ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #bc1520"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00595</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT13</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Riachos Invisíveis #RiachosInvisiveis </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Danilo de Souza Santos (Universidade do Estado da Bahia); Anette Maria Rodrigues Silva Bento Oliveira (Universidade do Estado da Bahia); Cássio Felipe de Lima Silva Viana (Universidade do Estado da Bahia); Victoria Cristina Rodrigues Resende dos Santos (Universidade do Estado da Bahia); Luiz Adolfo Andrade (Universidade do Estado da Bahia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho descreve o processo de construção de Riachos Invisíveis, projeto experimental em transmídia criado a partir das provocações da disciplina Tópicos Especiais em Comunicação III, do curso de Comunicação Social - Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia, Campus III, em Juazeiro-BA. Geramos uma experiência em linguagem transmídia com foco em temas e problemas do semiárido Brasileiro. O projeto consiste na interação de plataformas online a partir de um conteúdo midiático indexado, neste caso, o tema dos riachos urbanos da cidade de Juazeiro-BA, em que o relacionamento desses meios se dá de forma multidirecional,  levando a audiência e a informação de uma plataforma para a outra, de forma de leitura não linear e convergente, onde o leitor pode dar seu próprio encadeamento ao processo de interação e consumo de conteúdo (ANDRADE, 2015). Assim, as informações disponíveis em cada plataforma não perdem sentido se forem apreendidas de forma individual, no entanto, a compreensão do tema só será efetivado após o consumo de todos os conteúdos (ANDRADE, 2015). A partir de uma construção jornalística, imagética e poética combinada com a linguagem em transmídia, o projeto tece a situação atual de três riachos urbanos de Juazeiro-BA: Macarrão, Malhada e Mulungu, que cortam a cidade. Juazeiro está inserida na bacia hidrográfica do rio São Francisco, região que engloba o território Semiárido brasileiro. A dinâmica ambiental deste território ainda é um desafio para definir mais precisamente uma delimitação das áreas semiáridas, já que os processos de desertificação também decorrem das ações humanas, como desmatamento, queimadas, salinização dos solos, etc. (Schistek e Carvalho, 2013). Além disso, há no Semiárido Brasileiro as Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASD), que compreendem as áreas semiáridas, as subúmidas secas e as áreas de entorno às ASD, incorporando 1488 municípios em uma área de 1.338.076 km² (15, 72% do território brasileiro) de todos os estados do Nordeste mais Minas Gerais e Espírito Santo (Schistek e Carvalho, 2013). Portanto, não existe um único território Semiárido, pois do ponto de vista de sua cartografia, é constituído por fronteiras muito fluidas, que atendem aos diversos interesses dos atores sociais, das leis e agências de desenvolvimento em vigor, bem como, das próprias compreensões sobre as características da natureza semiárida. Nesse sentido, o projeto Riachos Invisíveis propõe uma discussão em torno da relação entre natureza, cidade e políticas públicas, analisando os riachos urbanos que, ao longo do processo de urbanização, foram incorporados à cidade e demasiadamente alterados pelas ações humanas. A escolha dos riachos se deu em razão de serem os principais que cortam a cidade. No entanto, existem mais outros seis que se formaram posteriormente  devido aos desvios, aterramentos, retificações ocorridas ao longo do tempo, de modo que atualmente é possível reconhecer nove riachos na cidade (NIGRO, 2017, p.24). Atualmente, ao invés dos chamados riachos urbanos serem elementos paisagísticos e funcionais benéficos para a cidade e sua população, são canais receptores de despejos líquidos e sólidos, a ponto de nem serem mais reconhecidos como riachos. Então, passaram a ser nomeados como  canais de esgoto ,  esgotão ,  canais da vergonha ,  canais das muriçocas (NIGRO, 2017), trazendo vários transtornos à população como doenças e mau cheiro. Para além, podem significar a perda de referencial do rio como fonte de vida, já que a identidade da vida dos povos ribeirinhos está diretamente ligada à vida do rio. Esta problemática caracteriza, hoje, uma situação limite para ambos:  estudos realizados por técnicos das próprias instituições governamentais preveem que, se não houver uma mudança radical nas causas de sua degradação, a bacia do hidrográfica do rio São Francisco poderá se transformar num  deserto irrecuperável , além do risco do rio se tornar temporário (UNGER, 2001, p. 58).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Optamos pelo método da pesquisa bibliográfica, utilizando os seguintes textos:  Jogos digitais, cidade e (trans)mídia: a próxima fase , de Luiz Adolfo de Andrade, Appris Editora, 2015;  Formação histórico-geográfica do Semiárido Brasileiro de Harald Schistek e Luzineide Dourado Carvalho, do livro  Educação e Convivência com o Semiárido: reflexões por dentro da Uneb , de Edmerson Carvalho e Luzineide Silva, editora RESAB, 2013;  Dos riachos aos canais: o desprezo pela natureza na cidade em ambiente semiárido no Brasil , de Matteo Nigro, 2017;  Da foz à nascente - o recado do rio , de Nancy Mangabeira Unger, editoras Cortez e da Unicamp, 2001;  Cultura da Convergência de Henry Jenkins, editora Aleph, 2009;  Transmedia Storytelling: Business, Aesthetics and Production at the Jim Henson Company , dissertação de mestrado de Geoffrey Long defendida em 2007 no Massachussets Instituct of Technologies (MIT);  Fotografia, gatilho de memória , de Maria Luiza Midiograf Hoffmann, Midiograf, 2014; e  Caminhos das águas (relatório técnico), de Danilo de Souza Santos et al., CMLEM, 2018. Focamos na noção de cultura da convergência e no conceito de transmídia. Esta discussão remonta ao estudo seminal realizado por Henry Jenkins, no qual ele propõe a definição de convergência midiática: Por convergência refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos (...) convergência é uma palavra que consegue definir transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais, dependendo de quem está falando e do que imaginam estar falando (...)meu argumento aqui será contra a ideia de que a convergência deve ser compreendida principalmente como um processo tecnológico que une múltiplas funções dentro dos mesmos aparelhos. Em vez disso a convergência representa uma transformação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos disperso. (JENKINS, 2009, p.27-28). Para desenvolver a ideia de convergência midiática, Jenkins se debruça em dois conceitos  chave. O primeiro deles é a cultura participativa, que surge em contraste à passividade típica dos espectadores dos meios de comunicação de massa. Na cultura participativa, o fluxo de conteúdo é catalisado pela participação ativa de camadas da audiência, delimitadas de acordo com a habilidade e engajamento. O segundo conceito  chave é a noção de inteligência coletiva, proposta por Pierre Lévy, utilizada por Jenkins para se referir às novas formas de consumo midiático, que tornou-se um processo conjunto. Em resposta ao paradigma da convergência das mídias, Jenkins percebeu o surgimento de uma nova estética concebida como trasmídia, que depende de uma postura mais ativa do público. O autor destaca como rebentos dessa nova estética formatos como as narrativas transmidiáticas e os jogos de realidade alternativa - também conhecidos pela sigla  ARG , do inglês alternate reality games. O primeiro refere-se às histórias aquela onde o conteúdo se desdobra através de múltiplos meios de comunicação (cinema, TV, games, histórias em quadrinhos etc.) em que cada parte faz uma valiosa e distintiva contribuição para a história como um todo (JENKINS, 2009; LONG, 2007). Já os ARGs são jogos em transmídia nos quais o potencial das novas tecnologias de informação e comunicação (smartphones, QRCodes, redes sociais da internet como Blogs, Facebook, Twitter, Youtube) são utilizados como recurso para game design, criando uma forte impressão de  realidade paralela . (ANDRADE, 2015). Durante nosso processo de revisão bibliográfica, percebemos que todos estes conceitos são direcionados, em um primeiro olhar, à projetos que gozam de grandes orçamentos e se inserem no mainstream da mídia internacional. Nós vimos então num desafio, que foi explorado como trabalho de conclusão na disciplina citada anteriormente: como produzir conteúdo em transmídia para orçamentos mais modestos?</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Reconhecendo a necessidade de colocar em debate problemáticas relacionadas ao Rio São Francisco, principal fonte hídrica da região do Vale do São Francisco, a turma definiu a temática central dos trabalhos. Cada equipe apresentou sugestões de pauta e optamos por nos debruçar e refletir sobre a situação dos riachos urbanos da cidade, vítimas da falta de saneamento básico e políticas públicas adequadas, resultado da ausência de um plano diretor municipal voltado para as questões e problemáticas que envolvem o meio ambiente e o verde urbano (SANTOS at al., 2018). Para a construção deste trabalho, três fatores foram importantes dentro da conjuntura em que estávamos inseridos: tempo, público-alvo e recurso financeiro. O projeto foi elaborado sem qualquer orçamento destinado para este fim, sendo utilizados equipamentos da própria UNEB. A investigação se deu em três meses, a partir do estudo de documentos preservados em acervos, como o Dom José Rodrigues, localizado na própria UNEB, leituras de produções científicas, entrevistas a pesquisadores e, principalmente, através do resgate da memória de moradores locais, que acompanharam as mudanças no espaço urbano pela própria vivência. Buscando criar um  ponto inicial para a imersão em nosso projeto, criamos um vídeo inspirado na noção de  buraco de coelho (rabbit hole), estabelecida popularmente no cenário da transmídia pelo gênero dos jogos de realidade alternativa. Inspirados nesta definição, criamos um vídeo o qual chamamos trail head, feito numa ambientação misteriosa e indexado no youtube com hashtags que buscam propositalmente torná-lo mais fácil de encontrar e, ao mesmo tempo, conectá-lo aos outros fragmentos de Riachos Invisíveis. Colocamos, ao longo das produções, um easter egg, recurso utilizado dentro das narrativas transmídias. Trata-se de uma referência em comum, que pode conectar todas as produções, como um fio de ligação ou uma hashtag. Usamos um barco de papel azul, no qual a cor azul fazia uma referência lúdica a água, o barco aos ribeirinhos e o papel, a fragilidade dos riachos urbanos que vem sofrendo ao longo dos anos com a poluição. Durante as reuniões de pauta, dialogamos sobre as mídias que seriam utilizadas no projeto: microtextos (com gêneros livres), no Facebook; fotografias, no Instagram; vídeos, no YouTube; podcasts, no Soundcloud; e infográficos, no Medium. Para o Facebook, produzimos cinco textos: 1)  A desertificação do mundo contemporâneo ; 2)  O encontro de três irmãos ; 3)  O relato da muriçoca revoltz; 4) "Isso aqui corria água, minha filha, água limpinha. Dava para tomar banho e já teve até gente que morreu afogado ; e 5)  Ei, você sabe o que são riachos urbanos? . Os textos tinham a proposta de apresentar, através de mais de um gênero textual, as problemáticas dos riachos urbanos. Para o Instagram o grupo apostou na publicação de fotos: 1) Imagem do cenário de poluído de um dos trechos do Riacho do Macarrão; 2) Imagem das margens do rio São Francisco no trecho onde a água é completamente escura em razão dos dejetos; 3) Imagem do Riacho do Macarrão nas proximidades de onde o mesmo deságua; 4) Imagem de um pássaro, cantando, em meio a dejetos de um dos riachos e 5) Imagem do barquinho (easter egg), em meio a dejetos. No SoundCloud, produzimos um podcast, no qual apresentamos possibilidades de revitalização de cursos naturais, exemplificando rios e riachos de outras cidades. No Medium publicamos um Infográfico onde questionamos o processo de impermeabilização dos riachos. Já no YouTube a equipe publicou cinco vídeos: 1) Pessoa praticando caiaque em um trecho poluído do rio; 2) Entrevista com moradoras que vivem às margens do Macarrão; 3) Declamação de  Salve o Rio São Francisco às margens do riacho do Macarrão; 4) Problemas gerados pela poluição dos riachos: O caso das muriçocas na rodoviária de Juazeiro e 5) Performance às margens dos riachos. Todos os conteúdos podem ser encontrados a partir da hashtag #riachosinvisíveis.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>