ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01209</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Educomunicação através do Rádio: Radiodrama "A Festa do Saci"</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Fernando Henrique Alves da Silva Cardoso (Universidade de Fortaleza); Kátia Regina Azevedo Patrocínio (Universidade de Fortaleza); Beatriz Pimenta de Novaes Castelo Branco (Universidade de Fortaleza)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Educomunicação, Rádio, Radiodrama, A Festa do Saci, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O desenvolvimento e a diversificação dos meios de comunicação na sociedade contemporânea contribui para que o rádio seja considerado um dos principais instrumentos da educomunicação na sociedade brasileira. A partir da produção de um radiodrama adaptado da obra A Festa do Saci, buscou-se resgatar a importância do folclore popular brasileiro através da valorização e difusão da cultura popular e infantil. Retrata-se ainda o perigo do consumismo infantil e questões quanto à diversidade, à pluralidade cultural e à cultura da infância.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O rádio chegou oficialmente ao Brasil em 1922 e tem sido responsável por lançar modas, ultrapassar barreiras geográficas, revolucionar práticas cotidianas, inventar e consolidar gêneros de programas de enorme sucesso. Os "anos dourados do rádio brasileiro" foi o período das décadas de 1940 e 1950 em que houve o aumento considerável do número de emissoras e do público ouvinte de rádio. Nesses anos os radiodramas ocuparam um lugar de destaque nesse período. A principal característica é o desenvolvimento de histórias, anedotas ou uma situação concreta com personagens dramáticos. Esses programas dramatizados são considerados os mais atrativos em virtude de sua estrutura dinâmica de comunicação. Contudo, são os mais difíceis de serem realizados, por exigem estrutura de dramatização e domínio das técnicas de composição radiofônica: devem contar com atores, musicalização, montagem e roteiros (HALMANN, 2007; BRANDÃO E FERNANDES, 2014). O gênero dramático tem sido muito usado principalmente nos chamados programas com um propósito educomunicativo. Diversos fatores contribuem para a popularidade do rádio na educomunicação, tais como: a linguagem predominantemente oral, a oportunidade de aguçar nossas emoções, reflexões e criatividade, fazendo com que tenhamos com o rádio uma relação próxima e prazerosa (SOARES, 2016). Segundo Braga e Calazans (2001), a Educomunicação surge da interação entre a comunicação e a educação. Ela enfatiza que todo conteúdo comunicativo pode ser um objeto de ensino e aprendizagem e, que nada em sociedade está afastado das interações sociais e de seus processos comunicacionais. Para trabalhar com o conceito de educomunicação para o veículo rádio foi feita uma adaptação de um texto folclórico, como uma estratégia eficaz para divulgação da cultura e promover reflexões na grande massa da sociedade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Promover a educomunicação por meio do rádio mediante a produção de um radiodrama adaptado de um livro infantil acerca do folclore brasileiro. Partindo deste objetivo básico, o referido radiodrama também procura elevar a importância da cultura popular brasileira, em especial do folclore. Além disto a intenção também é a de valorizar os cuidados infantis, proporcionando assim reflexões à sociedade sobre os valores culturais de uma nação. Uma vez que o rádio é um meio de comunicação popularmente conhecido e utilizado, ele se mostra uma das melhores ferramentas para divulgação e apresentação de discussões referentes a cultura popular. O radiodrama é um instrumento veicular ativo do rádio indicado para a apresentação de um problema, através de um conflito, que favorece o ouvinte a se posicionar.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O folclore popular brasileiro é uma forma de cultura de determinação da sociedade. A distinção cultural de uma sociedade delimita a atuação e integração dos atores sociais, assim como define as características que promovem a inserção destes na estratificação social. A importação e o enaltecimento do folclore de outro país, como Halloween, contribui para a desvalorização da cultura popular e folclórica brasileira. Um dos principais exemplos é a comemoração do Dia do Saci  31 de outubro  que em muitas regiões é substituído pela comemoração do Halloween norte-americano. Embora a importação do folclore norte-americano contribua para o incremento da cultura geral da nossa sociedade, por outro lado, ocupa o lugar de rituais e tradições culturais de raiz, reduzindo a importância dos elementos que definem o povo e cultura brasileira (COSTA, 2017). A festa do Saci foi criada em 2003 com o objetivo de valorizar e difundir a tradição oral, a cultura popular e infantil, os mitos e as lendas brasileiras. Além disso, o dia 31 de outubro foi instituído como "Dia do Saci", visando observar e estudar o insigne perneta e seus companheiros, em suas diversas manifestações, e divulgá-los por meio de textos, músicas, teatro, contação de histórias, brincadeiras, oficinas e outras artimanhas. Busca, ao mesmo tempo, promover e incentivar a leitura e elaboração de obras comprometidas com nossos valores e raízes. Mais que uma festa folclórica, o Dia do Saci, é uma reafirmação da identidade brasileira, uma data em defesa da cultura popular brasileira contra a invasão cultural representada pelo Halloween. Além da importância folclórica, a obra A Festa do Saci retrata o quanto pode ser trágico o consumismo infantil, principalmente durante a atual crise do padrão civilizatório, onde o respeito à diversidade, a pluralidade cultural e à cultura da infância, está em jogo. O consumismo infantil demasiado é visto como um problema transcultural, presente em diversas nações, e que exige uma reeducação coletiva a partir da transdisciplinaridade. O papel dos veículos de comunicação como educadores da sociedade também é enfatizado na obra, uma vez que não há mais espaços para saberes e conhecimentos absolutos (FERREIRA, 2016).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Foi realizado um radiodrama com roteiro adaptado de um livro da literatura infantojuvenil, durante a disciplina de Radiojornalismo no curso de graduação em Comunicação Social da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), no período entre agosto e outubro de 2017. Para a escolha do radiodrama buscou-se homenagear uma data comemorativa relacionada à cultura brasileira e construir um roteiro que unisse entretenimento e informação. O tema escolhido para a produção do radiodrama foi O Dia do Saci, comemorado desde 2003, no dia 31 de outubro. A obra escolhida para a adaptação foi o livro A Festa do Saci do escritor cearense Flávio Paiva publicada em 2011 pela editora Cortez (PAIVA, 2011). O livro é narrado em primeira pessoa onde o narrador-protagonista, um brilhante jornalista e escritor, descobre uma chave mágica para liberar criaturas do bem que estão aprisionadas dentro de uma antiga máquina de datilografar herdada pela avó. Ao libertar duendes e outras criaturas fantásticas o protagonista é convocado para ajudá-los a encontrar o Saci, ser do folclore brasileiro que foi aprisionado por uma bruxa que ganhou poderes com a comemoração do Halloween e o esquecimento das figuras folclóricas brasileiras. Além disso, a bruxa possui discursos em prol da importação da cultura norte-americana e a favor do consumismo infantil. Chefiados por esse narrador-protagonista na sua luta contra a massificação cultural e o consumismo infantil desenfreado a história se desenvolve de forma divertida e educativa. Para a produção do radiodrama um roteiro adaptado foi confeccionado após a leitura e discussão da obra pelos membros do projeto, sob supervisão da professora-orientadora da disciplina de telejornalismo. Reuniões semanais ocorreram para a discussão dos temas abordados no livro, definição de quais temas seriam adaptados para o radiodrama e possíveis necessidades de adaptação para produção de um único programa. Foram realizadas diminuição no grande número de personagens, além de modificação de palavras e nomes dos personagens que, possivelmente, pudessem dificultar a compreensão dos ouvintes. Após a produção do roteiro adaptado da obra, ocorreram duas reuniões para o treino de locução e escolha de efeitos sonoros e trilhas musicais que poderiam ser inseridas no radiodrama. Realizou-se uma pesquisa de trilhas e efeitos sonoros para o processo de produção característico dos elementos da linguagem radiofônica: voz, música, efeitos sonoros e silêncio. Tais elementos tiveram como objetivo explorar a sugestão, facilitando a construção de imagens na mente do ouvinte. No início do mês de outubro de 2017 ocorreu a gravação do radiodrama nos estúdios de rádio da UNIFOR. O material bruto foi editado nos softwares Sony Sound Forge Pro e Samplitude.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O radiodrama foi convertido em formato de áudio mp3, separado em dois blocos pela presença de uma propaganda referente ao curso de Comunicação Social da UNIFOR e com duração de 12 minutos e 28 segundos (12´28´´). O radiodrama foi produzido para distribuição digital com o título: Radiodrama: A Festa do Saci. Tiveram como participantes: Fernando Alves (produtor, narrador, Pedrinho e Bruxa Capitalista), Letícia Lavor (Aurora e Saci), Letícia Carvalho (Bruxa Antiga), Beatriz Pimenta (Gnomo Vagalume), Julliana Braga (Gnomo Bússola), Fernanda Kelly (Gnomo Jovem), Matheus Maia (Duende), Kico Gomes (gravação e edição) e Kátia Patrocínio (orientação). As interpretações seguiram o padrão sonoro da obra televisiva. Não houve empostação e interpretação carregada das personagens, tradicionais do radiodrama, com as vozes ficando mais próximas do tom coloquial utilizado em obras infantis. O narrador manteve um papel onipresente e onisciente conduzindo o ouvinte através da trama. Esse tipo de recurso é característico dos radiodramas desde as primeiras produções. Nos diálogos foi utilizado com frequência o recurso de se chamar sempre os personagens por seus nomes, facilitando a identificação por parte dos ouvintes. Já a ambientação foi fornecida pelos efeitos sonoros, e especialmente, pela trilha musical. Os efeitos sonoros seguiram a tradição do rádio: sons da natureza, animais da floresta, passos, objetos sendo movidos. Eles foram colocados juntos a gravação da voz em estúdio e utilizados parcimônia, de modo a conduzir a história com maior clareza. A trilha sonora também manteve o aspecto radiofônico pela utilização exclusiva de música instrumental. Evitou-se canções como música de fundo pelo risco de prejudicar a compreensão dos diálogos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O radiodrama possui vantagens em relação à capacidade de veicular uma mensagem: como evitar a monotonia e a distração do ouvinte; instigar a imaginação do ouvinte, alcançando assim bons níveis quando oferece "imagens auditivas", através de situações e cenas com efeitos de sonoplastia e música. Por isso o radiodrama se torna uma questão importante, principalmente quando temos objetivos voltados para o estudo da educomunicação. A confecção do radiodrama A Festa do Saci constituiu uma forma de resistência contra a imposição cultural homogênea norte-americana e uma oportunidade de enaltecer o folclore a cultura brasileira. Haja vista que a divulgação da cultura brasileira promove o resgate ao passado tradicional, almejando a preservação de nossas origens culturais. As perspectivas da educomunicação são enfatizadas pelas ideias de sociabilidade e de sustentabilidade que apontam para uma reeducação do múltiplo com o múltiplo e pelo múltiplo, que passa pelo fortalecimento da cultura, da cidadania, da importância da reconsideração da natureza e, sobretudo, pelo respeito à infância. A obra também critica as campanhas publicitárias abusivas e aponta como medida essencial uma mudança de paradigma da sociedade. Observa-se que a educomunicação através do rádio é um campo de intervenção social eficaz e uma área de atuação profissional com possibilidade de produção de conteúdo educativo para todas as idades e classes sociais. Tal veículo possibilita uma constante interação entre o emissor e o receptor. Considera-se ainda que o radiodrama surge como proposta pedagógica alternativa e inovadora ideal para o espaço cibercultural.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BRAGA, J. L., CALAZANS, R. Comunicação e Educação: Questões Delicadas na Interface. São Paulo: Ed. Hacker, 2001.<br><br>BRANDÃO, C., FERNANDES, G. M. O Passado e o Presente da Dramaturgia Radiofônica no Brasil. Rádio-Leituras, Mariana, v. 5, n. 1, p. 118-140, 2014.<br><br>COSTA, A. B. Folclore Brasileiro de A a Z. Revista Internacional de Folkcomunicação, Ponta Grossa, v. 15, n. 35, p. 267-271, 2017.<br><br>FERREIRA, C. C. O., LEITE, M. T. S., BUENO, E. A. Infância e Consumismo: Contribuições da Educação Financeira para Formação Crítica das Crianças. Revista Eletrônica SIMTEC, Campinas, n. 6, 233-240, 2016.<br><br>HALMANN, A. L. Comunicação e Formação em Mídias Digitais: novas práticas sociais na formação de professores de ciências. Revista de Estudos da Comunicação, Curitiba, v. 8, n. 16, p. 165-171, 2007.<br><br>PAIVA, F. A Festa do Saci. São Paulo: Ed. Cortez, 2011.<br><br>SOARES, I. O. Nos 50 anos da ECA-USP, a Educomunicação alcança maturidade acadêmica e legitimidade política. Comunicação e Educação, São Paulo, v. 21, n. 2, p. 7-13, 2016.<br><br> </td></tr></table></body></html>