura, deixando muitos comerciantes sem local de trabalho e muitos fortalezenses indignados. A Prefeitura justificou a atitude como parte de um projeto de revitalização da região. Foi dito oficialmente também que todos os ambulantes prejudicados teriam como se reestabelecer no recém-construído Centro Fashion, um grande galpão destinado a concentrar parte do comércio têxtil da Capital (FEIRA, 2017). De qualquer forma, os acontecimentos supracitados fizeram emergir um debate na sociedade sobre comércio espontâneo, espaços públicos e até mesmo violência policial. Era um momento oportuno para se explorar mais a fundo a questão dos ambulantes que não fazem parte do circuito da José Avelino, mas ainda assim poderiam sentir-se ameaçados por políticas de desocupação. Imergir no mundo dos ambulantes traria luz aos diversos aspectos desse debate, esclarecendo ações e motivações de ambos os  lados dessa disputa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A equipe realizou diversas visitas exploratórias ao Centro, em especial à Praça do Ferreira e seus arredores. As conversas iniciais com moradores, visitantes e trabalhadores do Centro foram essenciais para a criação do panorama de atuação dos comerciantes ambulantes, além de suas dificuldades e esforços diários. A partir do reconhecimento das problemáticas a serem abordadas na grande reportagem, passamos a determinar o conteúdo de cada uma das cinco reportagens da série. Ter o conteúdo de todas as matérias definido de antemão foi essencial para abranger todas os temas da série em cada entrevista. Com relação às entrevistas, foi pensado que ter o maior número de fontes formais e informais daria à série uma maior polifonia. Dessa forma, separamos os possíveis entrevistados nas seguintes categorias: vendedores ambulantes; representantes do comércio formal; transeuntes e consumidores no Centro; entidades de representação do comércio informal; secretarias municipais e órgãos responsáveis pelo comércio e pelo Centro como um todo. A locução foi gravada no estúdio de rádio da Universidade Federal do Ceará (UFC). Já as entrevistas foram feitas pessoalmente e gravadas por celular, visto que nenhum dos integrantes possui gravador. Contudo, fizemos testes quanto à qualidade do som oferecida pelo equipamento anteriormente às gravações e julgamos que o resultado corresponderia às boas expectativas. Como as entrevistas eram feitas nas calçadas, usamos papéis para evitar que o vento interferisse na captação de áudio. Nem todas as vezes foi possível anular completamente a interferência, já que era ao ar livre.A música Briga de Foice, de Manassés de Sousa, foi escolhida como background da série de reportagens pela presença de instrumentos regionais e pelo ritmo movimentado, que faria uma referência construtiva à velocidade do centro da cidade. Além disso, faria uma combinação adequada com o compasso da locução. O background começa em um volume mais alto, logo depois da introdução, para chamar atenção do ouvinte. Depois, fica em volume mais baixo ao longo da notícia. No final, retorna com mais força para sinalizar o fim. As reportagens foram editadas no programa Sony Vegas.Para mantermos uma unidade entre todas as peças da grande reportagem, os quatro integrantes participaram de todas as decisões que levaram à criação, à produção e à edição, mesmo que as tarefas fossem divididas posteriormente. As entrevistas, os roteiros, o background e os áudios das locuções ficavam disponíveis em uma pasta compartilhada do Google Drive, na qual todos tínhamos acesso. Durante a disciplina de Radiojornalismo II, precisávamos apresentar uma reportagem da série por semana. Assim, recebíamos avaliações do professor orientador e do restante da turma tanto sobre conteúdo quanto sobre as técnicas escolhidas para a edição para que não repetíssemos os erros nas próximas e pudéssemos acatar as sugestões. Em caso de falha na apuração, voltamos ao Centro para completar as informações.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Nas Ruas do Centro é uma grande reportagem radiofônica composta de cinco reportagens, cada uma delas explorando um aspecto diferente da rotina, esforços e dificuldades da realidade de quem trabalha como vendedor ambulante no Centro, principal bairro comercial da cidade de Fortaleza. As temáticas abordadas foram, em ordem: o ordenamento urbano do Centro; a fiscalização; o perfil dos  camelôs ; o relacionamento com o comércio formal e entre os próprios ambulantes; perspectivas. Foram selecionadas as três últimas reportagens para o Expocom. Apesar de as duas primeiras tratarem de assuntos fundamentais, a escolha foi feita a partir de uma análise da equipe quanto à qualidade e à importância das matérias. Como recebíamos os feedbacks semanalmente, as últimas se destacaram em relevância dentro do tema, além de melhorias no caráter técnico. Na terceira, o produto tem como objetivo trazer o perfil das pessoas que trabalham com o comércio ambulante, apresentando fatores que os levaram até este trabalho, rotinas, dificuldades, renda obtida e relação entre eles e o público. Os vendedores relatam o bom relacionamento entre eles, uns ajudam aos outros em casos de furto ou de ausência momentânea no horário de almoço. Muitos têm essa atividade como renda única que sustenta a família, sendo que a arrecadação diária varia bastante. A reportagem dura 5 minutos e 37 segundos. Na quarta reportagem, é feito uma investigação sobre a relação entre os lojistas e os camelôs, apresentando o ponto de vista de ambos os lados. Apesar de realmente existir conflitos em que os lojistas chamam a fiscalização, a relação entre as partes é bastante amigável, baseado em ajuda mútua. Além disso, é apurado o ponto de vista dos consumidores na escolha na hora de comprar um produto, levantando os aspectos do custo e benefício dos produtos. A duração é de 4 minutos e 47 segundos. A série é encerrada pela quinta reportagem, que traz um questionamento sobre a existência e a importância dos vendedores ambulantes no Centro e a perspectiva de futuro, com as mudanças de requalificação planejadas pela Prefeitura. Enquanto Samua Feitosa, gerente de comércio ambulante da Secretaria Regional do Centro, explica a situação e os próximos passos da Prefeitura, o professor de Arquitetura e Urbanismo da UFC, Renato Pequeno, discorda da ação conduzida pelo Governo, alegando que há intenções privadas mascaradas. Já que vários ambulantes foram removidos da Feira da José Avelino, os outros passam a se sentir ameaçados também. Assim, qual será o futuro deles? A matéria tem duração de 5 minutos e 2 segundos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">É consenso entre os membros da equipe que o processo de produção, apuração, locução e edição desta grande reportagem como produto final da disciplina de Radiojornalismo II nos trouxe uma oportunidade de aprimorar nossas habilidades dentro dessa importante modalidade da prática jornalística. Em Radiojornalismo I não tivemos chance de ir a campo apurar; quando enfim nos deparamos com as dificuldades de apuração in loco pudemos perceber a necessidade de uma boa preparação antes de ir às ruas, as vantagens que uma boa pauta e um roteiro pré-estabelecido de perguntas-base trazem para uma produção desta amplitude. Aprendemos também, nesta atividade, as peculiaridades técnicas de se trabalhar apenas com o áudio, como a necessidade de um background musical que agregue à reportagem, dialogue com o tema/tom do assunto e esteja em harmonia com o ritmo da locução, esta que também traz suas próprias dificuldades. Acima de tudo, o  Nas Ruas do Centro abriu nossos olhos para uma percepção mais ampla das dinâmicas que constroem o centro da cidade. Entramos no mundo do comércio informal com ideias preconcebidas que foram derrubadas durante a produção, e saímos com os ensinamentos de cada entrevista com ambulante, de cada passeio por entre as ruas e ruelas deste bairro.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">FREITAS, Jonas Augusto da Silva. A FEIRA DA RUA JOSÉ AVELINO E A CIDADE DE FORTALEZA: discussão inicial.São Luís, 2017<br><br>CAVALCANTE, Beatriz. Feira migra para galpões, Centro Fashion e Caucaia. O Povo. Fortaleza, p. 0-0. maio 2017. Disponível em: <https://www.opovo.com.br/jornal/economia/2017/05/feira-migra-para-galpoes-centro-fashion-e-caucaia.html>. Acesso em: 23 maio 2017.<br><br>FEIRA da José Avelino será transferida em maio, afirma prefeito de Fortaleza. G1. Fortaleza, p. 0-0. fev. 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/ceara/noticia/2017/02/feira-da-jose-avelino-sera-transferida-em-maio-afirma-prefeito-de-fortaleza.html>. Acesso em: 23 maio 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>