ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #bc1520"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01273</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;A mulher além do que se quer ver: ocupação de mulheres em espaços culturalmente masculinos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;SARA SILVA DOS SANTOS (FACULDADE ANISIO TEIXEIRA); MAIANE DOS SANTOS PEREIRA (FACULDADE ANISIO TEIXEIRA); MARIA ISABEL MAGNAVITA RIOS (FACULDADE ANISIO TEIXEIRA); DANIELA COSTA RIBEIRO (FACULDADE ANISIO TEIXEIRA); ANTONIO CARLOS BASTOS DE MAGALHÃES (FACULDADE ANISIO TEIXEIRA)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A série de fotografias PeB intituladas "Desconstruindo Marias", retrata a ocupação de mulheres em espaços culturalmente masculinos, e faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo na Faculdade Anísio Teixeira -BA, resultado da produção do portal multiplaforma e ebook de mesmo nome, disponível através do link https://desconstruirmarias.wixsite.com/portal. O projeto surgiu e foi defendido em 2018, com o objetivo de visibilizar a ocupação de mulheres em espaços culturalmente masculinos através do papel social do jornalismo e da sensibilidade do fotojornalismo. A discussão da temática é relevante em todos os setores sociais, com intuito de trazer uma obra disruptiva, na qual as personagens são retratadas além dos estereótipos que são associados às mulheres, como a fragilidade e delicadeza, percepções provenientes de uma sociedade construída através de um viés machista e patriarcal. Nas fotografias pudemos evidenciar o quão natural é a ocupação dessas mulheres nesses espaços que são seus por direitos e permitir que essas mulheres tenham suas histórias contadas através de seus olhares, gestos, roupas, enfim, através da leitura que uma fotografia pode passar. O preto e branco é o toque especial para a contagem dessas histórias. A história e vivência dessas mulheres apresenta o empoderamento através de suas ações e conquistas, mostrando que, mesmo no século XXI, como apontam dados e pesquisas, ainda são exceções nos lugares que ocupam e que, ainda, precisam batalhar mais que um homem para conseguir adentrar nesses espaços. É o que aponta o estudo feito em 2018 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), no qual a taxa global de participação das mulheres com mais de 15 anos no mercado de trabalho em 2018 ficou em 48,5%, enquanto a do homem a taxa ficou em 75%. "Desconstruindo Marias" problematiza a imagem estereotipada da mulher na sociedade contemporânea, mesmo em um cenário de constantes transformações sociais e desenvolvimento tecnológico. Para tanto, buscou-se responder a pergunta "Por que a mulher ainda é estereotipada em pleno século XXI?", a fim de identificar quais os elementos sociais que interferem na propagação desse olhar limitado e limitante. O grupo, formado por três mulheres, sentiu a necessidade de pautar essa representatividade e também ter a possibilidade de transformar a realidade ainda machista que permeia a sociedade brasileira, impactando mulheres em todas as fases de suas vidas através das plataformas digitais. A escolha do tema se relaciona diretamente com a questão imagética que permeia as primeiras impressões quando essas profissões/locais "socialmente" e culturalmente masculinos são citados, causando estranhamento quando são associados a afazeres realizados por mulheres. Para mostrar a força que a mulher possui e principalmente a quebra de estereótipos, as personagens são mulheres que representam a temática apresentada. São elas: mototaxista, motorista de ônibus, profissional da construção civil, mecânicas, jornalista esportiva, guarda municipal e lutadora de MMA. Uma história sem imagens torna-se um campo aberto para o imaginário. Dentro do jornalismo um de seus objetivos é aproximar o público leitor da realidade, através da noticiabilidade de fatos. Neste contexto, o fotojornalismo apresenta-se como a forma mais próxima da personificação do real. Funciona como complemento do texto ou como a informação em si. Atua como um registro documental. Vários fatores contribuem para a leitura das informações contidas em uma imagem, como repertório do interpretante e questões culturais. A fotografia atua como um signo, apesar de capturar o momento, jamais poderá totalizar o objeto que retrata. Condições que são analisadas através da semiótica pierciana. Apesar dos limites enquanto signo, uma foto é capaz de construir diversas realidades. Ela traz sentimento e temporalidade, levando o observante ao momento do fato. Neste caso, levam as nossas Marias.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O TCC contou como suporte metodológico, o método de pesquisa bibliográfica com referencial teórico de livros e artigos. Através dessas pesquisas, foram analisadas as temáticas relacionadas à mulher e mercado de trabalho formal, empoderamento feminino assim também como o papel social do jornalismo, o jornalismo digital e a fotografia. Outro método utilizado ao longo do projeto foi a pesquisa qualitativa, já que é um campo de investigação, no qual realizamos o método de observação e entrevistas com as personagens para saber as histórias de vida de cada uma delas. Além de auxilio do nosso professor de Fotografia, ACM, como suporte prático para as produções. Analisamos a agregação de valor de uma imagem, relacionada a ação ou acontecimento para quem a analisa, pois é carregada de subjetividade e angulações daquela fração de real. O fotojornalista é o responsável pela composição da imagem, através dos enquadramentos, configurações manuais, ângulos e sua bagagem e visão de mundo pode transformar o sentido de um acontecimento. Segundo Tânia Oliveira Teixeira Pinto, no livro Os olhos do mundo: a força da imagem no jornalismo do século XXI. 2010, "o fotojornalista, como não poderia deixar de ser, interfere na realidade documentada, criando uma representação do acontecimento e recriando, assim, a informação". Todas as fotografias foram feitas durante o dia, entre 9h da manhã e 17h da tarde, aproveitando a luz natural para compor as produções. As personagens, apesar de não estarem habituadas a serem fotografadas com o decorrer das conversas e entrevistas, elas se entregavam às suas rotinas ou às lembranças que ali contavam e esqueciam do medo ou receio da câmera. Manter uma relação amigável e de segurança com a fonte é essencial para poder capturar o que foi planejado. Mas também, é mais importante para que tenhamos a liberdade de perceber os imprevistos ou situações que não eram esperadas, cada detalhe conta. No fotojornalismo, o fotógrafo não pode pensar, ele tem que agir. Senão os momentos passam no descuido de um piscar de olhos. Ao fotografar uma família de mulheres mecânicas, por causa de uma greve de caminhoneiros na cidade (Feira de Santana  Ba), não encontramos nenhum cliente na oficina, o imprevisto nos surpreendeu. Não sabíamos o que fazer, voltaríamos outro dia, mas quando já estávamos na porta, com material arrumado, surgiu um cliente para trocar o óleo do carro. Voltamos imediatamente. Fotografamos tudo, mas ao perceber que Ane, uma das mecânicas, saia debaixo do carro e procurava uma flanela para limpar as mãos sujas de graxa, nosso projeto fez todo o sentido naquelas mãos. Pedimos que limpasse devagar, pois aquele seria o nosso desconstruir, por que uma mão pequena como a de Ane não seria as mãos de uma mecânica? Em plano fechado, a graxa e as mãos trouxeram a sua identidade. Ela representava mais do que pudéssemos pensar naquele momento. E só uma fotografia poderia eternizar aquelas frações de segundos. Perceber é a obra prima do fotógrafo. Essa foto tornou-se uma das mais importantes do projeto, pois, como foi apresentado anteriormente, ela personificou o nosso objetivo e intuito de desconstruir e mostrar que essas Marias existem. Com mãos grandes, pequenas, diferentes formatos de rostos e corpos, cabelos, sexualidade, grau de instrução, o que importa não é a superfície da mulher, mas o que ela representa ocupando lugares que lhe foram negados durante séculos. Como resultado e reconhecimento dessa foto, intitulada "Na contramão do preconceito: mulher mecânica existe e persiste sim, o Festival Brasília Photo Show 2018, evento nacional de fotografia, a premiou na categoria randômica  como medalha de prata. A autoria é de Sara Silva, integrante do grupo. A fotografia também está publicada no livro de mesmo nome do evento. Para chegar a esses resultados nos organizamos através de pautas e um planejamento que foi realizado e cumprido durante dois meses, entre entrevistas, fotografias e filmagens para o portal.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As imagens do portal multiplataforma foram produzidas com o intuito de representar a realidade das personagens e/ou evidenciar particularidades em minuciosidades dessas mulheres. Foram utilizados grande plano, plano médio, plano americano, close-up e plano detalhe. As configurações manuais da câmera foram essenciais para a adequação das imagens nas locações. Fotografamos em ônibus, obra, escritório, oficina mecânica, todos locais com diferentes condições de luz. Todas as fotografias foram feitas com luz natural. Utilizamos uma câmera NIKON D5100, com a LENTE NIKON AF-S 35mm f/1.8 e LENTE NIKON AF-S 118-55mm f/5.6. Durante a produção das fotografias passamos por algumas situações, como não utilizamos tripé ou estabilizador, as fotos em movimento no ônibus foram complicadas, assim como a pouca luz da obra da pedreira. Mas tudo contribuiu para o máximo de fidelidade aos momentos que estavam sendo vivemos e a representação da realidade daquelas mulheres. O preto e branco evidência o contraste, escolhido para ser a identidade visual do projeto, revela com enfase a expressividade e minimalismo. Através do P&B as histórias contadas são evidenciadas, a fotografia torna-se complemento do texto e de todo o projeto que vislumbra a simplicidade. A não utilização do colorido permite ao público do projeto imaginar em cores a escala em preto e branco. Para a edição das fotos foi utilizado o programa Adobe Photoshop Lightroom. Detalhes como mãos, olhos e ferramentas de trabalho foram evidenciados na edição. A disponibilidade e entrega de cada fonte foi imprescindível para nossos resultados, as mulheres e profissões relatadas nas fotografias. " Virna Jandiroba, lutadora de MMA, natural de Serrinha-BA, atualmente mora em Feira de Santana e sonha em entrar para o UFC. Até julho de 2018, 13 lutas e 13 vitórias. Conhecida como a 'Carcará'. " Hulda Barros, mototaxista, natural Bacabal-MA, atualmente vive em Feira de Santana-BA. Venceu um câncer. Foi a primeira mulher Presidente do Sindicato dos Mototaxistas de Feira. " Iraci da Silva, pedreira, natural de Bodocó-PE, mora em Feira de Santana-BA, fez um curso técnico de construção civil em São Paulo. Construiu sua casa com as próprias mãos. " Renata Cristina Lima, Guarda Municipal, nasceu em Bom Jesus da Lapa-BA, reside em Feira de Santana-BA, foi a primeira corregedora/inspetora mulher da Guarda Municipal de Feira de Santana. Não tem medo de nada, encara qualquer desafio de cabeça erguida. " Maria Fabiana Fortaleza, motorista de ônibus, nasceu no Ceará, veio para Feira de Santana-BA com a família ainda criança e pensava em ser Policial Militar. Mas o destino lhe reservou outros planos. Acorda às 4h da manhã, todos os dias, para dirigir o ônibus da linha Papagaio. Seu maior orgulho é ver o filho falando de boca cheia que a mãe é motorista. " Mariana Aragão, jornalista e apresentadora do Globo Esporte-BA, natural de Vitória da Conquista-BA. Atualmente mora em Salvador-BA. Já ouviu que era bonita demais para ser tão inteligente e quem dirá jornalista esportiva. " Família Pacheco, constituída por Ernebi (mãe), Ane e Geisy (filhas), comandam a oficina "Troca de óleos da menina" em Feira de Santana-BA. A profissão que foi passada de geração a geração serve de inspiração para muitas mulheres, mostrando que trocar pneu, se sujar de graxa também é coisa de mulher. Ane foi a única mulher a permanecer e se formar na sua turma do curso técnico de Mecânica. Todas essas mulheres e fotografias e o portal ressignificaram nossa relação com a comunicação e com a fotografia, tudo é resultado da nossa entrega e da mais plena vontade de mudar, desconstruir, e contar essas histórias que são invisibilizadas. A ocupação de mulheres em espaços masculinos é necessária, precisamos muito para chegar a igualdade de direitos. Essas Marias precisam ser vistas, lembradas e eternizadas com a sensibilidade quem busca o além do que se vê, e a fotografia é esse além.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>