ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01044</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Dossiê Trabalho</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Yasmin Araújo Martins (Universidade Federal do ceará); Alexandre Mota Lacerda (Universidade Federal do ceará); Raiane Cunha Ribeiro (Universidade Federal do ceará); Francisco Enilton da Silva Junior (Universidade Federal do ceará); Leonardo Igor de Sousa Barbosa (Universidade Federal do ceará); Gabrielle Albuquerque Zaranza (Universidade Federal do ceará); Rafael Rodrigues da Costa (Universidade Federal do ceará)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Jornalismo, Mercado de trabalho, Reforma, Previdência, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Esse trabalho expõe o processo de elaboração e realização do programa telejornalístico  Conexões Dossiê Trabalho realizado por alunos do curso de jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC). O dossiê se aprofunda em alguns aspectos das mudanças da legislação trabalhista e da previdência instituídas no Brasil em 2017. Através de duas reportagens e um Mini-doc produzido na cidade de Russas, à 187 kms de Fortaleza, o programa se propõe a trazer de forma didática o âmbito do trabalho, com pluralidade de fontes, problemáticas do ambiente rural e urbano do Ceará com o maior número de técnicas e formatos. Esse projeto promete observar algumas escolhas narrativas e estéticas do produto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A revista eletrônica  Conexões Dossiê Trabalho surgiu com a vontade de alunos do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará de produzir um produto audiovisual com a proposta de abordagem em profundidade. Para estender esse projeto com apoio do aparato prático de estudantes membros do Gruppe (Grupo de Práticas e Estudos em jornalismo Audiovisual), foi desenvolvida uma parceria durante a disciplina de Jornalismo na Internet, orientada pelo professor Rafael Rodrigues, com o projeto extensionista. Assim, o gênero interpretativo foi escolhido para abordar algum aspecto da sociedade em voga que precisava ser destrinchado com coerência. Esse gênero tem em sua essência o papel educativo, esclarecedor. Papel disposto para amparar a  necessidade social que o jornalismo deve suprir (BELTRÃO, 2006). O Dossiê se enquadra dentro do gênero interpretativo na definição de Marques de Melo explorada por Lailton Alves Costa (2010), em que considera-se o dossiê como um mosaico destinado a facilitar a compreensão dos fatos noticiosos. A união de dados sob a forma de  boxes , ilustrados com gráficos, mapas ou tabelas. Elementos atribuídos para complementar as narrativas principais de um assunto. Prezando por todas essas características o tema trabalho foi escolhido pelas recentes problemáticas ocorridas no Brasil. O sentido ético do jornalista, que tem no seu papel o cargo de vigilância social, vive na mídia tradicional com limitantes que perpassam barreiras operacionais de empresas (KARAN, 1997). Assim, no ambiente da extensão universitária, é saudável que surjam novas abordagens, linguagens, fontes e interpretações. A escolha então foi mesclar matérias do telejornalismo com um pequeno documentário, gênero que tem em sua natureza a característica interpretativa. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O  Conexões Dossiê Trabalho tem o objetivo de explicar, de forma didática, como a Reforma Trabalhista e a mudança na previdência, na época da produção, recém sancionadas, afetariam a vida da população. Tem como finalidade esmiuçar as principais mudanças no que tange ao maior número de trabalhadores. Assim, o produto deu espaço para especialistas interpretarem os contrastes entre as situações anteriores e posteriores (traçando perspectivas futuras) às mudanças das leis. Diante da dificuldade de explicação do tema, que exige comparação de números de desemprego e mudanças na legislação, por exemplo, viu-se a necessidade de priorizar o entendimento do espectador. Sobre o aprendizado dos alunos, o propósito das atividades desempenhadas foi o desenvolvimento destes como profissionais com responsabilidade ética. Ademais, os responsáveis por cada parte do produto desempenharam o trabalho para alcançar um produto com qualidade técnica e de conteúdo. Para além desses pontos basilares, os alunos se comprometeram a abordar os assuntos de modo não tradicional, trabalhando com a representatividade de fontes do meio rural, geralmente pouco trabalhadas em redações concentradas em capitais urbanas. Assim, o propósito do produto é trazer à tona, de forma simplificada ao espectador, a efetiva vivência do trabalhador brasileiro, com estilos e padrões de vidas diferentes entre si, além das problemáticas que condizem com as mudanças em questão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No primeiro trimestre de 2017, a taxa de desemprego no Brasil chegou a 13,7%. A população idosa, na faixa etária acima de 60 anos, entra nos números brasileiros com 29,6 milhões de pessoas, cerca de 16% de crescimento em quatro anos. A crise econômica no país impulsiona a necessidade de novas alternativas de mercado. O trabalho informal, utilizado por muitos como fonte de renda, bem como subempregos, ganha novos adeptos. São durante momentos de transformação das características da sociedade que são desenvolvidas, segundo Sônia Maria Guimarães Laranjeira (2001)  iniciativas concretas no sentido de ajustar as políticas sociais à nova realidade considerando situações como a permanência do desemprego estrutural, a flexibilidade do trabalho e, em consequência, a maior mobilidade e menor compromisso ou laços das empresas com seus empregados, bem como diferentes arranjos de inserção no mercado de trabalho. Com as transformações no meio do trabalho muito em voga no período de elaboração do produto, o recorte adotado foi conduzido para as temáticas da terceirização e do desemprego, trabalho informal e mudanças na previdência rural. Vale ressaltar que a primeira temática citada foi responsável por gerar demasiada tensão e indignação por parte da população. O fenômeno ocorreu, porém, sem embasamento de muitos cidadãos que demonstravam descontentamento com a medida, já que esses não tinham acesso à informação transparente e didática. Todo cidadão é afetado pelo mercado de trabalho, seja diretamente ou indiretamente, como os dependentes, assim, o gancho das reformas trabalhistas traz ao Conexões Dossiê Trabalho mais um quesito de explicação didática ao espectador. Além disso, o foco central do programa foi debatido assiduamente entre a equipe envolvida, até que se chegasse a um resultado final. Incluindo tema, recorte, modo de produção, modo de execução, público-alvo e demais detalhes técnicos, como tempo de duração, formato do vídeo, definição de fontes e de cenários, entre outros. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A mediação do projeto apresenta-se através de dois âncoras. Estes têm o objetivo de introduzir o tema do trabalho, bem como as mudanças na legislação trabalhista realizadas em 2017, no âmbito brasileiro e na perspectiva da cidade de Fortaleza, cenário das duas reportagens. Os apresentadores dessa narrativa relacionam-se com o ambiente, uma serralheria no bairro Messejana da capital cearense. Embora os âncoras tenha seguido o  padrão muito visto em telejornais brasileiros, com a presença de um homem e uma mulher, estes foram escolhidos por vontade e disponibilidade de participação dos alunos do curso de jornalismo. A fala dos apresentadores foi direcionada para o espectador, utilizando o texto televisual com configuração Interpelativa. Considerando que era realizada uma conversa com o espectador, reconhecendo sua existência e referindo-se diretamente a este (FECHINE, 2001). Essa estratégia é utilizada para conduzir o espectador durante a narrativa e o ambiente, que embora se mantenha distante da real interatividade, pois não existem meios de resposta imediata do espectador, traz a possibilidade de esclarecimento do próprio processo de realização do projeto, como é feito durante a introdução do Mini-doc. É através da metalinguagem que é explicada, também, a importância do local ambientado. A escolha de uma serralheria foi a forma de acrescentar mais um elemento a narrativa que, do ponto de vista audiovisual, se enriquece de significado. O ambiente também se encaixa na proposta do jornalismo em profundidade, possibilitando a imersão do espectador. A estética foi pensada durante a realização do produto. Enquadramentos de câmera que se aproximam ao cinema são utilizados para mostrar a fábrica, com grande preocupação estética. Foram explorados planos abertos, primeiro plano, plano americano, plano detalhe, plano sequência e ainda o uso da câmera em movimento para deixar em evidência as minúcias da fábrica. As reportagens foram produzidas por equipes de três pessoas divididas entre produção, reportagem e edição. Cada equipe era responsável pelas escolhas feitas até a concepção do produto. Cada matéria possui uma escolha estética divergente com o objetivo de torná-las adequadas aos seus objetivos. Na reportagem  Terceirização o uso de cartelas é bastante presente na exemplificação de números e apresentação de dados. É notório que, com a presença de cartelas, o processo de entendimento é facilitado. A didática é o objetivo dessa especificidade na primeira reportagem. Já no produto referente ao trabalho informal, o uso de cartelas não é necessário, já que a abordagem do assunto é mais humana, sem tantos números que tirem a atenção da locução do repórter. Sendo assim, optou-se pelo uso da pluralidade de planos. Diante da abrangência do tema proposto para análise, permanecer apenas no ambiente urbano de uma cidade como Fortaleza (quinta maior capital do Brasil) limitava o acesso ao à fontes afetadas pela Reforma da previdência, instituída em 2017. Dessa forma, uma equipe de três alunas se deslocou até a cidade de Russas, à 187 kms de fortaleza, para conhecer a realidade de pessoas em condições de trabalho e acesso a previdência totalmente distintas do que é visto nas cidades. Estas produziram durante um final de semana o Mini-doc  Cooperativa , que teve esse formato para permitir um outro padrão estético do que é visto em um telejornal, além de explorar as diferentes imagens feitas em cooperativas e de trabalhadores rurais de Russas. Um documentário é construído ao longo do processo de sua produção. Mesmo existindo um roteiro, o formato final somente se define com as filmagens, a edição e a montagem. (MELO, 2002) Como o gênero documentário permite, foi substituída a tradicional passagem e os Off s do repórter, por cartelas que tinham o papel de repassar, principalmente, dados necessários sobre a reforma da previdência. Essa foi uma escolha pertinente à necessidade de deixar a imparcialidade ou suposta  neutralidade dos gêneros jornalísticos em segundo plano para realizar o documentário livre e sujeito a emoção. Essa subjetividade ficava por conta dos personagens, entre fontes especializadas e pessoas que vivenciam o trabalho rural como forma de renda. Foram nos últimos que se concentraram o uso de planos que permitiram o acompanhamento do dia a dia ruralista. Planos sequência, closes e planos detalhe foram os modos de trazer a humanidade do trabalhador rural e torná-los mais próximos do espectador. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O debate acerca da origem do produto  Conexões Dossiê Trabalho se deu a partir de várias etapas. A equipe, discutida e dividida em sala de aula, ficou responsável pela escolha do tema e da construção do produto. É importante frisar que os participantes da disciplina, de modo geral, podem opinar e trazer mudanças pertinentes com finalidade de lapidar o produto, tornando-o mais bem estruturado e com o recorte mais bem feito. Após a etapa de debate e escolha da temática, iniciou-se a etapa de produção. A equipe responsável por dar corpo ao projeto trabalha com as três vertentes principais que permeiam o jornalismo audiovisual: produção, reportagem e edição. Durante os quatro meses entre produção, apuração e edição o  Conexões Dossiê Trabalho foi discutido várias vezes durante a disciplina para que, havendo opiniões externas de estudantes que não eram da equipe responsável, o programa pudesse contar com apontamentos construtivos que pudessem enriquecer o conteúdo abordado. Por fim, uma última revisão foi feita o produto chegou à sua conclusão. Em suma, o produto contou com o conteúdo abordado em sala de aula para maior conhecimento, por parte dos estudantes, sobre a elaboração de conteúdos audiovisuais. Assim, como produto da disciplina, o programa reflete o resultado de discussões em sala de aula que atingem os basilares teóricos e práticos dos métodos jornalísticos em questão. Citadas as etapas de produção, é importante ressaltar a essência do Conexões Dossiê Trabalho. O programa foi criado para atender dúvidas comuns sobre a temática do trabalho na sociedade brasileira de uma maneira mais didática, mas, ao mesmo tempo, aprofundada. Com pluralidade de fontes e de assuntos que se interligam por um mesmo recorte, o programa preza por respeitar os limites éticos esperados por qualquer produto de origem jornalística, além de buscar a melhor qualidade possível de produção para que o resultado final seja vista como uma  via de mão dupla . Ou seja, um produto que torna-se útil aos espectadores por tratar de um assunto relevante na sociedade, ao mesmo tempo que, para os alunos, é visto como uma experiência jornalística próxima da realidade da profissão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Produzir o  Conexões Dossiê Trabalho foi uma iniciativa de apresentar um assunto para que todos os públicos pudessem compreender. Perpassou pela preocupação social que os futuros jornalistas devem ter de acordo com o papel principal da profissão: informar. Para além dos deveres mínimos, a experimentação de estéticas, como o gênero documentário em uma revista eletrônica de caráter jornalístico e o uso de enquadramentos de câmera que se aproximam ao cinema, foram os grandes trunfos do interesse mostrado pelos alunos. Apresentar um trabalho com extensão de 22 minutos é um desafio, do ponto de vista da coerência. A preocupação era sempre manter as produções inteiradas sobre o que acontecia nas outras, para que as escolhas de fontes continuassem tornando o programa o mais plural possível. Produzir jornalismo em profundidade exigiu organização de ideias contínuas, ainda mais diante de grupos divergentes responsáveis por cada etapa do trabalho. O produto, por fim, foi finalizado com felicidade pelos envolvidos. Foi compreendido que o jornalista deve facilitar o entendimento e, posteriormente, o questionamento de atividades colocadas arbitrariamente para a população. O auxílio de possibilitar à população as ferramentas necessárias para a interpretação da sociedade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">MELO, Cristina Teixeira.O documentário como Gênero Audiovisual. In: XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2002, Salvador. Disponível em www.intercom.org.br <br><br>FECHINE, Ivana. Gênero televisuais: a dinâmica dos formatos. In: Revista Simposium - Ciências, humanidades e letras. Ano 5, n°1, janeiro-junho, 2001. Disponível em https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/3195/3195.PDF <br><br>KARAM, Francisco José. Jornalismo, ética e liberdade. São Paulo: Summus, 1997.<br><br>BELTRÃO, Luiz. Teoria e prática do jornalismo. Adamantina: FAI, São Bernardo do Campo: Cátedra Unesco/Metodista de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, 2006.<br><br>COSTA, Lailton Alves. Gêneros jornalísticos. In: MELO, José Marques de Melo e ASSIS, Francisco de. Gêneros jornalísticos no Brasil. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2010.<br><br>LARANGEIRA, S. As transformações do trabalho num mundo globalizado. Revista Sociologias, Porto Alegre, n.4, 2000.<br><br> </td></tr></table></body></html>