INSCRIÇÃO: 00087
 
CATEGORIA: CA
 
MODALIDADE: CA05
 
TÍTULO: Ainozama
 
AUTORES: Rebeca Simões de Almeida (Universidade Federal do Amazonas); Allan Soljenítsin Barreto Rodrigues (Universidade Federal do Amazonas); Maria Cecília Costa Braga da Silva (Universidade Federal do Amazonas); Klinger Pinheiro Silva (Universidade Federal do Amazonas); Marcella Fernandes da Cunha (Universidade Federal do Amazonas); João Marcelo Perdigão Honorato (Universidade Federal do Amazonas)
 
PALAVRAS-CHAVE: Amazônia, comédia, cotidiano, crônica, roteiro
 
RESUMO
Baseado livremente na obra A invenção da Amazônia, de Neide Gondim e no ensaio Body Rituals Among the Nacirema, de Horace Miner, Ainozama é um roteiro de telessérie composto por três episódios independentes. Com linguagem cômica e grande influência de crônicas e sitcoms, o roteiro contrasta situações cotidianas e os equívocos resultantes de uma visão etnocêntrica da Amazônia através dos choques entre as visões do nativo, do viajante e do cronista.
 
INTRODUÇÃO
A lógica colonizadora de exploração durante a ocupação do território brasileiro tinha como objetivo o lucro europeu, e também acarretou o etnocentrismo. Em A Invenção da Amazônia, Neide Gondim critica as noções relativas à Amazônia criadas pelo imaginário europeu. contrariamente ao que se possa supor, a Amazônia não foi descoberta, sequer foi construída; na realidade, a invenção da Amazônia se dá a partir da construção da Índia, fabricada pela historiografia greco-romana, pelo relato dos peregrinos, missionários, viajantes e comerciantes (GONDIM, 1994, p. 9) O roteiro de Ainozama retrata em três capítulos independentes de ficção os conflitos entre a realidade amazônica e o imaginário estrangeiro, abordando tais questões na contemporaneidade. O produto transpõe esse aspecto de forma cômica, ironizando a posição assumida pelos viajantes em seus relatos. Em Body Rituals Among the Nacirema, o antropólogo Horace L. Miner questiona os estudos antropológicos e a observação das próprias sociedades onde estão inseridos, descrevendo costumes de um povo exótico, mas que, na verdade, corresponde a sociedade estadunidense. O antropólogo está tão familiarizado com a diversidade das formas de comportamento que os diferentes povos apresentam em situações semelhantes, que é incapaz de surpreender-se mesmo em face dos costumes mais exóticos. (MINER, 1956) O episódio Sobre a cerimônia de união aborda a história entre um casal que se conhece por meio de um aplicativo de celular e decide se encontrar pela primeira vez. O episódio Sobre a linguagem conta a história de uma personagem que retorna a Manaus após uma viagem aos Estados Unidos renegando os costumes de seu local de origem. Utilizando a culinária como principal aspecto, o episódio Sobre os hábitos alimentares aborda a prática de comer farinha. A construção do narrador observador e do título da telessérie – um anagrama de Amazônia, assim como Nacirema é de American – são fortemente influenciados pelo ensaio de Miner.
 
OBJETIVO
O roteiro de Ainozama visa, através de elementos cômicos, ironizar pensamentos eurocêntricos que até hoje permeiam o senso comum sobre a Amazônia. Embora, com o decorrer do processo histórico, tenham sido construídas e reconstruídas percepções sobre a chamada Amazônia, esta porção do território brasileiro não possui uma existência a priori. Ela começa a existir na apropriação mental e material da sociedade sobre ela. (BUENO, 2002) Baseando-se nos pontos de vista no nativo, no visitante e no cronista viajante, o roteiro protagoniza a visão menos retratada ao longo dos séculos: a do nativo sobre ele mesmo, buscando reflexões sobre a identidade amazônica, e não os estereótipos e preconceitos ligados a ela. Para tornar objetivar as intenções sociais dos episódios, cada um destes ressalta diferentes elementos da cultura regional amazonense. No episódio Sobre a cerimônia de união, a dança e a música são os temas centrais, em Sobre a linguagem é dado destaque às expressões linguísticas e em Sobre hábitos alimentares o enfoque se torna a culinária regional.
 
JUSTIFICATIVA
Ao longo dos séculos, a Amazônia foi retratada de diversas maneiras pelo imaginário europeu, que se interessava pela região por seu exotismo, mas ignorava as visões dos nativos sobre quaisquer aspectos, considerando-os parte de uma sociedade que deveria assumir costumes europeus como os corretos: "Sua atitude em relação a esta outra cultura é, na melhor das hipóteses, a de um colecionador de curiosidades, e nunca vem acompanhada de uma tentativa de compreender" (TODOROV, 1988, p. 34). Ainozama, inspirada pela lógica da inversão de sujeitos observados e observadores em Body Rituals Among The Nacirema (MINER, 1956), objetiva ironizar as análises etnocêntricas de costumes da região, um tema cujas origens provêm do período das Grandes Navegações e variavam entre relatos de expectativas positivas e negativas por parte de viajantes e cronistas. A determinação da abordagem que seria seguida por Ainozama se deu através do contato direto ou indireto dos componentes da equipe com situações que expunham as singularidades da região amazônica, mas que não correspondiam ao exotismo dos estereótipos a ela atribuídos. Sendo assim, este roteiro promove discussão sobre o que é a Amazônia, como seus habitantes reagem a tais situações e como se identificam em seu atual cenário, misturando ancestralidade e elementos característicos da região a contextos atuais e corriqueiros. Assim, os aspectos centrais dos episódios foram determinados conforme a observação de sua importância histórico-cultural. A dança e a música, incluídas no episódio Sobre a cerimônia de união são fatores que sempre estiveram presentes na história e sociedade da Amazônia, advindos de diferentes influências presentes na região, primeiramente no período colonial, representado pela mistura entre danças indígenas e africanas, com continuidade influências no século XX, o qual foi marcado pela imigração de nordestinos em busca de oportunidades de emprego, estes trouxeram ritmos e diferentes sonoridades musicais para a Amazônia. Os hábitos alimentares estão presentes nas interações e no convívio regional, sendo responsáveis pela dinâmica de diversos grupos na Amazônia, com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de cultivo e culinária. e singular da economia local desde as trocas entre povos indigenas: "É muito provável que essas sociedades baseassem suas economias na plantação de raízes como a mandioca, que já vinha sendo cultivada desde pelo menos 5.000 a. C." (SOUZA, 2009, p. 35). A linguagem durante o período da colonização foi um dos meios de dominação implantados por colonos portugueses, desde então este fator é utilizado como forma de organização em várias sociedades, se tornando determinante para as características de vários grupos sociais, d "Cada idioma amazônico tende a apresentar características de acordo com o tipo de território em que é falado, seguindo os métodos de produção de alimentos e a cultura material" (SOUZA, 2009, p. 41). O episódio Sobre a linguagem busca rememorar tais influências e inserir expressões corriqueiras da região Norte do Brasil de forma que o público as entenda por meio da narração.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
O roteiro da telessérie Ainozama foi desenvolvido ao longo da disciplina A Comunicação no Amazonas e na Amazônia, do 4º período do curso de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas. Com formatos e argumentos livremente baseados nas obras A Invenção da Amazônia, de Neide Gondim, e Body rituals among the Nacirema, de Horace L. Miner, o roteiro da série critica o pensamento eurocêntrico que permeia a região amazônica. Field (1995) define roteiro como "uma história contada em imagens, diálogos e descrições, localizada no contexto da estrutura dramática". No entanto, tinha-se como principal referência A Invenção da Amazônia, uma obra com linguagem científica, o que trouxe algumas dificuldades na sua adaptação para a estrutura dramática e, ainda mais, para o roteiro cinematográfico seriado. A equipe seguiu as etapas de elaboração do roteiro propostas por Comparato (2009), que são: o surgimento da ideia, a construção da storyline, a criação das personagens, escolha da estrutura, a definição do tempo dramático e o roteiro finalizado. Ainda seguiu-se as recomendações de Field (1996) sobre cada página de roteiro corresponder, em média, a um minuto de filme. Para Machado (2000), existem três tipos de narrativas seriadas: a teleológica, onde os episódios possuem sequência e os mesmos personagens; a seriada, na qual os episódios não possuem sequência específica, mas possui os mesmos ambientes e personagens; e, a terceira, na qual os episódios são completamente independentes, variando atores, ambientes e personagens. O terceiro tipo foi escolhido pela possibilidade que oferecia aos membros do grupo para revezar suas funções nos episódios e pela praticidade em gerenciar horários da equipe técnica caso suas funções fossem mais fragmentadas. O formato ainda foi influenciado pelo seriado Comédia da Vida Privada, baseado em contos de Luís Fernando Veríssimo, e A vida como ela é..., baseado, por sua vez, na obra de Nelson Rodrigues. Observando a crítica feita por Gondim ao pensamento incrustado na sociedade há séculos e aliando-o à ironia do ensaio de Miner, apresentado ao grupo durante uma aula de Antropologia Cultural, optou-se por produzir uma série cômica, encaixando-se na definição de humor irônico proposta pelo seguinte trecho de Doc Comparato: A primeira diferença que se coloca nessa introdução é entre o que é comédia e o que é humor. Comédia vem do grego komoidía e do latim comoedia, obra ou representação teatral em que predominam a sátira e a graça. Humor vem do latim humore e é uma veia cômica que traz graça ao espírito e está ligada a uma feição irônica. Em outras palavras, enquanto o primeiro faz rir ou gargalhar, o segundo faz cócegas no seu cérebro. Essa definição pode parecer simplista, mas na verdade contém uma grande diferença. Um passo enorme entre o palhaço e, por exemplo, o cartunista. Porém ambos oferecem o chamado bem-estar ao povo e à sociedade. (COMPARATO, 2005, p. 373) Assim, decidiu-se fazer uma pesquisa sobre situações que pudessem ilustrar o estranhamento e a resistência do viajante ao chegar à Amazônia e a própria visão dos nativos sobre si mesmos e sua cultura. A partir de então, formularam-se seis storylines, dos quais três foram escolhidos para o desenvolvimento das demais fases de elaboração. Em seguida, foram desenvolvidos os argumentos e, por fim, a elaboração do roteiro cinematográfico. O processo inteiro durou cerca de um mês e meio para ser finalizado e, entre as principais dificuldades encontradas pela equipe está a criação de diálogos verossímeis e cômicos, influenciados pelas sitcoms. Ainda segundo Comparato (2009, p. 381), "Sitcom é uma história. Se tirar as piadas, ainda assim tem de ter uma história interessante acontecendo. Sitcom é diálogo. Os diálogos, as tiradas engraçadas é que fazem a história andar". Baseado em Machado (2000, p. 88) "o corte e o suspense emocional abrem brechas para a participação do espectador, convidando-o a prever o posterior desenvolvimento do entrecho". Percebeu-se que iniciar com a vinheta de abertura imediatamente teria um impacto menor em uma narrativa televisiva, fazendo com que todos os episódios começassem com uma breve cena e, somente depois, houvesse vinheta de abertura. A partir do ensaio de Miner, no qual o autor satiriza a visão colonialista dos estadunidenses, o grupo construiu a um narrador espanhol que representa a visão dos cronistas dos acontecimentos em cena, exprimindo o estranhamento citado por Gondim. Ainda para reforçar o papel do cronista – representado por um antropólogo -, os títulos dos episódios são como capítulos de um livro técnico produzido através da observação dos costumes dos nativos, tendo como influência o livro Os Sertões, de Euclides da Cunha. Para manter um elemento em comum entre os episódios e inserir a ferramenta narrativa, a referência principal foi o seriado Separação?! (2010), com texto de Fernanda Young e Alexandre Machado. No episódio Sobre a Cerimônia de União, as influências o roteiro foram a crônica Lixo, de Luís Fernando Veríssimo, que também aborda a timidez do primeiro encontro de um casal, catalisado por algum elemento corriqueiro, sendo a principal influência para o argumento e os diálogos; e o seriado Os Normais (2001), de Fernanda Young, Alexandre Machado e Jorge Furtado, que influencia na formulação dos personagens e, também, nos diálogos. No episódio Sobre a linguagem, as principais referências são o livro Amazonês - Expressões e termos usados no Amazonas (2011), de Sérgio Freire, principal influência para a elaboração do argumento e dos diálogos; e a série estadunidense Friends (1994), de David Crane e Marta Kauffman, que influenciou na construção dos personagens e diálogos. No episódio Sobre os hábitos alimentares, as referências foram os filmes Estômago (2007), de Marcos Jorge, no argumento e roteiro, já que traz a importância cultural da culinária. E Ratatouille (2008), no argumento e na construção do protagonista, inspirado no crítico gastronômico do filme.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
O roteiro de telessérie Ainozama é composto por três roteiros de episódios independentes, com duração entre cerca de 5 e 7 minutos cada. A escolha pelo formato seriado ocorreu devido a possibilidade de abordar diferentes histórias em cada episódio, segundo Machado (2001): ਀䌀栀愀洀愀洀漀猀 搀攀 猀攀爀椀愀氀椀搀愀搀攀 攀猀猀愀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀漀 搀攀猀挀漀渀琀渀甀愀 攀 昀爀愀最洀攀渀琀愀搀愀 搀漀 猀椀渀琀愀最洀愀 琀攀氀攀瘀椀猀甀愀氀⸀ 一漀 挀愀猀漀 攀猀瀀攀挀昀椀挀漀 搀愀猀 昀漀爀洀愀猀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀猀Ⰰ 漀 攀渀爀攀搀漀  最攀爀愀氀洀攀渀琀攀 攀猀琀爀甀琀甀爀愀搀漀 猀漀戀 愀 昀漀爀洀愀 搀攀 挀愀瀀琀甀氀漀猀 漀甀 攀瀀椀猀搀椀漀猀Ⰰ 挀愀搀愀 甀洀 搀攀氀攀猀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀漀 攀洀 搀椀愀 漀甀 栀漀爀爀椀漀 搀椀昀攀爀攀渀琀攀 攀 猀甀戀搀椀瘀椀搀椀搀漀Ⰰ 瀀漀爀 猀甀愀 瘀攀稀Ⰰ 攀洀 戀氀漀挀漀猀 洀攀渀漀爀攀猀Ⰰ 猀攀瀀愀爀愀搀漀猀 甀渀猀 愀漀猀 漀甀琀爀漀猀 瀀漀爀 戀爀攀愀欀猀 瀀愀爀愀 愀 攀渀琀爀愀搀愀 搀攀 挀漀洀攀爀挀椀愀椀猀 漀甀 搀攀 挀栀愀洀愀搀愀猀 瀀愀爀愀 漀甀琀爀漀猀 瀀爀漀最爀愀洀愀猀 ⠀䴀䄀䌀䠀䄀䐀伀Ⰰ ㈀  ㄀Ⰰ 瀀⸀㠀㌀⤀ Entre as principais inovações da série está o diálogo entre referências acadêmicas teóricas e televisivas populares, como as sitcoms, para abordar questões ligadas à construção de um povo historicamente oprimido por visões eurocêntricas que partem tanto de viajantes quanto dos próprios nativos para consigo mesmos.਀倀愀爀愀 䴀愀挀栀愀搀漀 ⠀㈀  ㄀⤀ 攀砀椀猀琀攀洀 琀爀猀 琀椀瀀漀猀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀椀猀 搀攀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀 猀攀爀椀愀搀愀㨀 1) O primeiro caso é da narrativa teleológica, na qual temos uma única narrativa (ou várias narrativas entrelaçadas e paralelas) que se sucede(m) mais ou menos linearmente ao longo de todos os capítulos. É o casa dos telegramas, telenovelas e de alguns tipos de séries ou minisséries.਀㈀⤀ 一漀 猀攀最甀渀搀漀 挀愀猀漀Ⰰ 挀愀搀愀 攀洀椀猀猀漀  甀洀愀 栀椀猀琀爀椀愀 挀漀洀瀀氀攀琀愀 攀 愀甀琀渀漀洀愀Ⰰ 挀漀洀 挀漀洀攀漀Ⰰ 洀攀椀漀 攀 昀椀洀Ⰰ 攀 漀 焀甀攀 猀攀 爀攀瀀攀琀攀 渀漀 攀瀀椀猀搀椀漀 猀攀最甀椀渀琀攀 猀漀 愀瀀攀渀愀猀 漀甀 洀攀猀洀漀猀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀椀猀 攀 甀洀愀 洀攀猀洀愀 猀椀琀甀愀漀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀⸀ 一攀猀猀攀 挀愀猀漀Ⰰ 琀攀洀漀猀 甀洀 瀀爀漀琀琀椀瀀漀 戀猀椀挀漀 焀甀攀 猀攀 洀甀氀琀椀瀀氀椀挀愀 攀洀 瘀愀爀椀愀渀琀攀猀 搀椀瘀攀爀猀愀猀 愀漀 氀漀渀最漀 搀愀 攀砀椀猀琀渀挀椀愀 搀漀 瀀爀漀最爀愀洀愀Ⰰ 甀洀 攀瀀椀猀搀椀漀Ⰰ 瘀椀愀 搀攀 爀攀最爀愀Ⰰ 渀漀 猀攀 爀攀挀漀爀搀愀 搀漀猀 愀渀琀攀爀椀漀爀攀猀 渀攀洀 椀渀琀攀爀昀攀爀攀 渀漀猀 瀀漀猀琀攀爀椀漀爀攀猀⸀ 준 挀漀洀漀 愀 洀愀椀漀爀椀愀 搀漀猀 猀攀爀椀愀搀漀猀 猀漀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀漀猀⸀  3) No terceiro tipo de serialização a única coisa que se preserva nos vários episódios é o espírito geral das histórias, ou a temática, porém, em cada unidade, não apenas a história é completamente diferente das outras, como também os personagens são diferentes, os atores, os cenários e até mesmo os diretores e roteiristas. É o caso das séries em que os episódios têm em comum apenas o título genérico e o estilo das histórias, mas cada unidade é uma narrativa independente.਀一愀 挀爀椀愀漀 搀攀 䄀椀渀漀稀愀洀愀Ⰰ 昀漀椀 甀琀椀氀椀稀愀搀愀 琀攀爀挀攀椀爀愀 昀漀爀洀愀 搀攀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀Ⰰ 挀漀洀 攀瀀椀猀搀椀漀猀 挀漀洀瀀氀攀琀愀洀攀渀琀攀 椀渀搀攀瀀攀渀搀攀渀琀攀猀⸀ 䔀猀琀愀 攀猀挀漀氀栀愀 漀挀漀爀爀攀甀 挀漀洀漀 甀洀愀 昀攀爀爀愀洀攀渀琀愀 焀甀攀 愀氀洀 搀攀 瀀漀猀猀椀戀椀氀椀琀愀爀 甀洀 爀漀搀稀椀漀 搀攀 攀猀挀爀椀琀愀 攀 搀椀爀攀漀 攀渀琀爀攀 漀猀 洀攀洀戀爀漀猀 搀愀 攀焀甀椀瀀攀Ⰰ 琀愀洀戀洀 瀀爀漀瀀漀爀挀椀漀渀愀猀猀攀 愀 愀戀漀爀搀愀最攀洀 搀攀 搀椀昀攀爀攀渀琀攀猀 挀漀渀琀攀砀琀漀猀 攀 猀椀琀甀愀攀猀Ⰰ 樀甀渀琀愀洀攀渀琀攀 挀漀洀 甀洀愀 挀爀琀椀挀愀 猀漀挀椀愀氀 椀渀猀攀爀椀搀愀 攀洀 挀愀搀愀 攀瀀椀猀搀椀漀⸀ 䔀猀琀攀 昀漀爀洀愀琀漀 琀愀洀戀洀 昀漀椀 瀀攀渀猀愀搀漀 瘀椀猀愀渀搀漀 愀 渀漀 漀戀爀椀最愀琀漀爀椀攀搀愀搀攀 搀漀 攀猀瀀攀挀琀愀搀漀爀 挀漀洀 甀洀愀 切渀椀挀愀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀Ⰰ 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀渀搀漀 甀洀愀 洀愀椀漀爀 爀椀焀甀攀稀愀 搀攀 栀椀猀琀爀椀愀猀 攀 渀漀瘀椀搀愀搀攀猀 搀攀 琀爀愀洀愀猀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀猀⸀ Além do formato pensado para a realização dos episódios, outros parâmetros também foram adotados como regras norteadoras para os escritores, um destes foi a duração de cada episódio, definida pela descrição de Field (1956), no qual cada página de roteiro corresponde, em média, a um minuto de filme.਀䄀 氀椀渀最甀愀最攀洀 琀攀氀攀瘀椀猀椀瘀愀 攀 猀甀愀猀 攀猀瀀攀挀椀昀椀挀椀搀愀搀攀猀 琀挀渀椀挀愀猀 猀攀 搀椀爀攀挀椀漀渀愀洀 瀀愀爀愀 攀渀最氀漀戀愀爀 愀 瘀愀氀漀爀椀稀愀漀 挀甀氀琀甀爀愀氀 搀攀 搀椀昀攀爀攀渀琀攀猀 氀漀挀愀氀椀搀愀搀攀猀Ⰰ 猀攀最甀渀搀漀 搀攀昀攀渀搀攀 漀 爀攀氀愀琀爀椀漀 搀愀 伀爀最愀渀椀稀愀漀 搀愀猀 一愀攀猀 唀渀椀搀愀猀 瀀愀爀愀 愀 䔀搀甀挀愀漀Ⰰ 愀 䌀椀渀挀椀愀 攀 愀 䌀甀氀琀甀爀愀 ጀ†唀一䔀匀䌀伀 椀渀琀椀琀甀氀愀搀漀 ᰀ䤠渀瘀攀猀琀椀爀 渀愀 搀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀 挀甀氀琀甀爀愀氀 攀 渀漀 搀椀氀漀最漀 椀渀琀攀爀挀甀氀琀甀爀愀氀ᴀ†⠀㈀  㤀⤀⸀  Neste documento, observa-se que a emergência de mercados locais de conteúdos midiáticos e de novos centros midiáticos regionais, a importância mundial do setor audiovisual latino-americano (telenovelas) e a expansão das redes de informação panregionais e internacionais, são os sinais visíveis de uma “globalização pela base”, que faculta novas possibilidades de expressão a vozes alternativas (minorias, comunidades indígenas, diásporas ou grupos de interesses particulares).਀䔀猀琀攀 瀀攀渀猀愀洀攀渀琀漀  爀攀愀昀椀爀洀愀搀漀 瀀漀爀 䐀攀戀漀爀搀 ⠀㄀㤀㤀㜀⤀ 愀漀 愀戀漀爀搀愀爀 漀 琀攀爀洀漀 ᰀ猠漀挀椀攀搀愀搀攀 搀漀 攀猀瀀攀琀挀甀氀漀ᴀ㨠 É o coração da irrealidade da sociedade real. Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda, publicidade ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. (DEBORD, 1997, p. 15)਀䄀 瀀愀爀琀椀爀 搀攀猀琀攀猀 攀砀攀洀瀀氀漀猀  瀀漀猀猀瘀攀氀 挀漀洀瀀爀攀攀渀搀攀爀 愀 挀爀椀愀漀 搀攀 搀椀昀攀爀攀渀琀攀猀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀猀 愀挀攀爀挀愀 搀愀 䄀洀愀稀渀椀愀Ⰰ 漀渀搀攀 洀甀椀琀愀猀 愀椀渀搀愀 猀攀 洀愀渀琀洀 攀猀琀愀最渀愀搀愀猀 愀漀猀 瀀攀渀猀愀洀攀渀琀漀猀 瀀爀攀挀漀渀挀攀椀琀甀漀猀漀猀 攀 挀氀椀挀栀猀⸀ 䌀漀洀 琀愀椀猀 爀攀昀攀爀渀挀椀愀猀Ⰰ 愀 洀愀椀漀爀 瀀爀攀漀挀甀瀀愀漀 搀漀猀 爀漀琀攀椀爀椀猀琀愀猀 搀攀 䄀椀渀漀稀愀洀愀 昀漀椀 渀漀 猀攀 氀椀洀椀琀愀爀 愀漀猀 攀猀琀攀爀攀琀椀瀀漀猀 搀愀 爀攀最椀漀Ⰰ 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀 攀洀 猀攀甀猀 愀猀瀀攀挀琀漀猀 瘀椀猀甀愀椀猀Ⰰ 搀漀 挀漀渀琀爀爀椀漀 甀洀 瀀爀漀搀甀琀漀 琀攀氀攀瘀椀猀椀瘀漀 瀀漀搀攀爀椀愀 愀瀀攀渀愀猀 爀攀昀漀爀愀爀 猀攀渀猀漀猀 挀漀洀甀渀猀 攀 瀀爀漀瀀愀最愀爀 椀搀攀椀愀猀 攀焀甀椀瘀漀挀愀搀愀猀 猀漀戀爀攀 愀 爀攀最椀漀⸀ 匀攀渀搀漀 愀猀猀椀洀Ⰰ 漀 最爀甀瀀漀 漀瀀琀漀甀 瀀漀爀 洀漀猀琀爀愀爀 甀洀愀 䴀愀渀愀甀猀 洀漀搀攀爀渀愀Ⰰ 挀漀洀漀 愀猀 最爀愀渀搀攀猀 洀攀琀爀瀀漀氀攀猀 焀甀攀 愀洀戀椀攀渀琀愀洀 猀爀椀攀猀 甀猀愀搀愀猀 挀漀洀漀 爀攀昀攀爀渀挀椀愀Ⰰ 挀漀洀 漀 搀椀昀攀爀攀渀挀椀愀氀 搀攀 焀甀攀 愀 挀愀瀀椀琀愀氀 愀洀愀稀漀渀攀渀猀攀 攀洀 猀甀愀 愀琀甀愀氀椀搀愀搀攀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀 搀椀昀攀爀攀渀琀攀猀 攀氀攀洀攀渀琀漀猀 栀椀猀琀爀椀挀漀猀Ⰰ 瀀爀攀猀攀渀琀攀猀 攀洀 猀甀愀 愀爀焀甀椀琀攀琀甀爀愀Ⰰ 愀爀琀攀猀愀渀愀琀漀 攀 愀琀 洀攀猀洀漀Ⰰ 瀀爀琀椀挀愀猀 猀漀挀椀愀椀猀⸀ Miner, ao escrever seu ensaio “Body rituals among the Nacirema” fez com que o termo “Nacirema” - “american” escrito ao contrário - virasse um sinônimo para a ironia e a observação de povos modernos, considerados por si mesmos como mais evoluídos que os demais, a quem estavam acostumados a observar e julgar. Em Ainozama, foi feito o mesmo jogo de letras – Ainozama, ao contrário, é Amazônia – representando a confluência e as diferenças de olhares e conclusões a respeito da região: o colonizador, o nativo e o viajante. A representação destas figuras está presente nas três narrativas que compõem o roteiro, com o objetivo de apresentar diferentes óticas sobre determinado acontecimento e como cada uma delas interpreta este ocorrido਀䄀猀 瘀椀猀攀猀 搀漀 渀愀琀椀瘀漀 攀 搀漀 瘀椀愀樀愀渀琀攀 猀漀 攀砀瀀漀猀琀愀猀 愀琀爀愀瘀猀 搀愀猀 愀琀甀愀攀猀Ⰰ 攀渀焀甀愀渀琀漀 愀 瘀椀猀漀 搀漀 挀漀氀漀渀椀稀愀搀漀爀  爀攀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀愀 瀀漀爀 甀洀 渀愀爀爀愀搀漀爀 挀漀洀 猀漀琀愀焀甀攀 攀猀瀀愀渀栀漀氀Ⰰ 瀀愀爀愀 焀甀攀 挀愀甀猀愀猀猀攀 挀攀爀琀漀 攀猀琀爀愀渀栀愀洀攀渀琀漀 渀漀 瀀切戀氀椀挀漀⸀ 䄀氀洀 搀椀猀猀漀Ⰰ 漀猀 琀攀砀琀漀猀 爀攀昀攀爀攀渀琀攀猀 愀漀 渀愀爀爀愀搀漀爀 昀漀爀愀洀 攀猀挀爀椀琀漀猀 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀攀 甀洀愀 氀椀渀最甀愀最攀洀 洀愀椀猀 爀攀戀甀猀挀愀搀愀Ⰰ 昀愀稀攀渀搀漀 爀攀昀攀爀渀挀椀愀 愀漀 瘀漀挀愀戀甀氀爀椀漀 甀猀愀搀漀 瀀攀氀漀猀 挀爀漀渀椀猀琀愀猀 瘀椀愀樀愀渀琀攀猀⸀ 
 
CONSIDERAÇÕES
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