ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #000000"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01336</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Negritude</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Marjourie Stephanie Sobral Corrêa de Oliveira (Faculdades Integradas Barros Melo); Gustavo Teixeira Alves (Faculdades Integradas Barros Melo); Ana Carolina Vanderlei Cavalcanti (Faculdades Integradas Barros Melo)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #000000"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Negros, Programa temático, Reportagens, Telejornalismo, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho relata a experiência de produção de um programa telejornalístico temático, produzido por alunos de Jornalismo das Faculdades Integradas Barros Melo. O Negritude fala sobre negros. Em um diálogo com o telespectador são exibidas seis reportagens mostrando a diversidade desse tema: preconceito no mercado de trabalho, injúria racial na internet, maquiagem para a pele negra, transição capilar, religião e cultura negra. Uma pesquisa realizada pela Fundação Cultural Palmares, intitulada "Onde está o Negro na TV Pública?", mostra que apenas 0,9% da grade horária dos canais TV Cultura, TVE Brasil e TV Nacional é voltado para a cultura afro-descendente. O Negritude busca dar visibilidade e voz a essa população.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa Negritude foi gravado no dia 28 de maio de 2017, no estúdio das Faculdades Integradas Barros Melo, em Olinda, Pernambuco. O trabalho reúne seis reportagens para TV, produzidas pelos alunos de Jornalismo do 5º período ao longo da disciplina Oficina de Produção de Telejornal, entre os meses de março e maio de 2017. A escolha do tema teve como gancho uma pesquisa divulgada pelo IBGE, em 2016, que mostrava que a população negra representava mais da metade dos indivíduos brasileiros. Os estudantes assumiram o compromisso de exercer todas as funções necessárias para a produção de um produto televisual, vivendo, na prática, a rotina produtiva e os conceitos telejornalísticos para a sua construção, desde a discussão do tema e das sugestões de pauta para as reportagens, passando pela criação de espelho, script, produção e gravação de offs (sinônimo de texto no telejornalismo), edição do material, montagem de cenário, maquiagem e figuro dos apresentadores e, por fim, a edição final, junto com a pós-produção do programa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa Negritude teve sua construção a partir do desafio proposto em sala de aula, em marco de 2017, para a realização de um programa temático. A partir da escolha do tema, as pautas foram pensadas com a finalidade de produzir um conteúdo com uma visão plural, causando impacto na sociedade e explorando um tema tão necessário quanto antigo. O objetivo do programa dialoga com uma das funções do jornalismo, que seria a de cumprir um papel social, interpretando e traduzindo informações de interesse público. Dessa forma, o Negritude propõe uma discussão de forma leve ao mesmo tempo em que aborda questões sérias, sempre tentando explorar os temas com uma linguagem objetiva e de fácil compreensão para a maioria do público. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2016, os negros e pardos representavam 54% da população brasileira. Diante desses dados, surgiu a necessidade de criar um produto temático para tentar dialogar com a maior parcela da população brasileira, que ainda sofre preconceito no mercado de trabalho, na sociedade e não se vê representada nos meios de comunicação do país. Durante as reuniões de pauta, em sala de aula, o grupo percebeu que a turma era um espelho dessa realidade, tendo apenas uma colega negra. Dessa forma, o conteúdo foi pensado para ocupar um espaço na televisão sobre as mais diversas questões relacionadas à negritude: que, segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2009), além de significar condição de negro, representa o sentimento de orgulho racial e de conscientização do valor e da riqueza cultural dos negros. O programa conta com seis reportagens, devido à importância do tema. O principal cuidado foi na escolha dos tópicos e dos personagens e fontes, escolhendo temas de relevância e dando voz a quem realmente tem propriedade para falar sobre. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Sendo reportagem a principal forma de apresentação da notícia na televisão (SIQUEIRA; VIZEU, 2014) e, de acordo com Guilherme Jorge de Rezende (apud SIQUEIRA; VIZEU, 2014, p.61), "a matéria jornalística que fornece um relato ampliado de um acontecimento, mostrando suas causas, correlações e repercussões", os alunos foram divididos em cinco duplas e um trio para a produção das pautas e de suas reportagens. A diversidade de assuntos e as fontes que seriam ouvidas foram uma preocupação desde o início A escolha das fontes que serão entrevistadas merece atenção redobrada. Primeiro, porque é desejável termos entrevistas que tragam uma abordagem nova, um jeito de ver diferente. Segundo, porque quanto maior a pluralidade de opiniões, melhor será a leitura que o próprio telespectador fará sobre o assunto retratado. [...] Para tanto é imprescindível que as fontes tenham autoridade sobre o assunto e desenvoltura para falar (CARVALHO et al., 2010, p. 39). Desde a elaboração da pauta é importante pensar no texto e na imagem, o repórter deve ter um olhar crítico e apurado para esse tipo de situação. Todas as imagens foram produzidas pelos cinegrafistas da IES, mas sempre seguindo o que foi proposto pela equipe de produção responsável por cada reportagem. Após a gravação, iniciou-se o processo de decupagem do material (identificação e seleção das imagens, das sonoras  sinônimo de entrevistas  e passagens). Isso simplificou a construção dos roteiros das reportagens, fazendo com que os textos dos repórteres casassem com as imagens e sonoras, contribuindo para a coerência do produto final. Na TV, assim como no rádio, o texto deve ser coloquial e o jornalista precisa ter em mente que está contando uma história para alguém, mas existe uma diferença fundamental: o casamento da palavra com a imagem. É a sensibilidade do jornalista que vai fazer essa 'união' atingir o objetivo de levar ao ar uma informação que seja fácil de ser compreendida pelo telespectador (BARBEIRO; LIMA, 2002, p.95). Os offs foram gravados no estúdio de TV, local onde também aconteceu a edição de cada reportagem e do programa. Foram necessárias várias tardes agendadas para a edição do material, que foi feita pelos técnicos do estúdio de TV, sempre sob a orientação de algum integrante da equipe de edição do programa. O cenário foi pensado e projetado por membros da equipe encarregada pela produção do programa. A montagem foi feita na véspera da gravação. O cenário é composto de três tapumes de madeira cobertos por papel cartão bristol, nas cores vermelho, amarelo e marrom. No centro do tapume foi inserido uma colagem em alto relevo da silhueta do rosto de um rapaz com penteado black power. Foram colocadas luzes em volta da silhueta para destacar a imagem. O espelho do programa definiu a ordem de entrada das reportagens, de forma que dialogassem e facilitassem a compreensão da audiência. No script, as cabeças (textos lidos pelos apresentadores) introduziram o tema que seria exibido, enquanto notas-pé trouxeram informações complementares e serviços para os telespectadores. A gravação aconteceu em uma manhã no estúdio de TV da IES, durante a aula da disciplina. Foram escolhidos dois apresentadores para comandar o programa. Após a gravação, o programa foi montado na edição. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Negritude tem 17 minutos e 22 segundos de duração, dividido em três blocos, cada um com duas reportagens. O programa é voltado a um público abrangente. Com interesse mais direto ou facilmente relacionável estariam pretos e pardos. Deve-se levar em consideração que, segundo dados do IBGE, negros e pardos compõem 54% da população brasileira. O programa é formado de seis reportagens, assinada por seis repórteres diferentes e cada uma trata de uma especificidade do tema geral. Elas foram apresentadas nesta ordem e com estas retrancas, que são as referências de cada reportagem: VT 01: Discriminação Racial/Trabalho, VT 2: Racismo/Internet; VT 3: Maquiagem/Pele Negra; VT 4: Empoderamento/Transição Capilar; VT 5: Juventude/Candomblé; VT 6: Projeto Peace/Jordão. A primeira reportagem discute sobre a empregabilidade de negros no mercado de trabalho. O gancho dessa matéria são informações fornecidas pelo IBGE. Os dados mostram que o índice de desemprego de trabalhadores negros é maior que o de brancos no Brasil. Nessa reportagem, foram entrevistadas uma Procuradora do Trabalho em Pernambuco e a Diretora de Diversidade e Inclusão Social da Associação Brasileira de Recursos Humanos no estado. Na segunda reportagem, o tema foi injúria racial na internet. A matéria mostra o caso de um estudante, vítima de ataques de ódio, após publicar a foto de uma criança negra em uma rede social. A reportagem mostra que casos como esse são comuns no Brasil. Em nove anos, a Safernet, organização que registra denúncia contra a violação dos direitos humanos na internet, registrou 469 mil casos de injúria racial nas mídias sociais. Além do estudante, um sociólogo também foi entrevistado. A terceira reportagem fala sobre maquiagem para pele negra. A matéria mostra que o investimento de maquiagem para esse tipo de pele tem crescido devido à demanda de um mercado cada vez mais exigente. Para a realização dessa reportagem foram entrevistadas consumidoras, que se mostraram satisfeitas com essas mudanças. Na quarta reportagem o tema é transição capilar, com enfoque no empoderamento e no crescimento do mercado de produtos para cabelos cacheados e crespos. Foram entrevistados nesta reportagem, o dono de um salão especializado nesses tipos de cabelos, uma gerente de loja de produtos para cabelo e uma personagem que passou pela transição capilar. A quinta reportagem apresenta um terreiro de candomblé. O local recebe jovens candomblecistas de todo o bairro de Jatobá, localizado em Olinda, para as cerimônias. Para essa reportagem, foram entrevistadas duas jovens irmãs que cresceram nessa realidade. Elas falam sobre a importância do candomblé em suas vidas e sobre preconceito e intolerância. A última reportagem conta a história do Grupo PE.A.C.E (Pernambuco, Arte, Cultura e Expressão), que mistura dança e música, fortalecendo a cultura negra. O intuito do grupo é formar jovens e combater o preconceito. Para entender mais desse projeto e de sua importância, foram entrevistados o fundador e um dos professores do grupo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A partir da escolha do tema foi possível iniciar os cuidados necessários para a construção do programa. Foi necessário sensibilidade e sutileza no preparo das pautas, já que essa temática é bastante importante e ao mesmo tempo densa e sensível. O trabalho foi desenvolvido com consciência, empenho e atenção. Os estudantes desenvolveram suas habilidades de trabalho em equipe, entendendo o funcionamento da estrutura de um programa temático. Dessa forma, foi possível que todos colaborassem para o resultado final. A equipe teve a oportunidade de ouvir histórias, acrescentar dados e informações na discussão sobre os negros. Existiu um cuidado para não tomar o seu lugar de fala, já que a apresentação do programa foi feita por dois apresentadores brancos, mas de promover um espaço na televisão para as mais diversas questões relacionadas à negritude. É importante destacar a experiência vivida pelos alunos com o telejornalismo. Além de assumirem todas as funções necessárias para a realização do programa, experimentaram e construíram, também, uma relação de parceria, quando na função de repórteres, com os cinegrafistas da IES, sem a qual não é possível promover o casamento entre texto e imagem nos produtos telejornalísticos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #000000"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBEIRO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de Telejornalismo: os segredos da notícia na TV. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. <br><br>CARVALHO, Fábio Diamante Alexandre et al. Reportagem na TV: como fazer, como produzir, como editar. São Paulo: Editora Contexto, 2014.<br><br>SIQUEIRA, Fabiana Cardoso de. VIZEU, Alfredo. Jornalismo em transformação: as escolhas dos formatos das notícias na TV. In: Telejornalismo em questão. Alfredo Vizeu, Edna Mello, Flávio Porcello e Iluska Coutinho (orgs.) Florianópolis: Editora Insular, 2014.<br><br> </td></tr></table></body></html>