INSCRIÇÃO: 00388
 
CATEGORIA: PT
 
MODALIDADE: PT13
 
TÍTULO: Vozes Que Ocupam: Rádio Comunitária no WhatsApp
 
AUTORES: ANA GABRIELA REIS DA SILVA (Universidade Federal de Pernambuco); Cladisson Rafael Pereira de Mélo (Universidade Federal de Pernambuco); Gabriella Paiva Ambrósio Guimarães (Universidade Federal de Pernambuco); Luis Enrique Lopes do Nascimento (Universidade Federal de Pernambuco); Natália Barbosa Ribeiro (Universidade Federal de Pernambuco); Giovana Borges Mesquita (Universidade Federal de Pernambuco)
 
PALAVRAS-CHAVE: , , , ,
 
RESUMO
De acordo com Filho, no Manual prático (muito prático mesmo) do direito humano à comunicação (CENTRO DE CULTURA LUIZ FREIRE, 2017) no Brasil, menos de dez famílias controlam as empresas de comunicação, consequentemente a veiculação de conteúdos midiáticos. As consequências dessa concentração são a invisibilidade de determinados grupos sociais e de inúmeras comunidades, na mesma medida que os interesses econômicos e políticos dessas poucas famílias que controlam a mídia são cada vez mais priorizados.   ਀ A proposta do trabalho é apresentar o projeto “Vozes Que Ocupam” que é uma rádio comunitária no WhatsApp, com conteúdos produzidos por uma comunidade de trabalhadores sem moradia, sediada no interior de Pernambuco. Especificamente o objetivo do trabalho é propor, como um novo tipo de rádio comunitária, a rádio pelo WhatsApp, dentro de uma perspectiva de que pode possibilitar um acesso mais democrático à comunicação de comunidades que se encontram em situações de invisibilidade midiática. ਀ Como explica Peruzzo, no artigo Rádio comunitária na internet: empoderamento social das tecnologias (REVISTA FAMECOS, 2006) são consideradas quatro tipos de rádio comunitária: as legalmente constituídas, as livres comunitárias, as rádios de alto-falante e as virtuais comunitárias. As duas primeiras transmitem em frequência modulada (FM) de baixa potência, enquanto que as rádio-poste transmitem através de alto-falantes ou de caixas amplificadoras de sons e as virtuais comunitárias transmitem suas mensagens a partir de um site ou portal na internet. A rádio no WhatsApp, não prevista nessa caracterização de Peruzzo (2006), tampouco de outros autores da comunicação, acena-se como uma iniciativa inovadora na Comunicação Comunitária, uma vez que pode diminuir o problema enfrentado pelas comunidades com relação a compra de equipamentos, uma vez que possui um baixo investimento econômico. A produção de conteúdo, edição e veiculação podem ser feitas com a utilização apenas de um aparelho celular com acesso à internet. Outro aspecto bastante relevante é que esse tipo de rádio não necessita de concessão governamental para funcionamento, hoje um dos grandes entraves para a abertura de rádios comunitárias no país. ਀ Soma-se a esses dois pontos fortes, a facilidade do envio de áudio e a possibilidade de que esse conteúdo ultrapasse barreiras territoriais, levando diversas lutas sociais para longínquos lugares do mundo. Ela ainda se diferencia da virtual comunitária, porque não precisa que a comunidade desenvolva um site e ou portal para funcionar. ਀ O projeto-piloto da rádio Vozes que Ocupam foi todo pensado, produzido, gravado e veiculado por moradores da ocupação Severino Quirino, ligada ao Movimento Popular pela Reforma Urbana e ao Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto, a partir de orientações e oficinas oferecidas por estudantes do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste. ਀ O projeto foi desenvolvido na disciplina eletiva de Comunicação Comunitária, junto a cerca de 150 famílias ocupantes da comunidade Severino Quirino, localizada na cidade de Caruaru, interior de Pernambuco. Desde 2015 essas famílias lutam pelo direito à moradia popular e à cidadania. ਀ O programa inaugural da rádio, aqui apresentado, tem uma duração de cinco minutos, com quadros sobre saúde, informes sobre questões relacionadas à moradia, divulgação dos serviços oferecidos pela comunidade, além de um quadro sobre a história da comunidade, dentro de uma perspectiva de resgate da memória do grupo. A proposta é que, quinzenalmente, a rádio comunitária seja veiculada via WhatsApp. ਀ O trabalho parte do entendimento de que a Comunicação Comunitária é feita por e para a comunidade, como entende Peruzzo (2006). Ao produzir seus próprios conteúdos a comunidade exercita o direito humano à comunicação ao mesmo tempo que, no caso da comunidade aqui citada, luta pelo direito humano à moradia.
 
INTRODUÇÃO
Por meio de reuniões e entrevistas realizadas por cinco estudantes da disciplina Comunicação Comunitária com membros, lideranças e assistentes sociais da comunidade Severino Quirino foi traçado um diagnóstico para a formulação de um produto de Comunicação Comunitária para a ocupação urbana. ਀ O rádio foi escolhido por suas características, dentre elas: fácil compreensão, acessível às pessoas sem nenhum ou com pouco grau de alfabetização, como é o caso da maioria dos moradores da comunidade. ਀ Peruzzo, no artigo Rádio comunitária na internet: empoderamento social das tecnologias (REVISTA FAMECOS, 2006), conceitua rádio comunitária como uma rádio não comercial, ou seja, de caráter público, sem fins lucrativos, que contribui para o exercício da cidadania, para a mobilização social, para a liberdade de expressão e para o desenvolvimento local com participação direta da população. No entanto, Peruzzo não prevê a rádio comunitária via WhatsApp, ao apresentar os quatro tipos de rádios comunitárias, ou seja, as legalmente constituídas, as livres comunitárias, as de alto-falante e as virtuais. ਀ Em uma revisão da literatura também não encontramos trabalhos que apontassem o WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas por meio do qual podem ser enviadas fotos, textos, arquivos de áudio, entre outras formas de mídia, como uma possibilidade de uso como uma rádio comunitária. Daí o ineditismo do nosso trabalho. A produção de uma rádio via WhatsApp é inovadora (introdução de uma novidade ou aperfeiçoamento produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços), como já destacamos no início do trabalho, por se diferenciar das rádios comunitárias previstas na literatura acadêmica, por não necessitar de concessão governamental para funcionamento, além de possuir um baixo investimento econômico, uma vez que a produção de conteúdo, edição e veiculação podem ser feitas com a utilização apenas de um aparelho celular com acesso à internet. ਀ Soma-se a esses pontos fortes, a facilidade do envio de áudio e a possibilidade de que esse conteúdo ultrapasse barreiras territoriais, o que contribui para um processo de democratização da comunicação. ਀ Em 2017, o WhatsApp divulgou que havia atingido a marca de 120 milhões de usuários no Brasil, comprovando ser uma das redes sociais mais populares do país. Na comunidade Severino Quirino o uso do aplicativo também é mais presente do que qualquer outra rede social. Todos os informes de convocação de assembleia, por exemplo, são divulgados pelo WhatsApp. ਀ Dessa forma, a rádio pelo WhatsApp acenava como uma forma de ampliar essa comunicação interna na comunidade, sem alterar as outras formas de uso do aplicativo já feitas pela comunidade atualmente. ਀ Após definir o meio de comunicação, foram apresentados e avaliados em assembleia, com todos os membros da comunidade, a programação da rádio. A ideia votada foi de um programa apresentado por dois locutores da comunidade, com duração variando entre cinco e dez minutos, com quadros contendo informes diversos da comunidade, receitas, anúncio de serviços oferecidos pelos moradores e entrevistas que resgatassem a história da ocupação urbana. ਀ Toda a programação fortalece a ideia de comunicação feita por e para a comunidade, pois traz questões relativas ao comércio informal, à história da comunidade com a intenção de resgatar essa memória do processo de ocupação de quem está na luta, às habilidades de cada um e o processo de potencialização dessa comunicação interna.  
 
OBJETIVO
Criar uma rádio no WhatsApp, feita pelos moradores de uma ocupação urbana, que trouxesse os problemas, como também as potencialidades do local, por meio de entrevistas, notas e quadros, sem deixar de lado a música e os informes da comunidade. Esse era o desafio que um grupo de estudantes da disciplina Comunicação Comunitária se deparou no segundo semestre de 2018. Com temáticas ligadas a cultura, aos direitos humanos, a educação, ao meio ambiente, a rádio ainda se propunha a resgatar a memória de uma ocupação urbana. Todo esse processo de produção da Rádio Vozes Que Ocupam foi baseado nas informações coletadas na comunidade Severino Quirino e associada ao conceito de Comunicação Comunitária. Mário Kaplún, no livro El comunicador popular (CIESPAL, 1985), refletindo sobre o fenômeno da comunicação popular e alternativa entende ser “uma comunicação libertadora, transformadora, que tem o povo como gerador e protagonista”. Para Peruzzo, no artigo Rádio comunitária na internet: empoderamento social das tecnologias (REVISTA FAMECOS, 2006), Comunicação Comunitária é “uma ‘outra’ comunicação realizada por setores organizados das classes subalternas”. Essa outra comunicação, além de contribuir para construir processos de comunicação; tem um papel na educação informal e não-formal das pessoas da comunidade, e na criação de meios (canais) de comunicação. Os estudantes da disciplina de Comunicação Comunitária, ao qual esse trabalho está vinculado, fizeram durante um semestre o processo de aproximação e mobilização da comunidade em torno de pautas importantes para a transformação social do local. Dentro de uma perspectiva de trabalhar uma comunicação contra-hegemônica, mobilizadora, participativa e, portanto cidadã, eles mobilizaram a comunidade para discutir temas relacionados ao Direito Humano à Comunicação, e outros direitos, sobretudo, o de moradia. Além dessa mobilização como diz Káplun “para que o povo tome consciência de sua realidade” e possa transformá-la, os estudantes contribuíram para que fossem construídos processos de comunicação na ocupação Severino Quirino, e principalmente, para a criação da rádio via WhatsApp, como um canal de comunicação da ocupação urbana. Até chegar na proposta da rádio via WhatsApp foram vários encontros e entrevistas feitas pelos estudantes, com as lideranças da comunidade e as famílias. Os alunos também ofereceram oficinas de produção de conteúdos sonoros, nas quais foram apresentadas noções básicas de Comunicação Comunitária e suas características participativas e cidadã; características do rádio; exemplos de programa radiofônico; gêneros radiofônicos e edição. Os estudantes acompanharam a criação da programação da Rádio Vozes Que Ocupam. Nos encontros também foram redigidos o script; feitas as entrevistas e, por fim, gravado o primeiro programa. Cada morador, que se propôs a participar da produção dos conteúdos trazia nos encontros com os estudantes, os informes, anúncios, receitas, dicas de saúde e entrevistas, que seriam veiculados. ਀伀猀 氀漀挀甀琀漀爀攀猀 搀愀 刀搀椀漀 嘀漀稀攀猀 焀甀攀 伀挀甀瀀愀洀Ⰰ 刀愀礀愀渀攀 䌀愀爀瘀愀氀栀漀 攀 䘀攀爀渀愀渀搀漀 匀愀渀琀漀猀Ⰰ 昀漀爀愀洀 攀猀挀漀氀栀椀搀漀猀 瀀攀氀愀 挀漀洀甀渀椀搀愀搀攀⸀ 䌀漀洀瀀氀攀琀愀洀攀渀琀攀 瀀攀渀猀愀搀漀 攀 瀀爀漀搀甀稀椀搀漀 瀀攀氀愀 挀漀洀甀渀椀搀愀搀攀Ⰰ 漀 瀀爀漀最爀愀洀愀ⴀ瀀椀氀漀琀漀 搀愀 爀搀椀漀 挀漀洀甀渀椀琀爀椀愀 瘀椀愀 圀栀愀琀猀䄀瀀瀀Ⰰ 昀椀挀漀甀 愀猀猀椀洀 昀漀爀洀愀琀愀搀漀㨀 瘀椀渀栀攀琀愀 搀攀 愀戀攀爀琀甀爀愀 攀 攀渀挀攀爀爀愀洀攀渀琀漀 搀愀 爀搀椀漀Ⰰ 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀漀 搀漀猀 氀漀挀甀琀漀爀攀猀Ⰰ 搀愀 爀搀椀漀 攀 搀愀 挀漀洀甀渀椀搀愀搀攀㬀 焀甀愀搀爀漀 挀漀洀 漀猀 椀渀昀漀爀洀攀猀㬀 愀渀切渀挀椀漀猀 搀漀猀 猀攀爀瘀椀漀猀 瀀爀攀猀琀愀搀漀猀 瀀漀爀 洀漀爀愀搀漀爀攀猀㬀 搀椀挀愀猀 搀攀 猀愀切搀攀㬀 攀Ⰰ 瀀漀爀 昀椀洀Ⰰ 漀 焀甀愀搀爀漀 ᰀ䌠漀渀琀攀 猀甀愀 䠀椀猀琀爀椀愀ᴀⰠ 焀甀攀 瀀漀爀 洀攀椀漀 搀攀 甀洀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 愀樀甀搀愀 愀 挀漀渀琀愀爀 愀 栀椀猀琀爀椀愀 搀愀 挀漀洀甀渀椀搀愀搀攀⸀ 一漀 瀀爀漀最爀愀洀愀ⴀ瀀椀氀漀琀漀 愀 栀椀猀琀爀椀愀 搀愀 漀挀甀瀀愀漀 昀漀椀 挀漀渀琀愀搀愀 瀀攀氀愀 氀搀攀爀 搀愀 挀漀洀甀渀椀搀愀搀攀Ⰰ 䐀漀 䌀愀爀洀漀⸀ 䄀瀀猀 愀 最爀愀瘀愀漀Ⰰ 漀 瀀爀椀洀攀椀爀漀 瀀爀漀最爀愀洀愀 昀漀椀 洀漀渀琀愀搀漀 瀀攀氀漀猀 攀猀琀甀搀愀渀琀攀猀⸀ 䘀椀渀愀氀椀稀愀搀愀 愀 洀漀渀琀愀最攀洀Ⰰ 漀 瀀爀漀最爀愀洀愀 昀漀椀 瘀攀椀挀甀氀愀搀漀 渀漀猀 最爀甀瀀漀猀 搀漀 圀栀愀琀猀䄀瀀瀀Ⰰ 焀甀攀 琀洀 爀攀氀愀漀 挀漀洀 愀 挀漀洀甀渀椀搀愀搀攀Ⰰ 瀀攀氀漀猀 瀀爀瀀爀椀漀猀 瀀爀漀搀甀琀漀爀攀猀 搀愀 爀搀椀漀Ⰰ 焀甀攀 愀瀀猀 愀 搀椀瘀甀氀最愀漀Ⰰ 爀攀挀攀戀攀爀愀洀Ⰰ 瀀攀氀漀 圀栀愀琀猀䄀瀀瀀 愀猀 瀀爀椀洀攀椀爀愀猀 椀洀瀀爀攀猀猀攀猀Ⰰ 猀攀最甀渀搀漀 漀猀 洀漀爀愀搀漀爀攀猀 ᰀ戠漀愀猀 攀 猀愀琀椀猀昀愀琀爀椀愀猀ᴀⰠ 猀漀戀爀攀 漀 瀀爀漀最爀愀洀愀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䨀唀匀吀䤀䘀䤀䌀䄀吀䤀嘀䄀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䴀준吀伀䐀伀匀 䔀 吀준䌀一䤀䌀䄀匀 唀吀䤀䰀䤀娀䄀䐀伀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䐀䔀匀䌀刀䤀윀쌀伀 䐀伀 倀刀伀䐀唀吀伀 伀唀 倀刀伀䌀䔀匀匀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䌀伀一匀䤀䐀䔀刀䄀윀픀䔀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀