INSCRIÇÃO: | 00720 |
CATEGORIA: | PT |
MODALIDADE: | PT05 |
TÍTULO: | É Amor? |
AUTORES: | Samya Stephany Coelho de Souza (Universidade CEUMA); Patrícia Rakel de Castro Sena (Universidade CEUMA); Túlio de Sousa Leite (Universidade CEUMA); Erica Samira de Sousa Lima (Universidade CEUMA); Jakeline Lemos Mota (Universidade CEUMA) |
PALAVRAS-CHAVE: | Abuso, Fotografia, Fotonovela, Relacionamento, |
RESUMO | |
O presente trabalho apresenta o processo de execução da fotonovela "É amor?", em que descreve, em primeira pessoa, o tema sobre relacionamentos abusivos, protagonizados sob a perspectiva de uma história amorosa e sua transformação degradante em tratamentos e práticas abusivas. A atividade teve origem na disciplina de Fotojornalismo, ministrada pela professora Rakel de Castro, do Curso de Jornalismo da Universidade Ceuma, que tinha como proposta o exercício criativo de construção de uma narrativa seguindo a temática de relações abusivas, partindo do referencial teórico de Philippe Dubois, (1998) no que se refere aos fundamentos da fotografia e, mais particularmente, a própria imagem e o ato que a define. O formato da Fotonovela foi escolhido por maior afinidade da equipe e por mostrar diferente possibilidade de leitura e valoração da apresentação estética. | |
INTRODUÇÃO | |
“A fotografia, antes de qualquer outra consideração representativa, antes mesmo de ser uma imagem que reproduz as aparências de um objeto, de uma pessoa ou de um espetáculo do mundo, é em primeiro lugar, essencialmente, da ordem da impressão, do traço, da marca e do registro.” (DUBOIS, 1998, p.30) Segundo Dubois (1998) a fotografia segue a finalidade de perpetuação, marcação e para tanto assume um sentido documental que também está relacionado a outros fatores de significação como: relação referencial da realidade, aspecto afetivo, emoções e memória. Compõe a fotonovela e serve de representatividade do social. Neste sentido fotonovela revela e expõe a ideia do convívio na sociedade e ideologias presentes, “Nela vamos encontrar práticas culturais que podem muito bem nos explicar formas de organização social e modo de agir no cotidiano” (JOANILHO, 2008). As revistas de fotonovelas surgiram na Itália, em um período pós-guerra, mencionado por Harbert (1974) em “Fotonovela e Indústria Cultural”. Sendo a primeira datada de 1947 com o nome “Il mio sogno” ("Meu Sonho"). No Brasil teve como precursora a fotonovela “Encanto – A romântica revista do amor”, esse gênero obteve popularização entre as décadas de 50 e 80 e representava uma possível imprensa popular feminina, com temáticas sobre relacionamentos, beleza e amor. Para tanto demonstra a escolha deste formato da narrativa em fotonovela para compor nosso trabalho que conta a história de um relacionamento abusivo. | |
OBJETIVO | |
Retratar como possibilidade de traço do real (DUBOIS, 1998) um tema bastante presente na sociedade e evidenciar o efeito prejudicial que o relacionamento abusivo possa causar a saúde física e psicológica de quem passa por esta situação degradante. E o grupo decidiu pontuar o tema por meio do uso de imagens, devido ao grande potencial de persuasão e maior eficácia no efeito a ser atingido e internalizado do que somente pelo uso de palavras. E através do formato fotonovela com a confluência imagens e palavras esse problema será demonstrado com maior notabilidade bem como melhor compreendido pelo receptor. | |
JUSTIFICATIVA | |
A violência revela-se em diversos aspectos: psicológico, físico, sexual e econômico. Um relacionamento abusivo caracteriza-se por expressar todas ou várias dessas formas de violência. É algo extremamente danoso e degradante para a vítima e, infelizmente, muito comum nas uniões afetivas, abrangendo não somente as matrimoniais, mas muitas das vezes as relações familiares e até mesmo as de amizade. No Maranhão, segundo dados do Departamento de Feminicídio “ ocorreram 25 mortes de mulheres em 2015. Em 2016 o número subiu para 28 mortes; e em 2017 foram registradas 47 mortes de mulheres.” (G1, 2018) e conforme a delegada Viviane Azambuja “a maior causa da violência é o inconformismo do homem com o fim do relacionamento.” (G1, 2018). Por isso, resolveu-se abordar neste trabalho o relacionamento abusivo em uma união heterossexual, constituindo como o abusador o homem e como vítima a mulher. Optou-se em utilizar a plataforma fotonovela, “uma forma de narrativa que utiliza fotografias e texto” (HABERT apud SAMPAIO, 2008, p. 63) em forma de gibi que fizeram estrondoso sucesso no Brasil, porque a confluência texto e imagem é incontestavelmente uma fonte contundente e eficaz para transmissão de informações e despertar emoções no leitor. Tendo como base este histórico a respeito da fotonovela, é possível perceber o furor que esse tipo de revista causou entre jovens dos anos 1950 e 1960 (e também dos anos 1970 e 1980), enfatizando a forte presença deste gênero de revistas no cenário editorial brasileiro. (MIGUEL, 2009, p. 105) A fotonovela é considerada um “produto de uma indústria cultural que veicula conteúdo consumido cotidianamente por um grande público” (HABERT apud SAMPAIO, 2008, p. 6). Foi criada “na Itália do pós-guerra, como subproduto do cinema: as primeiras publicações nesse formato (fotos e legendas mostrando as falas dos personagens) foram cartazes de filmes” (SAMPAIO, 2008, p. 1) e chegou ao Brasil “no final da década de 1940” (SAMPAIO, 2008, p. 1). Em 1952 “a revista Capricho é lançada, entrando no mercado das revistas de fotonovelas com a novidade de trazer uma história completa em cada edição, e não aos capítulos, como suas concorrentes.” (MIGUEL, 2009, p. 100). A partir daí o mercado da fotonovela no Brasil prosperou amplamente. A fotonovela composta de foto e texto é um canal eficaz não apenas para entretenimento, mas também para transmissão de mensagens como a que se pretende passar neste trabalho. A intenção é que o leitor experimente as sensações e se informe sobre os mais variados aspectos de um relacionamento abusivo já que “existe na fotografia uma força viva irresistível” (DUBOIS, 1998, p. 15) e “não é apenas uma imagem produzida por um ato, é também, antes de qualquer coisa, um verdadeiro ato icônico em si.” (DUBOIS, 1998, p. 59). Por esse motivo julga-se de grande relevância estender a discussão da problemática sobre relacionamentos abusivos para a Academia fazendo uso de imagens e narrativas. | |
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS | |
Para a realização desta fotonovela foram utilizadas duas câmeras da marca Canon, modelo: EOS Rebel T5; kit lentes: EF-S 18-55 f/ 3.5-5.6 III. As imagens foram feitas em ambientes internos de um condomínio, dentre eles: áreas de convivência, academia e o próprio apartamento; locais externos como shopping, parque, praça e praia. Na composição das imagens abordamos perspectivas abertas e fechadas, sem padronização de ângulos, ângulos mais fechados em cenas de destaque de elementos principais da narrativa, e ângulos mais abertos para situar o cenário proposto. Utilizamos a combinação de ângulos e enquadramentos diversos e pensados para chegar a um resultado como: Ângulo Plongée alinhado ao enquadramento aberto, horizontal, por vezes vertical, para gerar a ideia de objeto diminuído em relação aos demais elementos que compõe a imagem, no intuito de enfatizar as cenas de menosprezo, submissão e solidão vividos pelo personagem que sofre abuso. Bem como a inversão do ângulo para Contra-Plongée associada ao agente que pratica o abuso, para evidenciar sua postura dominante e de superioridade. Foi utilizado o recurso de contraste das imagens de coloridas ao preto e branco (P&B), as coloridas designadas a momentos felizes vividos pelo casal, e a interseção das imagens em P&B associadas a momentos em que o abuso se fazia presente. Quanto a iluminação, utilizamos as luzes ambientes, naturais e artificiais, fizemos uso de imagens Contraluz, fins estéticos e luz dura para dar um tom dramático as fotos. Na montagem da fotonovela fizemos uso do programa Power Point e seguimos uma linearidade na forma em que os acontecimentos são apresentados. | |
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO | |
A fotonovela é composta por noventa e três imagens legendadas em sua maioria e o making off ao final do projeto. Produzida entre os meses de outubro e novembro de 2017 por quatro alunos, no qual se conta a história de um relacionamento abusivo entre Thiago e Isabel. O conflito é representado por quatro personagens: o abusador Thiago; a vítima Isabel; a amante Patrícia e a amiga Helena. No início a relação do casal é estável e adorável, mas com o passar do tempo, desgastes vão interferindo e prejudicando a convivência, a relação cada vez mais fria, vai gerando desinteresse em Thiago, que acaba por se relacionar com outra em segredo e desta forma ignora e trata mal sua companheira. Isabel descobre sobre a amante e o sofrimento de uma relação abusiva vem à tona. O processo de produção da fotonovela se deu, em início, pela reunião do grupo na escolha dos elementos que iriam compor a trama, depois o roteiro das cenas, fatos e locais possíveis para execução das imagens em conjunto com a narrativa, seguindo da escolha dos atores com seus respectivos papéis. Foram divididas funções entre o grupo como: diagramadores, fotógrafos, figurinista, maquiagem, direção, produção e editor de texto. | |
CONSIDERAÇÕES | |
O resultado obtido do projeto foi gratificante, bem como o processo de construção, com quatro componentes na equipe, tivemos a oportunidade de exercer várias funções que possibilitou o nosso amplo aprendizado. Era evidente a preocupação por todos de obter elementos que melhor se adequariam a nossa história, na composição de cenários e figurinos. Trouxe aprendizado, a experiência da construção de uma narrativa do tipo fotonovela que não é mais popular atualmente, assim como a noção de composição de uma imagem resultante de um próprio ideal criativo e construtivo. Tivemos a oportunidade de pôr em prática as teorias e técnicas aprendidas no âmbito da fotografia que vai implementar em futuros trabalhos e em nossa carreira profissional. | |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS | |
DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico e outros ensaios. Campinas: Papirus, 1998. HABERT, Angeluccia Bernardes. Fotonovela e Indústria Cultural: Estudo de uma forma de literatura sentimental fabricada para milhões. Petrópolis: Vozes, 1974. G1 Maranhão. Aumentam casos de Feminicídio no Maranhão: denúncias também aumentaram após a instalação do plantão 24 horas na Casa da Mulher Brasileira. Disponível em https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/aumentam-casos-de-feminicidio-no-maranhao.ghtml. Acesso em 10 Mai 2018. JOANILHO, André Luís; JOANILHO, Mariângela P. G.. Sombras literárias: a fotonovela e a produção cultural. Londrina – PR: Revista Brasileira de História, 2008. MIGUEL, Raquel de Barros Pinto. A revista Capricho como um “lugar de memória” (décadas de 1950 e 1960). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2009.㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀䄀䴀倀䄀䤀伀Ⰰ 䤀猀愀戀攀氀 匀椀氀瘀愀⸀ 倀愀爀愀 甀洀愀 洀攀洀爀椀愀 搀攀 氀攀椀琀甀爀愀㨀 愀 昀漀琀漀渀漀瘀攀氀愀 攀 猀攀甀猀 氀攀椀琀漀爀攀猀⸀ 䌀愀洀瀀椀渀愀猀㨀 唀一䤀䌀䄀䴀倀Ⰰ ㈀ 㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀 |