ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00784</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Blood Mary</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Pedro Fillipe da Silva (Universidade Federal de Pernambuco)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;cinema, curta metragem, ficção, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Bloody Mary é um curta metragem de ficção realizado durante a disciplina de Produção Audiovisual, ministrada pela professora Amanda Mansur no semestre de 2017.1, do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste. Esta obra audiovisual possui duração total de 14 minutos e a sua trama se apresenta como uma proposta de homenagem ao mundo do cinema. A história traz personagens "clássicos" como uma dama vestida de vermelho e um cavalheiro, que juntos compõe o núcleo amoroso da trama, seguidos por um sofisticado barman que atua como contraponto na estória. O filme traz em seu enredo a jovem Olivia, que se vê assustada e com medo diante de possibilidades que a vida desponta. Confusa com um recente pedido de casamento, ela percorre a cidade até encontrar um bar para tentar beber um drink e por algum momento esquecer de todas as suas inquietações.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao desencadearem tudo o que hoje nós conhecemos por cinema, a partir de um experimento científico no século XIX, os irmãos Lumière abriram espaço e lançaram uma oportunidade que foi traduzida na reconfiguração do consumo de produtos culturais em todo o mundo. Foi, e continua sendo, através do cinema que a cultura se moldou e remodelou em novas configurações, com estéticas e tendências que influenciam intensamente a sociedade. Coube então à cinematografia, enquanto inovação tecnológica, expandir as possibilidades de representação da arte, mesmo que para alguns teóricos, como Adorno e Horkheimer, as técnicas de industrialização aplicadas à arte transformaram-na em mero entretenimento e sem valor artístico. Posto isso, seguimos o entendimento de que as novas possibilidades desenvolvidas em laboratórios pela ciência permitem novos horizontes de expressão e novas formas de percepção ao mesmo tempo em que demandas da tecnologia surgidas no campo da arte puderam ser incorporadas pela utilização industrial dos dispositivos técnicos (DIAS, 2008). "Bloody Mary" é um curta metragem do gênero de ficção que surge como proposta de trabalho final da disciplina de Produção Audiovisual, do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco. É um filme que busca resgatar caracteres clássicos do cinema, homenageando esta arte. Sua estrutura narrativa segue um padrão já conhecido no cinema, composto pela introdução do ambiente, seguido pela apresentação dos personagens, conflito e suas consequências e culmina com sua posterior resolução. Para Field (1996) , o roteiro tem uma estrutura definida, um início, meio e fim, mesmo que seja narrado em flashback. Essa estrutura clássica foi adotada na construção do roteiro tendo em vista a intencionalidade de retratar estilos e representações que marcam a história do cinema e, dessa forma, criar uma atmosfera de "suspense anunciado" facilmente percebida em muitas produções da década de 1960.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo principal desse trabalho foi desenvolver um curta metragem de ficção que apresentasse uma estrutura com elementos narrativos que fizessem referência ao cinema. A intencionalidade foi que, a partir da produção do filme, os alunos participantes do projeto pudessem compreender e permear os processos pelos quais a produção fílmica de ficção passa, desde a elaboração do roteiro até chegar à etapa de difusão. Paralelo a isso, foi também objetivo da produção do trabalho alcançar um produto final que contribuísse de forma prática para um entendimento geral dos processos de produção do filme e acrescentasse uma experiência acadêmica para além da sala de aula.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O cinema consolidou-se como arte e entretenimento e passou a fazer parte da vida das pessoas, tornando-se um habito social de extrema importância para a formação cultural da sociedade. As intersecções entre a narrativa do filme e a realidade, seus personagens e a projeção que o espectador faz a partir destes, além de seus elementos estéticos, põe essa arte em uma relação peculiar com a nossa própria percepção da realidade. Sua indiscutível importância na sociedade é discutida, por exemplo, por Fantin, quando aponta que é através do cinema que "somos transportados para um lugar onde deixamos de ser meros espectadores para viver emoções. [...]. Nessa  evasão da realidade desse tempo/espaço próprio do cinema, parece que as imagens, as músicas e o ambiente permitem nos identificarmos com os personagens, vibrar com as aventuras, chorar com as amarguras, enfim, nos emocionar com a vida" (FANTIN, 2005). É se baseando nessa proposta que o filme "Bloody Mary" surge. A obra é uma espécie releitura das tramas e estéticas narrativas já conhecidas no universo cinematográfico e, de forma não pretensiosa, presta uma homenagem aos elementos tradicionais do cinema. A execução de "Bloody Mary"se justifica enquanto proposta cinematogáfica pelo seu caráter experimental e pela compreensão de que o cinema é entregou à sociedade um novo panorama de observação do mundo e da realidade que nos permeia. O curta metragem também contribui para a movimentação do cenário audiovisual no interior do estado. Pernambuco tem se destacado nesta última década no cenário nacional e internacional com pioneirismo na produção de obras cinematográficas. Boa parte desse reconhecimento deve-se ao fato da presença de políticas públicas de incentivo e fomento ao audiovisual aplicadas pelo estado. Um passo importante para o cinema no estado, porém um caminho ainda sendo desbravado. Nos últimos anos, o estado voltou-se para o incentivo dessa produção cinematográfica agora nos interiores, descentralizando e pluralizando a produção. É pensando nessa lógica que "Bloody Mary", filmado e finalizado no interior de Pernambuco, apresenta-se como um projeto não só acadêmico, mas que busca também despertar o interesse e fomentar produção cultural local, incentivando e propagando as produtos culturais da região.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Após explanações teóricas ministradas pela professora Amanda Mansur em sala de aula, os alunos dividiram-sem em equipes para dar início a execução do projeto de produção cinematográfica. A equipe que compôs o curta metragem "Bloody Mary" foi formada por sete integrantes que estavam matriculados na disciplina e dividiram-se nas seguintes funções: argumento e roteiro, produção, direção, direção de arte, som direto e trilha sonora, direção de fotografia, montagem e pós produção. A fase inicial do projeto consistiu em na argumentação do filme, que foi construída em conjunto com todos os integrantes e com a orientação da professora. Posteriormente, o roteiro foi escrito e debatido, sendo sempre discutido e levado à sala de aula para novos tratamentos. Foram um total de 3 tratamentos até a definição de toda a estrutura narrativa do filme, com diálogos, ações e composições estéticas. Adiante, foram desenhado storyboards que serviriam como base para o trabalho de direção de arte e fotografia do filme. De acordo com a Associação Brasileira de Cinematografia, "os storyboards são utilizados para o planejamento visual das cenas a serem filmadas e também para transmitir a toda a equipe o que se espera em cada cena. Eles consistem em uma seqüência de quadros, no formato no qual serão filmadas as imagens do filme, onde são desenhadas as cenas da forma como imaginadas pelo diretor, incluindo o ângulo da câmera, a iluminação desejada, etc. Cada um desses desenhos pode ser acompanhado ainda de anotações sobre a cena, tais como a descrição da ação, do movimento, o som (ou sons) que a acompanharão, ou qualquer outra informação que se julgar importante" (ABC, 2016). A partir disso foi realizada uma pesquisa para compor o painel semântico que serviria de suporte para a construção do conceito de direção de arte do curta. Os estudantes buscaram sempre retratar todos os elementos, objetos e figurinos presentes na narrativa da forma mais adequada com a proposta do filme, colocando-os de forma diegética na obra, sempre com alguma finalidade e não destituída de função. Esse trabalho de direção de arte revelou-se imensamente importante para contribuir na concretização da narrativa uma vez que são elementos indissociáveis da própria história e necessários para compreensão desta. Como assinala Fantin (2008,):  entender o filme como história ou como modo de contar histórias é reconhecer o cinema como um dos grandes contadores de histórias da contemporaneidade . Ao fim desta fase, deu-se início ao processo de pré produção. Tendo em vista o baixíssimo orçamento disponível para a realização do filme, a pré produção se encarregou de baratear todos os processos de realização do filme, através de parcerias e permutas. Durante este processo de pré produção foram definidos as locações, baseadas no trabalho de direção de arte já realizado, e todas as intervenções necessárias apontadas pelo diretor de arte nestes lugares. Foi também resolvido toda a parte logística e prática da realização do filme, incluindo o deslocamento da equipe e dos atores em todas as diárias de gravação, alimentação e demais necessidades oriundas da execução do projeto. Em termos orçamentários, o filme "Bloody Mary" contou um orçamento de baixíssimo custo, onde os atores e locações foram acordados de forma voluntária e colaborativa. Ainda falando do orçamento, quanto à questões técnicas os equipamentos e estúdios de edição foram alcançados através de um convênio já existente entre a Universidade Federal de Pernambuco e o Porto Digital, por meio do Armazém da Criatividade de Caruaru, que cedeu os equipamentos de filmagem e espaços de estúdio de edição de imagens para os estudantes. Durante as gravações, a direção de fotografia, baseada numa decupagem de fotografia já realizada na fase de pesquisa e pré produção do projeto, do se preocupou em retratar na captação das imagens uma visão estética do filme, a partir das tonalidades, luzes e objetos presentes em cena. As imagens fotografadas buscaram encontrar um equilíbrio entre a objetividade e a subjetividade na retratação dos fatos. Permeando a existência tanto de planos funcionais para diálogos, planos de ambientação, quanto planos que buscavam captar uma visão subjetiva da energia inerente a cada cenário e cada personagem. Para a captação de imagens foi utilizada uma Câmera DSLR Canon 5D Mark III, com um conjunto de lentes também Canon da linha Prime Cine Lens, respectivamente de 14mm, 35mm e 50mm. Os arquivos digitais foram captados em RAW, na resolução de vídeo de 1920x1080 pixels e com uma taxa de FPS igual a 23.976. A escolha dessa configuração deu-se ao fato de ser a melhor opção disponível pelo equipamento para uma posterior pós produção, com correção de cor e 'çolor grading'. Houve ainda a colaboração fontes de luz artificiais com dois refletores Arri Plus. As imagens captadas alternam-se entre "câmera na mão" e a utilização de um tripé Manfrotto. O som direto foi captado a partir de um gravador Tacam com formato de áudio digital. Para a montagem e edição do filme, foi utilizado o software Adobe Premiere Pro CC 2017 e para a color grading foi utilizado o software da Blackmagic Da Vince Resolve 15. O arquivo final foi exportado em formato de compressão H.264, com resolução HD de 1920x1080 pixels.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Bloody Mary" é um curta metragem de ficção de baixo orçamento, com duração de 14 minutos e disponível em formato digital na plataforma de vídeos do Youtube. Foi um filme realizado exclusivamente por alunos da Universidade Federal de Pernambuco, desde o seu processo de roteirização até a sua pós produção e difusão, sempre supervisionados pela orientação da professora Amanda Mansur. Na realização desta produção foram colocados em práticas as teorias e técnicas estudados em sala de aula, assim como conceitos e processos desenvolvidos como atividades acadêmicas. Isso contribuiu para a execução do filme como projeto audiovisual e também enquanto conceito, uma vez que é através desta realização que buscou-se fazer uma sigela homanagem ao próprio cinema assim como também movimentar a produção cinematográfica local. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Produzir "Bloody Mary" foi, para a equipe de alunos responsável, um processo de produtividade e aprendizado não apenas acadêmico mas também profissional, uma vez que trouxe para perto a experiência real e os desafios de se produzir cinema no interior de Pernambuco. Para chegar ao produto final foi exigido da equipe um intenso trabalho e dedicação em todos os processos de pré produção, produção e pós, tendo em vista que o formato de curta metragem é um modelo de trabalho coletivo que exige grande articulação em conjunto, com sintonia em toda a equipe.Naturalmente, existem limitações técnicas e financeiras que limitam a execução do filme em alguns aspectos. Apesar disso, ao final de todo o processo, foi possível visualizar um produto final que atendia de forma satisfatória as expectativas depositadas durante a realização do curta, concluindo um filme com características estéticas em sintonia com os pontos que foram elencados e planejados desde a criação do roteiro. Durante a fase de difusão, "Bloody Mary" participou de mostras e festivais de cinema no interior pernambucano, sendo premiado em cinco categorias na Mostra Universitária do IV Festival de Cinema de Caruaru e recebeu o troféu José Condé nas seguintes categorias: melhor filme, melhor roteiro, melhor direção de arte, melhor ator e melhor direção. Consideramos que o filme tenha contribuído de forma efetiva com sua proposta, sendo além de uma homenagem ao próprio cinema, uma forma de contribuir com o cenário da produção cinematográfica no interior do estado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">DIAS, Eduardo. Caminhos da produção audiovisual contemporânea: arte, mídia e tecnologia digital. Pernambuco, 2008.<br><br>FIELD, Syd. Os exercícios do roteirista. 2. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1996.<br><br>CINEMA, Associação Brasileira. Storyboard. Disponívem em: <http://www.abcine.org.br/servicos/?id=158&/storyboard> Acesso em: 2 de Maio de 2018. <br><br>Gomes Filho, João. Gestal do objeto: sistema de leitura visual da forma /João Gomes Filho.  8. ed. rev e ampl. São Paulo: Escrituras Editora, 2008<br><br> </td></tr></table></body></html>