INSCRIÇÃO: 01163
 
CATEGORIA: CA
 
MODALIDADE: CA04
 
TÍTULO: O Surto Cotidiano Daqueles Que Não Enlouqueceram
 
AUTORES: Bernardo Lessa Brito Ribeiro (Universidade Federal de Pernambuco); Maria Alice Lucena de Gouveia (Universidade Federal de Pernambuco); Letícia Rocha Silva (Universidade Federal de Pernambuco)
 
PALAVRAS-CHAVE: , , , ,
 
RESUMO
O ser humano não é capaz de ver o seu próprio rosto de forma direta, existe a necessidade de uma ferramenta não corpórea como espelho, máquina fotográfica ou uma simples poça d’água iluminada. Tudo que cada um sabe sobre seus traços, formatos e olhos perpassam por reflexos, impressões alheias e revelações fotográficas químicas ou digitais. Este primitivo fato, sobreposto ao atual cotidiano de excesso de imagens não verdadeiras e relações virtuais, é capaz de gerar surto - imersão completa do subjetivo num mar de conceitos cada vez mais fluídos e incertos - fazendo esta raça questionar, ainda mais, a veracidade e significado da sua vida. É neste cenário que nasce a videoarte O Surto Cotidiano Daqueles Que Não Enlouqueceram, com objetivo central de provocar reflexões sobre a saúde mental de uma sociedade em que o não enxergar a si mesmo e o descaso das políticas públicas perante as doenças mentais germinam em alucinações e pensamentos suicidas. Na Folha Informativa, publicada no site da Organização Pan-Americana da Saúde - OPA (disponível em: https://bit.ly/2O2G8x6), a cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo, além disso, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos. Ainda neste relatório, existe a afirmação de que “Embora a relação entre distúrbios suicidas e mentais (em particular, depressão e abuso de álcool) esteja bem estabelecida em países de alta renda, vários suicídios ocorrem de forma impulsiva em momento de crise, com um colapso na capacidade de lidar com os estresses da vida (...).” (OPAS/OMS, 2018). No atual cenário brasileiro, em que não há um plano governamental objetivo voltado às políticas públicas de saúde da população, estes dados são ainda mais preocupantes. Sabendo disso, e visando o impacto local na produção da videoarte, O Surto Cotidiano Daqueles Que Não Enlouqueceram foi filmado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em um prédio que é conhecido por toda cidade pelo histórico número de suicídios, sejam eles dos próprios alunos ou indivíduos alheios à vida acadêmica: o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). Não existem dados científicos que calculem o número de pessoas que já se suicidaram deste prédio, afinal isso não seria interessante à gestão da universidade, apenas inúmeras notícias espalhadas na internet. É sobre este emaranhado de incoerências que a narrativa do audiovisual produz o tecido da sua arte: como pode o Centro dedicado às ciências do amor pela sabedoria e história ser um dispositivo conhecido pelo autoextermínio? O suicídio já é pauta de política pública da saúde em diversos países, como o Reino Unido, que possui um ministério unicamente voltado à prevenção do suicídio. No Brasil, possuímos uma associação civil sem fins lucrativos, o Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem como agenda estimular a discussão sobre o assunto e criar uma rede de voluntários prontos para ouvir todas as pessoas que querem e precisam conversar, por telefone, email ou chat. Mesmo com este cenário em vista, a única medida direta que a universidade teve, referente ao crescente número de suicídios do CFCH, foi encarcerar as janelas do prédio, com grades - hoje já enferrujadas - que, ainda assim, foram superadas por pessoas que se jogaram da pequena saída de ar do banheiro. O Surto Cotidiano Daqueles Que Não Enlouqueceram, portanto, traz uma representação desses jovens que não veem mais solidez nas suas personalidades (BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Ed. Zahar, 2001), sentem-se cada vez mais imersos na solidão das suas próprias mentes, e não encontram aportes alcançáveis que minorem a sua dor existencial, enquanto voam de surto em surto a cada dia. Desse modo, a videoarte surge como uma ferramenta não corpórea capaz de fazer com que seus espectadores possam ver a si mesmos durante os delírios e assim percebam que não estão sozinhos sentindo o peso do mundo.਀ ਀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䤀一吀刀伀䐀唀윀쌀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀吀漀洀愀渀搀漀 挀漀洀漀 瀀漀渀琀漀 搀攀 瀀愀爀琀椀搀愀 愀 瘀椀猀漀 搀攀 䘀漀甀挀愀甀氀琀 ⠀䘀伀唀䌀䄀唀䰀吀Ⰰ 䴀椀挀栀愀攀氀⸀ 嘀椀最椀愀爀 攀 瀀甀渀椀爀⸀ 䔀搀⸀ 嘀漀稀攀猀Ⰰ ㄀㤀㤀㤀⤀ 渀愀 昀漀爀洀愀漀 搀漀 猀甀樀攀椀琀漀Ⰰ 猀甀愀 猀甀戀樀攀琀椀瘀愀漀 猀攀 搀 瀀漀爀 洀攀椀漀 搀愀猀 氀椀渀最甀愀最攀渀猀 焀甀攀 攀氀攀 搀漀洀椀渀愀 攀 搀愀猀 爀攀氀愀攀猀 焀甀攀 挀甀氀琀椀瘀愀 愀琀爀愀瘀猀 搀漀 猀攀甀 猀愀戀攀爀⸀ 䄀氀椀愀搀漀 愀 椀猀猀漀Ⰰ 渀漀 洀甀渀搀漀 愀琀甀愀氀Ⰰ 攀猀猀攀猀 椀渀搀椀瘀搀甀漀猀 爀攀挀攀戀攀洀 搀椀瘀攀爀猀愀猀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀 琀漀搀漀猀 漀猀 搀椀愀猀Ⰰ 洀愀猀 猀漀 瘀愀稀椀漀猀 搀攀 栀椀猀琀爀椀愀猀 猀甀爀瀀爀攀攀渀搀攀渀琀攀猀Ⰰ 瀀漀爀焀甀攀 漀猀 昀愀琀漀猀 樀 挀栀攀最愀洀 愀挀漀洀瀀愀渀栀愀搀漀猀 搀攀 攀砀瀀氀椀挀愀攀猀Ⰰ 搀攀椀砀愀渀搀漀 愀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀 搀攀 氀愀搀漀 攀 攀砀愀氀琀愀渀搀漀 漀 猀攀爀瘀椀漀 搀愀 渀漀琀挀椀愀Ⰰ 瀀愀爀愀 圀愀氀琀攀爀 䈀攀渀樀愀洀椀渀 ⠀䈀䔀一䨀䄀䴀䤀一Ⰰ 圀愀氀琀攀爀⸀ 䴀愀最椀愀 攀 吀挀渀椀挀愀Ⰰ 䄀爀琀攀 攀 倀漀氀琀椀挀愀⸀ 䔀搀⸀ 䈀爀愀猀椀氀椀攀渀猀攀Ⰰ ㈀ ㄀㈀⤀Ⰰ ᰀ⠠⸀⸀⸀⤀ 愀 猀愀戀攀搀漀爀椀愀 ⴀ 漀 氀愀搀漀 瀀椀挀漀 搀愀 瘀攀爀搀愀搀攀 ⴀ 攀猀琀 攀洀 攀砀琀椀渀漀⸀ᴀ⸠ 䐀攀猀猀愀 昀漀爀洀愀Ⰰ 琀攀洀漀猀 甀洀 猀甀樀攀椀琀漀 焀甀攀 猀攀 椀搀攀渀琀椀昀椀挀愀 攀渀焀甀愀渀琀漀 猀攀爀 猀漀挀椀愀氀 愀琀爀愀瘀猀 搀漀 猀愀戀攀爀Ⰰ 漀 焀甀愀氀 猀攀 搀攀瀀愀爀愀 挀漀洀 甀洀愀 攀渀砀甀爀爀愀搀愀 搀攀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀 瀀漀爀 猀攀最甀渀搀漀 攀 挀漀洀 愀 氀椀焀甀椀搀攀稀 搀漀猀 挀漀渀挀攀椀琀漀猀 攀 搀愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀 ⠀䈀䄀唀䴀䄀一Ⰰ 娀礀最洀甀渀琀⸀ 䴀漀搀攀爀渀椀搀愀搀攀 䰀焀甀椀搀愀⸀ 䔀搀⸀ 娀愀栀愀爀Ⰰ ㈀  ㄀⤀⸀ 䤀猀猀漀Ⰰ 瀀漀爀 猀椀 猀Ⰰ 樀 挀漀渀琀爀椀戀甀椀 渀愀 昀漀爀洀愀漀 搀愀 挀爀椀猀攀 攀砀椀猀琀攀渀挀椀愀氀 搀攀 愀氀最甀渀猀 樀漀瘀攀渀猀 渀愀 愀琀甀愀氀椀搀愀搀攀⸀ 준 猀漀戀爀攀 攀猀琀攀 愀爀焀甀琀椀瀀漀 搀攀 猀甀樀攀椀琀漀 焀甀攀 昀漀椀 搀攀猀攀渀栀愀搀愀 愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 瀀愀爀愀 爀攀愀氀椀稀愀漀 搀愀 瘀椀搀攀漀愀爀琀攀⸀ 䐀甀爀愀渀琀攀 愀 戀甀猀挀愀 搀愀猀 挀漀渀猀攀焀甀渀挀椀愀猀 搀攀猀猀愀 猀攀渀猀愀漀 挀漀氀攀琀椀瘀愀Ⰰ 漀 挀爀攀猀挀椀洀攀渀琀漀 搀漀 渀切洀攀爀漀 搀攀 猀甀椀挀搀椀漀猀 攀洀 渀瘀攀氀 椀渀琀攀爀渀愀挀椀漀渀愀氀 最爀椀琀漀甀 洀愀椀猀 愀氀琀漀 焀甀攀 漀猀 漀甀琀爀漀猀 搀愀搀漀猀Ⰰ 瀀愀爀愀 甀洀愀 攀焀甀椀瀀攀 焀甀攀 琀椀渀栀愀 漀 切渀椀挀漀 搀攀瘀攀爀 搀攀 昀愀稀攀爀 甀洀愀 漀戀爀愀 愀甀搀椀漀瘀椀猀甀愀氀 猀攀洀 昀愀氀愀猀Ⰰ 挀漀洀漀 瀀攀搀椀搀漀 瀀攀氀愀 搀椀猀挀椀瀀氀椀渀愀 搀攀 䐀椀爀攀漀Ⰰ 洀椀渀椀猀琀爀愀搀愀 瀀攀氀愀 瀀爀漀昀攀猀猀漀爀愀 䄀氀椀挀攀 䜀漀甀瘀攀椀愀⸀ 䐀攀猀琀攀 洀漀搀漀Ⰰ 愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 琀攀瘀攀 挀漀洀漀 昀漀挀漀 攀渀琀攀渀搀攀爀 漀猀 爀攀猀焀甀挀椀漀猀 昀猀椀挀漀猀Ⰰ 攀洀漀挀椀漀渀愀椀猀 攀 瀀猀椀挀漀氀最椀挀漀猀 搀愀焀甀攀氀攀猀 焀甀攀 樀 瀀攀渀猀愀爀愀洀 攀洀 猀攀 洀愀琀愀爀 攀 搀漀猀 焀甀攀 挀漀渀猀甀洀愀爀愀洀 攀猀琀攀 愀琀漀Ⰰ 瀀愀爀愀 焀甀攀 愀 攀焀甀椀瀀攀 挀漀渀猀攀最甀椀猀猀攀 爀攀瀀爀攀猀攀渀琀愀爀 椀洀愀最攀琀椀挀愀洀攀渀琀攀 攀猀猀攀猀 猀攀渀琀椀洀攀渀琀漀猀 渀漀 瀀爀漀搀甀琀漀 愀甀搀椀漀瘀椀猀甀愀氀⸀ 䄀氀洀 搀攀 攀渀琀攀渀搀攀爀 愀猀 爀愀稀攀猀 搀漀 猀甀椀挀搀椀漀 瀀漀爀 猀椀 猀Ⰰ 漀 昀漀挀漀 渀漀 挀漀渀琀攀砀琀漀 搀攀猀挀爀椀琀漀 愀渀琀攀爀椀漀爀洀攀渀琀攀 昀漀椀 挀漀渀猀琀愀渀琀攀㨀 甀洀 猀甀樀攀椀琀漀 渀漀 洀攀椀漀 搀攀 甀洀愀 挀爀椀猀攀 椀渀搀椀瘀椀搀甀愀氀Ⰰ 愀 焀甀愀氀 攀猀琀 瀀爀攀猀攀渀琀攀 搀攀 昀漀爀洀愀 挀漀氀攀琀椀瘀愀 渀愀 猀漀挀椀攀搀愀搀攀⸀ 嘀椀猀琀漀 椀猀猀漀Ⰰ 猀攀爀椀愀 椀渀攀瘀椀琀瘀攀氀 挀栀攀最愀爀 愀漀猀 愀挀漀渀琀攀挀椀洀攀渀琀漀猀 搀漀 䌀䘀䌀䠀 攀 愀漀 搀攀猀挀愀猀漀 搀愀猀 瀀漀氀琀椀挀愀猀 瀀切戀氀椀挀愀猀 瘀漀氀琀愀搀愀猀  猀愀切搀攀 洀攀渀琀愀氀 搀漀 愀琀甀愀氀 最漀瘀攀爀渀漀⸀ 倀愀爀愀 愀 伀爀最愀渀椀稀愀漀 䴀甀渀搀椀愀氀 搀攀 匀愀切搀攀 ⠀伀䴀匀⤀Ⰰ 漀 猀甀椀挀搀椀漀  甀洀 最爀愀瘀攀 瀀爀漀戀氀攀洀愀 搀攀 猀愀切搀攀 瀀切戀氀椀挀愀 焀甀攀 瀀漀搀攀 猀攀爀 琀爀愀琀愀搀漀 愀 戀愀椀砀漀 挀甀猀琀漀Ⰰ 愀琀爀愀瘀猀 搀攀 甀洀愀 攀猀琀爀愀琀最椀愀 洀甀氀琀椀猀猀攀琀漀爀椀愀氀⸀ 䔀渀琀爀攀 漀猀 最爀甀瀀漀猀 搀攀 爀椀猀挀漀Ⰰ 攀猀琀漀 愀猀 瀀漀瀀甀氀愀攀猀 搀漀猀 瀀愀猀攀猀 搀攀 戀愀椀砀愀 攀 洀搀椀愀 爀攀渀搀愀Ⰰ 焀甀攀 挀愀爀爀攀最愀洀 挀漀渀猀椀最漀 㜀㤀─ 搀漀猀 猀甀椀挀搀椀漀猀 洀甀渀搀椀愀椀猀Ⰰ 攀 ᰀ朠爀甀瀀漀猀 瘀甀氀渀攀爀瘀攀椀猀 焀甀攀 猀漀昀爀攀洀 搀椀猀挀爀椀洀椀渀愀漀Ⰰ 挀漀洀漀 爀攀昀甀最椀愀搀漀猀 攀 洀椀最爀愀渀琀攀猀㬀 椀渀搀最攀渀愀猀㬀 氀猀戀椀挀愀猀Ⰰ 最愀礀猀Ⰰ 戀椀猀猀攀砀甀愀椀猀Ⰰ 琀爀愀渀猀最渀攀爀漀猀 攀 椀渀琀攀爀猀攀砀甀愀椀猀㬀 攀 瀀攀猀猀漀愀猀 瀀爀椀瘀愀搀愀猀 搀攀 氀椀戀攀爀搀愀搀攀⸀ᴀ†⠀伀倀䄀匀⼀伀䴀匀Ⰰ ㈀ ㄀㠀⤀⸀ 䌀漀洀 攀猀琀攀 爀攀挀漀爀琀攀  瀀漀猀猀瘀攀氀 漀戀猀攀爀瘀愀爀 焀甀攀 椀渀搀椀瘀搀甀漀猀 洀愀爀最椀渀愀氀椀稀愀搀漀猀 攀 瘀琀椀洀愀猀 搀攀 漀瀀爀攀猀猀漀 猀漀挀椀愀氀 挀漀洀瀀攀洀 攀猀琀攀猀 最爀甀瀀漀猀 搀攀 爀椀猀挀漀⸀ 준 瀀漀爀 挀愀甀猀愀 搀攀猀猀愀猀Ⰰ 攀 漀甀琀爀愀猀 攀瘀椀搀渀挀椀愀猀Ⰰ 焀甀攀 甀洀 瀀愀猀 瀀爀攀挀椀猀愀 瀀漀猀猀甀椀爀 甀洀 瀀氀愀渀漀 搀攀 最漀瘀攀爀渀漀 挀氀愀爀漀 攀 愀戀爀愀渀最攀渀琀攀 瀀愀爀愀 琀漀搀愀 瀀漀瀀甀氀愀漀Ⰰ 漀甀 猀攀樀愀Ⰰ 瀀漀氀琀椀挀愀猀 搀攀 椀渀挀氀甀猀漀Ⰰ 搀攀 爀攀琀爀愀琀愀洀攀渀琀漀 栀椀猀琀爀椀挀漀Ⰰ 搀攀 爀攀猀猀漀挀椀愀氀椀稀愀漀Ⰰ 搀攀 椀最甀愀氀搀愀搀攀 搀攀 搀椀爀攀椀琀漀猀 攀 漀瀀漀爀琀甀渀椀搀愀搀攀猀 攀渀琀爀攀 最渀攀爀漀猀Ⰰ 猀攀砀甀愀氀椀搀愀搀攀猀 攀 爀愀愀猀⸀ 준 猀愀戀椀搀漀 琀愀洀戀洀Ⰰ 瀀攀氀愀 伀䴀匀Ⰰ 焀甀攀 瀀愀爀愀 挀愀搀愀 猀甀椀挀搀椀漀 栀 椀渀切洀攀爀愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀 焀甀攀 琀攀渀琀愀洀 挀漀渀猀甀洀愀爀 漀 愀琀漀Ⰰ 攀 猀攀渀琀攀洀 瘀攀爀最漀渀栀愀 搀攀 瀀爀漀挀甀爀愀爀 瀀漀爀 愀樀甀搀愀Ⰰ 樀 焀甀攀 渀漀 焀甀愀氀椀昀椀挀愀洀 愀猀 猀甀愀猀 愀渀猀椀攀搀愀搀攀猀 攀 戀愀椀砀愀猀 愀甀琀漀攀猀琀椀洀愀猀 挀漀洀漀 猀椀渀琀漀洀愀猀 瘀氀椀搀漀猀 搀攀 甀洀愀 搀漀攀渀愀 洀攀渀琀愀氀⸀ 䄀瀀猀 愀渀愀氀椀猀愀爀 漀猀 搀愀搀漀猀 挀漀氀攀琀愀搀漀猀Ⰰ 愀 攀焀甀椀瀀攀 搀愀 瘀椀搀攀漀愀爀琀攀 攀猀琀愀瘀愀 攀洀 戀甀猀挀愀 搀攀 甀洀愀 栀椀猀琀爀椀愀 焀甀攀 挀漀渀猀攀最甀椀猀猀攀 琀漀挀愀爀 愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀 瀀爀攀猀攀渀琀攀猀 渀漀 最爀甀瀀漀 搀攀 爀椀猀挀漀 搀愀 唀渀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀㨀 甀洀 愀甀搀椀漀瘀椀猀甀愀氀 挀漀洀 挀愀爀琀攀爀 猀攀渀猀瘀攀氀Ⰰ 挀漀洀甀渀椀挀愀挀椀漀渀愀氀 攀 焀甀攀 攀砀瀀攀爀椀洀攀渀琀愀猀猀攀 昀漀爀洀愀猀 攀猀琀琀椀挀愀猀 挀愀瀀愀稀攀猀 搀攀 攀猀琀椀洀甀氀愀爀 漀甀琀爀漀猀 猀攀渀琀椀搀漀猀 栀甀洀愀渀漀猀Ⰰ 瀀愀爀愀 愀氀洀 搀愀 瘀椀猀漀⸀ 䐀攀瘀椀搀漀 愀漀 栀椀猀琀爀椀挀漀 樀 爀攀氀愀琀愀搀漀Ⰰ 漀 䌀䘀䌀䠀 猀攀 琀漀爀渀漀甀 渀愀琀甀爀愀氀洀攀渀琀攀 愀 氀漀挀愀漀 搀漀 昀椀氀洀攀 攀 ⴀ 渀漀 瀀攀爀漀搀漀 搀攀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 猀漀戀爀攀 漀 瀀爀搀椀漀 ⴀ 昀漀爀愀洀 搀攀猀挀漀戀攀爀琀愀猀 椀渀切洀攀爀愀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀 搀攀 猀甀椀挀搀椀漀 焀甀攀 渀甀渀挀愀 猀攀焀甀攀爀 猀愀爀愀洀 渀愀 洀搀椀愀⸀ 䌀漀洀 琀漀搀漀猀 漀猀 搀愀搀漀猀 攀 栀椀猀琀爀椀愀猀 攀洀 洀漀猀Ⰰ 愀 攀焀甀椀瀀攀 瀀愀爀漀甀 搀攀 瀀攀猀焀甀椀猀愀爀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀 攀砀琀攀爀渀愀猀 攀 挀漀洀攀漀甀 愀 漀甀瘀椀爀 漀猀 爀攀氀愀琀漀猀 猀漀戀爀攀 愀渀猀椀攀搀愀搀攀 攀 渀漀 愀搀攀焀甀愀漀 搀漀 氀愀搀漀 搀攀 搀攀渀琀爀漀 搀漀猀 猀攀甀猀 瀀爀瀀爀椀漀猀 挀漀洀瀀漀渀攀渀琀攀猀⸀ 䔀Ⰰ 愀猀猀椀洀Ⰰ 愀 瘀椀搀攀漀愀爀琀攀 伀 匀甀爀琀漀 䌀漀琀椀搀椀愀渀漀 䐀愀焀甀攀氀攀猀 儀甀攀 一漀 䔀渀氀漀甀焀甀攀挀攀爀愀洀 琀漀洀漀甀 昀漀爀洀愀⸀ ਀
 
OBJETIVO
Para Ben Singer (SINGER, Ben. Modernidade, hiperestímulo e o início do sensacionalismo popular. 2011. Ed. Cosac & Naify, 2011), a pós-modernidade mudou a maneira com a qual as pessoas estabelecem suas relações com o mundo. Como este se tornou um ambiente mais veloz e caótico, o ser humano passou a experimentar o hiperestímulo diariamente. Dessa forma, de acordo com  Georg Simmel (SIMMEL, Georg. A Metrópole e a Vida Mental. 1973. Ed. Zahar Editores, 1973), o sistema nervoso humano foi afetado, ao ponto de promover uma renovação no aparelho sensorial do indivíduo, tornando as formas clássicas de  transmissão de informação ineficazes. Tendo em vista essa revolução nos sentidos da espécie humana, o produto audiovisual ganhou força, já que utiliza meios multissensoriais para se comunicar com o espectador. Aparato audiovisual que pretende assumir uma ideia transgressora (MIGLIOLI, Sarah; BARROS, Moreno. Novas tecnologias da imagem e da visualidade: GIF animado como videoarte. 2013. Disponível em: https://bit.ly/2UlqVX2), a videoarte foi a forma de linguagem que mais rimou com a complexidade do suicídio e organicidade imagética que a equipe queria enquanto trabalho final da disciplina de Direção. A professora responsável por esta matéria dividiu a turma em grupos, para que cada um realizasse um produto audiovisual de ficção sem falas, em que somente o olhar do personagem e as imagens pudessem contar a história. Como estrutura, tivemos uma câmera Canon T5i e os programas Adobe Premiere CS6 e DaVinci Resolve 16 para edição e correção de cor. A partir da definição do tema, a pesquisa foi iniciada a fim de entender melhor os sentimentos que levam algumas pessoas a cogitar suicídio e os fatores externos que contribuem para o assustador aumento do número de casos. Em quase todos os relatórios de instituições de saúde e artigos sobre o tema, o sentimento de ansiedade e não adequação está presente nos perfis de potenciais suicidas. Com tudo isso em mãos, o roteiro foi elaborado com o objetivo de gerar nos espectadores uma memória de fim de surto, em que a personagem principal, a princípio não se identifica perante o espelho, mas depois encontra no olhar do outro uma ponte com a sanidade. “No ritmo alucinante da contemporaneidade, (...) recorrer à memória é mais do que uma compensação. É uma tentativa desesperada de encontrar alguma estabilidade diante da reordenação espacial e temporal do mundo.” (PENA, Felipe. Teoria da Biografia sem fim. Ed. Mauad, 2004). Além das imagens, o som tem papel fundamental na narrativa. Enquanto a jovem olha para o seu reflexo, aquilo que se ouve é desagradável, com barulhos de metais, risadas ao fundo, ruídos e respiração ofegante. Através do audiovisual, conseguimos provocar a sensação de estar passando por um surto de ansiedade. Ao chegar no delírio completo, a personagem se vê sozinha, e segue decidida para o alto do prédio, a fim de se matar. Os sons de passos na terra são substituídos por barulho de água e a câmera começa a ocupar o lugar dos olhos dela. As cores tornam-se mais avermelhadas, latentes. O som fica cada vez mais alto e desconfortante. Até que ela se joga do prédio. Vê-se a tela preta. No plano seguinte, ela ainda está parada no banheiro olhando para si mesma e o espectador percebe que tudo não passou de imaginação. O fim deste delírio é dado quando, finalmente, alguém olha para a protagonista. Ela encontra nos olhos dessa outra pessoa a empatia, a segurança. Com isso, O Surto Cotidiano Daqueles Que Não Enlouqueceram tem o objetivo principal de ser uma válvula de escape para todas e todos que estejam sentindo-se sozinhos ou achem que são os únicos a pensarem em suicídio. Como as políticas públicas nacionais à saúde mental ainda se mostram ineficazes, a arte toma o seu papel de tocar a alma da sociedade e aliviar, na medida do possível, o peso da vida contemporânea.਀ ਀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䨀唀匀吀䤀䘀䤀䌀䄀吀䤀嘀䄀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䴀준吀伀䐀伀匀 䔀 吀준䌀一䤀䌀䄀匀 唀吀䤀䰀䤀娀䄀䐀伀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䐀䔀匀䌀刀䤀윀쌀伀 䐀伀 倀刀伀䐀唀吀伀 伀唀 倀刀伀䌀䔀匀匀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䌀伀一匀䤀䐀䔀刀䄀윀픀䔀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀