XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE


INSCRIÇÃO:	01135

CATEGORIA:	CA

MODALIDADE:	CA02

TÍTULO:	Fora de Sala

AUTORES:	Ronivaldo da Silva de Almeida (UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA); Daise Maria Silva dos Santos (Universidade do Estado da Bahia ); Sophia Mídian Bagues dos Santos (Universidade do Estado da Bahia )

PALAVRAS-CHAVE:	, , , ,

RESUMO
O surgimento do cinema provocou uma revolução no mundo das artes. Os primeiros filmes realizados de forma experimental durante um período que não era dominado pelos aparatos tecnológicos, dificultava o processo técnico de produção, entretanto, essa deficiência não impediu que os gênios da arte cinematográfica criassem os clássicos que conhecemos hoje. A invenção dos irmãos Lumière, no final do século XIX, a priori, pretendia evidenciar a rotina das pessoas através das imagens, mas o experimento tomou proporções que possivelmente nem mesmo eles imaginariam. O pioneirismo dos irmãos Lumière no cinema desencadeou uma série de experimentações, embora o documentário enquanto gênero audiovisual tenha ganhado formato no século XX. A linguagem audiovisual, enquanto um sistema formado por elementos básicos, organizados em diferentes níveis de complexidade, exerce sua ação sinestésica no espectador, construindo sentido, sem que a consciência perceba claramente os mecanismos de produção de significado (PADUIM, 2013). O documentário, como gênero audiovisual, utiliza essa linguagem para representar a realidade, alguns pioneiros mostraram que o material base de trabalho ideal para o documentário são as imagens recolhidas nos locais onde decorrem os acontecimentos relevantes. O desafio de fazer um documentário gira em torno das experiências do seu idealizador, das suas vivências, a produção por consequência será permeada pela identidade de quem o faz, como afirma o filósofo John Dewey (1980) acerca do conceito de experiência: Com frequência, entretanto, a experiência que se tem é incompleta... Em contraste com tal experiência, temos uma experiência quando o material experienciado realização. Então, e só então, ela é integrada e delimitada, dentro da corrente geral da experiência, de outras experiências (DEWEY, 1980, p. 89). Nesse sentido, a experiência não se limita ao ato no presente, mas também remonta ao que foi aprendido no passado e se reporta ao futuro para se aprimorar a inteligência quando existe algum problema. O ser humano sofre a experiência e reage ao mesmo tempo. É um ser vivo que está em seu ambiente, sente a repercussão, reage com a lógica e busca conseguir os meios para se adaptar. Tais apontamentos são pertinentes para contextualizar o cenário que emerge o documentário Fora de Sala, um projeto idealizado a partir das discussões do componente curricular Oficina de Vídeo, orientado pela professora Mestre Sophia Midian. Anualmente centenas de estudantes são impulsionados a deixarem o conforto de casa e as suas famílias, em busca da tão sonhada graduação. Muitos por não terem condições de alugar uma casa, "optam" por morar na residência universitária, essa é uma realidade comum a muitos estudantes que ingressam o ensino superior no Campus XIV, da Universidade do Estado da Bahia, em Conceição do Coité – Bahia. Tendo em vista que a fase da graduação é uma etapa marcante na vida profissional e pessoal do indivíduo essa produção foi pensada como ferramenta para registrar parte desse processo, já que esses estudantes possuem vivências, realidades e histórias autênticas por serem residentes universitários. Tal fator não os tornam especiais ou diferentes dos demais estudantes, entretanto, as aspirações, a rotina e fatores como convivência mútua, adaptação, saudade dos familiares, são algumas das particularidades que tornam a jornada ainda mais desafiadora. Esse documentário se torna além de uma produção audiovisual, uma experiência humanitária para os residentes do Campus XIV, da UNEB, pois qualquer profissional da área poderia fazer um documentário sobre a residência universitária, mas somente quem mora na residência, quem está inserido no contexto e sabe como se dão as vivências diárias poderia fazer este documentário. O Fora de Sala, além do processo técnico de fazer, é o ser e o viver, se trata do lugar de fala de seus idealizadores.

INTRODUÇÃO
Nas primeiras aulas do semestre letivo 2018.2, a professora Sophia Mídian, responsável pelo componente curricular Oficina de Vídeo, do curso de Comunicação Social Rádio e TV, nos apresentou a ementa da disciplina e nessa, constava a proposta de realizar uma produção audiovisual. Entretanto, diferentes de outras experiências, dessa vez teríamos que escrever um projeto como se fosse para concorrer a um edital. As primeiras aulas foram dedicadas para a construção dos projetos e seria realizada uma curadoria para escolher dois projetos. O passo seguinte foi partir para pré-produção com a divisão da equipe, numa produção é imprescindível que cada integrante saiba o que irá a fazer, isso evita desgastes futuro. Um grupo de nove pessoas ficou responsável de produzir o documentário Fora de Sala. ਀倀漀爀猀漀氀椀挀椀琀愀漀搀愀䐀椀爀攀漀搀漀搀漀挀甀洀攀渀琀爀椀漀Ⰰ 愀搀椀爀攀漀搀攀愀爀琀攀琀攀瘀攀焀甀攀搀攀椀砀愀爀愀挀攀渀漀最爀愀昀椀愀搀攀愀挀漀爀搀漀挀漀洀愀挀愀爀愀挀琀攀爀猀琀椀挀愀搀攀挀愀搀愀攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀Ⰰ 漀瀀琀愀洀漀猀瀀漀爀攀渀焀甀愀搀爀愀洀攀渀琀漀猀焀甀攀攀瘀椀搀攀渀挀椀愀猀猀攀洀愀椀渀搀椀瘀椀搀甀愀氀椀搀愀搀攀攀愀猀瀀愀爀琀椀挀甀氀愀爀椀搀愀搀攀猀搀漀猀瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀Ⰰ 焀甀攀愀瀀攀猀愀爀搀攀挀漀渀瘀椀瘀攀爀攀洀渀漀洀攀猀洀漀攀猀瀀愀漀挀漀氀攀琀椀瘀漀Ⰰ 瀀漀猀猀甀攀洀挀愀爀愀琀攀爀猀琀椀挀愀猀Ⰰ 栀椀猀琀爀椀愀猀攀瘀椀瘀渀挀椀愀猀搀椀猀琀椀渀琀愀猀⸀ 䤀猀猀漀昀漀椀瀀漀猀猀瘀攀氀愀琀爀愀瘀猀搀漀猀攀渀焀甀愀搀爀愀洀攀渀琀漀猀攀搀漀猀漀戀樀攀琀漀猀焀甀攀昀漀爀愀洀搀椀猀琀爀椀戀甀搀漀猀渀漀猀挀攀渀爀椀漀猀⸀ 吀漀搀愀猀愀猀攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀昀漀爀愀洀昀攀椀琀愀猀搀甀爀愀渀琀攀漀搀椀愀攀愀氀最甀渀猀椀渀猀攀爀琀攀猀愀渀漀椀琀攀⸀ 倀漀爀猀攀琀爀愀琀愀爀搀攀甀洀搀漀挀甀洀攀渀琀爀椀漀攀攀猀猀攀最渀攀爀漀瀀漀猀猀甀椀爀挀愀爀愀挀琀攀爀猀琀椀挀愀猀洀愀爀挀愀渀琀攀猀Ⰰ 挀漀洀漀搀漀挀甀洀攀渀琀愀爀洀漀洀攀渀琀漀猀焀甀攀愀挀漀渀琀攀挀攀洀渀愀栀漀爀愀搀愀最爀愀瘀愀漀Ⰰ 洀攀猀洀漀樀 瀀漀猀猀甀椀渀搀漀甀洀爀漀琀攀椀爀漀Ⰰ 攀猀琀愀洀漀猀氀椀搀愀渀搀漀挀漀洀栀椀猀琀爀椀愀猀爀攀愀椀猀Ⰰ 挀漀洀愀攀洀漀漀搀愀猀瀀攀猀猀漀愀猀Ⰰ 攀猀猀愀椀洀瀀爀攀瘀椀猀椀戀椀氀椀搀愀搀攀搀漀焀甀攀猀攀爀椀愀渀愀爀爀愀搀漀渀漀猀搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀猀最攀爀漀甀洀甀椀琀愀攀洀漀漀渀漀洀漀洀攀渀琀漀搀愀猀最爀愀瘀愀攀猀瀀漀爀瀀愀爀琀攀搀漀猀攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀猀攀Ⰰ 椀猀猀漀瀀攀爀洀椀琀椀甀挀漀洀焀甀攀椀渀琀攀最爀愀渀琀攀猀搀愀攀焀甀椀瀀攀焀甀攀渀漀猀漀爀攀猀椀搀攀渀琀攀猀昀漀猀猀攀洀琀漀挀愀搀漀猀瀀漀爀攀猀猀愀爀攀愀氀椀搀愀搀攀渀漀洀漀洀攀渀琀漀搀愀猀最爀愀瘀愀攀猀⸀ A primeira cena foi grava pela manhã, numa área externa a residência – uma espécie de quintal - onde normalmente alguns integrantes se reúnem para conversar e fazer outras atividades. A orientação por parte da direção é de que na cenografia fossem distribuídos objetos que representassem a entrevistada e que fosse as cores azuis e amarelas. Trabalhamos essas duas cores no figurino e nos objetos de cena, a fim de criar harmonia para o filme. A segunda cena foi grava na escada, também pela manhã, com Merrell Freddy, a fim de manter a harmonia a partir das cores, sugerimos que o participante gravasse com uma camisa amarela da seleção brasileira, além de contribuir com a fotografia do filme, isso também tem um significado já que o participante não é do Brasil. As outras três gravações foram feitas externas, nos quartos das participantes, tendo em vista que o intuito é revelar a individualidade de seres que vivem coletivamente, esse foi um cenário promissor, no qual a direção de arte pôde trabalhar com objetos pessoais e com as cores escolhidas. Foram feitos inserts de cômodos avulsos da casa vazios e ocupados pelos moradores realizando funções, tais como, lavando louça, cozinhando, essas cenas posteriormente foram importantes na pós-produção, para evidenciar a dimensão do que é a residência convidando o espectador através dessas imagens a adentar esse espaço. ਀ऀ一漀瀀爀漀挀攀猀猀漀搀攀瀀猀 ጀ†瀀爀漀搀甀漀Ⰰ 愀搀攀挀甀瀀愀最攀洀攀愀攀搀椀漀搀漀昀椀氀洀攀昀漀爀愀洀爀攀愀氀椀稀愀搀愀猀攀洀搀甀愀猀猀攀洀愀渀愀猀⸀ 䔀猀猀攀昀漀椀甀洀洀漀洀攀渀琀漀搀攀氀椀挀愀搀漀搀愀瀀爀漀搀甀漀攀搀攀猀愀昀椀愀搀漀爀Ⰰ 渀漀焀甀攀猀攀爀攀昀攀爀攀愀漀瀀爀漀挀攀猀猀漀搀攀攀猀挀漀氀栀愀搀愀猀昀愀氀愀猀Ⰰ 搀攀焀甀愀椀猀栀椀猀琀爀椀愀猀攀渀琀爀愀爀椀愀洀Ⰰ 攀瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀昀愀稀攀爀椀猀猀漀搀攀甀洀愀洀愀渀攀椀爀愀氀椀渀攀愀爀Ⰰ 焀甀攀昀椀稀攀猀猀攀猀猀攀渀琀椀搀漀瀀愀爀愀焀甀攀洀愀猀猀椀猀琀椀爀⸀ 䄀瀀猀愀昀椀渀愀氀椀稀愀漀搀漀搀漀挀甀洀攀渀琀爀椀漀瀀攀爀挀攀戀攀洀漀猀漀焀甀漀琀爀愀戀愀氀栀漀猀漀昀漀椀爀攀愀氀椀稀愀爀攀猀猀愀瀀爀漀搀甀漀Ⰰ 洀愀猀Ⰰ 瀀漀爀漀甀琀爀漀氀愀搀漀Ⰰ 猀愀琀椀猀昀愀琀爀椀漀Ⰰ 琀愀渀琀漀渀漀焀甀攀猀攀爀攀昀攀爀攀愀漀渀漀猀猀漀愀洀愀搀甀爀攀挀椀洀攀渀琀漀Ⰰ 攀渀焀甀愀渀琀漀瀀爀漀昀椀猀猀椀漀渀愀椀猀搀攀挀漀洀甀渀椀挀愀漀Ⰰ 焀甀愀渀琀漀愀漀瘀愀氀漀爀愀昀攀琀椀瘀漀攀猀椀洀戀氀椀挀漀焀甀攀攀猀猀愀瀀爀漀搀甀漀爀攀瀀爀攀猀攀渀琀愀⸀ 一漀  愀瀀攀渀愀猀甀洀瀀爀漀搀甀琀漀瀀漀渀琀甀愀氀Ⰰ  甀洀爀攀最椀猀琀爀漀焀甀攀洀愀爀挀愀渀漀猀猀愀瀀愀猀猀愀最攀洀瀀攀氀愀爀攀猀椀搀渀挀椀愀甀渀椀瘀攀爀猀椀琀爀椀愀Ⰰ 攀渀焀甀愀渀琀漀攀猀琀甀搀愀渀琀攀猀⼀洀漀爀愀搀漀爀攀猀攀椀搀攀愀氀椀稀愀搀漀爀攀猀搀攀猀猀攀瀀爀漀樀攀琀漀⸀

OBJETIVO
Entendendo que a linguagem documental, apesar de fluida, possui alguns pressupostos, procuramos experimentar o máximo de possibilidades oferecidas pela linguagem cinematográfica para melhor desenvolvimento de uma narrativa fiel aos acontecimentos da residência, sem, no entanto, nos limitarmos a um discurso realista que geralmente cerca a prática documental. Dessa forma, algumas cenas foram pensadas de uma maneira que podem ser lidas como ficcional, pois obedecem a uma roteirização e uma interpretação por parte dos personagens – afinal, existe algum momento em que não estamos atuando? -. No primeiro momento, nos reunimos para desenvolver o conceito estético do filme. A primeira decisão que tomamos foi a de basear a nossa paleta de cores nas janelas da residência, já que estas conferem certa característica ao ambiente achamos por bem transferir essa atmosfera ao filme. Nesse aspecto, toda a fotografia e a arte do filme foram pensadas levando isso em conta. As cores que aparecem nas janelas do prédio são o azul e o amarelo, então decidimos adequar os nossos equipamentos de gravação para melhor captar essas cores. Utilizamos os seguintes equipamentos: Uma câmera Canon DSLR EOS 5D Mark III para o plano principal, e uma Canon T5 com lente 50 mm para os insertes. Em ambas as câmeras aumentamos a saturação das cores e adequamos a temperatura de cor para aproximadamente 4600K. A direção de arte foi essencial para a atmosfera que pretendíamos, pois pensamos os cenários levando em conta a personalidade de cada personagem, ressaltando também, através dos objetos de cenas e das roupas das personagens, as cores já citadas, vermelho e amarelo.

JUSTIFICATIVA


MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS


DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO


CONSIDERAÇÕES


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS

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