ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #bc1520"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00457</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Afetos Periféricos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Marília Gabriela Freitas Nunes (Universidade Federal do Ceará); Maria Gabriela Ferreira Feitosa (Universidade Federal do Ceará); Pedro Victor Lacerda Silveira (Universidade Federal do Ceará); Dahiana dos Santos Araújo (Universidade Federal do Ceará)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Afetos Periféricos é um projeto inicialmente pensado como trabalho final de duas disciplinas do curso de Comunicação Social - Jornalismo na Universidade Federal do Ceará, Fotojornalismo e Introdução às Técnicas Jornalísticas, módulo de Webjornalismo. O projeto tinha como objetivo inicial vivenciar o fazer jornalístico, mas acabou ultrapassando barreiras acadêmicas e procura, atualmente, impulsionar vozes e narrativas de parcela da sociedade. Assim, o Afetos Periféricos tornou-se um projeto pessoal a ser continuado, no qual três estudantes participam. Por trabalhar com periferias, locais frequentemente retratados de forma negativa e estereotipada pela mídia e por programas policialescos, o Afetos procura desmistificar essa visão utilizando para isso, a possibilidade da comunicação como impulsionadora das vozes dos moradores do bairro primeiramente retratado, que convivem diariamente com as dificuldades e resistências características de uma periferia. Em 2017, Fortaleza (CE) foi considerada a sétima cidade mais violenta do mundo, segundo a ONG mexicana  Seguridad, Justicia y Paz . Existem Fortalezas inseridas em taxas, dados de crimes. Mas existe uma Fortaleza que não pode ser medida dentro desses moldes estatísticos, pois ela transborda em forma de gente. O Afetos Periféricos não busca por respostas ou soluções, mas sim interrogar as possibilidades e aquilo que pode estar além do que a mídia tradicional apresenta. A etapa inicial do projeto foi feita no Bairro João XXIII, área da periferia de Fortaleza que, como outros, convive com os estereótipos supracitados e conjuga condições de vida desigual para a população. Deve-se relembrar que, se já não se chega muito longe com dificuldades e faltas de recursos tidos como básicos à sobrevivência, a possibilidade de se ter perspectivas para essas regiões e os moradores é ainda mais debilitante. Cria-se então um estigma alimentado pela mídia inundada de sensacionalismo e espetacularização da barbárie. As histórias contadas sobre essa gente, por muitas vezes, ainda permanece a mesma, como se fosse uma única narrativa sobre a história dessa população. Em meio a um processo eleitoral que acontecia no país, era perceptível a latente polarização e sensibilidade no tratamento dessas temáticas. Entretanto, como coloca Eliane Brum em sua coluna  Como resistir em tempos brutos , não podemos deixar a vida ser tomada pelo medo e esse é, também, o motor do projeto. Apesar de um medo acentuado do futuro, é importante lembrar que, junto com esse medo, há afeto. Afeto e conforto entre todos os outros que também estão apreensivos pelo mesmo motivo. Os dias seguem, e continuamos juntos nesse embate que é o próprio viver, e é importante dar visibilidade para quem se mantém em meio ao caos. Continuando com a proposta de ecoar essas vozes subversivas, o Afetos Periféricos tem em mente que estima as reais vivências que podem não ser tão midiáticas para alguns, mas para outros tem toda a relevância e faz a base de nosso projeto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Com a globalização, diversos meios de comunicação tiveram suas vertentes baseadas em tecnologias eletrônicas. Dentre ferramentas como o correio eletrônico e as redes sociais, os blogs também ocupam um espaço relevante. Paula Sibilia, no livro O Show do Eu (Nova Fronteira, 2008) cita os blogs como  diários íntimos publicados na web, nos quais os usuários da internet contam suas peripécias cotidianas usando tanto palavras escritas como outras ferramentas, como a fotografia e o vídeo. É enorme a variedade dos estilos e assuntos tratados nos blogs de hoje em dia, e os relatos de narrativas pessoais ou coletivas se tornam cada vez mais comuns. Segundo Maria Nívia Dantas, no livro O gênero blog: ação social e multimodalidade (PPgEL, UFRN 2005), o crescimento e relevância dessa plataforma se deve à necessidade de exposição exacerbada devidos às mudanças comportamentais contemporâneas. O blog, então, é visto como uma possibilidade de interação com o outro, além de um local para confissão e de uma procura de indícios identitários que lhe dêem o sentimento de pertencer àquele grupo. O Afetos Periféricos utilizou-se do Medium, plataforma de publicação de blogs para publicação de seus relatos procurando torná-los públicos. Além disso, também foi utilizada o recurso da fotografia para aproximar os moradores e suas vivências no bairro com os possíveis leitores. Além das características mencionadas acima, uma das investidas mais inovadoras é discutir o processo de construção de afetos e emoções que os moradores imprimem ao bairro que pertencem. Como motor da primeira publicação e originador da ideia dos afetos como resistência, apreendemos, por meio de Como resistir em tempos brutos, texto da coluna de Eliane Brum para o El País, durante o segundo turno da corrida presidencial, que essa é uma forma primeira das resistências, por continuar em movimento, nas ações de cotidianices - termo emprestado da autora - e simplesmente por não desistir. Ademais, conceitos como território e territorialidade foram essenciais para a compreensão do projeto, assim como para sua execução. Compreendendo esses conceitos a partir do que Rogério Haesbaert explica em Território e multiterritorialidade: um debate (GEOgraphia, UFF, 2007), é possível depreender que a territorialidade, além de incorporar uma dimensão mais estritamente política, diz respeito também às relações econômicas e culturais, pois está "intimamente ligada ao modo como as pessoas utilizam a terra, como elas próprias se organizam no espaço e como elas dão significado ao lugar". Optamos, assim, definir os espaços visitados no projeto como territórios híbridos, onde natureza e sociedade confluem e se transformam mutuamente. Nosso papel, enquanto  observadores participantes era observar e escutar o ponto de vista dos moradores em um processo livre de uma engessada pré-roteirização, comum em atividades jornalísticas. Enquanto trabalho continuado de fotorreportagem e produção descritiva para web, essas ferramentas constituem-se como forma de registro da realidade social, retratação imagético-textual que produz narrativa sobre a vida na periferia, enquadrando aspectos inseridos em realidade complexa e com leituras que reconstroem, com o olhar de quem registra, a sua natureza. Apesar de o Medium ter sido escolhido como plataforma principal, onde os conteúdos foram veiculados, percebeu-se a necessidade de utilizar a rede social Instagram como difusora daquilo que seria o elemento basilar do Afetos, as fotografias. O Instagram, lançado em 2010, tem, no Brasil, a segunda maior base de usuários da plataforma no mundo, chegando a ser utilizado por cerca de 50 milhões por mês, segundo o diretor de negócios global do Instagram, Vishal Shah. Para além de uma rede social que lida diretamente com imagem e, portanto, com narrativas criadas a partir delas, ele também utiliza geolocalização como ferramenta de indicação de marcações nas fotos, catalisando as relações com o espaço. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto foi feito no Bairro João XXIII, em Fortaleza (CE), cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é considerado  muito baixo . O portal Fortaleza em Mapas, da Prefeitura de Fortaleza, com base no Censo IBGE de 2010 revela que o IDH é calculado em 0.2837, a menor do Índice. Após a verificação dos dados, foi em uma reunião extensa que planejamos o roteiro do trabalho. A reunião de planejamento aconteceu no Instituto de Cultura e Arte da UFC, dias antes do sábado (10/11/2018), data na qual saímos à campo. Para isto, organizamos previamente as ferramentas necessárias, como câmera e gravador. O gravador é da marca Tascam, modelo DR-05. A câmera, uma Nikon D3400, com uma lente 18-555mm f/3.5-5.6G VR. Ambos foram utilizados para fazer os registros pretendidos, que seriam analisados e selecionados posteriormente. Ainda na reunião de planejamento, decidimos que o projeto seria dividido em Editorial, Reportagens Especiais e Foto-Afeto. Tópicos como Sobre o Projeto e Quem Somos surgiram de acordo com a necessidade de expansão. O Editorial, a princípio, seria um material de caráter elucidativo sobre o contexto sociopolítico e eleitoral que o país passava e pelo qual uma concepção de afeto nos movia, levando nosso posicionamento. Durante o processo criativo, o texto tomou um rumo natural carregando a experiência que compôs o discurso propositivo do Projeto. A escolha por fazer reportagens especiais vem do compromisso em vivenciar o jornalismo, mesmo que de forma pessoal. Enquanto estudantes de Comunicação, é interessante que aquilo que é aprendido nas disciplinas seja posto em prática. Assim, a checagem de fatos e dados, a preocupação em falar sobre o contexto sociopolítico, comprometimento com um Jornalismo Humanizado, emprego da entrevista como um processo dialógico , como cita a autora Cremilda Medina, no livro Entrevista - O Diálogo Possível (Ática, 2011). Essas características foram levadas a sério durante todo o processo. Apesar da temática central do projeto ser a narrativa periférica em bairros, pela natureza de blog, também retratamos outros conteúdos. O Foto-Afeto é o item mais norteador do Afetos Periféricos. Ele funciona como uma exposição digital dos registros fotográficos do projeto, criando, junto aos textos, narrativas sobre os moradores do bairro. No começo de cada história, é indicado a região do bairro habitada, possibilitando, além das próprias falas e registros visuais da equipe, criar um sentimento com o espaço de onde falam. Na página inicial do blog no Medium, a disposição dos tópicos também foi colocada como forma de criar uma narrativa do projeto, em uma experiência de leitura que primeiro leva os leitores a conhecer o blog, para depois experienciar seu conteúdo. A identidade visual do projeto foi feita no Photoshop, com fotos do projeto, e com a fonte Shorelines. Por ser uma fonte manuscrita, tivemos o objetivo de nos aproximarmos e dar leveza as narrativas. Tudo foi divulgado no período do dia 12 de novembro ao dia 03 de dezembro por meio da plataforma do Medium e no Instagram. Resolvemos utilizar este último de forma complementar, a dar registro as narrativas utilizando a geolocalização, visando a dar mais visibilidade às narrativas e externalizar isso junto ao blog. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>