XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE


INSCRIÇÃO:	00695

CATEGORIA:	JO

MODALIDADE:	JO08

TÍTULO:	Raimundo do Queijo - Ponto de Encontro e Espaço da Cultura Cearense.

AUTORES:	Alice Araújo Lima (Universidade de Fortaleza); Glenda Gabrielle Valverde Martins (Universidade de Fortaleza); Mariana Fontenele Braga de Sena (Universidade de Fortaleza)

PALAVRAS-CHAVE:	, , , ,

RESUMO
A reportagem "Raimundo do Queijo - ponto de encontro e espaço da cultura cearense", produzida no segundo semestre de 2018, publicada no jornal laboratório impresso Sobpressão, do Curso de Jornalismo, da Universidade de Fortaleza (Unifor), apresenta a história do Bar do Raimundo do Queijo e do Sr. Raimundo, proprietário do local fundado em 1977. O texto mostra os motivos que consagraram o bar do seu Raimundo como um ponto turístico do centro da cidade de Fortaleza. A história perpassa as origens do comerciante e de como a amizade foi fundamental para o começo do funcionamento do comércio e de sua duração até os dias atuais, além de mostrar a influência do local no seu entorno, revitalizando a área. A reportagem foi produzida em estilo de jornalismo literário, uma vez que esse gênero garante a profundidade dos relatos, como reforça Felipe Pena no livro "Jornalismo Literário" (Contexto, 2006), a fim de envolver o leitor na história e despertar sua percepção a respeito da importância do Bar para cultura regional de Fortaleza. Como aponta Stuart Hall no livro "Da Diáspora" (UFMG, 2006), em meio a uma sociedade que enfrenta uma luta contínua, irregular e desigual, por parte da cultura dominante, no sentido de desorganizar e reorganizar constantemente a cultura popular, percebe-se que cresce a necessidade de se produzir reportagens que enalteçam espaços tradicionais, como o Raimundo do Queijo.

INTRODUÇÃO
As etapas da reportagem começaram com a escolha do tema a ser abordado. Ao enveredar para uma opção de narrativa cultural e com o apelo da tradicionalidade, as repórteres definiram o Bar do Raimundo do Queijo como objeto. Os motivos para escolha foram os 41 anos de funcionamento do local e suas características de ambiente da cultura popular, por possuir saberes do povo e produção coletiva, como é dito no livro “Cultura brasileira: o que é, como se faz” (Loyola, 1999) de Aldo Vannucchi. Definido o personagem, iniciou-se a busca por fontes que fizessem o intermédio com o Sr. Raimundo do Queijo. Mesmo assim, a aproximação com o Sr. Raimundo foi difícil, pois o comerciante apresentava um perfil reservado, chegando a dizer que “tinha cansado de dar entrevista”. Dessa forma, optamos por mudar a abordagem. De acordo com Cremilda Medina no livro “Entrevista: O diálogo possível” (Ática, 1995), uma boa entrevista só é possível com diálogo por ser a melhor forma de compreensão do outro, nos dedicamos então em desenvolver conversas com o Sr. Raimundo, o que de fato foi mais satisfatório. O processo de apuração da reportagem foi feito em quatro visitas ao bar. Quando íamos ao local, presenciávamos o clima amigável entre frequentadores, a admiração de todos pelo Sr. Raimundo e a diferença do entorno do bar durante a semana e nos domingos. Detalhes como estes, foram anotados em cadernos durante o campo e ao serem escritos potencializaram a narrativa. Durante a apuração foi possível perceber um caráter aproximado ao da etnografia nas visitas, pois como ressalta Karina Galli Fraga da Silva no artigo “O etnógrafo e o jornalista: o olhar e a escuta como ferramentas de trabalho” (Estudo de Jornalismo e Mídia, 2013) “para analisar veículos que transmitem significados, e que, portanto, dizem muito da cultura e da vida de um povo, o repórter, da mesma forma que o etnógrafo, precisa se inserir na vida e na rotina do grupo analisado e, convivendo com eles, eleger o (s) detalhe (s) que revela (m) muito do mundo daquele grupo. O ofício desses profissionais é, portanto, olhar uma cultura enquanto (con) texto, que precisa ser lida e interpretada, de modo que esta interpretação é sempre de segunda e terceira mão”. Na etapa da escrita da reportagem, a observação e a imersão do repórter na realidade, como defende Felipe Pena em “Jornalismo Literário” (Contexto, 2006), foi fundamental para desenvolver o texto em gênero de jornalismo literário. Segundo Ricardo Kotscho no livro “A prática da reportagem” (Ática, 1989) o repórter possui duas ferramentas básicas para a realização de seu trabalho, a emoção e a informação, cabendo a ele dosá-las da maneira certa. Diante dessa premissa, as repórteres utilizaram os dois recursos a fim de ultrapassar os limites dos acontecimentos cotidianos, proporcionar visões amplas da realidade, exercer plenamente a cidadania, como ressalta Felipe Pena em “Jornalismo Literário” (Contexto, 2006). Para cumprir com as características desse gênero jornalístico, como aponta Monica Martinez no artigo “Jornalismo Literário: revisão conceitual, história e novas perspectivas” (Intercom – Revista Brasileira de Ciência da Comunicação, 2017) procuramos manter uma “sensibilidade apurada para a questão da alteridade, isto é, a abertura para a tentativa da compreensão do outro, sem que haja necessidade de endossar a visão de mundo. Afinal, sabemos de antemão o que já conhecemos sobre o mundo alheio. Interessa descobrir o que o outro pensa, sente e faz para criar relatos imersivos e envolventes”. As fotografias escolhidas para ilustrar, contribuem para mostrar o cotidiano do estabelecimento, as características e a movimentação no local. O título procurou abranger e ao mesmo tempo resumir o conteúdo da reportagem. Quanto aos olhos, foram selecionados trechos de entrevistas que expõem a opinião dos amigos e especialistas sobre o bar.

OBJETIVO
O jornal laboratório impresso Sobpressão é um veículo onde são publicadas as produções jornalísticas realizadas durante a disciplina de Jornalismo Impresso, do Curso de Jornalismo da Unifor. A disciplina de Jornalismo Impresso permite que os alunos tenham a experiência completa da produção da pauta à edição da reportagem, sem a pressão de ser algo completamente profissional, no entanto, mantendo-se ainda o rigor do jornalismo ético, tudo sob supervisão da professora Mariana Fontenele. A escolha do gênero jornalismo literário para a reportagem nasceu desde a montagem da pauta, tendo em vista a definição do personagem “Raimundo do Queijo” como eixo para contar a história do Bar e de seu entorno. Para chegar até o Sr. Raimundo não foi de todo fácil, já que o mesmo se mostrou relutante a ser entrevistado. Para enfrentar essa primeira dificuldade, as repórteres decidiram utilizar uma abordagem de diálogo a fim de apurar fatos e entrevistas, recorrendo ao gravador do celular para não perder os detalhes. Posteriormente, com o decorrer das demais visitas, pode-se avaliar que as repórteres ganharam a confiança da fonte. As entrevistas com os frequentadores e especialistas foram realizadas no próprio local, o que possibilitou relatar a amizade e o respeito que existe no ambiente. As fotografias utilizadas na reportagem foram feitas, em sua maioria, pelas autoras. Ao todo, foram quatro visitas ao bar, que além de proporcionar um material rico em detalhes sobre a história do local, do dono e do cenário, renderam também momentos de enriquecimento pessoal e maior aprendizagem a respeito da história do centro de Fortaleza. Na etapa de redação do conteúdo, a edição foi a maior dificuldade, tendo em vista a grande quantidade de material apurado. A diagramação foi feita pelas próprias repórteres, e também foi uma etapa difícil. O lado positivo é que a oportunidade de diagramar sua própria reportagem aumenta sua dedicação para entregar um material visual que harmonize com o que está escrito. Uma vez escrita, revisada e produzida, a reportagem, em narrativa literária, mostrou a ligação da história do Sr. Raimundo com a de seu Bar, e a influência do ponto turístico para reforçar a tradicionalidade, a molecagem e a essência da cultura cearense.

JUSTIFICATIVA


MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS


DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO


CONSIDERAÇÕES


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS

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