ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00929</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;A OLHO NU - UMA PROPOSTA DE PROGRAMA TELEVISIVO POTIGUAR PARA A PROPAGAÇÃO DE UMA CULTURA CIENTÍFICA LOCAL</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Vanessa Larissa Camilo Araujo (Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Ruy Alkmim Rocha Filho (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;programa televisivo, televisão potiguar, divulgação científica, cultura científica , Comunicação </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Olho Nu é um programa televisivo norte-rio-grandense que nasce com a missão de promover e propagar uma cultura científica na região. A mola propulsora para a criação deste programa se deu a partir da percepção de carências relacionadas à existência de espaços exclusivos para divulgação científica na programação das mais antigas emissoras de TV do RN. A idealização deste produto visa preencher essa e outras lacunas, diagnosticadas no decorrer do trabalho, além de estreitar o elo entre a ciência e o público não especializado. Trata-se de um programa de TV informativo e educativo, de gênero revista e formato híbrido, que tem como objetivo tornar a ciência visível à olho nu, por meio de uma edição atrativa e servindo de vitrine para pesquisas e pesquisadores atuantes no estado. Esse projeto está embasado em estudos de autores como Bueno (2009), Oliveira (2005), Souza (2004) e Vogt (2006).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Grande parte dos investimentos em Ciência e Tecnologia (C&T) e, consequentemente, em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no Brasil são provenientes do setor público, logo, tem como fonte a própria sociedade "para quem deve retornar os benefícios resultantes de tais investimentos" (OLIVEIRA, 2005, p. 13). Mas como sensibilizar a sociedade para a importância da pauta científica se o termo "ciência" afasta grande parte das pessoas? O dever da prestação de contas por parte da comunidade científica encontra o suporte adequado nos meios de comunicação de massa, uma vez que eles "são a principal fonte de informação sobre C&T disponível ao grande público." (OLIVEIRA, 2005, p. 14). Dentre os meios de comunicação de massa existentes, a TV se destaca quando o assunto é hábito de consumo de mídia pela população brasileira. A necessidade de prestação de contas através dos meios de comunicação de massa, em especial pela TV, é evidente, mas como está o panorama da divulgação científica na televisão brasileira? Quantos programas televisivos, produzidos no RN, por exemplo, tratam exclusivamente sobre divulgação científica? Todos estes questionamentos vieram à tona durante a aplicação de um questionário, em 2017, para elaboração do artigo "Saber Ciência: um espaço para divulgação científica da UFRN", apresentado durante o XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste. Analisando os resultados obtidos com a aplicação do questionário concluímos que a sociedade norte-rio-grandense, a comunidade científica do estado e a televisão potiguar se encontram carentes de uma produção voltada exclusivamente para a divulgação científica da região. A Olho Nu nasce, portanto, com o compromisso de estreitar a relação entre a sociedade potiguar e o universo científico, apresentando ao telespectador pesquisas e pesquisadores da região. Tornar a ciência produzida em nosso estado visível à olho nu é nossa pretensão ao criar este produto televisivo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Trata-se de um programa televisivo informativo e educativo, do gênero revista, com formato híbrido, que vem a preencher parcialmente, as lacunas identificadas quanto a divulgação do conhecimento científico produzido no Rio Grande do Norte e que, paralelo a isso, serve de vitrine para os pesquisadores que atuam no estado. A Olho Nu surge tem como compromisso estreitar a relação entre a sociedade potiguar e o universo científico, apresentando ao telespectador pesquisas e pesquisadores da região. Tornar a ciência produzida em nosso estado visível à olho nu é nossa pretensão ao criar este produto televisivo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Alguns autores defendem que divulgação científica teve seu início na Europa, durante o século XV, junto a invenção da imprensa por Johann Gutenberg. Foi a partir desta época que a ciência deixou de ser "privilégio de cientistas e pesquisadores presos no laboratório" e passou a se aproximar da realidade social (OLIVEIRA, 2005, p. 17). Já no Brasil, os primeiros passos rumo à divulgação da ciência vieram mais tarde, com a chegada da corte portuguesa em 1808, quando a impressão de livros e jornais deixou de ser proibida. Foi neste cenário que nasceu primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense. A divulgação científica no Brasil coincide, desta forma, com a história da imprensa brasileira. "Hipólito da Costa produziu notícias e relatos, especialmente, versando sobre as maravilhas da botânica, da agricultura e sobre as doenças que grassavam ao seu tempo" (BUENO, 2009, p. 115). No século XX a divulgação científica atingiu a maturidade e ganhou ares mais críticos. Foi apenas nos anos 70, na França, que um movimento resolveu questionar o modelo tradicional de divulgação científica. O movimento da ação cultural científica defendia que a forma como a divulgação da ciência era feita estava direcionada apenas ao público culto. Tendo isto em vista, pretendemos, ao criar um programa televisivo, gerar e impulsionar uma cultura científica na população local, assim como defendido Vogt (2003) e pelo movimento da ação cultural científica. Nesse processo, Oliveira (2005, p. 40) nos alerta para fatores que podem dificultar essa busca rumo ao estreitamento entre sociedade-ciência. Uma delas se refere "a forte influência de fontes originárias dos países desenvolvidos no cenário nacional". A constante presença destas fontes nos materiais jornalísticos resulta na criação de uma ideia equivocada de que só se produz ciência de qualidade, ao ponto de ocupar o espaço e o tempo dos jornais, fora do país. Para Bueno (2009) esta relação com fontes externas também surge como um desafio e deve ser encarada com desconfiança. Bueno (2007) também defende que a divulgação científica seja mais presente nos meios de comunicação, em especial nas emissoras de rádio e TV, por se tratarem de concessões públicas. "em sua maioria [as emissoras de rádio e TV], atendem apenas a interesses pessoais ou comerciais, especialmente a ambições de parlamentares (deputados, senadores, governadores) que não têm qualquer compromisso com os cidadãos." (BUENO, 2007) Levando em consideração que para operar um canal de TV no Brasil se faz necessário uma concessão do Estado, torna-se ainda mais importante que a divulgação das produções científicas brasileiras se dê especialmente por este meio de comunicação de massa. Entendemos também que a TV possui um alto poder de alcance ao público não especializado, quando comparada aos suportes tradicionais que veiculam as produções científicas, como as revistas. Além disso, a televisão também cumpre um papel inclusivo em relação a outros meios de comunicação como revistas e jornais impressos, afinal "Para as pessoas mais pobres e menos instruídas, gente do interior ou das capitais que não sabe ler nem escrever, mas sabe ligar um aparelho de TV, essa poderosa máquina representa o personagem mais importante da casa e da família" (LIMA, 2007, p. 21). Sendo assim, a TV se apresenta como um veículo com características essenciais para o estreitamento da relação entre o conteúdo científico e a sociedade, defendido pelo movimento da ação cultural científica e por autores como Vogt (2006). Não se pode deixar de ressaltar que o sucesso de um programa de TV vem do formato, e que "O formato de um programa pode apresentar-se de maneira combinada, a fim de reunir elementos de vários gêneros e assim possibilitar o surgimento de outros programas" (SOUZA, 2004, p. 46). A partir deste entendimento, e ainda à luz de Souza (2004), trabalhamos na construção de um programa informativo e educativo, de gênero revista, com formato híbrido.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Definido o objetivo do programa e a justificativa para a sua criação, elencamos à luz dos estudos de Souza (2004), qual a categoria, o gênero e o formato que mais se adequavam a nossa proposta. Das cinco categorias listadas pelo autor (entretenimento, informação, educação, publicidade e outros), entendemos que a categoria outros, por permitir a aproximação com mais de uma categoria, seria a ideal para o nosso programa que possui características tanto da categoria informação quanto da educação e até mesmo entretenimento, uma vez que um programa "deve sempre entreter e pode também informar. Pode ser informativo, mas deve também ser de entretenimento." (SOUZA, 2004). Quanto ao gênero, devido ao nosso objetivo de produzir um programa de ciência que fosse atrativo, optamos por trabalhar com a revista. Com este gênero teríamos liberdade para produzir um programa com formatos diferentes e combinados. Portanto, cumpriríamos com o nosso objetivo de desenvolver um produto mais atrativo do que um telejornal, por exemplo, sem perder o caráter informativo (típico do formato de telejornalismo e prioridade do nosso trabalho). A escolha pelo gênero revista leva-nos diretamente ao formato híbrido posto que, "Nos programas do gênero revista pode haver vários formatos: telejornalismo, quadros humorísticos, musicais, reportagens, enfim, assuntos diversos como os enfocados por revistas impressas. A formatação do gênero revista é muito parecida com as dos programas de jornalismo e variedades, tendo como diferencial a postura mais comprometida com a categoria informativa do que com a de entretenimento" (SOUZA, 2004, p. 130) Passada a fase da definição estrutural do produto um plano de trabalho foi montado a fim de estabelecer prazos para conclusão das várias etapas que fazem parte do processo de criação de um programa televisivo. As pesquisas bibliográficas e documentais foram realizadas antes e durante todo o processo de criação do programa. Paralelo a isto, também optamos por assistir alguns programas televisivos, científicos e não científicos, em busca de um modelo que pudesse inspirar a nossa edição na fase de montagem. As pautas do programa foram levantadas e estudadas desde o mês de finalização do artigo que impulsionou este projeto, portanto, a partir de maio de 2017. Os agendamentos e as gravações que também tiveram início neste período e se estenderam até o mês de novembro. Já os roteiros das matérias e do programa, sob responsabilidade da autora deste projeto, foram escritos nos meses de outubro e novembro, a cada término de captação. As gravações das matérias, da abertura do programa e da entrevista contaram com suporte técnico das equipes da TV Universitária do RN e, por este motivo, precisaram ser agendadas conforme a disponibilidade dos servidores. Encontramos na TVU-RN o que Gil (2002) caracteriza como sendo uma "oportunidade de pesquisa". Tive na TV Universitária, emissora na qual fui bolsista por dois anos, um suporte técnico, humano e estrutural para a realização plena deste projeto. "Há entidades que oferecem financiamento para pesquisas em determinada área. Outras, embora não proporcionando os meios financeiros, oferecem certas condições materiais para o desenvolvimento de pesquisas. Essas condições podem ser o acesso a determinada população, o uso de documentos, ou a utilização de instrumental para coleta e análise dos dados" (GIL, 2002, P. 35-36) A edição das matérias, a montagem e a finalização do programa, apesar de contar com suporte estrutural da TV, foram realizadas de maneira independente, assim como também foram independentes as gravações e a montagem da vinheta.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Organizamos o nosso processo de criação em três etapas: pré produção. produção e pós produção. Cathrine Kellison (2007) traz em seu livro  Produção e Direção para TV e Vídeo: Uma abordagem prática uma lista de fontes para inspirar produtores e diretores de televisão no tópico  Ideias para programas de TV estão em todos os lugares . Compreendida a mensagem, buscamos inspiração em rodas de conversa, na natureza, nos laboratórios e fora deles, e até mesmo em outros programas televisivos. Optamos por assistir as seguintes produções: 1) Como será? -> Optamos por assistir o programa atraídos pela proposta de linguagem mais acessível. Entretanto, verificamos que a linguagem, apesar de atrativa, não se adequa a proposta do nosso programa. 2) Por Dentro do Campus -> O programa possui um cenário  móvel , na medida em que cada programa é gravado em um setor diferente da Universidade. Este aspecto nos inspirou a pensar em nosso programa também fora dos tradicionais estúdios de TV. 3) Autoesporte -> Buscamos inspiração neste programa ao perceber que mesmo possuindo uma editoria bastante restrita, o programa se mostra interessante. Entendemos que parte do destaque se dá pelo roteiro e por meio da edição com muitos efeitos visuais e sonoros.4) Cidades e Soluções -> Este programa serviu de inspiração para a roteirização das nossas matérias, quanto a linguagem de fácil compreensão, mesmo se tratando de temas que, por vezes, se mostram muito restritos e complexos. Todas as produções assistidas serviram como bons exemplos para o programa, mas ainda precisávamos buscar inspiração para nomear o nosso produto. Durante a leitura do livro  Cultura Científica: Desafios , de Carlos Vogt, vi na definição do autor sobre o movimento da ação cultural científica um ponto de vista que foi essencial na seleção do que não gostaria de ter como nome do programa: "excluindo-se os cientistas e os convencidos, a palavra  ciência assusta a esmagadora maioria dos cidadãos, não apenas porque faz lembrar o doutor Mabuse e outros Frankensteins, mas também porque traz à memória fracassos escolares por incapacidade de compreensão ou de manipulação de conceitos. Com demasiada frequência, o ensino das ciências funciona como um fator de seleção dos  bons e de exclusão dos  maus . (VOGT, 2006, p. 21) A partir da leitura ficou definido que não usaria a palavra  ciência para batizar o programa, uma vez que a utilização deste termo poderia afastar ou até mesmo causar repulsa por parte do telespectador. Recorri aos amigos e familiares para o processo de  chuva de ideias . Como o objetivo principal do programa era fazer com que a sociedade potiguar pudesse ter acesso às pesquisas e aos pesquisadores locais, optamos por nomear este produto de A Olho Nu, por entendermos que a ciência deve estar disponível para que a população veja tanto seus resultados quanto os seus processos à olho nu, isto é, sem a necessidade de instrumentos ou aparelhos. No sentido conotativo da expressão, buscamos associar estes instrumentos e aparelhos à ideia de conhecimento científico prévio. Desta forma, o programa A Olho Nu buscar estreitar a relação entre a sociedade e as produções científicas sem, para isto, exigir do telespectador uma bagagem científica avançada para que entenda o que está sendo veiculado. Com o nome escolhido conseguimos criar a identidade visual do programa, bem como roteirizá-lo. Em termos de organização do conteúdo, o programa buscou incluir matérias que contemplassem as mais variadas áreas do saber científico. Optamos por distribuir as matérias em três blocos de conhecimento, seguindo a mesma linha de raciocínio dos colégios da Capes para fins de avaliação. Desta forma, A Olho Nu foi pensado de maneira que a cada edição o programa produza e exiba ao menos uma matéria de cada bloco de conhecimento, divididos em: Ciências da Vida, Ciências Exatas e Humanidades. Na etapa de produção do programa seguimos com as marcações de entrevistas e gravação das matérias. Tivemos que adequar o cronograma aos horários e disponibilidades das equipes da TV Universitária do RN. Uma parte do material gravado foi utilizada pela TVU nas produções da casa. A outra parte foi utilizada na construção de matérias para este projeto. Devido a essa necessidade de alinhamento com as equipes da TVU não conseguimos captar todo o material planejado. Ficaram de fora algumas captações, mas nada que afetasse a produção do programa como um todo. Como já detalhado, nosso objetivo era ter, no mínimo, 03 matérias diferentes, uma de cada área de conhecimento. O planejamento nos levou a alcançar os resultados desejados. Para além das matérias, uma experiência levou-me a pensar em acrescentar mais uma produção ao programa. Participei, como ouvinte, de uma mesa redonda em celebração ao  Dia C da Ciência . A situação despertou-me o interesse em incluir no programa um espaço para entrevista que pudesse explanar com mais precisão qual o lugar da ciência no dia-a-dia das pessoas e quais os impactos dos cortes na sociedade. Diante desta inspiração, convidamos o professor, neurocientista, diretor do Instituto do Cérebro da UFRN e representante da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Sidarta Ribeiro, para conversar sobre o cenário científico nacional e local. Entendemos que a entrevista na televisão, ao passo em que se diferencia da entrevista científica, pela natureza da informação, acaba por  facilitar o contato com o público e interessá-lo , como já defendido por Morin (1968, p. 126). Em paralelo às gravações das matérias e da entrevista, também fizemos as captações necessárias para elaboração da vinheta de abertura do programa. Todo esse processo foi mais desafiador do que a produção das pautas e dos roteiros para o programa. Algumas dúvidas inquietavam a equipe de direção de arte e havia a preocupação de que a vinheta não conseguisse representar plenamente a proposta e o compromisso do programa. Afinal, como representar a ciência sem cair na armadilha de reforçar estereótipos? Como mostrar visualmente que a ciência não se limita a tubos de ensaios e pesquisadores em laboratórios? Qual a estratégia para mostrar, com imagens, que as Ciências Humanas, Exatas e da Vida estão no dia-a-dia das pessoas? Como reunir o maior número possível de áreas de conhecimentos em apenas 10 segundos de vinheta? Buscamos no processo de montagem da vinheta intercalar elementos comuns, conhecidos por se fazerem presentes no dia-a-dia das pessoas, e elementos mais restritos e pouco conhecidos pelo público não especializado. Esse jogo visual e de significados tem como pretensão provocar no telespectador a sensação de que tudo que existe é ciência (fruto ou parte dela) e que a produção científica não é inalcançável como historicamente se fez acreditar. Com o material bruto em mãos, restava-nos dar sentido a tudo que foi captado para que a montagem, de fato, começasse a acontecer. O software utilizado para tanto para edição das matérias quanto para a montagem e finalização do programa foi o Final Cut Pro X. Todas as imagens foram gravadas em câmeras Sony PMW-EX3, Full HD, 1920x1080. À esta altura do projeto tivemos muita influência dos programas assistidos na etapa de pré-produção. Era objetivo nosso que as matérias tivessem uma edição mais cinematográfica, com vários efeitos visuais e sonoros, na tentativa de captar o telespectador. Desta forma, poderíamos cumprir com nossa missão de aproximar a sociedade, nesse contexto, o nosso telespectador, do universo científico. Para atrair e  prender o nosso público investimos na vinheta de abertura, e no texto inicial tanto do programa quanto das matérias, afinal,  a introdução atrai audiência, estabelece o assunto e o estilo do programa, o corpo do programa segura e aumenta o interesse do telespectador e o encerramento deve terminar como um senso de coisa completa para o público. (BONASIO, 2002, p.37).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Desde a primeira leitura sobre divulgação científica, ainda para o artigo do Intercom, em março, até a finalização do programa A Olho Nu, foram quase 09 meses. A Olho Nu foi gerado em um cenário de cortes orçamentários na Ciência e Tecnologia do Brasil. Tomou forma quando percebi que os pesquisadores ao responderam o questionário do meu artigo expressaram insatisfação com os espaços existentes para divulgação científica nos veículos de comunicação do Rio Grande do Norte, principalmente quando falava-se em emissoras de TV. Foi alimentado pela primeira vez dentro de casa, com a família e com os amigos, mas ainda não era percebido enquanto programa, até a primeira orientação com o professor Ruy Alkmim. Desde então, A Olho Nu foi crescendo com informações e ideias coletadas durante a revisão bibliográfica, com destaque para as leituras de Bueno (2009), Oliveira (2005), Souza (2004) e Vogt (2006);e enquanto assistia programas de TV como o Cidades e Soluções, Autoesporte, Como será? e o Por Dentro do Campus. Todos esses nutrientes fizeram o programa crescer, semana a semana, até a chegada hora do nascimento. A Olho Nu veio ao mundo com o compromisso de estreitar a relação entre a sociedade potiguar e o universo científico. Nasceu com o objetivo de ser um espaço que também sirva de vitrine para os pesquisadores atuantes no RN e, neste sentido, combater a concentração de fontes estrangeiras, tão criticada por Oliveira (2005) e Bueno (2009). Devido à abordagem escolhida para as matérias do programa, A Olho Nu cumpre com a função pedagógica e de democratização do conhecimento, tão necessária à televisão, sobretudo pelo fato de tratar-se de uma concessão pública. Por fim, o programa também cumpre o papel de incentivar o exercício da cidadania, uma vez que apenas em posse da informação e enxergando a presença da ciência no dia-a-dia é que o cidadão possui condições de lutar para que espaços como o programa A Olho Nu ocupem cada vez mais a grade das emissoras de TV. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ARAÚJO, V.L.C. e KNEIPP, V.A.P. (2017). Saber Ciência: um espaço para divulgação científica da UFRN. (On-line). INTERCOM NORDESTE. Disponível em: <http://www.portalintercom.org.br/anais/nordeste2017/resumos/R57-1474-1.pdf>. Acesso em: 28 abr. 2017<br><br>BUENO, WC. Jornalismo científico no Brasil: os desafios de uma trajetória. In PORTO, CM., org. Difusão e cultura científica: alguns recortes [online]. Salvador: EDUFBA, 2009. pp. 113- 125. Disponível em: < http://books.scielo.org/id/68/pdf/porto-9788523209124-06.pdf > Acesso em 28 de abr. de 2017<br><br>BUENO, WC. O que está faltando ao Jornalismo Científico Brasileiro. Revista Eletrônica Temática, jun. 2007. Disponível em: ,<http://www.insite.pro.br/2007/23.pdf><br><br>GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, Atlas, 6 ed. 2008. Disponível em: < https://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/gil-a-cmc3a9todos-e-tc3a9cnicas-de-pesquisa-social.pdf > Acesso em 01 abr 2017 Nilson <br><br>KELLINSON, Catherine. Produção e direção para TV e vídeo; uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. <br><br>LAGE, Nilson. Teoria e técnica do texto jornalístico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.<br><br>MORIN, Edgar. A entrevista nas ciências sociais, no Rádio e na Televisão. Cadernos de jornalismo e Comunicação, 11. Rio de Janeiro, 1968.<br><br>OLIVEIRA, Fabíola de. Jornalismo científico. São Paulo: Contexto, 2005<br><br>SOUZA, José Carlos Aronchi de. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo: Summus, 2004. <br><br>VOGT, Carlos (Org). Cultura científica: desafios. São Paulo: Edusp, 2006.<br><br>WOLTON, Dominique. Elogio do Grande Público. Uma Teoria Crítica da TV. São Paulo: Ática,1996.<br><br> </td></tr></table></body></html>