ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #bc1520"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00596</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;IPUPIARA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;FLORISVAL ELIAS SANTOS NETO (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ); Eliana Cristina Paula Tenório de Albuquerque (Universidade Estadual de Santa Cruz); Samuel Ferreira Nascimento (Universidade Estadual de Santa Cruz)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Muito antes do advento da escrita e toda a vasta tecnologia digital moderna, a humanidade já registrava seu cotidiano através de estratégias inventadas, tais como os hieróglifos, as esculturas, as pinturas rupestres, e posteriormente a escrita. Essas formas mais antigas de registro já datadas serviram não só para exibir feitos e mitos de heróis, mas para manter viva a tradição de um povo além de possibilitar a mediação de uma figura essencial no que diz respeito ao rito da oralidade: o ancião. Durante anos a figura do ancião, griô (guardião da memória da história oral de um povo ou comunidade), ou o contador de causos [sic] serviu como semeador dessas histórias e como guardião da arte da memória, plantando no imaginário popular uma rede de lendas, através da fala, como forma de preservação e de divulgação de um legado cultural fundamental para a vida em sociedade. Esses diálogos, evocados pelos discursos mantiveram as lendas vivas por anos. A memória é quem comanda tudo, sendo ao mesmo tempo "repositório e veículo da cultura" (ROSA, 1994, p. 140). Em comunidades rurais, a presença desse mediador é extremamente importante, já que, devido às condições precárias de aparatos tecnológicos, a comunidade toma como verdade o conhecimento empírico deste personagem, e reproduzem essas histórias para gerações posteriores e, para Agboton, 2004, o conto segue sendo, um transmissor de valores tradicionais que devem ser descobertos por entre os rodeios da história e adaptados à realidade que se vive. (p. 12-13). Para a vila de Serra Grande, distrito de Uruçuca no sul da Bahia, as lendas fazem parte do processo de construção sociocultural da comunidade, mas a oralidade por si só não é capaz de eternizar os mitos, uma lenda contada ao vento não se afama, faz-se necessário a presença de um público, o povo, que serve como semente, plantando aos quatro cantos esses registros e cuidando para que se mantenham vivos. Diversos sãos os guardiões da memória, e diversas são as histórias, contadas antes em reuniões familiares, nas portas de casa em conversas no fim da tarde. Esses registros vêm de perdendo ao passo que cada vez menos pessoas se disponibilizam a escutar. Na atual conjuntura cibernética, o audiovisual desempenha forte poder sobre os interesses do público, sendo este o instrumento escolhido para reaproximar os povos das lendas esquecidas no consciente popular, o pensamento social e no pensamento individual. Como forma de registrar e eternizar essas lendas, e munidos dos conhecimentos prévios na construção do audiovisual, o objetivo deste trabalho é permitir que o rito da oralidade seja perpetuado, não substituído por aparatos temáticas modernas, mas que essas narrativas melhor se estruturem permitindo seu maior escoamento, mantendo vivas no inconsciente popular, através da ficção gravada em ambiente tecnológico. Mais que isso, permitir que discussões acerca da proteção e manutenção do meio ambiente sejam levantadas com maior frequência, tanto na instância popular, quanto no meio acadêmico, sendo inclusive possível a utilização dessa obra como conteúdo sócio pedagógico.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Preocupada com os afastamentos gerados pela tecnologia digital, movida pela por constituir outras funções para tais tecnologias, a professora Joliane propôs aos alunos do quarto semestre do curso de comunicação social da Universidade estadual de Santa Cruz a produção de um episódio piloto de uma série ficcional. A disciplina Oficina de Fotografia e Iluminação II e Oficina de Redação para Rádio, para as quais essa obra foi produzida, permite que entendamos as construções e utilizações possíveis da luz para o âmbito do audiovisual e o uso do som na criação de sentidos, sendo o produto um crédito de conclusão de semestre, onde os discentes constroem uma narrativa a partir de orientações docentes, usando técnicas específicas para produção audiovisual e sonora. O desafio era utilizarmos técnicas de iluminação artificial aliadas à luz natural presente, além de fazer a passagem de ambiente externo dia/noite em ambiente interno dia/noite, aliando a preocupação com a montagem ao processo de captura das imagens no que se refere aos movimentos de câmera e iluminação específica que demandam e suas possibilidades de interpretação. A obra foi construída através de pesquisas, como a teoria das representações sociais que,para Moscovici, traduzem o conhecimento do senso comum. Tal conhecimento possibilita a um povo interpretar o mundo, construindo e representando objetos e conceitos coletivamente, atribuindo-lhes condições e regras compartilhadas socialmente por meio da comunicação, as quais norteiam suas ações, escolhas e comportamentos. Segundo Moscovici, 1978 "[...] as relações sociais que estabelecemos no cotidiano são fruto de representações que são facilmente apreendidas" (p. 41), logo, a representação social, possui uma dupla dimensão: sujeito e sociedade. Após discussão dos conceitos de Moscovici, a turma decidiu imergir nas lendas e mitos locais, onde cuidadosamente analisou e pesquisou diversas narrativas regionais, levando-se em consideração a relação que estas detém sobre a comunidade. Cada região dispõe de sua especificidade e constrói suas narrativas a partir de diversas condições, não necessariamente sobre a ótica da divergência entre as lendas e as possíveis contestações de veracidade de suas versões, mas as diversas possibilidades de reprodução, assim como nos dita a máxima de que quem conta um conto aumenta um ponto. Optou-se então pela produção de uma lenda que, além de evocar a ancestralidade da oralidade e a "contação de história" pudesse ser ressignificada, possibilitando discutir questões socioambientais. O grupo escolheu a lenda do "nego d'água", de forma a permitir alertar a população sobre poluição, cuidados com o meio ambiente e o pertencimento do local onde vive. A lenda do nego d'água, ou, IPUPIARA para os indígenas, é contada de inúmeras formas em diversas regiões. O recorte encolhido para narrar essa obra foi coletado na comunidade de Serra Grande, Uruçuca, no sul da Bahia. A pesquisa de campo mostrou uma história que gira em torno de um ser mitológico  o nego d'água  o protetor as águas da vila, pregando peças em quem ousa poluir os rios. O personagem é um jovem negro, que desempenha papel de guardião e zela pela harmonia na natureza. A ideia do curta metragem é contar a história de Inara, uma sensitiva que viajara até a vila de Serra Grande, munida de uma tarefa deixada por sua avó que falecera. No desenrolar dessa tarefa, Inara encontra sua prima, Angra, que a direciona às pessoas e locais corretos para desvendar e desfazer um grande mal-entendido. Examinando a lenda, o desafio transformar para o audiovisual todas as suas multiplicidades de informações, mantendo a fidelidade ao núcleo central da história construindo uma linguagem acessível e compreensível para o público ao qual se destina. Reestruturamos a lenda, inserindo uma segunda história que permitiu o entendimento da narrativa. Tanto a ancestralidade quando o cuidado com o meio ambiente puderam ser evocados com clareza e verossimilhança.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Após pesquisa e escolha da lenda, a equipe responsável construiu o roteiro literário para a produção da ficção, esse primeiro momento categoriza-se como o processo da pré produção. A partir da história base  a lenda do nego d'água  foi desenvolvido uma nova narrativa. Roteiro construído, na segunda etapa a equipe de produção junto à produção executiva desdobrou-se para viabilizar o projeto, construindo um caderno de produção e um projeto executivo para gerir estratégias de arrecadação de recursos. Concomitantemente, a equipe de direção de atores, considerou potencias atores para manter características e empatia necessárias, a equipe de som e a equipe de fotografia produzira o roteiro técnico, enquanto a equipe de arte trouxe referências visuais e as paletas de cores. O primeiro ensaio com os atores escolhidos foi crucial para definir o tom que o produto teria, já que toda a construção visual, seja por meio de aparatos tecnológicos e a construção visual sensorial, através da mise-en-scène, depende diretamente da relação entre ator e produção. Terminado o período de ensaios e todos os encaminhamentos técnicos definidos, tais como ordem do dia, roteiro técnico, termos de autorização de uso de imagem e voz, figurino e objetos cênicos a equipe viajou até a vila levando consigo o equipamento de iluminação disponibilizado pela Universidade Estadual de Santa Cruz. A gravação em Serra Grande iniciou-se dia 20 de abril e finalizou-se em 24 de abril 2018. O maior desafio no processo de produção foi o clima instável, sabendo-se que a maior parte das cenas seriam em ambientes externos, toda a ordem do dia e cronograma de gravação foi repensando de modo a garantir a produção. As cenas diurnas foram gravadas com êxito, usando acessórios para corrigir a luz natural quando necessário. Cenas noturnas e em ambientes internos, tomaram parte do tempo de produção graças a dificuldade enfrentada pela equipe no uso de limitados equipamentos de iluminação disponíveis. Para construção visual das cenas, a equipe de arte junto à direção de fotografia usou pressupostos elencados pelas teorias da psicologia das cores, sendo os tons quentes, especificamente a cor laranja e seus subtons predominantemente utilizados. De acordo com Eva Heller, 2012, "o laranja muitas vezes denota o verdadeiro caráter de um sentimento, pois o laranja combina as contradições do vermelho e do amarelo, fortalecendo seus pontos em comum" (pag. 336). Assim, a escolha dessa cor deu-se graças as diversas relações estabelecidas no processo de contação de histórias e como essas histórias são vistas na comunidade, dando visibilidade a estas lendas, já que "o laranja está em todo canto, precisamos apenas enxergá-lo" Eva Heller (2012, p. 336). Concluídas as gravações, a equipe catalogou e organizou todas as cenas e áudios registrados, e todo o material foi encaminhando pra equipe de edição. Baseado nas afirmações de Amiel, 2010, a montagem cinematográfica não é apenas uma operação técnica indispensável, mas também um princípio criativo, uma modalidade de pensamento, um caminho para conceber os filmes associando imagens. Após montagem e análise do primeiro corte, a equipe de som iniciou o processo de construção da trilha sonora original. Segundo Dancyger, 2003, o primeiro passo da montagem sonora é alcançar e sustentar o som dando-lhe credibilidade para, em um segundo momento da montagem, a música ser pensada e estabelecer a ênfase dramática, imagem e som não se excluem, se complementam. Finalizadas montagem e mixagem, fez-se revisão de toda montagem visual e sonora que houvesse pequenos ajustes caso algo estivesse destoante no processo de pós-produção, como o refinamento dos efeitos de transição do som. Verificado isto, houve a inserção dos créditos finais, coloração e efeitos de transição específicos, e o curta enfim, finalizado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>