ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01330</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Veracidade</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Davi César Batista Soares (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ); Marina Gomes Silva (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ); Alexandre Mota Lacerda (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ); Beatriz Rabelo Cavalcante (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ); Letícia do Vale Souza (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ); Raiane Cunha Ribeiro (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ); Arthur Calado Guerreiro (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ); Rafael Rodrigues da Costa (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Cidade, Cotidiano, Jornalismo Audiovisual, Perfil Jornalístico, Programa de Entrevistas</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho descreve o processo de realização do programa laboratorial de jornalismo audiovisual Veracidade. Produzido na disciplina de Jornalismo na Internet do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), o produto busca explorar, compreender e narrar diferentes histórias experienciadas na realidade social de Fortaleza sob a ótica das personagens que compõem a cidade: seus moradores. Explorando o gênero entrevista de modo a traçar um perfil aprofundado do entrevistado, o produto visa estabelecer identidade entre cidade e personalidades notáveis ou anônimas que nela residem por meio da exposição das vivências destes personagens em formato jornalístico para TV.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O produto Veracidade foi desenvolvido na disciplina de Jornalismo na Internet do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC). A disciplina visa estabelecer a construção de diferentes formatos jornalísticos elaborados para plataformas de jornalismo multimídia, entre elas, televisão e web, considerando a necessidade de compreender as tendências de convergência de meios que pautam o contemporâneo jornalístico. Segundo Jenkins (2008, p.28)  a convergência representa uma transformação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos . Dentro desse contexto, o produto foi fruto de debates acerca da convergência de narrativas características do Jornalismo Literário com as técnicas e características voltadas ao jornalismo televisivo, de modo a explorar, especialmente, o gênero entrevista. Ao observar as transformações tecnológicas e de produção de conteúdo imersivo do atual Jornalismo, procurou-se por meio de discussões e de criação coletiva estabelecer novas estéticas e estratégias de condução narrativa para o desenvolvimento de um produto final que possibilitasse a prática de aspectos experimentais e teóricos debatidos em sala de aula. Após criteriosa avaliação do formato, o produto foi pensado e produzido como programa seriado por estudantes da disciplina em parceria com o Gruppe (Grupo de Práticas e Estudos em Jornalismo Audiovisual), projeto de extensão da UFC que possui como mestria a formatação de produções audiovisuais para televisão e internet. A parceria com o Gruppe foi firmada a fim de viabilizar a extensão da produção e veiculação do programa para além dos muros da Universidade, tendo em vista o interesse basilar do Veracidade de gerar consciência quanto à consolidação de valores identitários de membros constituintes de uma cidade em comum, no caso, Fortaleza.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Veracidade foi um programa idealizado para ser um espaço que possibilite a execução de um jornalismo do cotidiano que busque nas histórias de personagens notáveis e anônimos da cidade de Fortaleza a autenticidade, a identidade com a cidade e a descoberta de perspectivas pouco exploradas acerca de histórias que estão compreendidas no universo que circunda o social da urbanidade fortalezense. Segundo Medina (2008, p.12),  o envolvimento emocional com a narrativa e o relacionamento sujeito-sujeito entre os seres humanos nela envolvidos aparecem como uma nova fronteira na arte de tecer o presente . Neste contexto, o Veracidade se insere no objetivo de transpor para o formato audiovisual televisivo o sentimento de pertencimento da personagem retratada e propiciar uma conscientização sobre a importância da valorização da cultura e das vivências locais. Bem como, ao favorecer a veiculação do produto final em meios ao alcance das comunidades mencionadas nas produções com o fito de promover a construção de  memória coletiva (HALBWACHS, 1990) e de cumprir a função social de ser uma representação e um registro autênticos de um período histórico de uma personalidade ou de um lugar. Com este fito, a seleção de personagens para figurar em diferentes edições do Veracidade tem como meta primordial a pluralidade. Desse modo, o espectador do programa televisivo pode acessar diversas perspectivas e pontos de vista.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao considerar a importância do Jornalismo como espaço também de consolidação de memórias, o Veracidade se apoia no conceito de entrevista editada de modo a tecer uma linha narrativa em primeira pessoa com considerações pessoais e subjetivas que visem explorar as afetividades e construções psicoafetivas das personalidades entrevistadas. Como seres humanos, os personagens podem reclamar (ou chorar), vociferar, implorar, exaltar, esbravejar ou espernear. Tudo depende do tom em que ele ou ela dizem alguma coisa. São muitos os verbos que, além de darem um toque de beleza ao texto, transmitem informações interessantes sobre o personagem. (VILAS BOAS apud ABREU, 2014) Portanto, a escolha audiovisual para o desenvolvimento do Veracidade parte da busca por estender a beleza textual da memória afetivo-vivencial (VIGOTSKI, 2007) do indivíduo para a estética do vídeo. Com este objetivo, nota-se de suma importância o desenvolvimento de uma identidade visual que possa contextualizar a semântica literária do formato e agregar semioticamente na imersão da vida do sujeito a ser retratado. Além do fator memória, o lugar como espaço de afetividades e vivências também foi essencialmente considerado como um dos pilares principais para a construção do programa. Fortaleza, capital do Ceará, foi a escolhida para ser retratada no programa por critérios de proximidade e laços afetivos dos estudantes que trabalham na produção. A cidade é a quinta maior capital do Brasil e possui 2.627.482 habitantes, segundo dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A ideia de retratar personagens e locais pouco convencionais para as grandes mídias teve início em discussões acerca de representatividade e pluralidade na construção midiática de um sujeito ou espaço. Destarte, A proposta do Veracidade busca contemplar uma gama diversificada de histórias de vida nas presentes produções e em futuros intentos. Tal escolha editorial não exime a produção de retratar lugares que já são de amplo conhecimento regional, e até nacional, como a Praia de Iracema, a Praça do Ferreira, o Cocó e o Centro - lugares retratados na vinheta de abertura - mas amplia seu caráter extensionista abordando com a mesma importância lugares menos comuns aos consumidores locais de jornalismo, sobretudo, de televisão. Exemplos disso podem ser conferidos na escolha dos locais e das personagens retratadas nos dois episódios do Veracidade apresentados neste trabalho. No primeiro episódio da série, o circo é o local retratado por Círio Brasil, dono de um espaço circense itinerante criado por sua família que se desloca por bairros periféricos de Fortaleza. No segundo episódio, Maurílio Assêncio, aposentado e ex-vereador, destaca o sentimento de pertença e afeto que nutre pelo bairro que ajudou a fundar, o João XXIII. Aliada aos objetivos e justificativas supramencionados, há também uma preocupação ética no que tange ao desenvolvimento dos eixos narrativos do programa. À personalidade entrevistada não se atribui valor de voz de autoridade que represente o conjunto da comunidade onde more ou status de especialista. Em contrapartida, o ideal de veracidade proposto pelo programa parte da reflexão embasada nas vivências das personagens dispostas e editadas de maneira mais fiel possível ao discurso adotado pelo indivíduo em exposição, cabendo ao público alcançado interpretação própria acerca da realidade de vida apresentada. O Código de Ética dos jornalistas, no artigo 7º, estabelece que  o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação . O código estabelece subordinar-se à atuação do profissional, e sua principal relação com a sociedade, com as fontes de informações e principalmente entre os jornalistas. (SANTANA, NETO, CONCEIÇÃO, 2009)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os episódios do Veracidade foram produzidos por alunos da disciplina de Jornalismo na Internet com equipamentos próprios e equipamentos cedidos pelo Gruppe. Para cada episódio, utiliza-se uma média de duas a três câmeras. A fim de conferir a padronização da qualidade técnica estabelecida em todas as imagens, as equipes de produção optam por captar as imagens com câmeras do mesmo modelo: Canon EOS Rebel T5. Do mesmo modo, a captação de áudio também é realizada com um mesmo equipamento durante toda a duração da gravação bruta: um gravador de voz digital Sony ICD-PX 240. O programa é editado no software Adobe Premiere Pro CC 2017 e possui um tempo médio de gravação bruta de 40 minutos para a entrevista corrida. Além disso, faz-se também a captação de imagens externas - do local que remete às vivências do entrevistado - e de imagens de ambientes fechados que tenham conexão com a história contada. No caso de Círio Brasil, o seu circo; no caso de Maurílio Assêncio, o bairro João XXIII e a residência onde mora. O desenvolvimento das técnicas para o formato da produção, que tem a proposta de ser documental,  utiliza-se de vários recursos e técnicas dos filmes de ficção, como a própria encenação de personagens em cenários e locações, as intervenções da câmera com o uso de planos abertos, closes, planos de detalhes, etc (CARVALHO, 2013) a depender do contexto. O enquadramento praticado durante a captação das imagens prevê três aspectos de fundamental importância durante a sua configuração: o plano, o ângulo e o movimento. O plano geral é utilizado com o intuito de ambientação, como pode ser observado nas primeiras imagens do segundo episódio do Veracidade, no qual se observa neste plano o bairro João XXIII com elementos como as casas, os estabelecimentos, as pessoas e um dos ônibus característicos do bairro a fim de passar legitimidade e inserir o espectador no contexto da vida de Maurílio Assêncio. O plano conjunto é utilizado para situar locais fechados com visuais abertos, como o circo de Círio Brasil. O primeiro plano é utilizado pela primeira câmera na maior parte do tempo para captar a entrevista. O primeiríssimo plano é utilizado, geralmente, pela segunda câmera para propiciar cortes na edição com o primeiro plano e gerar dinamicidade ao vídeo produzido. O plano detalhe é filmado, geralmente, com a terceira câmera e é utilizado quando se quer dar destaque a um movimento ou característica física comuns ao entrevistado que se quer retratar, como um meio de trazer a imagem como mais um elemento de aprofundamento de perfil, além do texto e da edição. Os ângulos utilizados são normais (no mesmo nível dos olhos do sujeito), revezando nos lados frontal e perfil. O objetivo com essas escolhas de angulação prevê horizontalidade, ou seja, nenhuma narrativa é inferior à outra, além de gerar uma sensação de intimidade para o espectador. Os movimentos de câmera mais comuns são o zoom in no rosto do entrevistado e o travelling para descrever audiovisualmente ambientes. Acerca da produção da entrevista, houveram reuniões de pauta mensais para definir os dois entrevistados e para debater as perguntas que seriam feitas e as temáticas que seriam abordadas. Após a reunião, cada equipe era responsável por contatar sua fonte e agendar uma pré-entrevista por telefone ou pessoalmente. Nesta pré-entrevista, acertavam-se detalhes da gravação como locais que o entrevistado gostaria de gravar imagens - já que a proposta do programa tem como base transmitir a veracidade do sujeito em questão - e debatiam-se temas que dariam contorno à narrativa e possibilitariam uma apuração melhor de informações para o entrevistador conduzir o questionário da pauta a ser produzida. A entrevista em televisão tem o poder de transmitir o que o jornalismo impresso nem sempre consegue: a exposição da intimidade do entrevistado. Os gestos, o olhar, o tom de voz, o modo de se vestir, a mudança no semblante influenciam o telespectador e a própria a ação do entrevistador, que ao adquirir experiência consegue tirar do entrevistado mais do que ele gostaria de dizer. (BARBEIRO apud XAVIER, RODRIGUES, 2013). Após a entrevista, a equipe responsável se reunia novamente para decupar por completo o que havia sido dito e dividir as falas em blocos temáticas para, então, selecionar as melhores partes que mantivessem uma coerência e encaixasse na duração do formato proposta para ser entre três e oito minutos. Isto, mantendo uma postura de total responsabilidade ética quanto ao grau de informatividade, transparência e fidelidade com a ideia transmitida pelo entrevistado, evitando distorções como sensacionalismo ou manipulação de fatos. Acerca da edição e sonorização dos vídeos, era utilizada a ferramenta de definições de lumetri no Adobe Premiere para correção de cores. Em materiais como os teasers produzidos para o lançamento do programa, a cor foi propositalmente alterada para tons mais laranjas a fim de sugerir nostalgia e afetividade. A escolha de BGs (backgrounds ou músicas de fundo) não é um padrão e cabe à equipe responsável dependendo da temática do programa. Para não haver alterações do sentido das falas, evita-se o uso de BGs durante as falas do entrevistado. Geralmente, estes são utilizados quando são exibidas cenas externas com som ambiente difuso, portanto, que necessitem do uso desse recurso. Os cortes de imagens na edição, são em sua maioria standard cuts (ou cortes secos), todavia, dependendo do contexto, podem também se fazer uso de jump cuts (para avançar no tempo em um mesmo plano), J-cuts (para antecipar imagens ao som seguinte) e L-cuts (para estender áudios de imagens anteriores para outras imagens, geralmente, externas). Técnicas como fade in e fade out também são tradicionalmente utilizadas para iniciar e terminar a edição dos vídeos produzidos. A tipografia não é padrão e foi convencionada para atender ao tema do entrevistado do dia. Contudo, utilizam-se geralmente tipografias de estilo caligráfico, para cumprir com o objetivo de ser coerente com a tipografia do logotipo do programa: a Shorelines Script Bold. A estrutura de roteirização prevê o esquema básico de edição, nesta ordem: ambientação do lugar da cidade, fala inicial do entrevistado, vinheta de abertura, entrevista corrida com intervenções de imagens externas e créditos. Este esquema foi elaborado a fim de compreender a estruturação básica de uma narrativa, que contém: introdução, desenvolvimento e conclusão; tendo em vista que a edição do produto é feita de forma linear.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Veracidade tem como proposta ser uma série multimídia - produção para TV e internet - sem previsão de número de episódios, com duração de três a oito minutos por produção. As entrevistas são curtas e com um enfoque na história de vida do entrevistado, mantendo uma relação de pertencimento e laços afetivos com o espaço que este ocupa: a cidade. A entrevista consta apenas com a imagem e a fala do entrevistado, sendo, portanto, em primeira pessoa. O programa não possui cenário padrão. O conceito proposto prevê a utilização de diversos locais ao redor da cidade que tenham a funcionalidade de plano de fundo, mantendo uma coerência com a história de vida da pessoa e o espaço mais característico a ela. No caso de Círio, seu circo itinerante. No caso de Maurílio Assêncio, o bairro João XXIII. A escolha do lugar conta como critérios a viabilidade de produção e a escolha do entrevistado. A inspiração para o programa surgiu após análise de uma série do Programa Provocações, de Antônio Abujamra, da TV Cultura, que tinha como objetivo conhecer as histórias de moradores de rua. Outras referências são: o quadro televisivo O que vi da vida do programa Fantástico, da TV Globo e as webséries Marcapasso, do canal homônimo de YouTube do humorista Rafinha Bastos, e Vidas Contadas, da jornalista Valéria Machado, em canal homônimo. Ao perceber a multiplicidade de referências que contemplam veículos de televisão e de internet, podemos constatar que o programa, ao ser pensado e desenvolvido por alunos da disciplina de Jornalismo na Internet em colaboração com estudantes do projeto de extensão de Estudos e Práticas em Jornalismo Audiovisual, tem como intenção o experimentalismo de formatos de convergência de diferentes mídias, observando os atuais parâmetros de produção jornalística. A rigor, todas as mídias, desde o jornal até as mídias mais recentes, são formas híbridas de linguagem, isto é, nascem na conjugação simultânea de diversas linguagens. Suas mensagens são compostas na mistura de códigos e processos sígnicos com estatutos semióticos diferenciais (SANTAELLA, 2003, p. 43) A escolha do nome  veracidade para dar título ao programa surgiu do conceito elaborado que tem como objetivo a ideia de transmitir a verdade da história da vida de cada entrevistado - assumindo a verdade como um conceito utópico e plural, ou seja, a verdade de cada um depende das vivências e realidades sociais vividas ou, como afirma Nietzsche (1889)  ponto de vista - e, em simultâneo, apoia-se na ambiguidade semântica do nome, que permite uma desconstrução de seu significado:  Veracidade &#8594;  Ver a Cidade , tendo em vista que o programa também tem como conceito a utilização da cidade de Fortaleza como um pano de fundo para o recorte das histórias. A identidade visual do programa permite flexibilidade dependendo da narrativa a ser construída em cada episódio. Recursos estéticos utilizados para configurar identidade visual são fotografias, vídeos e cartelas textuais que complementam a história contada. As tipografias utilizadas em GCs (Geradores de caractere), cartelas textuais, etc. são preferencialmente de estilo caligráfico para conferir equilíbrio com a tipografia do nome do programa: a Shorelines Script Bold. Entretanto, são de escolha da equipe responsável e podem variar. O objetivo principal da identidade visual é ser outro recurso semântico de imersão na história de vida do entrevistado. O maior trunfo da identidade visual se observa na vinheta de abertura do programa. A vinheta foi produzida em diferentes localidades icônicas de Fortaleza - Praia de Iracema, Dragão do Mar, Centro e Parque Ecológico do Cocó - em uma edição que varia entre imagens terrestres, gravadas em câmeras Canon EOS Rebel T5 e Go Pro Hero 4, e imagens aéreas gravadas com drone do modelo Phantom 4 DJI. A edição foi feita em uma dinâmica que tem como fim passar ideia de movimento, diversidade e urbanidade. Aliada à trilha sonora que conta com a música Rios, Pontes e Overdrives de Chico Science e Nação Zumbi a vinheta de abertura possibilita ao espectador reconhecer perfeitamente a tônica do programa: urbano, dinâmico e plural. As técnicas utilizadas na vinheta para conferir dinamicidade foram: Time-lapse, aceleração e reversão de tempo e Travelling. Outro processo de imersão no produto que foi realizado no período de pré-produção foram os teasers - que podem ser assistidos no página do Gruppe no Facebook: https://www.facebook.com/GruppeUFC/videos/1719123424785907/; https://www.facebook.com/GruppeUFC/videos/1715726141792302/. O primeiro episódio conta a história de Círio Brasil, dono de um circo itinerante herdado de sua mãe. O administrador circense conta as nuances de sua história de vida destacando a participação de sua família em seus empreendimentos. O segundo episódio exibe entrevista com Maurílio Assêncio, ex-vereador e aposentado. O personagem foi um dos fundadores do bairro João XXIII, em Fortaleza, e conta sua trajetória no bairro. O segundo produto traz cenas de Maurílio andando na rua e interagindo com moradores que o admiram. As mídias de veiculação do produto são a página do Gruppe no Facebook (https://www.facebook.com/GruppeUFC/) e o canal do projeto de extensão no YouTube (https://www.youtube.com/user/petvufc).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O principal intento da produção é experimentar a construção de eixos narrativos audiovisuais literários considerando as principais transformações pelas quais o jornalismo perpassa atualmente e suas novas perspectivas de imersão. O Veracidade é uma série ainda em produção. Com a repercussão dos dois produtos finais que lançaram o programa, o projeto de extensão Gruppe decidiu em reunião colegiada continuar a produção do programa para além da prática iniciada na disciplina de Jornalismo da Internet. Todos as produções do programa são posteriormente enviadas para as personalidades entrevistadas e exibidas em locais públicos, a fim de garantir o caráter de extensão e de retorno social ao qual o produto se propõe. Pelas experiências vivenciadas pelas equipes de produção, o programa obteve êxito e recepções positivas pelos personagens retratados e pelas comunidades citadas. Para além da apuração e da função social, o programa também possibilitou vivências inefáveis e práticas laboratoriais criteriosas e intensas pelos discentes que produziram. A parceria entre disciplina e projeto de extensão propiciaram imensas trocas de conhecimento e de experiências e a concretização de um produto elaborado para obter sucesso na vertente de produção jornalística voltada para TV e internet e no caráter extensionista que a norteia. Por fim, servir como material de registro histórico e como possibilidade de construção de sentimentos de afeto, pertencimento e identidade sem dúvida dão fôlego contínuo para produção do programa e representam a concretização de uma responsabilidade social na função do jornalista.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, Editora Revista dos Tribunais, 1990.<br><br>HALL, M. Michael. História oral: os riscos da inocência. In.:Vários autores. O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania. São Paulo: Departamento de Patrimônio Histórico, 1992, p. 157-160<br><br>http://www.iel.unicamp.br/estagio2014/edicao.pdf <br><br>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4-2424-1.pdf<br><br>http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2013/resumos/R8-0299-1.pdf<br><br>http://www.intercom.org.br/sis/2014/resumos/R9-0824-2.pdf<br><br>http://www.intercom.org.br/sis/2014/resumos/R9-1535-1.pdf<br><br>http://www.portalintercom.org.br/anais/norte2013/resumos/R34-0170-1.pdf<br><br>JENKINS, Henry. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009.<br><br>MEDINA, Cremilda. Ciência e Jornalismo - Da herança positivista ao diálogo dos afetos. São Paulo: Summus, 2008.<br><br>MEDINA, Cremilda. Entrevista: o diálogo possível. SP: Ática, 1986. <br><br>NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Crepúsculo dos Idosos: a filosofia a golpes de martelo. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.<br><br>REZENDE, Guilherme Jorge de. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial . São Paulo, SP: Summus editorial, 2000.<br><br>SANTAELLA, Lúcia. Cultura das mídias. São Paulo: Experimento, 2003.<br><br>VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007.<br><br>VILAS BOAS, Sergio. O estilo magazine: o texto em revista. São Paulo: Summus, 1996.<br><br> </td></tr></table></body></html>