ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXI CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #bc1520"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01280</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O campo é delas</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;NATHALIA ABREU CARVALHO (UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA); Fernanda Pereira de Mattos (Universidade do Estado da Bahia ); Lucas Matheus Oliveira Barros (Universidade do Estado da Bahia ); Kássia Emanuela Varjão Nunes (Universidade do Estado da Bahia ); Jayanne Rodrigues Sousa (Universidade do Estado da Bahia ); Priscilla Maria de Souza Silva (Universidade do Estado da Bahia ); Teresa Leonel de Oliveira Costa (Universidade do Estado da Bahia )</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #bc1520"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Website O Campo é Delas, disponível no endereço eletrônico (www.ocampoedelas.com) foi desenvolvido na disciplina Jornalismo Online, sob orientação da docente Teresa Leonel. Foi proposto a criação de uma reportagem multimídia que tivesse interação com outras plataformas. De acordo com Yamme Fechine, no livro Desafios da Transmídia: Processos e Poéticas (Ed. Estação das Estrelas, 2018) o termo multimídia costuma ser definido como um tipo de composição midiática que resulta na integração de som e imagem, texto, em uma única mensagem. A diversidade dos tipos de linguagens como a sonora, visual, textual e fotográfica foi decisiva para a escolha do tema, pois a plataforma permite aprofundamento nas questões abordadas, além de ampliar o acesso às informações ligadas ao assunto. Também tivemos indagações que foram guias para a produção do trabalho: a falta da representação do futebol feminino em áreas quilombolas, a invisibilidade na mídia tradicional e a falta de incentivo dos órgãos públicos. Historicamente, o futebol esteve associado a determinismo biológicos corporais, o homem seria um ser viril, já a mulher frágil e histérica. Na contramão, no decorrer das décadas, a mulher vem ocupando diversos espaços, segundo Maria Edinalva de Oliveira Carmo, em sua dissertação: A Relação Mulher-Natureza na Comunidade de Remanescentes do Quilombo de Fojo, Itacaré-BA (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 2016)  nas comunidades tradicionais e, em especial, nas comunidades quilombolas, as mulheres, conforme pesquisas (O DWYER, 2002 e outros) exercem papéis de liderança e de destaque em seus grupos de pertencimento. Por isso, o website O Campo é Delas surgiu da necessidade de trazer reconhecimento e visibilidade para mulheres quilombolas que jogam futebol e transformam o esporte em prática cultural dos seus territórios. Mas como propagar o futebol feminino quilombola para que as jogadoras sejam as próprias protagonistas de suas histórias? Essa foi a pergunta chave que conduziu este trabalho. Para construir a narrativa multimídia foi necessário conhecer a realidade geográfica e social das comunidades quilombolas que acompanhamos, respectivamente, Alagadiço e Rodeadouro, localizadas no submédio do São Francisco, no semiárido baiano, a cerca de 20 quilômetros de Juazeiro, norte da Bahia. Ambas são certificadas como quilombola pela Fundação Cultural Palmares. Para além da luta pelo reconhecimento, esses povoados ainda enfrentam problemas com ausência do Estado em fornecer estruturas básicas. Segundo a pesquisadora, Márcia Guena dos Santos, em seu artigo: Perfil da comunidade quilombola do Alagadiço: entre textos e imagens (Juazeiro-Ba)¹, (Intercom  Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2014)  esses povoados guardam uma herança negro indígena, constituindo-se em importantes comunidades tradicionais, que preservam aspectos culturais da cultura negra na região. Todas muito pobres, com acesso mínimo aos equipamentos urbanos e, apesar da proximidade de um dos maiores rios do país, não têm acesso à água para atividades agrícolas em função do alto custo dos processos de irrigação. É nesse contexto que o website apresenta a experiência de mulheres de dois times femininos quilombolas: Alagadiço Futebol Clube que representa a comunidade que deu nome à equipe, e o Coleguinhas Fashion Futebol clube, pertencente ao Rodeadouro. O intuito é valorizar as jogadoras quilombolas, sob o ponto de vista dessas mulheres, que tiveram um papel indispensável não só para emancipar outras companheiras através do futebol, mas também para o despertar da identidade negra por meio do esporte. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No futebol as mulheres ainda se encontram numa posição desigual aos homens e uma das formas possíveis de observar é o histórico da falta de investimento neste tipo de modalidade para o sexo feminino em comparação ao masculino. A Fifa dedicou em 2018, 400 milhões de dólares (aproximadamente R$ 1,5 bilhão) à Copa do Mundo masculina. Já para o torneio feminino de 2019 foi investido 30 milhões de dólares (R$ 111,6 milhões). A disparidade financeira também reflete a realidade de clubes menores, não há investimento por parte de entidades privadas ou públicas. Segundo a Lei orgânica de Juazeiro-BA, Art. 114,  O Município fomentará as práticas desportivas formais e não formais, dando prioridade aos alunos da rede de ensino e a promoção desportiva dos clubes locais, de caráter amadorista e para todas as modalidades oficiais. No entanto, o município não cumpre as leis, faltam campeonatos para as equipes femininas jogarem. Em 2018, a prefeitura de Juazeiro só promoveu o Campeonato Interdistrital masculino, a modalidade feminina foi excluída pela justificativa de que não havia verba orçamentária para a categoria, segundo a Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte. O cenário não trouxe perspectivas melhores para as jogadoras do Coleguinhas e Alagadiço, já que as comunidades quilombolas que pertencem ao município de Juazeiro sofrem com a falta de profissionalização e suporte na base, o que dificulta o desenvolvimento dos times quilombolas. Nesse sentido, o website pode ser uma ferramenta de cobrança ao evidenciar o potencial dos clubes e divulgar a falta de interesse das entidades públicas responsáveis pela continuidade do esporte nos povoados. As jogadoras também enfrentam um cenário de incertezas fora de campo. Para a antropóloga Regina Facchini, na sua tese de doutorado: Entre umas e outras mulheres, (homo)sexualidades e diferenças na cidade de São Paulo (2008) um cenário marcado por pobreza, desemprego e violência é algo complexo, principalmente quando nos propomos estudar as mulheres  mais escuras e  mais pobres , como é o caso das jogadoras. Nesse contexto, é inserido as comunidades quilombolas a partir das narrativas das jogadoras do Alagadiço Futebol Clube e Coleguinhas Fashion Futebol Clube. A proposta do produto foi a construção de uma narrativa transmídia para criar estratégias que tragam visibilidade e reconhecimento por meio das plataformas digitais. De acordo com João Carlos Massarolo em seu trabalho publicado, Narrativa transmídia: a arte de construir mundos, (SOCINE - Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, 2010)  Busca-se, assim, caracterizar a narrativa transmídia como um universo imersivo e participativo que se diferencia do mundo sequencial e expandido gerado pelas redes interligadas de conteúdo das franquia de mídia . Antes de começar a elaboração do site houve um período de pesquisas voltadas ao tema escolhido, e também sobre transmídia. Foi investigado a fundo a abordagem do assunto nos meios de comunicação, mas para surpresa do grupo foi constatado que não havia matérias sobre o futebol feminino quilombola. A partir daí começamos as visitas. O deslocamento para as comunidades era feito via transporte público, visto que a universidade não disponibilizou carro. Essa deficiência prejudicou algumas produções, pois os horários de ônibus para os distritos dificultavam as gravações, já que as personagens trabalhavam na maior parte do dia. Dessa forma, o presente trabalho pode servir de complemento para outras produções, ao disponibilizar conteúdos com acesso gratuito sobre um tema que não é abordado na mídia local e nacional, e também, um dos principais motivos para realização deste produto: cobrar os órgãos públicos para a manutenção da cultura de povos tradicionais e o apoio a times femininos distritais. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho foi produzido entre setembro e dezembro de 2018. A pré e pós-produção foi dividida pelos integrantes do grupo por afinidade. A construção do site foi feita pela plataforma Wix com um template que possibilita a interação através das abas do qual o leitor escolhe o tema, sendo transportado para outras plataformas, como Instagram (para publicar as fotos), Facebook (para divulgar o conteúdo do site) Youtube (publicação dos vídeos) e Soundcloud (postagem do podcast). Os programas de edição utilizados foram: Adobe, o Premiere e Sound Forge. Na produção dos documentários, utilizamos câmera CoolpiX P530 e um celular samsung S8. A captação do áudio foi feita com o celular Iphone SE. O produto multimídia  O Campo é Delas possui os seis aspectos que caracterizam o jornalismo digital na web, segundo Suzana Barbosa em sua tese de doutorado: Jornalismo Digital em base de Dados (JDBD): um paradigma para produtos jornalísticos digitais dinâmicos (2007): a interatividade, personalização, atualidade contínua, memória, hipertextualidade e multimodalidade (ou convergência). A primeira seção, definida como a Home, apresenta em forma de vídeo o centro do nosso trabalho. As imagens feitas com uma câmera, modelo CoolpiX P530, tem por objetivo trazer um ângulo em contra-plongée, que permite mostrar completamente as mulheres e ainda assim manter a bola em foco ao arrastar a imagem junto ao seu movimento. A segunda seção apresenta as comunidades por meio de geolocalização. A terceira seção, busca conhecer a história de Dudu, fundadora dos dois times. A narrativa do produto foi estruturada por meio de entrevistas e arquivos pessoais, pois Dudu faleceu antes da produção. Neste episódio tivemos a responsabilidade de manter viva e resgatar a memória de Dudu, que para Liziani Deglinomini, em sua Monografia: O uso da memória como meio de preservação da história e cultura social, (2014):  a memória é o entrelaçamento de várias memórias, pois, é a partir das trocas, do que foi vivido, que o passado pode ser transmitido para gerações futuras. O time Coleguinhas Fashion Futebol Clube é o destaque da quarta seção. As jogadoras, Eliana e Elyssandra são retratadas através de texto  Tal mãe, Tal filha , que descreve as relações afetivas familiares que o futebol agrega. Já o vídeo desta seção ilustra a trajetória do clube. Logo em seguida, a aba que apresenta o Alagadiço Futebol clube, retrata a figura de Dudu como influência na comunidade Alagadiço, com um texto introdutório e um webdocumentário de 5 minutos e 9 segundos. Três jogadoras conduzem o vídeo, elas relatam as dificuldades para manter o time, como o número de meninas que engravidaram ou desistiram de jogar. A seção de Podcast é composta por três episódios. O primeiro com 8 minutos e 29 segundos, retrata a representatividade de Dudu - ontem e hoje - para as comunidades e as jogadoras. O segundo episódio tem 7 minutos e 46 segundos de duração, e busca apresentar as dificuldades, preconceitos e perspectivas do time Coleguinhas Futebol Clube. O terceiro e último episódio, Alagadiço Futebol Clube, com 6 minutos e 36 segundos, é costurado a partir dos relatos das jogadoras: Conceição, Erlaine, Juçara e Roberta. A penúltima aba  Galeria , acomoda as fotografias da produção, cada retrato é acompanhado por uma legenda. Ao todo, há 31 imagens no website capturadas com uma câmera Canon T5 . E por fim, a última seção, Equipe, com o contato de cada membro do grupo. Nas abas do website é possível o leitor transitar, conhecer a história das personagens, através de vários formatos, como texto, áudio, fotografia e vídeo. A diversidade da plataforma visa trazer interatividade e imersão entre as narrativas, para que todas dialoguem. Os relatos evidenciaram que o futebol dentro das comunidades quilombolas surge como um meio de quebrar a rotina, os preconceitos, e até a perspectiva das mulheres que jogam. Para além de uma diversão, elas enxergam a prática desse esporte como uma ferramenta de união. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #bc1520"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>