XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE


INSCRIÇÃO:	00295

CATEGORIA:	CA

MODALIDADE:	CA08

TÍTULO:	DIÁLOGO DOS CORPOS

AUTORES:	Jhonas Costa Santos (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ); Cássio Santana Mota (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ); Thomaz Ferreira da Silva (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ); Ana Clara de Jesus Conceição Sandes (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ); Hévila Ferreira Da Hora (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ); Fabricio dos Santos Gomes (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ); Betânia Maria Vilas Bôas Barreto (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ)

PALAVRAS-CHAVE:	, , , ,

RESUMO
A vinheta é parte de um documentário performático proposto aos estudantes de Comunicação Social - Rádio e TV da Universidade Estadual de Santa Cruz, na disciplina ‘Temas Selecionados em TV’. O corpo é nosso bem sagrado, é através dele que sentimos e experimentamos as melhores sensações materiais que causam prazer aos nossos pensamentos. Cada elemento desse ser tem por responsabilidade levar informações ao nosso cérebro, seja de dor ou alegria, de prazer ou angústia, toda parte do corpo possui seu valor. Sem os olhos, nada importaria criar a arte sem ter algo para contemplar. Sem os ouvidos, qual a necessidade da criação de melodias? Sem o corpo, qual a necessidade da existência da natureza sem ter algo que a sinta materialmente, ele é a mediação entre o externo e o interno, o mundo geral e o mundo subjetivo de cada ser vivente. Cada parte do mundo trabalha o corpo de formas distintas. Cada civilização possui seus costumes, interações e manifestações culturais através desse elemento material que expressa suas identidades próprias. A dança, no continente asiático, não possui o mesmo significado nos países europeus, pois cada civilização transmite suas manifestações artísticas de acordo com suas vivências, visto que cada ser é um universo, e cada universo possui seus ritmos e suas subjetividades. Ele está inserido no campo da percepção e a percepção ligada à atitude corpórea. O corpo é um campo criador de sentidos. E o mundo fenomenológico, é o mundo dos sentidos (MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999). Pois a filosofia da percepção anunciada pelo o autor desdobra a nós a difícil tarefa de compreender o corpo como sensível exemplar na construção de saberes e na produção de subjetividades. Essa teoria refere-se ao campo das subjetividades e da historicidade, das relações sociais, do diálogo, das tensões, das contradições e do amor como combinação das experiências afetivas. A vinheta “Diálogo dos Corpos” pretende, em sua estética, buscar da melhor forma possível um diálogo artístico entre o assunto tratado e as pessoas que fazem parte da narrativa do documentário no qual esse produto pertence. Visando assim, transmitir da forma mais primorosa possível cada indivíduo, com suas manifestações artísticas através do corpo, tratando-o como um elemento ritualístico que necessita de devoção. Mostrando ao público através de uma estética inovadora, a essência de cada personagem, através das cores, formas dos desenhos e efeitos visuais inseridos. As cores refletem de fato com o que cada personagem representa e seus movimentos vão dialogando com o sentido artístico proposto. Criando assim, uma harmonia visual através das tonalidades utilizadas e estimulando a subjetividade de quem assiste. Toda textura de cores apresentada em tela possui seus significados, e a vinheta busca transmitir da melhor forma possível as características artísticas dos personagens, no qual os mesmos utilizam das suas linguagens corporais para transmitir e receber informações do mundo. A intenção da criação deste produto é fazer algo que fale sobre a subjetividade dos seres que estão inseridos no documentário “Diálogo dos Corpos”, utilizando métodos de computação gráfica vinculados com animação. “O corpo é o lugar onde se manifestam todas as sensações, efêmeras ou duradouras da psiqué: as emoções, as paixões, os desejos, tudo parece se encaminhar para o lado de fora, para um mundo mais palpável, detentor de uma realidade mais visível e, por conseguinte, mais compreensível. É por meio desse corpo físico que o corpo psíquico se manifesta” (CARVALHO, José de Moraes. O corpo, construção e percurso, 1997). Acredita-se que a visão dos corpos representados no produto vão além de uma visão física, com as concepções de corporeidade trazidas, seguiu através de reflexões do lugar do corpo nas construções do imaginário, trazer esse corpo que se manifesta simbolicamente e dialoga com outros corpos.

INTRODUÇÃO
A vinheta é construída graficamente como um adornamento, em torno de trabalhos já prontos, como ilustrações e textos, tendo o objetivo de destacar o trabalho principal, com uma abertura, transição, intervalos, que são muito comuns e utilizadas em programas de TV, séries, animações, propagandas, etc. “As imagens das vinhetas trazem consigo, quase sempre, um signo de identificação, seja a marca, o logotipo, a logomarca, um efeito sonoro ou um slogan da emissora e são elaboradas pela arte dos videographics, que é uma forma de arte eletrônica produzida pelo processo gráfico, artístico e tecnológico e que tem como suporte o vídeo" (PETRINI, Paulo. Um estudo crítico sobre o significado das vinhetas da Rede Globo. Universidade Estadual de Maringá, 2004). A vinheta de abertura do documentário “Diálogo dos Corpos” compõe a identidade visual do projeto, dando uma prévia da ideologia do corpo e arte nele inserida. Com isso, utilizando-se das cores, formas, objetos que remetem aos movimentos, sons e ritmos – elementos visuais e sonoros exibidos em curto tempo na tela. A vinheta tem duração de 27 segundos, inicia-se após a introdução do documentário com a apresentação dos personagens. A trilha sonora em estilo clássico segue até o fim e foi criada baseando-se na vinheta finalizada, há efeitos de transição com a animação que se alternam até o seu fim. O objetivo de toda escolha estética foi produzir uma atmosfera de energia. Ao longo de quatro meses, os métodos e técnicas utilizados para criação da vinheta envolveram quatro processos; pesquisas (dados e referências), animação (desenho frame a frame), edição (montagem do material) e finalização (trilha sonora e renderização). O primeiro passo foi a criação de um briefing para reunir elementos e referências de dança e corpos em movimento que se encaixam nas performances dos personagens apresentados no documentário. “Isso porque os documentários performáticos dirigem-se a nós de maneira emocional e significativa em vez de apontar para nós o mundo objetivo que temos em comum” (NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas, SP; Papirus, 2005). Com isso, o método de animação escolhida foi a rotoscopia, que segundo Gonzalo Cordero (disponível em https://www.domestika.org/pt/courses/136-rotoscopia-dibuja-una-animacion-frame-a-frame), animador e desenvolvedor gráfico, são uma técnica de animação que provém da animação tradicional, que consiste em desenhar novamente ou rastrear um clipe de vídeo que serve como referência. A vantagem deste processo é que permite ao artista transmitir ao desenho maior naturalidade e sequencialidade de movimentos, expressões, luzes, sombras e proporções da filmagem original. Um exemplo da utilização desse modelo é o filme “Branca de Neve e os Sete Anões”, no qual a personagem Branca de Neve foi tracejada de uma atriz modelo e os Anões feitos de animação tradicional. Partindo desse princípio é dado o início da etapa de digitalização da vinheta em uma mesa gráfica da marca “One by Wacom” e utilizando os programas ArtRage, Photoshop e After Effects para criar elementos e desenvolver a animação do projeto. Neste ponto, com influência artística de Gonzalo a técnica básica de rotoscopia foi com o Photoshop, onde a faixa de vídeo foi trabalhada imagem por imagem com pincéis e testes de cores. O processo se iniciou com o estudo das técnicas de rotoscopia e tutoriais como: “O que é Rotoscopia?”, “Tutorial - Animation rotoscopia en Photoshop”, “Propagranda KENZO World - Rotoscopia”, “Dance Styles Animation Reel”, “Ralf Hildenbeutel - Disco”, disponíveis nas mídias sociais YouTube e Vimeo. Além disso, houve a procura e seleção de cenas de danças, esoterismo, meditação e com os movimentos do corpo que pudessem ser usadas na animação. Foi escolhida a quantidade reduzida de 12 frames, com a ideia de serem feitos no total 324 quadros no total. O desenho e pintura de cada frame duram um tempo médio de 1 hora e 30 minutos, o que acarretou em mais de 300 horas de produção.

OBJETIVO
A ideia de fazer a vinheta surgiu durante as primeiras reuniões da equipe em criar uma abertura que envolvesse a incorporação dos personagens com suas performances, onde cada figura da animação representaria um desempenho e um diálogo entre si através das transições imagéticas. Baseado na abertura da novela “Amor à Vida” que foi criada através da técnica de rotoscopia pelo designer Ryan Woodward, pensamos que seria interessante criar uma vinheta que trouxesse essa técnica de animação que representasse todas as performances dos personagens do documentário “Diálogo dos Corpos”. Para a construção da estética e narrativa do projeto, foram estudados teóricos como Maurice Merleau-Ponty e Christine Greiner e como referências videográficas utilizamos documentários (como Gaga e Um Lugar Que Nunca Morre), vídeos de dança (como Sergei Polunin e Vellai Krisztina) disponíveis nas plataformas digitais Youtube e Vimeo, entre outros meios. O documentário foi gravado em dois estados: São Paulo (três personagens) e Bahia (seis personagens). É na pós-produção que todo material se transforma em um produto dotado de sentido de acordo com o ponto de vista dos realizadores do projeto. E foi nessa fase que todo esse material gravado ganhou vida. Após a montagem da narrativa documental, e seus devidos ajustes foram inseridos, a primeira versão da vinheta foi acrescentada para teste com a estética do documentário e exibição prévia. Foi a última parte a ser posta na versão final, pois ela deve transmitir o objetivo final do documentário. A animação possui nove cenas, uma para cada personagem. Todos foram desenhados em fundo branco. Logo após, foram desenhadas as texturas e imagens para o plano de fundo. As transições foram construídas graficamente no After Effects, utilizando às transições em zoom in e zoom out. A primeira cena inicia com uma figura contemplativa reforçada pela trilha, as cores quentes nas tonalidades que variam entre o laranja e vermelho, remetendo ao interior de uma caverna, buscando referenciar a performance “Sergei Polunin, The Catwalk In Milan”. Seguidamente, utilizasse uma transição para outra cena com outro personagem dançante carregando uma luz, representando sua essência, utilizando a referência “Sergei Polunin, Take Me to Church”. A terceira, foi uma pintura digital feita no ArtRage, de um personagem com tonalidades quentes e movimentos que transmitem a sinergia de um dos entrevistados. A próxima animação foi uma acrobata de tecidos, utilizando cores quentes ressaltando o ambiente e o brilho da perfomance, baseado no vídeo “Vellai Krisztina légtornász”. A quinta cena do anjo foi desenhada a mão, todo procedimento estético de pintura foi usado para dar uma sensação de divindade. A sexta cena foi pintada com tintas online no ArtRage, utilizando transições panorâmica diagonal e vertical, com tonalidades quentes que representam o fogo, usando a referência “Incendium Girl”. Na sétima cena, o efeito de desmanchar e abrir para a animação de quatro mulheres dançando, com cores quentes de tonalidades rosadas, dando ênfase ao brilho e textura visando dar destaque à ideia delas serem o centro das atenções, usando como referência o próprio coletivo do qual fazem parte. A próxima é uma mulher em meditação, as cores em movimento representam a sua pluralidade de formas, e o brilho centralizando-a como um ser místico. A nona e última cena é um ser envolto em um espaço texturizado com nuvens, estrelas e uma luz representando seu protagonismo e autonomia. E, finalmente com o texto “Diálogo dos Corpos” sendo escrito (com fonte bromello) e iluminado pelo efeito Motion Blur do After Effects. Como o tempo era curto, o trabalho foi extensivo e era um método sem prévio teste, logo após a escolha das imagens iniciou-se os desenhos frame a frame. E, diante de todo o trabalho desenvolvido, acredita-se que o produto correspondeu à altura do restante da narrativa, sintetizando a mensagem pretendida ao longo de todo o documentário.

JUSTIFICATIVA


MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS


DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO


CONSIDERAÇÕES


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS

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