INSCRIÇÃO: 01228
 
CATEGORIA: PT
 
MODALIDADE: PT06
 
TÍTULO: A diversidade guiando o povo: uma releitura de Delacroix
 
AUTORES: Lorenna Silva Sousa (Universidade Federal do Maranhão); Gabriel Henrique Ferreira Severino (Universidade Federal do Maranhão); Alexandre Zarate Maciel (Universidade Federal do Maranhão)
 
PALAVRAS-CHAVE: , , , ,
 
RESUMO
A Diversidade guiando o Povo: uma Releitura de Delacroix, é uma charge produzida na disciplina de Jornalismo Impresso do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Maranhão - UFMA Imperatriz. A arte compõe a 35ª edição do Jornal Arrocha, produto interdisciplinar da disciplina. Com o tema: Às Margens de Imperatriz, a edição do jornal abordou assuntos como: LGBTTQI+fobia, exploração sexual infantil, feminismo e vivência indígena. As discussões acerca do compromisso social do jornalismo na representação de sujeitos sociais, perduram sempre quando pensamos que o dever do campo jornalístico é antes de tudo, ser um potencializador de falas. A presença de vozes dos chamados ‘atores comuns’, colaboram para legitimar o protagonismo de papéis antes marginalizados na sociedade. O discurso hegemônico que transita dentro das estratégias dos meios de comunicação, favorecem que a presença de minorias sociais nos textos jornalísticos, tenham uma participação diminuída, sobretudo, quando identificamos como essas minorias são descritas. Portanto, a produção da charge justificou-se através da pretensão dos autores em transmitir uma mensagem para além do textual. Uma das maneiras mais comuns de opinar com suportes de informação, principalmente no jornalismo impresso, é por meio da charge. Através de elementos intertextuais, a charge estabelece uma ponte com o interlocutor, que favorece a construção de sentidos através da imagem. Buscou-se, então, um elemento discursivo na história que pudesse se comunicar intertextualmente com a temática do jornal e, consequentemente, com a charge. O levante de 1830, promovido pelo povo francês, que ao carregarem suas ideias de liberdade pós-revolução, culminaram na derrocada o rei Bourbon Carlos X, foi representado na pintura “Liberdade guiando o Povo” (1830) de Eugène Delacroix. A alegoria feminina se popularizou através da figura de Marianne – representada na pintura de Delacroix –. Logo, diversos movimentos que simbolizava a liberdade com imagem feminina, começaram a surgir. Singularmente, a charge, busca retratar que a luta por liberdade perpassa o tempo. Além disso, a inserção da mulher negra com outros atores e simbologias sociais, empoderam o discurso da representação social por espaços de voz e construções identitárias em sociedade.਀ 
 
INTRODUÇÃO
O processo de criação da charge foi norteado por três contextos: grupos minoritários, diversidade e lutas de movimentos sociais. Por consequência, torna-se necessário abordar brevemente cada tema, para elucidar questões acerca da imagem. Em primeiro lugar, surgem as discussões sobre a diversidade cultural e minorias sociais. No Brasil, a diversidade compreende diversas questões, entre elas, raça, gênero e poderio econômico. Essa variedade, atrelada às situações de poder em que um grupo social se sobrepõe ao outro, pode incitar o preconceito, intolerância e discriminação. Para Carmo (2016), as minorias são fruto da assimetria social. Originam-se quando um determinado grupo hegemônico estabelece padrões de normalidade. A partir desse ponto, os grupos que fogem a essa normalidade sofrem pressões em forma de violência, seja esta física ou simbólica que “[...] na forma de preconceito e rejeição, marginaliza e discrimina o diferente” (Carmo, 2016, p. 206). Gambôa (2017, p. 24) explica que as identidades são construídas dentro de um recorte de regras descritas como naturais, por isso, quando elas não compõem esse modelo discursivo, são identificadas com um menor valor social. Esse contexto abre margem para que essas identidades passem por algum tipo de violência, sejam verbais ou formas mais claras como a violência física. Aliado a isso, Carmo (2016) discute sobre a atuação da tolerância como uma gradação entre o que é aceitável ou não dentro da normalidade. Por outro lado, como uma forma de reagir aos problemas citados, surgem os Movimentos Sociais que são “ações coletiva de caráter sociopolítico construídas por atores sociais pertencentes a diferentes classes e camadas sociais” (GOHN, 2000, p. 13). Partindo de lutas ideológicas semelhantes, esses atores sociais desenvolvem ações sob situações de conflito. Ações essas, que geram uma identidade construída a partir de valores culturais e políticos compartilhados pelo grupo. Assim, historicamente, os movimentos sociais sempre participaram ativamente em lutas sociais. Graças a isto, foram alcançadas inúmeras conquistas em direitos para as minorias sociais. Logo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, para elencar as informações a fim de construir o conceito da charge. Para Stumpf (2005), este método ajuda o pesquisador a realizar um planejamento de análise do objeto e escrita do texto. Após as pesquisas e estudos de base, o rascunho da charge foi feito com uma caneta hidrográfica, na cor preta, point 88, 0.4. O papel escolhido foi o Duplex 250g/m², tamanho A4. Posteriormente a charge foi digitalizada, sendo finalizada no Adobe Photoshop.
 
OBJETIVO
A produção da charge foi realizada em duas etapas: a pesquisa bibliográfica e a criação do desenho. No primeiro estágio de produção, a busca por informações sobre o tema a ser abordado na charge foi prioridade. Assim, foi possível construir uma ideia de como o desenho seria construído, quais cores, traços e possíveis personagens seriam utilizados. Então, demos início a segunda fase, a criação. Os personagens que aparecem na charge simulam alguns do quadro de Delacroix. De esquerda para direita, temos uma criança para representar os menores em situação de abandono; um indígena carregando a bandeira do Brasil, reforçando a ideia de que estes são primeiros donos da terra; mulher, que na mão esquerda leva bandeira LGBTTQI+ e na direita a flor do movimento “ninguém solta a mão de ninguém” - que surgiu após as eleições presidenciais de 2018 -, representa a luta dos movimentos sociais por direitos e diversidade. Ela tem traços de uma mulher negra, representando a minoria afrodescendente; finalmente, aparece uma mulher com o espelho de vênus na mão esquerda, trazendo o coletivo feminino e suas lutas. A monocromia de cores nos personagens e fundo ajuda a reforçar a ideia de silenciamento das vozes dos grupos. A bandeira LGBTTQI+ (único elemento colorido da imagem) e a flor representam as conquistas realizadas, a esperança e a força dos movimentos sociais. Por fim, participar da produção deste material nos aproximou, ainda que minimamente, da realidade desses grupos na cidade de Imperatriz. Além disso, a experiência de imersão jornalística em assuntos de responsabilidade social, contribuiu para que enxergássemos o nosso papel enquanto agentes da comunicação.਀  REFERÊNCIAS ਀䌀䄀刀䴀伀Ⰰ 䌀氀甀搀椀漀 䴀爀挀椀漀 搀漀⸀ 䜀爀甀瀀漀猀 洀椀渀漀爀椀琀爀椀漀猀Ⰰ 最爀甀瀀漀猀 瘀甀氀渀攀爀瘀攀椀猀 攀 漀 瀀爀漀戀氀攀洀愀 搀愀 ⠀椀渀⤀琀漀氀攀爀渀挀椀愀㨀 甀洀愀 爀攀氀愀漀 氀椀渀最甀猀琀椀挀漀ⴀ搀椀猀挀甀爀猀椀瘀愀 攀 椀搀攀漀氀最椀挀愀 攀渀琀爀攀 漀 搀攀猀爀攀猀瀀攀椀琀漀 攀 愀 洀愀渀椀昀攀猀琀愀漀 搀漀 搀椀漀 渀漀 挀漀渀琀攀砀琀漀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀漀⸀ 䤀渀㨀 刀攀瘀椀猀琀愀 搀漀 䤀渀猀琀椀琀甀琀漀 搀攀 䔀猀琀甀搀漀猀 䈀爀愀猀椀氀攀椀爀漀猀⸀ 渀⸀㘀㐀Ⰰ ㈀ ㄀㘀⸀ 洀愀椀⼀愀最漀⸀ ⠀瀀⸀ ㈀ ㄀ⴀ㈀㈀㌀⤀⸀ GAMBÔA, Augusto Rafael Brito. A Inclusão das Identidades LGBT em Curso de Comunicação: Processos midiáticos inclusivos na contemporaneidade. 2017. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Comunicação, Faculdade Cásper Líbero, São Paulo, 2017.਀䜀伀䠀一Ⰰ 䴀愀爀椀愀 搀愀 䜀氀爀椀愀⸀ 㔀   愀渀漀猀 搀攀 氀甀琀愀猀 猀漀挀椀愀椀猀 渀漀 䈀爀愀猀椀氀㨀 洀漀瘀椀洀攀渀琀漀猀 猀漀挀椀愀椀猀Ⰰ 伀一䜀猀 攀 琀攀爀挀攀椀爀漀 猀攀琀漀爀⸀ 䤀渀㨀 刀攀瘀椀猀琀愀 䴀攀搀椀愀攀猀⸀ 䰀漀渀搀爀椀渀愀Ⰰ 瘀⸀ 㔀Ⰰ 渀⸀ ㄀Ⰰ 瀀⸀㄀㄀ⴀ㐀 Ⰰ 樀愀渀⼀樀甀氀Ⰰ ㈀   ⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䨀唀匀吀䤀䘀䤀䌀䄀吀䤀嘀䄀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䴀준吀伀䐀伀匀 䔀 吀준䌀一䤀䌀䄀匀 唀吀䤀䰀䤀娀䄀䐀伀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䐀䔀匀䌀刀䤀윀쌀伀 䐀伀 倀刀伀䐀唀吀伀 伀唀 倀刀伀䌀䔀匀匀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀䌀伀一匀䤀䐀䔀刀䄀윀픀䔀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀戀挀㄀㔀㈀ ∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀