INSCRIÇÃO: 00790
 
CATEGORIA: CA
 
MODALIDADE: CA02
 
TÍTULO: Caminhos
 
AUTORES: Débora Marx Batista de Melo Chaves (Universidade Estadual da Paraíba)
 
PALAVRAS-CHAVE: Audiovisual, Documentário, Educação, Juventude Rural, Resiliência
 
RESUMO
Este relatório expõe a dinâmica de concepção, criação e execução do documentário Caminhos, cuja proposta é notabilizar o cotidiano do jovem do campo e suas estratégias de resiliência no Ensino Superior de uma universidade pública. Nesse sentido, apresenta as ideias que originaram o roteiro e descreve a etapa de pós-produção incluindo o Making of. Em síntese, evidencia a construção teórica, narrativa e estética da produção, partindo da premissa de que o audiovisual não significa apenas um registro que aglutina imagens e sons, mas, sobretudo, uma percepção contextual permeada por signos, vivências e sensibilidades que buscam captar a humanidade dos personagens.
 
INTRODUÇÃO
o termo "agricultura familiar" leva esse nome por ser, justamente, um processo de trabalho que envolve os membros numa mesma atividade de sobrevivência, caracterizando uma herança passada de pai para filho. Por muito tempo, o trabalho no campo era, no geral, a única realidade possível para a maioria dos jovens filhos de pais agricultores, já que, empiricamente, observávamos que a perpetuação da lida no campo era transmitida entre as gerações como se fosse um destino definitivo e imutável. Contudo, a democratização do acesso às universidades vem quebrando esse paradigma e, cada vez mais, vemos jovens da zona rural e do interior ocupando o espaço acadêmico e conseguindo seus diplomas. Na Paraíba, as pequenas cidades adotam uma prática comum para viabilizar a formação superior: cedem ônibus que vão e voltam, todos os dias, levando os estudantes de municípios circunvizinhos para os centros urbanos com campus universitários. Dessa forma, a distância entre a zona rural e a cidade é minimizada e se ampliam as possibilidades de aproximação entre os jovens do campo e a vida acadêmica. Nesse contexto, falamos aqui de percursos de descobertas, através do documentário "Caminhos" que enxerga no audiovisual uma possibilidade de retratar, por meio da história de um jovem, a história de tantos outros que saem do campo em busca de novos cenários. Sob esse raciocínio, "Caminhos" é uma produção que desnuda a vivência do jovem do campo e sua relação com o ensino superior, optando por um recorte sensível do real que traz consigo a poética e as linguagens da sétima arte para romper com os silenciamentos que permeiam a vida no campo.
 
OBJETIVO
Fomentar a discussão da democratização do espaço universitário pelo viés da juventude do campo. Assim como, desconstruir, por meio de detalhes cinematográficos sutis e implícitos, a imagem do Nordeste estereotipado e sem oportunidades, retratado pelo arquétipo do caipira e da difundida imagem do sertão de solo rachado. Além disso, Caminhos busca desnudar uma juventude agrícola que se levanta em busca de novas oportunidades educacionais e mostra que do chã batido, o interior e a lida com o gado e o plantio podem surgir mestres, doutores e tantas outras profissões não atreladas à realidade rural.
 
JUSTIFICATIVA
Trazer para a tela transformações sociais vigentes se torna relevante pela discussão pertinente que tais questões geram, principalmente quando seus enfoques dialogam com as áreas da comunicação, sociologia e antropologia, pois estes espaços se preocupam em analisar as mudanças que afetam as bases estruturais e comportamentais da sociedade. Além disso, propor um pensamento cinematográfico dentro do fazer jornalístico é abrir um caminho para um mercado de trabalho que exige, cada vez mais, um olhar diferenciado sobre os fatos na busca de capturar suas especificidades. Por outro lado, a produção audiovisual além de se atrelar ao empreendedorismo individual dos profissionais da comunicação agrega às discussões de sala de aula visões mais abrangentes acerca das regras e poéticas do trabalho de captura de imagens e contextos.Pensando mais além, este trabalho é justificável, por não se limitar aos muros da academia, ao notabilizar a região nordestina à medida que não apenas retrata um personagem local como visa transmitir uma mensagem de resistência sobre a nossa juventude e suas expectativas, o que pode contribuir para a área comunicacional nas suas relações com o espaço sociocultural. Em alcance nacional, tentamos mostrar uma peça em que os traços nordestinos não estão presentes apenas à frente das câmeras, por meio de atores e ambientações, mas também por trás delas, uma vez que idealizamos, dirigimos e realizamos um cinema, genuinamente, nosso, que ilustra um pertencimento e a proximidade com os fatos descritos. Afinal, quem melhor do que nós mesmos para contarmos nossas próprias histórias e, dessa forma, rompermos com uma visão menos estereotipada, mais verdadeira e empática da nossa realidade buscando contribuir com novas formas/visões de conhecimento?
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Escutar para entender. Foi a metodologia da escuta que escolhemos para desvendar a realidade do campo vivenciada pelo personagem. Compreender tudo, sem precisar explicar muito. Assim, surgiu a ideia de um documentário para retratar a face de um povo que vem do plantio e da agricultura, mas que também cresce na educação, nos avanços e na abertura de oportunidades. Como os personagens tratam de temas que não vivencio, recusei a direção participativa, onde o diretor tem fala e colabora na construção da narrativa. Não. Entendi que a minha função ali não era falar por quem já é tão silenciado, mas, tão somente, escutar suas perspectivas e aprender com elas. Meu foco foi notabilizar, por meio de uma história de vida, como as condições e os percursos de cada um é particular, mas algo maior conecta o campo ao campus: o movimento de "ir em busca", o sair de casa, a estrada, o orgulho de ser o primeiro da família a pisar numa universidade. Esse é um exemplo de resiliência cujo protagonista é a juventude. Com essa proposta, quis produzir um documentário guiado pelas falas dos próprios personagens, trazer uma narrativa intimista e contemplativa de um dia em suas vidas, fazer um recorte sensível e honesto de um jovem, para que, por meio de sua experiência, eu pudesse falar dos outros do campo que também insistem em acreditar na educação. Pedi emprestado à literatura a liberdade poética de usar a prosopopeia , retirando a estrada do patamar de elemento elegendo-a como personagem, testemunha e professora de Anderson. Desse modo, fugi da "Fala do especialista", tentei trazer a discussão sobre equidade, oportunidades e transformação social no ambiente acadêmico sem precisar recorrer a um sociólogo ou profissional similar que desse um depoimento "legitimador". Quis que aquelas pessoas validassem seu próprio discurso pela vivência cotidiana e pelo relato fidedigno. Além disso, busquei descaracterizar o nordeste estereotipado, da seca, do cangaço, da fala jocosa e do atraso de desenvolvimento. Anderson é da zona rural, mas antes disso é um mestrando, uma vez que sua postura, sua fala e suas expressões condizem com sua formação. O verde do Brejo foi ressaltado encontrando a imagem mais difundida, na qual o Nordeste sobressai parecendo ser todo composto de sertão. Nesses pequenos recursos visuais deixo implícito meu manifesto de que nós, nordestinos, somos um povo resiliente, mais do que sonoridades guiadas pelos acordes da sanfona, mais que adversidades de um solo árido ou do fardo de um gibão de couro. Nessa perspectiva, tornam-se necessárias novas representações sobre quem somos e novos discursos sobre nós mesmos enquanto nordestinos que pensam, realizam e produzem cinema. Queremos reforçar estereótipos ou criar novas leituras sobre quem somos em frente e por trás das câmeras? Assim, faz sentido a reflexão sugerida por Vieira (2011): Não é mais tempo de choramingar, de implorar, de colocar-se no lugar de desvalid@s e sem futuro. As experiências vivenciadas até aquele momento na região demonstram que é possível outras leituras, outras estratégias, outras práticas, outros sons sobre/para o Nordeste (VIEIRA, 2011, p 206). Assim, com a narrativa, o argumento e a profundidade de personagens bem definidos podemos partir para o campo audiovisual e suas inúmeras possibilidades. Como transpor para a tela esse sentimento e essa crença? Quais recursos utilizar? Por onde seguir? O que estamos documentando, de fato? Podemos concordar que gravar um documentário é propor um recorte da realidade, que o olhar do diretor guiará o espectador para a inclinação que este propõe para seu conto e, assim criamos uma outra verdade. Para Nichols (2005) os documentários tornam palpáveis características de um mundo que já consideramos familiar e que nos circunda, propondo novas visões deste mundo para a defesa de novas verdades, se assim quisermos. Nesses termos, o cineasta lida com subjetividades e tem o direito – e por que não o dever?- de, a partir do real, brincar com as possibilidades do mundo cinematográfico, imprimir emoções, usar metáforas, fazer uso de sons e imagens que façam o espectador viajar na história contada, se sentir próximo daquelas pessoas comuns, como se estivesse ocorrendo uma conversa entre o personagem, o diretor e a câmera que, muitas vezes, tem por função ser os olhos daqueles que assistem à história. O cinema permite a ação de inventar respeitando a veracidade e a dignidade de um relato real. Não há regras inflexíveis aqui, tudo é possível na construção de um enredo documental. Dessa maneira, a experimentação é bem vinda e foi considerada essencial para a construção de Caminhos. Na cena do ônibus, por exemplo, onde a câmera está trêmula, o relato sem o relator ser apresentado, a falta de foco e uma estética mais underground , tudo foi pensado para, propositalmente, criar contraste entre as imagens contemplativas e tradicionais já realizadas. Ainda nessa perspectiva, Carrière (2014) diz que houve um tempo em que os cineastas questionavam se a linguagem do cinema ainda estaria viva ou não. Entendendo que Linguagem Viva é aquela onde há espaço para erros e Linguagem Perfeita a que não se modifica e, portanto está morta, o autor conclui que nenhuma regra cinematográfica sobrevive há mais de uma década. Tudo está em constante desmontagem e reagrupamento. Indicando, assim, que é possível inventar e se sentir livre para criar com a câmera na mão. Por isso, Nichols (2010) ressalta: Os documentários não adotam um conjunto fixo de técnicas, não tratam de apenas um conjunto de questões, não apresentam apenas um conjunto de formas ou estilos. Nem todos os documentários exibem um conjunto único de características comuns. A prática do documentário é uma arena onde as coisas mudam (NICHOLS, 2010, p 48). Partindo para os elementos essenciais que originam a construção de um documentário, posso afirmar que Caminhos bebe na fonte da literatura cinematográfica e usa a metáfora como fio condutor da história. Os aprendizados de Anderson, seu crescimento e as lições surgem em forma de metáforas usando a estrada como ponto de partida e ancoragem, assim como também sua personificação como exemplo de prosopopeia. A literatura e o cinema nunca andaram separados, aliás as artes, para Souriau (1982), são esferas completas e singulares, estabelecendo conexões e modos de coexistir no mesmo espaço. A dança, a literatura ou a pintura sendo essencialmente inteiras e únicas não deixam de convergir em algum momento para notabilizar uma correspondência entre si. Carrière (2014), privilegiado por conhecer o cinema, diferente de Souriau, retoma esse pensamento e também descreve a ligação e afluência entre as artes: Tornar visível o invisível: seria esta a verdadeira função de todas as linguagens? O cinema jamais caminhou sozinho. Ninguém, por mais que esteja absorto na solidão, mesmo convencido de que está só, jamais se desloca sem companhia. Intencionalmente ou não, o cinema coexistiu, às vezes do modo mais ávido com todas as outras formas (CARIÉRE, 2014, p 31). Desse modo, é plausível construirmos um produto audiovisual heterogêneo, inspirado no trânsito literário, codificando esses elementos de maneira subjetiva para às telas, renovando as linguagens e discutindo a temática através do roteiro e das vozes ativas dos personagens retratados.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
As atividades referentes ao Caminhos começaram em julho quando a TV Globo, o Canal Futura e a Associação Brasileira de Tv's Universitárias (ABTU) lançaram o edital nacional "Curtas Universitários". Oferecendo o financiamento de R$ 7.500, oficina de capacitação de dois dias nas dependências da Globo Rio e acompanhamento de produção pelo Canal Futura, o edital buscava 20 projetos de documentários propostos por estudantes em fase de conclusão de curso. O edital estava hospedado na plataforma online Prosas e exigia a descrição dos seguintes itens: Storyline, sinopse, motivação, objetivo, descrição do personagem, referências documentais, portfólio do universitário, descrição de estrutura física para a produção, carta de recomendação e currículo Lattes do professor orientador. Todas as ideias submetidas foram avaliadas por uma banca examinadora e no dia 17 de agosto de 2017 o resultado dos 20 escolhidos foi divulgado no site do Futura , estando o Caminhos entre eles. Após o termino da oficina, em setembro, já de volta à Paraíba, finalizei a estrutura do roteiro, que, antes do início das filmagens, precisava ser aprovado pelo Canal Futura. Transcorridas algumas semanas, o roteiro foi aprovado e minha produção estava encaminhada: montei equipe, viabilizei os equipamentos necessários e tive alguns encontros com o personagem principal e sua família, a fim de gerar mais intimidade e menos estranhamento quando chegasse com mais pessoas e a câmera na mão para as gravações. A equipe do Caminhos foi composta por 5 pessoas que se dividiram em 7 funções: roteiro, direção, assistência de direção, captação de imagens, produção, som direto e edição. O documentário prezou por uma narrativa contemplativa que buscou priorizar a escuta e a observação do que acontecia no dia a dia daquelas pessoas do que dar voz ao diretor e suas perspectivas. Caminhos desnuda uma realidade e apenas por meio dela diz muito sem, necessariamente, precisar falar. A edição busca trazer a ideia de "um dia completo", começando no amanhecer e finalizando ao entardecer. Respeitando os tempos do campo e mostrando a abrupta diferença entre os sons da cidade e da zona rural, por meio de transições e cortes que favorecem essa percepção.
 
CONSIDERAÇÕES
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