ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #bc1520"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00234</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Tons por Vir: do silenciamento à utopia de existir</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Maria Clara Viana Cardoso (Universidade Federal do Maranhão); Raíssa Fernanda dos Santos Sales (Universidade Federal do Maranhão); Ísis Morais Furtado Brito (Universidade Federal do Maranhão); Antonio Gabriel Bernardes Mota (Universidade Federal do Maranhão); Ramon Bezerra Costa (Universidade Federal do Maranhão)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Pensando no processo de vinculação social, o ensaio tem como intuito demonstrar, por meio das fotografias, a construção e flexibilidade da identidade negra, exibindo suas nuances e estereótipos já disseminados no senso comum da sociedade brasileira. A construção da imagem do ser negro é consequência da carência de alteridade como pilar social; uma vez que, para vincular-se, é necessário  perder a si mesmo e admitir a existência das diversas subjetividades. O trabalho foi feito por alunos da Universidade Federal do Maranhão Cada foto captura o espectro do qual aflora a construção do sujeito enquanto indivíduo negro. A ideia é trazer, por meio de marcas sociais, a influência que tais convenções causam no desenvolvimento ético de um grupo étnico-racial e como essas imagens refletem dentro do espaço público, abrindo campo para o racismo. Fazendo um contraponto à nossa realidade, daremos destaque ao afrofuturismo, que se trata de uma utopia filosófica e estética que permite aos negros existirem no futuro, já que o passado e o presente já estão repletos de crueldade e segregação racial. Para a realização da atividade, foram convidados dois jovens negros (um menino e uma menina) que, paralelamente a sessão de fotos, relataram casos de violência já vivenciados por eles, nos quais o determinante havia sido sua cor de pele. As fotos vieram como forma de dar espaço para esses discursos, mesmo que implicitamente, através da subjetividade das escolhas estéticas do produto. O manejo de todo esse processo foi pautado na ética (em sua definição mais extensa), uma vez que, apesar de ser centrada no indivíduo, ela é, também, domínio das relações sociais no interior das instituições e da comunidade. O Afrofuturismo, conceito base para a elaboração do ensaio fotográfico, pode ser visto de forma multifacetada, permeando os campos estético, cultural, filosófico, científico, histórico, artístico e mais. É uma perspectiva que dá protagonismo ao negro, através da mistura da estética ancestral africana e da estética ficcional científica O título deste trabalho (TONS POR VIR) é uma síntese literal daquilo que queríamos representar por meio das fotos. A ambiguidade da palavra  TONS se constrói com base em duas perspectivas. A primeira, com o sentido de  tom de fala , remonta à voz negra, constantemente calada ou abafada, finalmente tendo ressonância. Já a segunda, com o sentido de  tons de cores , representa as cores protagonistas, sejam as nuances da pele negra, sejam parte da diversidade de cores da estética africana (também utilizada no afrofuturismo). Já o  POR VIR é, em suma, o futuro e a esperança por uma realidade mais justa e evoluída. As fotos representam duas realidades: a atual, em que o negro ainda é subjugado (fotos 1 e 5), visto com desconfiança e subestimado. E na realidade  afrofurística , em que o negro se torna detentor de um grande poder social e cultural, e sai do papel de coadjuvante e se torna protagonista de uma narrativa bela e poderosa. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Para a realização deste trabalho, utilizamos os conceitos de Vinculação Social (Muniz Sodré), Racismo (Roberto Carlos da Silva e Rosane Borges), Afrofuturismo (Fábio Kabral) e de Representações do Outro (Emmanuel Lévinas). A partir desses conceitos, constatamos que há várias formas de construir a realidade e que os discursos e concepções atuais sobre a imagem do negro estão conectados a estigmas do passado. Apesar de parecer que estas referências vão se perdendo com o passar dos séculos, na verdade, elas ganham apenas uma nova estrutura. Fundamentamos estas ideias a partir do livro Mídia e Racismo, de Roberto Carlos da Silva e Rosane Borges. Consideramos, também, que a mídia faz parte dessa estrutura, uma vez que ela nos institui como sujeito e cria estereótipos em torno da figura negra. De acordo com as leituras feitas a partir do texto Episteme da Comunicação, escrito por Muniz Sodré e publicado em 2007 pela Revista Matrizes, compreendemos que as novas tecnologias de informação alteram o sentido espaço-temporal da sociedade. Essas materialidades organizam nossas formas de vida sem que percebamos. Nesse sentido, a mídia tem papel preponderante, pois ao falarmos de determinado  pôr em comum , estamos nos referindo à organização de modos de vida, tanto àquele que produz determinado conteúdo, quanto àquele que recebe. Sendo assim, colocamos aqui a mídia como parte de uma exterioridade, ressaltando seu poder na construção do sujeito. Percebemos que ainda há uma forte permanência de falsas representações acerca do negro, por mais que atores negros, por exemplo, tenham conquistado um espaço maior, grande parte de seus personagens ainda é marcada pelo racismo e pelo estereótipo. Esse contexto afeta a construção da identidade das pessoas negras. O terceiro autor que estudamos para a realização deste ensaio foi o Emmanuel Lévinas, que trabalha os conceitos de alteridade e concepções do outro. Lévinas diz que a comunicação só é possível quando se percebe o outro como diferente de nós mesmos. É por meio da comunicação que se instaura o comum e que as pessoas se instituem como sujeito. Diante disso, entendemos que é necessário verdadeiramente perceber o sujeito negro. E essa percepção deve se dar de forma distante dos estigmas e estereótipos. Para ampliarmos essa discussão é preciso falar que o comum é construído por meio da existência da diferença. A partir dessa dinâmica, surge o processo comunicacional. Ainda de acordo com Lévinas, a ética se efetiva por meio da comunicação e da linguagem. Estabelecendo um diálogo com as ideias de Muniz Sodré e Lévinas, analisamos que é por meio do processo de vinculação social que tudo acontece. Nesse sentido, a alteridade também atua de forma importante, uma vez que os sujeitos vão construir a transcendência do outro e procurar entendê-lo. É nesse cenário que entra o conceito afrofuturista do nosso trabalho, fazendo um contraponto com o racismo também discutido aqui. Nesta etapa, temos o suporte das pesquisas de Fábio Kabral, escritor afrofuturista brasileiro. De acordo com Kabral, o afrofuturismo busca imaginar a existência dos negros em um futuro, se distanciando de construções e estereótipos que diminuem a raça em diversos aspectos. Visto como um movimento, mas sendo pensado como uma filosofia ou um conceito que reflete na arte, dança, música, cinema, literatura e política, o afrofuturismo tem aspectos estéticos muito característicos que carregam todo o conceito do movimento. Sustentado por esses estudos, o ensaio TONS POR VIR pretende cooperar para o entendimento de que os espaços ocupados, atualmente, pelos negros são espaços construídos historicamente. Em contrapartida, visa à exaltação do afrofuturismo como válvula de escape e, também, como filosofia utópica guia para um futuro com mais respeito pela diversidade de sujeitos. Ao analisar as fotos, é preciso ver além do conteúdo, mas o contexto que o constrói. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Para a realização do ensaio fotográfico, foi convidada a atriz e estudante de Teatro da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Brena Maria Amorim e o estudante de Direito da Universidade CEUMA, Hakkinen Martins. No total, foram tiradas oito fotos, quatro de cada personagem do trabalho. Utilizamos o espaço da V8  Boutique Automotiva (Av. dos Holandeses, 6  Calhau, São Luís) como locação, por conta da iluminação e elementos cênicos do local. Dias antes do ensaio, foram feitas entrevistas com os dois modelos, que nos deram relatos de suas vivências com o racismo ao longo da vida. Esses relatos foram base para a criação dos textos que acompanham as fotos. As quatro primeiras fotos têm o objetivo de mostrar como o negro é visto pela maioria da população e representado pela mídia. Os modelos usaram roupas que remetiam (na visão estereotipada da sociedade) à empregada doméstica, no caso da atriz, e à figura criminosa, no caso do ator. Foram utilizados objetos cênicos como vassoura e faca para representar essas ideias. O figurino foi trazido pelos próprios modelos. Em conversa com a atriz Brena Maria, que fez o papel feminino do ensaio, foi declarado que o vestido que ela estava usando pertencia à mãe dela, que é empregada doméstica e convive desde criança com o racismo. Esse fato também acrescenta muito à produção do trabalho, que ganha mais significado e realismo. Na segunda parte do trabalho demos destaque ao Afrofuturismo. Visamos uma produção que contemplasse tais aspectos e fosse de viável realização. Os adereços utilizados pelos modelos foram confeccionados pelos integrantes da equipe, assim como o processo de caracterização e as demais etapas de captação e edição. A equipe buscou utilizar a cor prata e o contraste com mais cores artificiais adicionadas no ensaio para obter um resultado que remetesse ao conceito do afrofuturismo. O tratamento das fotos foi utilizado apenas para realçar as cores originais e melhorar a qualidade da imagem, nenhuma alteração drástica foi realizada e o ensaio se manteve fiel ao conceito original. Em exposição, as fotos da primeira etapa do processo (estereótipo) e da segunda etapa (afrofuturismo), devem ser colocadas lado a lado, para dar a ideia de contraste entre essas duas ideias, valorizando o conceito afrofuturista. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>