| A reportagem investigativa traz uma apuração sobre os sistemas integrais implantados nos ensinos médios de escolas particulares de Maceió. Produzida para uma disciplina da Ufal, a investigação partiu de vivências próprias -eu estudei em uma escola com esse método de ensino- e a vontade de contar a história ao qual centenas de jovens vivenciam todos os anos. Por ser um método já adotado em escolas públicas, a inserção desse modelo nas séries finais da educação básica por escolas de classe média alta levou a uma desconstrução da necessidade de uma carga horária maior. A investigação reuniu duas escolas, onde profissionais como professor, coordenador e psicóloga falaram sobre o assunto, além de alunos e ex-alunos que já vivenciaram a experiência. A escolha do modelo traz questionamentos envolvendo a supervalorização de aprovações no vestibular, os custos e benefícios desse tipo de ensino e o quanto o capital é indispensável nessa remodelação de um sistema integral já consolidado. Além de questionamentos, também é explicado como o método funciona nessas escolas, já que são experiências diferentes. No entanto, a forma em como eles são construídos é a mesma, inclusive tendo profissionais em comum.
A relevância em destrinchar uma pauta pouco comentada abriu meus olhos para a investigação desse modelo adotado por grandes escolas particulares de Maceió, essas que detém as melhores notas no Enem na cidade e os maiores índices de aprovação. Por ter passado pelo processo e notando suas mudanças ao decorrer do tempo, foi necessário um olhar mais inquisitório sobre o tema. A principal ligação à adoção de tempo integral é com os altos números de aprovados. Dessa forma, a questão cerne da reportagem foi justamente traçar todos esses pontos e, de maneira crítica, buscar explicitar o fato adotado por justificativas puramente capitalistas. O grande número de aprovados em turmas de terceiro ano beneficia, em grande parte, ao colégio em sua infindável luta com os cursinhos pelos méritos dos alunos. No fim, ainda se traz um panorama de como a adoção do novo método interfere na vida da família e dos alunos. |
| A reportagem foi conduzida em uma investigação sobre as escolas particulares de classe média alta da cidade de Maceió. O foco da apuração é entender como os sistemas integrais são implantados no ensino médio dessas escolas. A etapa de produção começou com a escolha do tema e elaboração da hipótese da reportagem, contada a partir da supervalorização de aprovações no vestibular e o custo que esse novo sistema proporciona. A partir disso foi destrinchado perguntas a partir de palavras chaves da hipótese, a fim de responder questões básicas para o andamento da reportagem. A escolha dos personagens derivou do universo das escolas, sendo usados professores, coordenadores, psicóloga, alunos e ex-alunos. As fontes não oficiais que não foram citadas nos textos derivaram-se de conversas informais sobre o funcionamento das escolas e dos sistemas implantadas por elas. Como fontes abertas, foram usados dados do Censo Escolar do Inep e dados do Ideb. Todo o período de produção e pesquisa da reportagem durou em torno de quatro meses. O tema é pertinente depois da decisão da reforma do ensino médio aprovada pela câmara federal em 2017. Com ela todo o sistema deve ser modificado, inclusive o método de ensino que é voltado prioritariamente para o ingresso dos alunos em universidades pelo país.
7 REFERÊNCIAS
AGUIAR, Leonel Azevedo. O jornalismo investigativo e seus critérios de noticiabilidade: Notas introdutórias. 2006. Revista Alceu, número 13, volume 7. p. 73-84. Disponível em: http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/alceu_n13_Aguiar.pdf
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DO DIREITO A EDUCAÇÃO. Resultados do Ideb 2015- Séries Finais e Ensino Médio novamente fora da meta. Disponível em: < http://dodireitoaeducacao.blogspot.com/2017/03/resultados-do-ideb-2015-series-finaise.html> Acesso em: 05 de Outubro de 2018.
BLOG DO FREITAS. Comparação de escolas públicas com privadas. Disponível em: Acesso em: 05 de Outubro de 2018. A SOLUÇÃO. Só 5,6% das matrículas do ensino médio são em tempo integral no Brasil. Disponível em: < http://www.solucaoaulas.com/educacao/so-56-das-matriculas-do-ensinomedio-sao-em-tempo-integral-no-brasil/> Acesso em: 05 de Outubro de 2018.
CARTA EDUCAÇÃO. Ensino integral é mais que uma questão de tempo. Disponível em: < http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/ensino-integral-e-mais-que-uma-questao-detempo/> Acesso em: 05 de Outubro de 2018.
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