ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00967</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Revista Jaé</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Aline Laranjeira Alves (Universidade Federal da Bahia); Larissa Costa dos Anjos Araújo (Universidade Federal da Bahia); Carla de Araújo Risso (Universidade Federal da Bahia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;cultura, arte, visibilidade, comunidade, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Revista Jaé é um projeto elaborado na disciplina de Planejamento Gráfico (COM 346), visando à criação de um produto jornalístico para a Agência Experimental em Comunicação e Cultura da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. A Agência Experimental, desde 2007, realiza tarefas contemplando as comunidades de Salvador. Portanto, a fim de ressaltar os espaços por onde a AECC tem percorrido, o produto busca evidenciar trabalhos e atividades artístico-culturais fora do circuito tradicional da capital baiana, em especial as regiões periféricas. A partir disso, acredita-se que conhecer e reconhecer as produções das comunidades soteropolitanas fomenta a visibilidade e a autoestima dos indivíduos envolvidos nestes projetos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo dados do IBGE de 2015, Salvador conta com a segunda maior população do país morando nas periferias, considerando que diversos trabalhos realizados nesses locais não têm destaque na mídia tradicional. Em vista disso, a revista foi pensada para abranger estes espaços, focando principalmente no discurso emancipador dos grupos e indivíduos que movimentam o cenário cultural das comunidades. A Jaé pertence ao campo das revistas customizadas, desenvolvida para atender a demanda de um público específico, adotando o jornalismo cultural. Como apontou Marília Scalzo (Jornalismo de Revista, 2004), a segmentação das revistas faz parte da própria essência do veículo, sendo por isso o fato de que as revistas têm maior intimidade com seus leitores do que outros produtos, como jornais: "Entre as revistas, ao contrário, a segmentação por assunto e tipo de público faz parte da própria essência do veículo. [...] No jornal, fala-se para um grande teatro, mas ainda não se consegue distinguir quem é quem na plateia; já em uma revista semanal de informação, o teatro é menor, o público é selecionado, você tem uma ideia melhor do grupo, ainda que não consiga identificar um por um. É na revista segmentada, geralmente mensal, que de fato se conhece cada leitor, sabe-se exatamente com quem se está falando". (SCALZO, 2004, p.14-15) No âmbito da cultura, Daniel Piza, em seu livro Jornalismo Cultural, salienta que: "O jornalismo, que faz parte dessa história de ampliação do acesso a produtos culturais, desprovidos de utilidade prática imediata, precisa saber observar esse mercado sem preconceitos ideológicos, sem parcialidades políticas". (PIZA, 2011, p.45) Em sua primeira edição, a Jaé adotou como tema a busca pela visibilidade social, enquadrando-se como um veículo cultural. Tendo em mente a popularização das mídias digitais, escolhemos aliar o tema à plataforma digital Issuu, o que permite maior facilidade de difusão e acesso da revista ao público para o qual ela foi formulada. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Revista Jaé tem como objetivo geral extrapolar os muros da universidade. Seu conteúdo voltado para o público periférico de Salvador contempla pontos que perpassam desde mulher e tecnologia até as concepções do termo apropriação cultural. Explorando gêneros jornalísticos diversos, a revista propõe uma linguagem dinâmica e acessível, trazendo uma aparência conceitual e atual. O produto se propõe a contemplar o público jovem residente nas periferias da cidade, a fim de que se sintam representados por um meio de comunicação. A Jaé também teve como finalidade ser um projeto experimental de jornalismo, pensado desde a criação e apuração das pautas até as etapas finais da diagramação. Como modelo experimental, procuramos trazer novas narrativas para as histórias a serem contadas, destacando o protagonismo da periferia, em sua maioria negra e pobre, na luta por espaço social. Além disso, pretendemos compreender os movimentos sociais que têm ganhado força nos últimos anos, valendo-se do potencial de agregação das mídias. A Jaé foi elaborada para também mostrar como esses movimentos contribuíram para o avanço das políticas públicas para a melhoria das comunidades e também para que os indivíduos dessas comunidades possam discutir sua individualidade e seu papel enquanto cidadãos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A escolha do tema "luta pela visibilidade social" surgiu a partir do interesse em registrar e entender as novas dinâmicas sócio-culturais da cidade de Salvador, compreendendo, em especial, os espaços periféricos. Ao enfatizar a realização de produtos comunicacionais como meio de levar ao público as demandas dos movimentos sociais destes lugares, a Jaé retrata questões de diferença e identidade sociais, os quais o antropólogo argentino Néstor Canclini salienta: "Existe uma problemática da desigualdade que se manifesta, sobretudo, como desigualdade socioeconômica. E existe uma problemática da diferença, visível principalmente nas práticas culturais.[...] No entanto, na medida em que a desigualdade socioeconômica se lhes afigura imutável, alguns movimentos étnicos tendem a concentrar-se nas diferenças culturais ou até mesmo genéticas. Desse modo, as diferenças culturais perdem suas dimensões sócio-históricas, deixam de ser vistas como características formadas em etapas nas quais a desigualdade operou de maneira distintas e, portanto, suscetíveis de mudar em processos futuros". (CANCLINI, 2004, p.57) Baseado nesta concepção, buscamos atores sociais que ao manifestarem sua cultura, utilizem-na como ponto de partida para repensar seu contexto no corpo social. Assim, a revista traz reportagens acerca da busca pelas raízes ancestrais - no caso, a reportagem "Resistência Afro", que narra o evento do Cortejo Afro, bloco do carnaval soteropolitanos, e a reportagem "Fale em Alto e Bom Som", que traz os relatos da ONG Cipó e do Coletivo Afrobapho, ambas organizações que buscam a participação cidadã e o reconhecimento social de grupos minoritários. Como bem destacou Michael Schudson (SCHUDSON, 2007, p. 4), também está entre as funções do jornalismo gerar empatia social, falar para as pessoas sobre outros na sociedade e no mundo para que estes possam entender os pontos de vista e a vidas de outras pessoas, especialmente aqueles em situação desigual. Desta forma, a Jaé adquire relevância pela pluralidade que traz, tanto em seus personagens quanto nas formas de retratá-los, partindo sempre do objetivo de publicar novas narrativas sobre as periferias de Salvador. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a realização da Revista Jaé, pensou-se, primeiramente, qual o público-alvo do produto. A abordagem em temas que relatam as conquistas de minorias residentes nas periferias de Salvador foi nosso enfoque principal. Por isso, a linguagem também foi levada em consideração. A Revista é direcionada para um público jovem das comunidades, logo preferimos adequar os textos para uma escrita acessível, sem rebuscamentos. O desenvolvimento da diagramação deu-se através do programa Adobe InDesign. A temática já havia sido pensada devido a demanda da Agência Experimental em Comunicação e Cultura, que trata sobre comunicação comunitária. A partir disso, desenvolvemos nosso rascunho baseado nas intenções da Agência. As fotografias da revista vieram de acervos pessoais, porém tiramos fotos e tratamos com algumas edições pontuais no Adobe Photoshop. As cores quentes, utilizadas tanto na produção fotográfica quanto no design do produto, reforçam a ideia de que seus elementos visam a atrair a curiosidade daquele que abre a revista. As páginas verdes, por exemplo, foram inspiradas nas páginas amarelas da revista Veja, que trazem a modalidade entrevista. A cor verde foi pensada devido à cor da Agência Experimental. Pensar as páginas de uma cor distinta das outras para abrir uma entrevista foi uma estratégia proposital, assim como a Veja, para prender o leitor. Outra característica desta editoria é a apresentação dos entrevistados em fotos intercaladas na primeira página. As próximas folhas contêm apenas o conteúdo retratado durante a entrevista. Por fim, a publicação da revista foi feita em formato digital, através da plataforma Issuu. A disponibilização online permite que qualquer pessoa com acesso à internet consiga abri-la e realizar a leitura. Segundo André Lemos, a internet, desde seus primórdios, configura-se como lugar de conexão e compartilhamento. Assim, produtos livres e disponíveis na internet permitem uma maior democratização do acesso à informação, sendo este um dos intuitos da Jaé.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">5.1. Público-alvo Faz-se necessário, antes de tudo, explicar o nome da publicação. "Já é" é uma gíria popular entre os jovens e no funk, com o mesmo sentido de "sim" e "para já!", adaptada como uma sigla, a fim de ressaltar o engajamento dos atores apresentados na revista. Além do que foi mencionado antes, sobre a Jaé ser voltada à população periférica, também fixamos a idade do público-alvo entre 16-29 anos, tendo em vista que a mesma faixa etária participa dos projetos e trabalhos expostos nesta primeira edição. 5.2. Projeto editorial A revista aborda o segmento cultural de forma mais diversa, partindo tanto de discussões sobre cultura, quanto dos eventos e dos atores envolvidos neles. Assim, dividimos a Jaé nas editorias Raiz, Capa, Perfil e Páginas Verdes. A editoria Raiz trata do circuito de eventos culturais das comunidades de Salvador. A Capa é a reportagem principal, abordando inovações nas produções culturais voltadas para públicos minoritários. O Perfil traz personagens minoritários que são destaque em suas áreas de estudo. As Páginas Verdes trazem o olhar de especialistas sobre assuntos que estão em pauta nos fóruns públicos, tendo em vista o recorte cultural do veículo. 5.3. Projeto gráfico e formato A Jaé tem periodicidade trimestral, definida de acordo com as demandas da Agência Experimental e com o surgimento de pautas que se enquadrem com o projeto editorial da revista. Optamos pelo modelo digital tendo em vista a facilidade de acesso à revista que esse formato permite, além da maior possibilidade de difusão entre os leitores. O modelo digital é também mais econômico e sustentável. A revista possui 24 páginas e dimensões de 209 mm X 296 mm. As definições para o formato foram tomadas sob a orientação da professora da disciplina de Planejamento Gráfico, Carla Risso, para permitir que a Jaé se ajustasse ao formato proposto sem prejudicar a leitura. O texto foi diagramado em três colunas, de forma a manter um visual mais moderno e clean. Na editoria Perfil, as colunas foram divididas com linhas. O objetivo era criar um modelo experimental de diagramação que poderá ser mantido nas próximas publicações e tornar-se marca desta editoria. Na editoria Capa, adicionamos uma cor diferente para cada intertítulo, a fim de manter a identidade estética da revista. Por fim, temos a editoria Páginas Verdes, inspirada pelas famosas Páginas Amarelas da revista semanal "Veja" e pensada para destacar o caráter diferenciado desta editoria, que traz a análise da própria cultura, não de seus produtos. A foto da capa foi tirada na sede da ONG Cipó, que figura a reportagem principal. Nela, vemos de um lado a comunidade e de outro a parede que a encobre, escolhida por ser imageticamente representativa do tema "visibilidade social". Na parte superior encontra-se o logotipo da revista.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A revista Jaé é um produto direcionado ao público jovem e periférico de Salvador, dialogando com diversas minorias sociais. O objetivo era criar uma publicação cultural diferente dos veículos tradicionais deste mesmo segmento, através do retrato de eventos e produções culturais de Salvador, os quais poderiam cair na espiral do silêncio da grande mídia. Para atingir este objetivo, foi necessário a busca não apenas dos talentos comunitários, mas também de novas formas de narrar essas histórias e iniciativas. Assim, a produção da Jaé instituiu-se como uma experiência prática do fazer jornalístico e um exercício de sensibilidade, que compreendemos como necessário ao longo de todo o processo comunicacional.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CANCLINI, Nestor García. Diferentes, desiguais e desconectados: mapas da interculturalidade. UFRJ, Rio de Janeiro, 2005. <br><br>LEMOS, A. Cibercultura como território recombinante. In: MARTINS, C. D. et al. (Org.) Territórios recombinantes: arte e tecnologia  debates e laboratórios. São Paulo: Instituto Sérgio Motta, 2007.<br><br>PIZA, D. Jornalismo Cultural. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2004. <br><br> SCALZO, M. Jornalismo de revista. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2011.<br><br>SCHUDSON, M. News and Democracy Society: Past, Present and Future. The Hedgehog Review, Virginia, v. 10, n. 2, verão 2008.<br><br> </td></tr></table></body></html>