INSCRIÇÃO: 00616
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO04
 
TÍTULO: A Ponte: produção literária e humana.
 
AUTORES: Sarah Araújo de Castro (Universidade de Fortaleza); Natália Xavier Coelho (Universidade de Fortaleza); Alejandro Vivanco Sepúlveda (Universidade de Fortaleza)
 
PALAVRAS-CHAVE: , , , ,
 
RESUMO
A Ponte é revista-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) idealizada em 2003 e publicada pela primeira vez em 2004. O produto tem como principal objetivo acadêmico ligar a teoria com a prática - daí o termo "ponte" - para garantir a experiência completa do estudante da disciplina em todos as áreas da comunicação impressa, desde a decisão do tema para a construção da pauta até a diagramação da reportagem finalizada. Em conjunto com seus elementos literários, a revista também adota características do jornalismo humanizado Se relata, então, histórias em que o foco é o humano. A revista, com a tiragem de 500 exemplares, já está em sua 24ª edição. A revista A Ponte já possui seu próprio plano gráfico editorial, em que os relatos que contemplam histórias humanas são trabalhados em conjunto com características do Jornalismo Literário e pretendem se equilibrar com a diagramação da revista, que utiliza recursos multimídias e visuais em conjunto com uma escrita mais aprofundada. Dessa forma, todos os ângulos da narrativa são explorados, com valorização do diálogo e descrições de sensações. personagens, ambientes etc. As reportagens desta edição tem como foco, assim como as outras edições da revista, o humano. Na 24ª, as reportagens valorizam personagens cearenses. Entre as matérias, há entrevista com a escritora cearense Socorro Acioli, que teve a oportunidade de participar de curso com o escritor ganhador do Nobel de Literatura, o colombiano Gabriel García Márquez, reportagem em primeira pessoa sobre ex-dependente químico, matéria com o cearense que completou o desafio dos sete cumes, em que deveria escalar as montanhas mais altas dos continentes - matéria que contempla a capa -, entre outras histórias que tenham relevância social ou humana em si. Todas as reportagens foram realizadas por estudantes durante o tempo da disciplina, sob a orientação do professor, e pretendem apresentar histórias positivas. A revista também se caracteriza por sua diagramação, que permite produções multimídias, como boxes (entre eles, depoimentos, visões do repórter, entrevistas ping-pong), infográficos e possibilidades gráficas com as fotos das reportagens e as páginas da revista, permitindo um design mais criativo, limpo e chamativo. Ambas fotografias e diagramação são fruto da parceria do Núcleo Integrados de Comunicação (NIC). Além das reportagens, a revista abre espaço para outros gêneros jornalísticos ou que tenha relação com a comunicação. Na 24ª edição, a revista contempla os gêneros editorial, crônica, e ensaio fotográfico sobre a comunidade Quilombola, ambos autorais dos estudantes da Universidade.
 
INTRODUÇÃO
O exercício proporciona aos alunos a elaboração de matérias que se relacionem com o Novo Jornalismo, área que, de acordo com Lima, em seu texto "Páginas Ampliadas" (editora Manole, 2009), realiza diálogo entre o Jornalismo e a Literatura. A técnica possibilitaria também a utilização de recursos da linguagem para dar mais vida ao trabalho, ao mesmo tempo em que relata a história. É, além disso, uma forma de chamar a atenção do leitor e garantir sua permanência na revista. Como afirmam Castro; Galeno, na obra "Jornalismo e literatura" (Escritura Editora, 2002) "a literatura, especialmente, deverá ser o fermento para desobstruir a imaginação jornalística e um meio de evitar que ela se transforme em mero exercício retórico do cotidiano". Entende-se que há espaço maior para o jornalista em utilizar a criatividade para aumentar as descrições do texto, a fim de não torná-la rotineira, mas sim notável. O Jornalismo Literário, assim, se desenvolveria como mais uma categoria jornalística, em que os fatos são relatados de forma mais profunda. Segundo Pena, em seu artigo "O Jornalismo Literário como gênero e conceito" (Revista Contracampo, 2007), essa modalidade "significa potencializar os recursos do jornalismo, ultrapassar os limites dos acontecimentos cotidianos, proporcionar visões amplas da realidade, exercer plenamente a cidadania, romper as correntes burocráticas do lide, evitar os definidores primários e, principalmente, garantir perenidade e profundidade aos relatos". Em conjunto com essas características, a revista põe em foco o jornalismo humanizado, caracterizado por Ijuim, em seu texto "Jornal e vivências humanas" (UFMS, 2005), como a busca do comunicador em dar características humanas e subjetivas para garantir a narração viva, em que há "emoções, afetividades, subjetividades". Para Alves; Sebrian "Jornalismo Humanizado" (Intercom, 2008), o jornalismo humanizado se relaciona com o contar de histórias, em que as experiências e os sentimentos fazem parte do relato e se classificam como elementos chaves. Teve-se como objetivo final, então, a criação de uma reportagem que pudesse passar a informação de forma humanizada e literária e ao mesmo tempo construir um produto de excelência. A reportagem se caracteriza como uma forma de disseminar pautas aprofundadas, segundo Marques de Melo, em seu texto "A opinião no jornalismo brasileiro" (editora Vozes, 1994). O gênero abre espaço para a produção de narrações mais interpretativas, pois, segundo Bahia em seu livro "Jornal, história e técnica" (editora Ática, 1990): "O salto da notícia para a reportagem se dá no momento em que é preciso ir além da notificação – em que a notícia deixa de ser sinônimo de nota – e se situa no detalhamento, no questionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto". A reportagem foi, então, o gênero em foco para a produção do trabalho final. O gênero também é definido por Ricardo Kotscho, em seu livro "A Prática da Reportagem" (editora Ática, 1986), como um produto que possui diversas possibilidades e que depende "da cabeça e do coração de quem escreve". Se torna claro o papel do jornalista em sua maneira de escrevê-la de forma responsável e ética, características ressaltadas durante as orientações pré-produção da reportagem. Caldas, em seu artigo "Ética e Cidadania na formação do jornalista" (PósCom-Umesp, 2005), explica que o jornalista atua como intérprete dos acontecimentos mediante à sociedade, de forma a participar com responsabilidade na relação entre a população e as notícias. Observa-se que o jornalista deve assumir primeiro sua posição como integrante da sociedade. Portanto, realizar a proposta da disciplina oportuniza o exercício de técnicas do Jornalismo, bem como trabalha conceitos de ética e cidadania, valores que devem ser cultuados desde a faculdade para garantir que esses valores estejam sempre presentes nos futuros profissionais.
 
OBJETIVO
A Revista, desde sua idealização, já possui seu conceito definido, bem como sua missão social e seu objetivo acadêmico. Essas definições se tornam relevantes na hora de medir o sucesso de qualquer revista, pois, para Scalzo, em seu texto “Jornalismo de Revista” (editora Contexto, 2003): “Uma boa revista começa com um bom plano editorial e uma missão definida - um guia que vai ajudá-la a posicionar-se objetivamente em relação ao leitor e ao mercado [...] é o plano editorial que vai alimentar o plano de negócios e, por consequência, deve representar a visão exata da redação sobre a publicação, e sua relação com o leitor”.਀ Dessa forma, a primeira etapa da produção se constituiu com reuniões durante a disciplina para a separação das duplas ou grupos e para apresentar de maneira formal a Revista e sua missão Logo, foi-se escolhido o tema para iniciar a produção de pauta. Esta se deu após a confirmação de que a(s) personagem(ns) eram viáveis, e foi, inclusive, atividade avaliativa. Após essa etapa, os estudantes receberam orientações sobre a apuração para a produção. ਀ Foi-se indicado que os estudantes realizassem mais de uma única entrevista, a fim de conhecer a fundo suas histórias para afinal serem transformadas em relatos literários. A entrevista teve papel importante na construção das matérias, pois era momento de reconhecimento entre o entrevistador e entrevistado. Para isso, os estudantes foram orientados a realizarem conversas, para garantir tempo de fala ao entrevistado e demonstrar interesse, pois, segundo Oyama em seu livro “A arte de entrevistar bem” (Contexto, 2015): “O bom entrevistador é aquele que, antes de tudo, sabe ouvir. E saber ouvir implica, antes de tudo, ser curioso. Quando um repórter tem genuína curiosidade sobre o entrevistado ou sobre o assunto do qual ele trata, isso fica evidente na maneira como ele se comporta, reage, fala – e isso estimula o entrevistado a expor-se cada vez mais”.਀  Dessa forma, se fez importante os primeiros contatos entre entrevistado e entrevistadores – personagem e estudantes. Também para Medina, em seu livro “Entrevista: o diálogo possível” (Editora Ática, 1986), a entrevista vai além da colhida de informações e se classifica como “técnica de interação social, de interpenetração informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais, sociais”.਀ A reportagem tem como objetivo, também, de produzir o chamado storytelling, para que as histórias relatadas na entrevista sejam contadas Para Nunez, em seu texto “É melhor contar tudo” (Editora Nobel, 2009), o termo se definiria como uma mescla entre uma arte e a técnica jornalística para, assim, “contar histórias”e, no caso da Revista, transmitir os relatos de forma literária. Domingos, em seu texto “Storytelling: evolução, novas tecnologias e mídia” (Intercom, 2009), disserta que essa narração pode e deve ser acompanhada de outras técnicas, de modo a complementar a matéria e trazer a informação de forma mais democrática, por meio de diversas linguagens. Assim, para o autor, o storytelling deve ser “entendido como uma nova maneira de narrar a vida humana por meio de sincretismos de linguagens, em sofisticadas ferramentas da chamada tecnologia inteligente, em suportes diferentes e em processos até mesmo cross-media”.਀ Essas características foram levadas em conta durante toda a produção, o que abriu espaço para outras possibilidades na escrita, como “visão do repórter”, além de boxes, infográficos e outras produções já mencionadas. Dessa forma, a produção da revista teve diversos focos acadêmicos e práticos em suas reportagens, entre elas, as diversas competências trabalhadas pelo jornalista na produção de outras mídias já não tão rotineiras. O objetivo é alcançar em seus leitores diversas emoções, para não só fazê-lo continuar a matéria até o final, mas para difundir as histórias que foram compartilhadas pelas personagens.਀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䨀唀匀吀䤀䘀䤀䌀䄀吀䤀嘀䄀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䴀준吀伀䐀伀匀 䔀 吀준䌀一䤀䌀䄀匀 唀吀䤀䰀䤀娀䄀䐀伀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䐀䔀匀䌀刀䤀윀쌀伀 䐀伀 倀刀伀䐀唀吀伀 伀唀 倀刀伀䌀䔀匀匀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䌀伀一匀䤀䐀䔀刀䄀윀픀䔀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀