ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00179</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Vestígios da Vida</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Maria Luiza da Silva Dacio (Universidade federal do Amazonas); Geiciane Fonseca de Souza (Universidade federal do Amazonas); Allan Soljenístsin Barreto Rodrigues (Universidade federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Dessana, fotografia, indígena, máscaras sociais, tupé</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Produzida na disciplina de Planejamento Visual, Editoração Eletrônica e Web Design, o ensaio fotográfico Vestígios da Vida retrata um dia turístico na Tribo Tukana Dessana. A construção de "máscaras sociais" tem alavancado com o nítido crescimento das mídias sociais e consequentemente o uso da fotografia de maneira não-artística tem sido frequente. O ser e o ter são expostos nas redes sociais através de fotos como forma de status e segregação social.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">CHAUÍ, 1993, P. 35) diz que, "Quem olha, olha de algum lugar. [...] Por isso, sua prática não é apenas vigiar, mas significa, refletir, ponderar, considerar e julgar." Philippe Dubois a respeito: Exemplo dessa designação pelo olhar frontal da posição fora-de-campo da enunciação fotográfica nas fotografias de mulheres argelinas que Marc Garangee realizou em 1960 e que foram publicadas recentemente. Conhecemos a história dessas imagens, a "situação fotográfica extrema" de onde nasceram: como o exército francês na Argélia [...] ele viu-se na obrigação de fazer desfilar diante de sua pequena câmara escura cerca de duzentas pessoas por dia. Entre a população assim filtrada havia evidentemente grande número de mulheres argelinas, que o dispositivo obrigava a baixar o véu diante da objetiva. Terrível desnudamento dos rostos de mulher, desprezando todas as tradições locais As fotografias aqui mostradas são resultado de um trabalho feito sob orientação do professor Allan Rodrigeus, no primeiro período no curso de Jornalismo na Universidade Federal do Amazonas, primeiro semestre de 2016. Localizada em Manaus, a aldeia Tupé é a casa dos índios da Tribo indígena Dessana Tukana. Com acesso apenas por vias fluviais e perto da cidade, tornou-se facilmente alvo de turistas. Por ser um dos sinônimos de tupé, a palavra vestígios foi escolhida pois significa indícios. Sendo os índios os primeiros habitantes da nossa terra são precursores do que temos como base de cultura, posteriormente moldadas com a chegada dos negros e imigrantes. Caminhos estes, estão sendo criados desde muito antes de 1500, mas vem perdendo força com os avanços tecnológicos, e a interferência da sociedade branca na vida indígena. De fato, Ribeiro enfatiza que a cultura indígena continua ativa, embora inibida para desenvolver sua criatividade e potencialidade A cultura, inclusive a indígena, não é uma realidade estática. A do passado se encontra nos museus e bibliotecas; a do presente é recriada a cada dia.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Objetivo geral: O presente trabalho tem como objetivo mostrar aos expectadores a cultura da tribo Tukana Dessana e suas particulares enquanto comunidade indígena e indivíduos. Trazer uma visão aprofundada sobre seus costumes e vida na tribo, descartando a hipótese de registro meramente superficial. Objetivos específico: Documentar a vida dos índios da tribo Tukana Dessana, com uma perspectiva artística e não turística. Utilizar técnicas e maneiras que mostrem e enalteçam a realidade dessa comunidade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia possibilita registrar e reproduzir, através de reações químicas em superfícies fotossensíveis, as imagens tiradas do fundo de uma câmara escura. Para Machado, os meios técnicos de comunicação e de reprodução não geram apenas registros do real, mas possibilitam também a troca de mensagens. Seriam eles próprios "produtores de sentido" e de "bens simbólicos" que interverem em nossos sistemas de vida e de pensamento, em nossa capacidade imaginativa e em nossas formas de percepção do mundo. A fotografia é um veículo cujo impacto ainda é forte porque abrange consigo um estatuto ambíguo de objetos e de imediação, ao mesmo tempo técnica e cultural A apreciação de uma imagem fotográfica dá-se quase instantemente, ao ser observada. Ela pode emocionar fortemente ou não provocar nenhuma sensação. Pode ser ignorada, talvez até por não ser suficientemente clara. No entanto, em qualquer dos casos ela possui uma estrutura invisível que a sustenta baseada em alguns valores puramente fotográficos além daqueles mais consagrados e desvendados que a fotografia possui em comum com a pintura, por exemplo, relacionados com a composição, equilíbrio, textura, cor etc., que de uma forma ou outra já estão mais ou menos assimilados por todos (MASCARO, 1989, P.2) Pela primeira vez na história, pessoas viajam regularmente, em grande número, para fora de seu ambiente habitual, durante breves períodos. Parece decididamente anormal viajar por prazer sem levar uma câmera. As fotos oferecerão provas incontestáveis de que a viagem se realizou, de que a programação foi cumprida, de que houve diversão. A fotografia tornou-se um dos principais expedientes para experimentar alguma coisa, para dar uma aparência de participação. Nesse contexto, é inserido o uso dessa arte tão singular em cunho extremamente artificial, comercial e não-artístico. Com o progresso das mídias sociais formou-se a necessidade do "mostrar ter/ser" mesmo não tendo ou sendo. Caillois, (1967:60). Aponta que do ponto de vista científico o indivíduo usa máscaras no contexto organizacional para ampliar as discussões. O uso simbólico de máscara permite identificar que toda atividade social é a representação de papéis nos quais as pessoas se conhecem e se reconhecem uns aos outros. A máscara passa a ser a própria identidade, ou seja, a percepção que se tem de si mesmo. O indivíduo constrói sua própria máscara e a torna verdadeira personagem que o identifica e que se traduz na construção de um estilo, a máscara que esconde a identidade e deixa mostrar aquilo que se pretende ser. A compreensão sobre o próprio ser é um fator importantíssimo para a tomada de decisões e em que momento deve-se tirar as máscaras. A imagem permite que haja "inflação psíquica": É o estado em que o indivíduo ultrapassa seus limites, ocupa uma extensão que não lhe compete, apropriando-se de qualidade e conteúdos situados além de suas fronteiras" (CALLUF, 1969, p.118). A persona é também um veículo para a transformação do ego: o conteúdo inconsciente pode ser primeiramente vivenciado através de um papel e, mais tarde, integrado ao ego como parte de sua própria identidade funcional tácita. (HALL, 2000, p.88). Quando figuras pública nacionais e internacionais procuram culturas indígenas em Manaus, encontram a Tribo Dessana e lá tiram suas fotos, gravam seus vídeos, recebem suas pinturas e voltam para suas casas e nada muda. Ao pesquisar sobre a vida e história da tribo na internet, nada se encontra, em compensação podemos encontrar informações sobre Turismo aos montes. Isso mostra falta de compromisso com a responsabilidade histórica dos índios e a desvalorização cultural. Por isso procuramos mostrar todo lado artístico da viagem e não o teor turístico.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O método inicial foi o bibliográfico, tendo base o livro de Susan Sontang: Sobre a Fotografia (1997). Para que pudéssemos entender conceitos essenciais técnicos e sobretudo, o pensar fotográfico. Outro processo usado foi a análises filosófica, e o encontro da problemática. Cada fotografia feita você esteja de fato criando uma imagem, além de sensibilidade e capacidade de criação (e transpiração) é fundamental conhecer o que podemos chamar de estrutura básica da linguagem fotográfica. Assim como a pintura, o desenho, o cinema e o discurso verbal e escrito, ela também tem suas regras, ou melhor sua gramática. Por fim, o resultado mais extraordinário da atividade fotográfica é nos dar a sensação de que podemos reter o mundo inteiro em nossa cabeça -como uma antologia de imagens. Colecionar fotos é colecionar o mundo. Imagens fotografadas não parecem manifestações a respeito do mundo, mas sim pedaços dele, miniaturas da realidade que qualquer um pode fazer ou adquirir. (SONTAG, 1977, P.15) A inseparabilidade das categorias nos faz ver que, longe de se tratar aí de uma exclusividade do sentimento, trata-se, isto sim, de uma espécie muito peculiar de mistura inextricável entre o sentir e o pensar que dá ao estético seu matiz característico. (SANTAELLA, 2000, p.184) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A primeira etapa do processo de criação do ensaio fotográfico foi analisar a luz do ambiente, e usar da luz do sol/natural disponível. O cast é composto pelos próprios índios da tribo. A foto foi imaginada em composição variadas. Composição horizontal, vestical, em primeiro plano, em plano americano, close e close-up e o espaço foi a tribo. O processo de fotografia e tratamento foi feito pela estudante Maria Luiza Dacio no dia 17&#8206; de junho&#8206; de &#8206;2016, às &#8207;&#8206;10:00h, em Manaus-AM. A pós-produção foi feita no dia 20 de março às 19:00h. Sendo as fotos construídas em ambiente natural, sem artifícios adicionais de iluminação, toda luz foi utilizada para a sensação de naturalidade ser a maior possível. Por este motivo foi escolhida uma lente com abertura de f/1.8, f/2.8, A técnica digital foi executada com uma câmera D3100 Nikon com lente 50mm com distância focal 50mm produzida em ISO 200, abertura f/1.8, f/2.8, velocidade 1125s, DSC_1268 no formato JPEG, e finalizada no programa de manipulação de imagens Adobe Lightroom nas dimensões 4608x3072. "Vejo fotos por toda parte, como todo mundo hoje em dia; elas vêm do mundo para mim, sem que eu peça (P.31 BARTHES) Mesmo com uma grande quantidade de visitantes e expectadores no ambiente/plano, optou-se pelo fundo simples sem retirar a atenção do assunto. Como técnicas de pesquisa compreenderam-se a leitura da obra "Sobre a fotografia", de Susan Sontag e "O índio na cultura brasileira" de Berta Ribeiro que trata do assunto debatido antes, durante e após o ensaio; encontros práticos para o realizar das fotos para o ensaio fotográfico; apresentação e discussão a partir dos registros; pré-seleção das imagens fotográficas; edição das imagens fotográficas; tratamento das imagens fotográficas; produção e elaboração do paper; criação e desenvolvimento do material de apresentação para exposição. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"> Com base nos resultados deste estudo, SONTAG (1977, P.18) conclui que em época recente, a fotografia tornou-se um passatempo quase tão difundido quanto o sexo e a dança - o que significa que, como toda forma de arte de massa, a fotografia não é praticada pela maioria das pessoas como uma arte. É sobretudo um rito social, uma proteção contra a ansiedade e um instrumento de poder. Comemorar as conquistas de indivíduos tidos como membros da família (e também de outros grupos) é o uso popular mais antigo da fotografia. Imagens quase sempre trazem indagações sobre o real, a fotografia faz o percurso do real para imaginário. Embora seja um caminho simples, ele pode também ser um processo que envolve repetições e dobras, tanto no seu grau zero quanto no estimulo de várias leituras. Fotografar é apropriar-se da coisa fotografada. Significa pôr a si mesmo em determinada relação com o mundo, semelhante ao conhecimento - e, portanto, ao poder. (SONTAG, 1977, P.14) Por isso é tão importante procurar e conhecer a história dessa tribo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">RIBEIRO Berta G. O índio na cultura brasileira,São paulo 2013 <br><br>FLUSSER, Vilem. Ensaio sobre a Fotografia. Lisboa: Editora Flusser, 1997. <br><br>SONTAG, Susan. Sobre fotografia. Companhia de Letras, 2004. <br><br>DALY, Tim. Guia Básico de Fotografia Digital. Lisboa: Espanha, 2002. <br><br>MASCARO, Cristiano. Um toque pessoal em cada imagem. Artigo da Revista Superinteressante, 1989. <br><br> </td></tr></table></body></html>