ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00296</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Revista Entrelinhas</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Luan Duarte Romão (Universidade Federal do Cariri); Juliana Lotif Araújo (Universidade Federal do Cariri); José Anderson Freire Sandes (Universidade Federal do Cariri); Kerley Silvestre Alencar Araújo (Universidade Federal do Cariri); Francisca Natália de Oliveira Sousa (Universidade Federal do Cariri); Priscila Cavalcante Araújo (Universidade Federal do Cariri); Sabrina Ribeiro Rodrigues (Universidade Federal do Cariri); Pâmela Mariana Queiroz Santana (Universidade Federal do Cariri); Rafael Pereira da Silva (Universidade Federal do Cariri); Anna Carla Bezerra de Morais (Universidade Federal do Cariri)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Design de Notícias, Design de revista, Revista Entrelinhas, revista-laboratório, Jornalismo de revista</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente artigo apresenta o processo de criação e execução da Revista Entrelinhas, que antes era um jornal, mas que agora abarca um novo percurso editorial. Dentro desse trabalho, expomos as diferenças desse periódico em relação à outras publicações experimentais do Laboratório de Jornalismo Impresso do curso de Jornalismo da UFCA, refletindo sobre as relações entre linguagem verbal e não-verbal. Esse nova forma de fazer abre maior espaço para o design da notícia e da informação jornalística, proporcionando aos alunos operarem as várias frentes do jornalismo neste tempo de mudanças de paradigmas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> O campo jornalístico, assim como outras áreas, sofreu bastante alterações ao longo do tempo. Pois, na mesma medida que os processos comunicacionais avançaram, foi-se moldando um paradigma de como conduzir as informações para os leitores, com o objetivo de facilitar a compreensão do que é noticiado. Esse movimento ocorreu de maneira gradativa, mas teve ênfase e hoje reflete no quanto os agentes construtores de sentido, que são os códigos verbais e visuais, se entrelaçam e enriquecem a narrativa. Segundo Donis A. Dondis (2003), as linguagens são conjuntos lógicos, mas nenhuma simplicidade desse tipo pode ser atribuída à inteligência visual. Isso quer dizer que, a linguagem do leitor é vasta, dando inúmeras possibilidades de significações que não precisam estar envoltos em uma lógica já determinada. Antes visto como passivo, ele passa a atuar na construção da informação. Através dessa lógica, entendemos que a configuração dada às informações jornalísticas, seja no aspecto do design editorial ou no âmbito do design da notícia, podem interferir diretamente na forma como o receptor interpretará a informação. Tendo em vista essa questão, o Design de Notícias acaba crescendo dentro do jornalismo como estratégia de diferenciação e instrumento para a  reinvenção do fazer jornalístico. Conforme Lívia Carvalho (2018), é a partir dele que o discurso é estruturado. Além disso, dependendo do tipo de mensagem, vai existir uma forma gráfica que melhor apresente as informações, incrementando a recepção por parte dos leitores. Nesse sentido, a Revista Entrelinhas, resulta em uma amostra prática do que o Design de Notícia traz nas narrativas das matérias desenvolvidas no Laboratório de Jornalismo da UFCA. Esse trabalho acaba expondo que o design está dentro do jornalismo e vice versa, resultando na soma de elementos verbais e não-verbais, que integram estruturas interdisciplinares com um único propósito, o de informar os cidadãos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho tem como objetivo explanar como foi o processo de construção e de andamento da Revista Entrelinhas, levando em consideração a importância do Design de Notícia e da própria Comunicação Visual para o periódico e para o jornalismo impresso atual, que vem se reinventando e sendo ajustado conforme os processos de globalização transformam o próprio sistema comunicacional. Além disso, o trabalho tem a finalidade de apresentar a experiência dos estudantes de ir além do texto verbal, percebendo um novo panorama para o produto, sem abandonar outras formas já usadas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Vivemos em uma sociedade onde o tempo é bastante valorizado e os indivíduos estão constantemente acelerados em seus afazeres. Esse sistema muitas vezes acaba comprometendo o leitor, que se vê sem tempo ou preenchido de outras atividades, tidas como mais importantes. A partir disso, percebemos que o maior enfrentamento para a informação atual está em conseguir informar  mais com menos . Nesse sentido, o design mostra-se como resposta, pois ele não é apenas uma forma que visa facilitar o entendimento das informações jornalísticas, mas sim  uma série de amarras profissionais para condução clara e precisa da narrativa (CARVALHO,2018, p.35), produtor de conteúdo e de discurso. Após inúmeros processos de reconfiguração o jornal impresso e suas frações passaram por intensas mudanças. Com o advento do digital,  as mudanças não ocorreram apenas no conteúdo gráfico dos periódicos, mas principalmente, em toda a estrutura organizacional das empresas jornalísticas (CARVALHO,2018, p.22). Esse segmento foi tão movimentado, que havia (ainda há em certa medida) um temor por parte da daqueles dentro cultura profissional do jornalismo, em perder seu espaço no campo. É fato que essas transformações estruturais nas redações demandaram novas estratégias e uma capacitação especial, mas todos esses estágios resultam em uma melhor comunicação tanto para o emissor quanto para o receptor. Diante dessas mudanças, é demasiadamente importante desmistificar que o design toma espaço do jornalismo, pelo contrário, ambos os campos, se relacionam e se entrecruzam, fazendo surgir produções ricas em novas formas de narrativa (indo além do texto. É importante salientar que, na publicação experimental, os estudantes de jornalismo, orientada pelos professores, José Anderson Sandes e Juliana Lotif, tiveram liberdade de foco, narração e apuração na construção de matérias explorando conceitos da linguagem verbal e não verbal. Não apenas isso. Mas seguiram o passo a passo da elaboração da informação  forma e conteúdo  por meio de narrativas gráficas e a complexidade da edição da revista, refletindo as diversas possibilidades (práticas e teóricas) do jornalismo de revista. Desse modo, justificamos a sucessão de jornal Entrelinhas para revista Entrelinhas, por abarcar um novo percurso editorial. O jornal Entrelinhas lançou mão de conceitos relativos à revistalização do impresso (foram publicadas cinco edições), tendência que tomou corpo nos jornais diários a partir dos anos 1990 do Século passado. A transição para a revista - preservando o mesmo nome e a logo  foi uma forma natural de ampliar a informação gráfica. A revista propicia, a partir de sua materialidade, um maior investimento nos aspectos visuais  combinando textos e imagens, orientando melhor o leitor na compreensão e interpretação dos acontecimentos. O Laboratório de Jornalismo Impresso da Universidade Federal do Cariri, proporcionou aos alunos operarem as várias frentes do jornalismo neste tempo de mudanças de paradigmas. Entende-se, assim que,  o recurso gráfico ajuda a quebrar a diagramação, deixando-a mais atraente e com uma leitura mais fácil (FLORESTA; BRASLAUSKA, 2009, p. 63). A principal motivação das reconfigurações acaba sendo o leitor, no sentido de despertar interesse do mesmo ao fato noticiado. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Contrário ao jornal diário, o jornalismo de revista tem suas especificidades. Nesse periódico, são propostas diferentes perspectivas, mais expandidas e com periodicidade também alongada. Segundo Cleide Floresta e Ligia Braslauska (2009), as revistas buscam fazer análises mais aprofundadas, completando totalmente as informações. Tendo em vista essa lógica, a Revista Entrelinhas foi moldada através de reuniões, entre alunos e professores, de caráter explicativo sobre o novo formato a ser produzido (explanação feita pelos docentes), que possibilitou uma expansão na reflexão dos alunos, em relação às formas de informar para além do texto verbal e das fotografias, sem anular ou abandonar esses elementos nas produções das matérias. Além disso, a cada novo encontro entre alunos e professores, era tratada a relação entre o design e o jornalismo, entendendo que  o design de notícia vai se construindo como elemento integrador do jornalismo e do design, estabelecendo regras de formatação para potencializar o discurso (CARVALHO,2018 p.23). A partir da compreensão desse elo, as discussões voltaram-se em torno do conteúdo que a revista traria e após consenso da turma, foi decidido que o periódico apresentaria variedades de uma forma geral, abordando inúmeras temáticas. Inicialmente, a definição dos assuntos abordados foram delimitados com base nas sugestões dos alunos e familiaridade dos mesmos com o tema. Após o estabelecimento das pautas, os discentes foram à campo para apuração de conteúdo, cumprindo prazos e trazendo respostas às questões de suas matérias As pré-apurações se dividiram em pesquisas na internet e levantamento de dados. Conforme afirma Cleide Floresta e Ligia Braslauska (2009, p. 50), a Internet oferece uma busca mais ampliada em jornais do mundo inteiro, ela acrescenta muito, mas é bastante importante saber como e onde buscar. Isso quer dizer que, não se deve dispensar a pesquisa direto na  fonte nem abrir mão da banca de dados. A ideia é somar e mesclar as informações obtidas, rendendo uma melhor reportagem. Após esse processo, a metodologia utilizada foi a realização de consultas e orientações individuais por parte dos professores com os estudantes, visando um melhor acompanhamento na produção das notícias e de quais elementos verbais e não-verbais seriam cabíveis de acordo com o que cada matéria teria de enfoque. Semanalmente as reuniões se alternavam e os encontros individuais se tornavam grupais, com objetivo de apresentar o andamento de cada reportagem. Isso acarretou em trocas pertinentes e ricas entre os alunos, que puderam ajudar uns aos outros com dicas, fontes e sugestões, numa espécie de coletivo. Além disso, esses momentos funcionaram como espaços de retorno dos repórteres, com pautas mais qualificadas e melhores trabalhadas. Definidas essas questões, a revista foi avançando e criando forma. Cada matéria passava por uma espécie de transformação do texto verbal para o não-verbal, onde o Design da Informação acabou sendo um dos princípios ativos que guiou a formatação dos conteúdos. Assim, o processo de diagramação do jornal melhorou ainda mais a distribuição das notícias, colocando os esboços e coleta de dados na prática. Determinado os tipos, corpos, medidas e dimensões empregadas em cada novo enunciado. Além disso, foram pensadas novas peças informativas de gráficos, quadros, mapas, tabelas e outras formas mais atraente de construir um bom conteúdo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Donis A. Dondis (2003) afirma que expandir nossa inteligência de ver significa ampliar nossa capacidade de entender uma mensagem visual, e, o que é ainda mais importante, de criar uma mensagem visual. A visão envolve algo mais do que o mero fato de ver ou de que algo nos seja mostrado. Ela é parte integrante do processo de comunicação, que abrange todas as considerações relativas às belas-artes, às artes aplicadas, à expressão subjetiva e à resposta a um objetivo funcional. Nesse sentido, o primeiro exercício utilizado na elaboração da Revista Entrelinhas, foi observar que outros tipos de elementos, além do texto verbal poderiam ser pertinentes dentro das matérias. O jornalista começa a aprender ou a perceber melhor alguns movimentos do Design da Informação já na redação. Assim, os vários tipos de infográficos, tabelas, mapas, ilustrações cujas interpretações e explicações visuais ajudam e situam melhor o leitor na compreensão do fato, são presentes em todos os conteúdos abordados na revista. Como também é dado ênfase ao papel das cores, das fotos, dos espaços em branco, e manchas de texto que dão uma nova dinâmica e natureza ao projeto editorial e configura um periódico mais  atraente , do ponto de vista do receptor. Além disso, o fato noticiado nunca é simples, mas carregado de significados e complexidades. Por isso é importante que,  o texto verbal e visual não devam ser dissociados um do outro, tornando-se muito mais eficaz, quando utilizados juntos, a serviço do leitor (CARVALHO,2018 p.32), refletindo que as duas esferas unem-se com um propósito maior. Com isso, percebemos que o projeto gráfico inicial foi bastante flexível para acomodar as diversas mudanças operadas ao longo do trabalho dos repórteres. Mas também estruturado, tendo em vista a assegurar sua unidade visual. A Revista Entrelinhas tem, 60 páginas e sete reportagens que exploram de forma abundante os recursos visuais e gráficos existentes, além do verbal. São utilizados ensaios fotográficos, infográficos, tabelas e outros elementos, de acordo com a necessidade de cada matéria. São reportagens sobre arte, comportamento, problemas sociais e outras temáticas que despertam interesse pela sua originalidade e por ter um olhar voltado para o Cariri, onde encontramos assuntos e personagens, que unem presente e passado, dando um aspecto mais regional. Os acontecimentos acabam sendo revisitados com uma nova lente de aumento, que proporciona ao espectador uma maior percepção e avaliação de fatos tão próximos. Entendemos essas realidades narradas através da tradição e do contemporâneo, tendo como foco maior a informação, que foi criada a partir de vários elementos das narrativas (verbal e visual) na construção de sentidos e representações. Essas múltiplas formas, dão maior consistência e sentido as duas esferas temporais - a recuperação do passado com as complexas mudanças do presente. Isso se dá com o auxílio do design, perpassando as diversas fases de produção editorial, que orienta o leitor na compreensão e interpretação dos fatos, nessa complexa rede de relações e contradições. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Segundo CARVALHO (2018), na contemporaneidade passamos os olhos apressados pelas páginas dos jornais e paramos para ler apenas o que nos atrair a atenção ou até nos depararmos com a informação desejada. Nesse sentido, cabe ao jornalismo e ao design encontrar a melhor forma e enquadramento para atrair, conduzir e prender a atenção do leitor. Permitindo uma atuação coletiva, como agentes construtores de criatividade canalizada para uma produção prática, instigando os vários sentidos do leitor-receptor. Percebemos no percurso do trabalho a importância do campo do Design da Notícia para o Jornalismo, refletindo no processo organizacional e criativo da informação visual de conteúdos jornalísticos. Notou-se inicialmente, uma falta de clareza por parte dos alunos em como abordar essa temática na prática, pois o contato inicial foi em sua maioria teórico em disciplinas já vistas pela turma (Comunicação e Arte, Comunicação Visual e Design de Notícias). Ainda assim, a equipe se sobressaiu e obteve resultados positivos, com a ajuda e orientações dos docentes. Com sua primeira edição, a Revista Entrelinhas apresentou modos de vida e de conhecimentos sobre nossa região e Estado, que apesar de estar em tempos de globalização contínua, mostraram-se ricos no que podem oferecer. Isso não seria viável sem a união do dos dois campos do conhecimento, o Jornalismo e o Design Gráfico, que possibilitaram uma amostragem desse entrelaçamento através do periódico debatido, despertando a produção de outros experimentos laboratoriais nesse mesmo viés. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CARVALHO, Lívia Monteiro de. A CONFIGURAÇÃO VISUAL GRÁFICA DE CADERNOS ESPECIAIS DO JORNAL O POVO SOB O PONTO DE VISTA DO DESIGN DE NOTÍCIAS. 2018. 101 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Jornalismo)  UFCA  Universidade Federal do Cariri <br><br>DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 2003. <br><br>FLORESTA, Cleide; BRASLAUSKAS, Cleide. Técnicas de reportagem e entrevista: roteiro para uma boa apuração. São Paulo: Saraiva, 2009. <br><br> </td></tr></table></body></html>