ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00616</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Retratos vida e poesia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Douglas Fagner Correia de Almeida (universidade católica de pernambuco)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;documentário, meio ambiente, mangue, audiovisual, família</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho foi realizado pelo aluno Douglas Fagner Correia de Almeida, do curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco, no 4º período, para a disciplina de Captura de Vídeo em HDSLR e Edição, ministrada pelo professor Filipe Tavares Falcão Maciel. A proposta foi produzir um documentário sobre família Dias, que é composta por sete integrantes e mora em uma área de mangue na Ilha de Itamaracá, litoral norte de Pernambuco. O vídeo tem como objetivo demonstrar como esta família não apenas vive no lugar, mas preserva a área. Além disso, o vídeo funciona como um alerta para a importância da preservação das regiões de mangue tão ameaçadas principalmente nos grandes centros urbanos. Para a realização do documentário, o aluno foi responsável pelas etapas pré-produção, filmagem e pós-produção. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A agitação da vida moderna muitas vezes faz com que as pessoas apenas olhem para seus tablets ou smartphones ou mesmo evitem pensar na possibilidade de uma vida longe dos grandes centros urbanos. Refletir sobre a importância e preservação do meio ambiente e de como a vida cotidiana pode estar mais próxima da natureza pode até soar como pensamento utópico para algumas pessoas tão presas em seus trabalhos e redes sociais. O documentário Retratos, Vida e Poesia foi produzido para evidenciar a rotina da família Dias. O diferencial das sete pessoas que fazem parte da família é que todos moram em uma humilde casa em área de mangue na Ilha de Itamaracá, litoral norte de Pernambuco. A família Dias representa uma relação perfeita de harmonia do homem com a natureza. A convivência com o meio ambiente chama a atenção de quem conhece a história da família, cujos cuidados incluem coleta seletiva de lixo até evitar pesca e captura de animais em período de reprodução. A família sabe que vai ser a maior prejudicada caso o mangue seja destruído. No entanto, esta inspiradora história muitas vezes fica limitada aos moradores da Ilha de Itamaracá tendo sido talvez este o principal elemento motivador para a produção deste documentário. A escolha do formato de documentário se mostrou como a mais lógica para garantir uma autenticidade na hora de apresentar uma narrativa. Em seus estudos sobre o audiovisual, a dupla Aumont e Marie define o documentário como  a montagem cinematográfica de imagens visuais e sonoras dadas como reais e não fictícias (2003, p. 86). Ainda de acordo com a dupla, o documentário possui quase sempre um caráter didático ou informativo. Após investigação inicial durante o processo de pré-produção, foi decidido pelo aluno e seu orientador que a história da família Dias deveria ser narrada com poucas interferências externas do realizador. Assim o documentário Retratos, Vida e Poesia optou por trabalhar com uma proposta de roteiro simples para acompanhar a rotina da família de modo a permitir uma liberdade de seus integrantes diante das câmeras. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo do documentário Retratos, Vida e Poesia é permitir que as imagens e reflexões da família Dias possam fazer as pessoas refletirem sobre a importância dos manguezais. Desta forma, a família serve como recorte de uma realidade maior extremamente preocupante. Pernambuco possui importantes áreas de mangue que cobrindo praticamente toda a sua região costeira e muitas destas estão em estado crítico pelos avanços das grandes cidades ou mesmo pela poluição. O vídeo também trabalha para criar uma narrativa da rotina diária de pessoas simples, muitas até com baixa escolaridade, mas com forte relação com a natureza. Assim também decidimos observar a forma respeitosa como estas pessoas se relacionam com os elementos naturais como o próprio mangue, assim como rio, animais, vegetais, chuva, sol, lama, entre outros. O recorte de documentário selecionado para o vídeo também ajudou neste processo de aproximação com os personagens. Apesar de existir uma proposta de roteiro, tudo o que é mostrado no filme dialoga com a rotina da família de modo que a interferência do aluno foi mínima em questão de direção das entrevistas. De acordo com Puccini (2009), o documentário deve ser uma construção gradual entre o realizador e o seu assunto e após a escolha do tema, o realizador precisa se perguntar como quer contar a sua história. Para Retratos, Vida e Poesia, a escolha foi de dar liberdade aos personagens e não encaixá-los em formatos pré-concebidos de entrevistas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A relevância social do produto audiovisual, em especial de um documentário, consiste em trazer, tanto para o espaço acadêmico quanto para a sociedade, o aprendizado e a reflexão sobre temas importantes para a vida em sociedade. Mesmo com campanhas feitas muitas vezes por ONGs ou grupos de preservação ambiental, parece seguro afirmar que parte da população ainda não se deu conta de que manguezais são fontes de vida e devem ser preservados. Infelizmente não é isto o que acontece na maioria dos casos. O processo inicial se deu através da captura de imagens para um ensaio fotográfico sobre o mangue para um dos primeiros trabalhos do curso de Fotografia. Na ocasião, ele ficou encantado com a história da família que vive em uma pequena casa em uma área de mangue. A família é composta pelo casal Dângelo e Virginia e pelos cinco filhos Ângelo, Darlan, João, Ana Clara e Naly. A disciplina de Captura de Vídeo em HDSLR e Edição traz para a fotografia a prática da produção audiovisual feita com câmeras HDSLR. Estes novos equipamentos transformaram o mercado audiovisual pela capacidade de filmagem de 24 fremes por segundo, o mesmo das câmeras de cinema. Além disso, a qualidade das imagens é de ótima resolução permitindo inclusive que produtos audiovisuais como clipes e até filmes, que antes eram filmados apenas com câmeras especiais, passassem a ser gravados também com as câmeras HDSLR. O curso de Fotografia incluiu esta disciplina de modo a permitir que os alunos possam desenvolver práticas de produção, filmagem e edição de projetos audiovisuais. Ao se deparar com a necessidade de fazer um trabalho em vídeo para a disciplina, a história da família Dias se mostrou como um tema extremamente relevante. Além das fotos, que já haviam sido feitas, seria possível agora incluir imagens em movimento e relatos dos personagens. O formato em vídeo daria liberdade para um trabalho de composição das imagens agora em movimento. Em seus estudos sobre a produção audiovisual, Mascelli (2010) destaca que uma boa composição é a disposição de elementos visuais para formar um todo unificado. Em outras palavras, pensar na temática de modo a produzir imagens que provoquem reações favoráveis ao público. Desta forma o vídeo faz uso de variados tipos de planos e ângulos para destacar elementos estilísticos dentro da narrativa. As imagens gravadas confirmam e destacam a beleza que existe em um manguezal. Aliado a este cenário, existe vida, humana, animal e vegetal. Tudo existindo em harmonia. Desta forma surgiu o título Retratos, Vida e Poesia. Fica claro como a importância deste tipo de registro vai além da comunicação. O tema escolhido engloba questões relacionadas à educação e à preservação do meio ambiente. A ideia central é utilizar o recurso do registro audiovisual como transmissor da mensagem sobre a importância de que é possível viver em comunhão com a natureza, distante da vida  moderna e do consumismo do mundo capitalista. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Em seus estudos sobre roteiro de documentário, Puccini (2009) defende a utilização de uma proposta de roteiro. Diferente do produto de ficção, que já deve trazer o roteiro pronto antes das filmagens começarem, esta prática não se aplica ao documentário. A primeira decisão quando trabalhamos com este tipo de categoria fílmica é decidir como a mesma vai ser abordada. Como um processo de apuração, vamos decidir quais são os personagens, assim como conhecer as suas histórias, escolher os cenários e pensar na própria narrativa. Tudo isso leva ao que Puccini (2009) chama de proposta de roteiro. O roteiro final do documentário fica pronto apenas quando a edição finaliza o projeto. A ideia de proposta defendida por Puccini acontece por irmos para as filmagens com uma idéia do que vai ser dito pelos personagens, visto que aconteceram conversas prévias, mas para um documentário dificilmente é possível ter 100% de certeza do que vai acontecer na hora das filmagens ou da gravação das entrevistas. Na ficção tudo isto deve estar completamente ajustado antes da primeira filmagem acontecer, enquanto no documentário deve ser ajustável de acordo com os acontecimentos. Todas estas etapas acontecem na pré-produção. A etapa de produção inclui as filmagens. Estas foram capturadas pelo aluno Douglas Fagner com equipamentos próprios. O trabalho foi desenvolvido com a utilização de uma câmera HDSLR Canon 80D com uma lente 18-55mm e outra 70-200mm, além de microfone lapela e tripé. As filmagens aconteceram durante o período de um mês, sempre aos finais de semana. Cerca de duas horas de material bruto foi produzido entre entrevistas e imagens de apoio. A escolha dos cenários aconteceu de acordo com a disposição dos próprios personagens. Aqui evitamos impor lugares, mas sim nos adaptamos aos espaços nos quais os personagens se sentiam confortáveis. As entrevistas são basicamente relatos de como estas pessoas se sentem por morarem em uma área de mangue, a importância do ambiente e como o mesmo deveria ser mais preservado. Dando liberdade aos personagens, em determinado momento temos o filho Ângelo recitando um poema sobre o mangue e após cobrir seu corpo com lama, vai até as águas e mergulha. Mais uma vez temos a vida ao lado da poesia resultando em imagens. Os vídeos foram captados entre os meses de outubro e novembro de 2017. Com locação na Ilha de Itamaracá, a família mora próxima do rio que leva o nome de Jaguaribe e que divide a praia de Jaguaribe e a praia do Sussego. Após as filmagens, chegou o momento da edição. Para o projeto, foi utilizado o programa Adobe Premiere. A escolha se deu por se tratar de um programa de edição mais completo. Através do Premiere foi possível selecionar as cenas escolhidas e organizar a ordem das mesmas dentro da narrativa, além de trabalhar questões de áudio e inclusão de créditos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Retratos, Vida e Poesia é um documentário com tempo de duração de 07 minutos e 52 segundos. O vídeo começa com um plano geral da Ilha de Itamaracá. Ao final deste plano, temos a família Dias caminhando por entre a vegetação. Logo em seguida vemos o grupo pegar uma canoa e entrar no rio. Trata-se de uma rotina comum para o pai, Dângelo Dias, que constantemente faz este percurso. O primeiro relato é de Dângelo. Aqui temos a utilização de imagens de apoio com a fala dele em sobe som (Tela 1). Como pensamentos do próprio entrevistado, somos convidados a entrar na canoa e conhecer um pouco desta família e da sua relação com o meio. Entre as falas, somos brindados com imagens do lugar. Não é preciso muito esforço para destacar estas paisagens, que naturalmente já chamam a nossa atenção. A utilização de planos e ângulos destaca ainda mais esta narrativa passando em alguns casos de um plano geral para um plano detalhe ou utilizando o plongèe e o contra-plongèe. De repente somos brindados com um momento único quando o filho mais velho de Dângelo começa a declamar um poema ao mesmo tempo em que cobre todo o seu corpo de lema (Tela 2). Existe uma extensão do homem para o mangue? A dependência de ambos deve ser mútua, assim como o respeito. O poema é um reflexo da profunda relação que deve existir entre as partes. O vídeo segue sem pressa. Temos imagens de crianças brincando ao se pendurarem em folhas de coqueiros enquanto uma deliciosa refeição é preparada. Não existe cozinha como estamos acostumados em casas ou apartamentos. O peixe veio do rio e é na beira dele que o preparo é feito (Tela 3). Se cuidamos bem da natureza, ela vai cuidar bem de nós. Este é talvez o mais importante recado da família Dias para quem assiste ao vídeo. Ao fim da refeição temos mãe e filha falando sobre o mangue, mais algumas cenas de crianças brincando na água. Uma última cena mostra Dângelo com a mão enfiada na lama na tentativa de alcançar algum animal. Ao se afastar da câmera, timidamente se despede não de forma verbal, mas dentro de uma narrativa fílmica que permanece no lugar enquanto ele se afasta do nosso olhar (Tela 4). Ali termina o nosso dia com a família Dias. Para eles, logo em breve começará um novo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O trabalho foi muito importante porque colocou o seu autor dentro do universo vivido pelas pessoas integrantes da ação investigada. Isto permitiu um novo olhar sobre a convivência do homem com a natureza. Ao mesmo tempo, o projeto ampliou a percepção sobre a importância da preservação dos manguezais, estes encontrados ao longo de todo o litoral, o que demonstra a importância do debate ao tema. Além de perceber o quanto rica é a fauna dos manguezais e que a mesma representa significativa fonte de alimentos para as populações que ali habitam como peixes, moluscos e crustáceos. Tudo isso foi mostrado de forma a permitir que a família se sentisse confortável com as filmagens, sem parecer algo direcionado ou mesmo distante da realidade daquelas pessoas. Ao final, temos o produto audiovisual como elemento de comunicação objetiva e que se apresenta como alternativa possível para transmitir assuntos relevantes de forma crítica. Aqui mostramos o homem não como ameaça, mas como guardião da natureza. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">AUMONT, J; MARIE, M. Dicionário teórico e crítico de cinema. Campinas: Papirus, 2003. <br><br>AVELINE, L. C. Fauna dos manguezais brasileiros. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, n.42, v.4, p. 786 - 821, 1980. <br><br>COELHO JÚNIOR, C. Ecologia de manguezais: zonação e dinâmica da cobertura vegetal em gradientes ambientais, Cananéia, São Paulo, Brasil. 2003. 166 f. Tese (Doutorado em Oceanografia) - Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.<br><br>MASCELLI, J. Os cinco Cs da cinematografia. São Paulo: Summus, 2010.<br><br>PUCCINI, S. Roteiro de documentário: Da pré-produção à pós-produção. São Paulo: Papirus, 2009. <br><br>SCHAEFFER-NOVELLI, Y. (Org.). Manguezal, conhecer para conservar. São Paulo: Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, 1994. 45p<br><br> </td></tr></table></body></html>